Nunca é tarde demais.- Drarry escrita por fox1


Capítulo 28
Eureka!




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  Para aqueles trabalhando na escavação, apenas uma coisa importava agora. Quão breve poderiam chegar ao local que escondia a câmara secreta? Tijolos após tijolos foram removidos, limpados cuidadosamente e depois passados para Cho, que os inspecionou antes de passar para Vicente, que tirou os raios X. Katie então fez diversos outros testes, incluindo mapeamento e radar.A convicção de Draco cresceu.

    O velho palácio perdido era no mínimo do século V, ou talvez até anterior a isso. Quando o tijolo que deveria estar na última camada foi removido, revelando apenas mais uma "última camada", Draco emitiu pequenos gritos de agonia.

       — Não agüento mais — exclamou Greg.

       — Oh, cale-se, seu bebê chorão — disse Draco, acalmando-se e conseguindo rir. —Vamos continuar.

      Levou mais metade do dia para trabalharem através do último tijolo no buraco.

       — Acabamos — anunciou Draco. — Vamos pegar a lanterna.

     No momento seguinte, estava iluminando o buraco escuro. O que viu o fez sentar-se subitamente, respirando com dificuldade.

        — O que tem aí? — Cho e Vicente perguntaram ao mesmo tempo.

        — Segurem isso — disse Draco, estendendo a lanterna —, e digam-me o que vocês vêem aí.

      Um por um, eles olharam, mas ninguém falou uma única palavra. Estavam todos perplexos demais. Draco tentou se recompor.

       — Eu acho que preciso ir buscar Harry.

    A luz do dia estava acabando quando ele chegou a casa e foi direto para biblioteca, onde encontrou Harry à sua mesa com Lilían, estudando o atlas, as cabeças unidas.

       — Há uma coisa que acho que você deve ir ver — disse Draco o mais calmamente que conseguiu.

      Draco ficou satisfeito em ver que Harry instintivamente olhou para a filha,incluindo-a na expedição.

        — Eu pensei que vocês estariam vindo para o jantar a essa altura — comentou ele.

        — Isso é muito melhor do que jantar — ele o assegurou.

     Um brilho misterioso nos olhos de Draco e um sorriso aberto no rosto o fez olhá-lo intrigado.

        — O que é? — perguntou ele curioso.

        — Venha e veja por si mesmo.

      Lilían pegou a mão do pai.

       — Vamos, papai?

       — Sim — concordou ele. — Você na frente.

   Eles foram no carro de Draco e encontraram a escavação cheia de luzes brilhantes, as quais tinham sido transportadas das caminhonetes.

        — Tiramos um outro tijolo — confidenciou Gregório em tom animado.

        — O que vocês descobriram? — Harry quis saber.

      Draco entregou-lhe a lanterna.

        — Pegue isso e olhe por ali. — Ele apontou para o buraco.

     Harry agachou-se para seguir o feixe de luz e Draco o ouviu suspirar alto.

         — Isso é... o que eu acho que é? — perguntou ele atônito.

         — É ouro — respondeu Draco. — Tenho quase certeza disso.— O tesouro perdido do Palácio — murmurou Harry.

        — Nós levaremos alguns dias para entrar aí e remover o que achamos — Draco falou cautelosamente. — Mas parece que é coisa boa.

       — Obrigado por ter me trazido aqui para ver isso — disse ele. — Se apenas...

       — Sim? — Draco assentiu com um movimento de cabeça em compreensão. —Se apenas...

     — Nós teremos de ser pacientes, papai — disse Lilían em tom quase maternal.Proteger o pai era uma coisa que levava muito a sério agora.

   Como já estava escurecendo e seria perigoso continuar a escavação, todos se recolheram no palácio.  Draco acordou de súbito, instantaneamente alerta. Ainda estava escuro, mas um instinto avisou-o de que havia alguém em seu quarto.

        — Quem está aí? — exigiu saber.

       — Sou eu — veio a voz de Harry.  — Perdoe-me por entrar assim, mas eu não podia bater e arriscar que alguém ouvisse. Não, não acenda a luz, por favor.

    Draco sentou-se na cama. Harry estava sentado na cama também, e na semi-escuridão Draco podia ver apenas o brilho nos olhos dele e sentir o excitamento que irradiava de seu corpo.O coração começou a bater descompassado, fazendo-o encontrar dificuldade para falar. Por que ele tinha ido para seu quarto naquela escuridão?

       — Harry, por que você veio aqui? — conseguiu sussurrar finalmente.

     — Eu não consegui dormir. Fiquei deitado e acordado, refletindo sobre tudo. Tantas coisas estão prestes a acontecer, você não sente isso?

       — Sim — disse ele.

    Se ele apenas o beijasse. Desde a noite que tinham passado juntos, era como se uma sombra tivesse caído sobre os dois, mas agora Harry estava lá, procurando-o, como se a sombra nunca houvesse existido. Mas por que não o tocava?

        — Não posso esperar mais — murmurou ele.   — Vamos fazer isso agora.

        — Fazer o quê?

        — Ir para o local da escavação e descobrir o que tem lá.

        — Ir ao local da escavação? — ecoou ele confuso.

       — Eu sei que ainda está escuro, mas vai clarear logo. Haverá luz o bastante para encontrar alguma coisa, certamente?

     Draco estudou-lhe o rosto, que estava um pouco mais claro agora que a luz aumentara.

       — Foi por isso que você veio ao meu quarto? — perguntou ele furioso e frustrado ao mesmo tempo.

       — Eu sei que não deveria ter feito uma coisa dessas, mas você entende, não entende? — insistiu ele.

       — Estou começando a entender.

   Harry não pareceu notar a voz levemente raivosa de Draco. Estava possuído pela própria excitação sobre o que poderia ser encontrado. Claramente, aquela era a única coisa na qual podia se concentrar.

        — Eu o encontro lá embaixo em poucos minutos — disse Draco.

     Harry já estava com o motor do carro ligado quando Draco entrou, e, em dez minutos, estavam lá. Draco pegou algumas lanternas e eles desceram nas fundações.

        — Nós conseguimos remover mais alguns tijolos — ele o informou. — Você pode ver melhor agora.

     Draco iluminou a câmara, enquanto ele olhava lá dentro, respirando profundamente.

       — Está quase perto o bastante para ser tocado — disse ele, tentando alcançar. —Não, eu não posso passar por esse buraco.

       — Aqui, segure a lanterna. Eu sou mais esguio.

     Ele impulsionou-se para frente, passando através do buraco até que conseguiu tocar em alguma coisa, a qual saiu de sua mão e ele teve de agarrá-la.

        — Puxe-me de volta — ordenou rapidamente.

     Harry o puxou com tanta rapidez que Draco teve de envolver-lhe o pescoço com um dos braços para apoiar-se. Ele o segurou, sem liberá-lo, mas respirando com dificuldade.

        — Não tenho certeza se devo ousar olhar para isso — disse ele. — É tão importante para mim.

        — É? — Draco não foi capaz de afastar a tristeza da voz, Não era aquilo que esperava que importasse para Harry.

       — Mais do que qualquer coisa no mundo — disse ele com veemência.

     Draco tentou manter a calma.

        — Nesse caso, vamos olhar o achado.

    Harry o colocou no chão e eles se sentaram num muro baixo enquanto Draco segurava o objeto que havia encontrado.Era um grande broche, feito de algum metal amarelado, com pedras incrustadas,que pareciam pedaços de velhos vidros coloridos e baratos.

        — Oh — exclamou Harry desanimado.

        — O que você quer dizer com "oh"? — perguntou Draco cada vez mais excitado.

        — Barato e sem valor — disse ele. — Por que alguém se incomodou em preservar isso?

       — Barato e sem valor? — Draco franziu o cenho, indignado. — Você acha que as jóias tinham a mesma aparência que agora, mil anos atrás? Elas não brilhavam como as pedras modernas.

      — Sim, mas isto... — Ele parou quando a excitação de Draco começou a contagiá-lo. — Você acha que esses pedaços de vidro são...

       — Da última vez que achei alguma coisa como "pedaços de vidro", foi vendido por cinco mil dólares — ele o informou. — Posso estar arriscando demais, mas acho que é... ouro verdadeiro, rubis verdadeiros, esmeraldas...Ele não continuou.

     Os braços de Harry estavam ao seu redor, erguendo-o do chão, abraçando-o com tanta força que Draco perdeu o fôlego. O broche caiu, despercebido, enquanto ele o beijava de novo e de novo.

        — Harry — murmurou ele, rindo e beijando-o de volta.

        — Nós vencemos — gritou ele exultante. — Nós vencemos. Tudo vai dar certo. Tudo será maravilhoso.

        — Vai? — perguntou ele, a cabeça girando. — Bem, eu sei que você vai ficar muito rico...

        — Mas isso é maravilhoso, você não vê? Eu posso pedi-lo em casamento agora.

      Draco colocou as mãos nos ombros dele, franzindo o cenho.

        — Agora? Você só pode me pedir em casamento agora?

        — É claro. Serei independente. E não parecerei um "caçador de fortunas" para você agora.

     A expressão interrogativa no rosto dele se aprofundou.

        — Você nunca me pareceu um "caçador de fortunas". Ponha-me no chão. Ele o fez, mas continuou abraçando-o.

      — Se você soubesse como eu estava me sentindo — confessou Harry.—Como eu poderia me aproximar de você quando precisava de seu dinheiro desesperadamente?

      — E por que não? — questionou Draco. — Você fez isso uma vez e eu não o culpei na época. Por que acha que eu o culparia agora?

      — Mas você não pode ver a diferença, Draco? Quando nos conhecemos pela primeira vez, foi um acordo dos dois lados. Nós sabíamos os termos antes mesmo de nos conhecermos. De seu próprio jeito, foi uma transação honesta. Mas agora...

      — Mas agora nós fizemos amor — murmurou Draco lentamente. — E isso faz uma diferença. A seguir, você vai dizer que eu comprometi sua honra. — Draco deu uma risada melancólica.

       — Se alguém comprometeu sua honra, fui eu. Tentei lhe dizer que havia coisas que eu deveria ter falado antes...

     — Mas eu já sabia que você estava com problemas financeiros. Precisava de dinheiro para pagar Ginevra. Acho que você me contou isso no primeiro dia. O que estava fazendo? Avisando-me para ficar longe?

       — É claro que não — respondeu Harry.  — Você era apenas um velho amigo que eu senti que podia confiar. Foi apenas mais tarde que você se tornou tão importante... Depois de Londres...Ele passou as mãos pelos cabelos. Não era bom naquilo. Preferia que as coisas fossem diretas.— Depois de Londres — tentou ele novamente —, eu achei que estávamos mais próximos...

        — Eu também.

      — Se Astória não tivesse aparecido... Bem, ela apareceu, e eu tive de ser paciente. Sabia que nossa hora chegaria... Tinha de chegar.

       — A noite da festa, a noite que Ginevra apareceu.

      — Sim, ela pôs todos os tipos de idéias terríveis em minha cabeça.

     Draco assentiu.

        — Ela é bem capaz de fazer isso. Você não deveria ter escutado.

        — Ela quer o restante do dinheiro que devo de volta. Como eu poderia não escutar isso? — questionou ele.

        — Eu sei. Tory me contou. As duas estão se tornando inseparáveis. Mas, e daí?Como isso pode nos afetar?

        — Ela sugeriu que eu me casasse com você para pagá-la. Astória lhe contou isso?

        — Não, mas ela também teve a mesma idéia.

       — Aposto que sim — disse Harry.— Aposto que sua ex-mulher está torcendo para isso.

       — E o que importa? — exclamou Draco. — Por que você está preocupado com isso?Eu não entendo.

      — Porque naquela noite, eu fiz amor com você — replicou ele freneticamente. —Fiz isso porque eu queria. Eu o queria mais do que já quis qualquer coisa ou alguém, mas como você poderia acreditar nisso?

        — Porque você acabou de me dizer.

       — Bem, mas se eu estivesse atrás de seu dinheiro, seria exatamente isso que eu faria. Talvez você deva pensar antes de acreditar numa palavra do que eu digo.

     Draco suspirou.

       — Por que você está tão preocupado com o que os outros vão pensar? — disse ele irritado.

       — Porque não quero que pensem a coisa errada — replicou ele.

       — Algumas pessoas acharam que você se comportou mal quando se casou com Ginevra — murmurou Draco furioso. — Mas você não se importou. Enfrentou tudo e todos porque a amava muito. Então, por que não pode enfrentar as pessoas por mim?

        — Anjo...

        — Não me chame de anjo, seu hipócrita.

        — Eu amo você, e chamo-o como bem entender. Ou o fato de eu amá-lo não significa nada?

    Lá estava! Ele tinha falado!Depois de todos aqueles anos, Harry tinha dito que o amava e, em vez de ser um momento doce e glorioso sobre o qual ele tanto sonhara, fazia parte de uma discussão estúpida. Mas não era estúpido. O fato de ele se preocupar com o que os outros pensavam o fazia duvidar do amor de Harry.

        — Teria significado alguma coisa se você realmente me amasse — respondeu Draco calmamente. — Mas, na verdade, eu apenas faço parte de sua lista de prioridades.

      — Eu não sei sobre o que você está falando — disse ele suavemente. — O que sei é que não era assim que deveria ter acontecido.

      — Para o inferno o que deveria ter acontecido — gritou Draco. — Você passou muito tempo de sua vida fazendo o que deveria fazer, que se esqueceu como fazer qualquer outra coisa. Por que não pode apenas seguir seu coração, como fez com Ginevra?

       — Eu gostaria que você deixasse Gina fora disso.

       — Como posso fazer isso? Você a amou tanto que nunca se importou com o que os outros pensavam, ou com o que pensava de si mesmo. Agora é diferente. Suas prioridades vêm em primeiro lugar, seu orgulho em segundo, e eu em terceiro.

       — Isso não é justo — protestou Harry.

       — A verdade é freqüentemente injusta. Bem, não é bom o bastante. Eu não quero meio-amor. Quero um amor que importe tanto que o faça enfrentar qualquer coisa por mim, como você fez antes. E não posso tê-lo, não de você pelo menos. Tive até mais amor que isso de Astória.

        — Astória era uma "caçadora de fortunas".

     Draco suspirou.

       — Harry, se eu começasse a me preocupar com os motivos dos homens que possuem menos dinheiro que eu, morreria solteiro. Isso inclui a maioria deles. Tenho meus próprios padrões, e eles não incluem a conta bancária de um homem, ou a falta dela. Eu não me importo! Somente me importo com o quanto ele me ama.

        — E eu disse que amo você.

        — Não, não disse — discordou Draco. — O que você ama é a própria opinião que tem de si mesmo como um homem decente.

        — E você não me ama nem um pouco, certo?

        —  Como você sabe?

        — Porque você está encontrando desculpas para me dispensar, exatamente como da última vez. Não é verdade?

     Draco queria contar-lhe tudo, mas estava muito furioso no momento, e o inferno podia congelar antes que declarasse seu amor por ele ali e agora. Seu coração estava amargo de desapontamento porque as coisas tinham saído daquela forma.

        — Acho que nós deveríamos ir para casa agora — decidiu Draco. — Aqui não é a hora ou o lugar para esta conversa.

        — Eu acho que é.

        — Não tente falar comigo, Harry.  Estou tão zangado que talvez nunca mais queira falar com você.

        — Eu não o entendo — murmurou ele.

       — Não, você realmente não me entende. Isso é algo com que podemos concordar. Você nunca entendeu nada sobre mim. Nem 12 anos atrás, nem agora.

    Draco se levantou, escalou o lugar com raiva, correu para o carro e foi embora dirigindo.Chegou na metade do caminho para a casa quando o bom senso retornou e lembrou-se que Harry não tinha um meio de transporte. Gemendo frustrado, voltou e dirigiu até avistá-lo.

         — Entre — disse ele através de dentes cerrados. — E não dirija a palavra a mim. Nunca mais, entendeu?

         — Não — replicou ele num sussurro. — Eu não entendo nada.

         — Então, mantenha-se calado de qualquer forma.


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Notas finais do capítulo

Antes que vocês tentem matar Draco por não ter aceitado a declaração de amor de Harry,tenham em mente:
1- O cara esperou 12 anos pelo pedido de Harry.
2- Se Harry não tivesse descoberto o tesouro, talvez nunca se declara-se a Draco.
3- Quando Harry se apaixonou por Ginevra, ele não estava nem ai para a sociedade, família.. E ele até casou na mesma igreja e dia que supostamente seria o casamento dele com Draco. Ele amava tanto a Ginevra que mandou um "Foda-se " para o mundo. Mais com Draco ficou com medo do que a sociedade iria pensar. Caçador de Fortuna, Sustentado por marido...
Draco esperou a vida toda para que Harry o ama-se. E este amor não precisava ser maior do que aquele que ele sentiu por Ginevra,mais que no minimo fosse semelhante. Na visão de Draco isto não aconteceu.
Obs: Só faltam mais dois capitulos para o fina



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