Nunca é tarde demais.- Drarry escrita por fox1


Capítulo 27
Eu ficarei com papai.




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Ginevra telefonava para a babá diversas vezes ao dia para saber sobre o bebê. Em um momento, estava falando com Sibila, e Draco pôde ver que algo estava errado.

       — Posso escutá-lo berrando — disse ela ao telefone.

       — O que há de errado com ele? Ele está doente? Como assim, com fome? Ele está doente, eu sei que está.

     Harry entrou na sala, com Lilían.

       — O que aconteceu?

       — Meu bebê está doente — declarou Gina. — Tenho de ir vê-lo imediatamente. Ele pode estar morrendo.

     Harry pegou-lhe o telefone da mão.

       — Sibila? O que houve? Entendo, a comida do bebê está um pouco atrasada?

       — Eu tenho de ir vê-lo — insistiu Gina chorosa.

    Pelo canto do olho, Draco viu Lilían sair da sala. Silenciosamente, seguiu-a para o corredor, subiu a escada e foi até o quarto da garota.

      — O que você está fazendo? — perguntou quando Lilían começou a tirar roupas das gavetas, atrapalhando-se porque podia usar somente um braço.

       — Eu vou com mamãe. Ela me quer.

       — Mas...

       — Ela me quer — disse Lilían, decidida demais para ser convencida. — Se o bebê está doente, mamãe não vai voltar, então tenho de ir com ela.

    Harry apareceu na porta e Draco pôde ver, pela expressão dele, que ouvira a conversa. Ele o olhou rapidamente e Draco viu um pedido de ajuda nos olhos tristes.

       — Fadinha.

     A menina virou-se para o pai.

        — Você não pode me impedir.

        — Harry! — Era a voz de Gina chamando do corredor. — Estou pronta para ir. Preciso voltar para casa rapidamente.

        — Eu também vou, mamãe — anunciou Lilían.

        — O quê? — Gina entrou no quarto, franzindo o cenho. — O que você disse?

        — Eu estou pronta para ir com você.

        — Mas, querida, sobre o que você está falando? Não posso levá-la comigo.

        — Mas você disse...

        — Eu disse um dia, talvez. Mas seu irmãozinho está doente...

        — Mas isso significa que você vai precisar de mim. — A voz de Lilían aumentou para um tom de lamento.

        — Mas... mas... Sinto muito, mas você tem de entender. Eu simplesmente não posso...

       — Lilían — começou Harry.

      — Não — Draco o interrompeu, colocando uma das mãos sobre o braço dele e o afastando um pouco dali.— Não diga isso. Agora não é hora de autoridade. É hora de suplicar.

      — O que você quer dizer?

      — Não dê ordens à sua filha — disse Draco em tom baixo para que ninguém mais os ouvisse. — Apenas diga-lhe o quanto você precisa dela. Implore, se for necessário.

      — Mas você pode ver como ela está...

      — Não dê a Ginevra a chance de rejeitá-la novamente. Lilían não suportará. É sua melhor chance. Faça isso!

     Lilían estava olhando para a mãe com uma expressão apavorada. Harry aproximou-se e colocou-se entre mãe e filha, ajoelhando-se e pondo as mãos sobre os ombros de Lilían.

       — Fadinha — murmurou ele —, se você quiser ir, eu não vou impedi-la, mas,por favor, não vá. Pense em mim se você se for. O que eu faria sem você?Ela ficou em silêncio, incerteza estampada no pequeno rostinho.— Eu sei que você preferia ir com mamãe — disse Harry.  — Mas eu a amo também, mais do que você imagina. Não vai ficar comigo? Por favor.

   Lilían respirou fundo, e subitamente era como se um grande fardo tivesse saído de seus ombros. Endireitou o corpo, de repente, parecendo mais alta.

      — Eu não posso ir com você, afinal de contas, mamãe — declarou com dignidade infantil. — Papai precisa que eu fique e cuide dele.

        — Obrigado, minha querida — disse Harry emocionado.

    Gina fez sua parte naquele jogo.

       — Tenho certeza de que você está certa, querida. Deve ficar e ser gentil com papai. Sim, é isso que você deve fazer. Ela repetiu aquilo, evidentemente sentindo que era um mantra que deveria adotar.— Agora, preciso que alguém me leve para Roma.

         — O chofer vai levá-la — respondeu Harry friamente. — Eu prefiro ficar com minha filha.

        — Se você acha que um chofer é bom o bastante para mim, quando estou tão preocupada com o meu bebê — reclamou Gina.

       — É claro que um chofer não é bom o bastante — disse Astória de trás dela. Ela tinha entrado no quarto sem ser notada. — Eu ficaria feliz em levá-la. Sei como uma mãe se sente quando filho esta doente.

       — Oh, Tory, você é tão amável e compreensiva. — Gina sorriu-lhe.

     Draco os seguiu para o andar de baixo e para onde o carro tinha sido levado na frente da casa. Antes de entrar no veículo, Tory deu-lhe uma piscada. Draco meneou a cabeça em desaprovação, o que a fez piscar de novo.

    Antes de subir a escada novamente, Draco ligou para o apartamento de Ginevra em Roma. Sabia o número depois de ter visto Ginevra digitá-lo tantas vezes.

        — Sibila? Ginevra está a caminho.

     A babá deu um suspiro exasperado.

        — Não há necessidade. Eu o alimentei e ele está dormindo. Não há nada errado com o bebê.

        — Bem, ela está indo de qualquer forma — disse Draco.

    Depois, juntou-se aos outros para o jantar e não viu Harry novamente até o fim da noite. Então Harry foi procurá-lo, segurando-lhe as mãos nas suas e apertando-as com força.

     — Eu quero agradecê-lo de todo meu coração — murmurou emocionado. — Eu nunca teria pensado nisso. Como consegui sobreviver antes de você chegar? Você transformou tudo, Draco. Se apenas eu... Por alguma razão, ele pareceu incapaz de continuar.

        — Se apenas, o quê? — incentivou Draco.

        — Se apenas eu tivesse ouvido seu conselho antes. — Ele falou de modo desajeitado, informando-o que não era isso que ia dizer.

      — Sua atitude salvou Lilían da humilhação, pobrezinha — disse Draco com cumplicidade. — Dessa forma, foi ela quem tomou a decisão.

       — E isso importa?

      — Oh, sim.__disse Draco — Você não tem idéia do quanto importa.

     Harry liberou-lhe as mãos.

       — Serei grato a você por toda minha vida — confessou. — Eu apenas desejaria que soubesse como lhe dizer o que você fez por mim... o quanto isso significa.

   Draco esperou alguma coisa a mais. Porém, não veio. Harry se fechou em si novamente, e o que quer que tivesse vontade de dizer, manteve silêncio.


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