Nunca é tarde demais.- Drarry escrita por fox1


Capítulo 15
Um ombro amigo.


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando da história.



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Draco teve a súbita sensação de estar diante de uma encruzilhada, de receber a chance que tinha almejado anos atrás. A chance de ser o amigo que ele desesperadamente necessitava.Não era amor. Podia até mesmo colocar-se no caminho do amor. Mas era o que Harry esperava dele, e não poderia decepcioná-lo.— Conte-me — insistiu Draco. — O que começou a dar errado? Você estava tão feliz no princípio.

      — No começo, eu achei que tinha descoberto o paraíso — confessou ele. — Ela parecia a esposa perfeita. Linda, amável, sempre procurando maneiras de me agradar. Minha vaidade era tão grande que aceitei isso como natural.

      — E por que não deveria aceitar? — comentou Draco com indignação. Magoava-o vê-lo se colocar para baixo. — Se você ama alguém, realmente quer agradar a pessoa, porque quando ela está feliz, o faz feliz também. Não era assim com vocês dois?

      — Sim — disse ele. — Eu adorava encontrar maneiras de dar prazer a Gina. Por isso, nós fomos a Las Vegas em nossa lua-de-mel. Tudo que eu queria era um lugar tranquilo, onde pudesse estar sozinho com ela, mas Gina não gostava de lugares tranquilos. Queria excitação. Eu sempre soube que éramos diferentes nesse aspecto, mas achei que o amor nos ajudaria a superar isso.

      — Mas não ajudou?

      — Como poderia quando só havia amor de um lado? — questionou ele calmamente.

      — Mas ela o amou um dia — afirmou Draco.

      — Será? Mesmo hoje, eu gostaria de poder acreditar nisso. Suponho que ela me amava quando conseguia as coisas do seu jeito, mas comecei a me dar conta que era sempre eu quem tinha de ceder.

      — Entendo — murmurou Draco quando ele fez uma pausa.

      — Por um tempo, isso não me incomodou. Ela ficou grávida e eu estava radiante. Sim, eu queria um filho homem, não posso negar. E quando nasceu uma menina, fiquei desapontado... por aproximadamente cinco minutos. Então eu vi o lindo rostinho de Lilían e esqueci tudo sobre querer um filho. — Ele sorriu. — E quanto mais Lilían crescia, mais eu a amava, porque ela é tão parecida com minha mãe. Parece-se fisicamente, e tem a mesma mente inteligente e a mesma teimosia. — Harry riu agora. — Mamãe também só enxergava o mundo de seu próprio jeito, e você podia apontar defeitos, mas ela continuava teimando.

       — Mas Lilían é uma criança — Draco o relembrou. — Ela vai compreender com o tempo.

       — Você não diria isso se tivesse conhecido minha mãe.

      — Eu a conheci. Bem, encontrei-a brevemente.

      — Sim, ela gostou muito de você. Ficou furiosa quando eu o deixei ir. — Ele riu. — Se você tivesse ouvido do que ela me chamou.

      Draco riu também.

     — Coisas que você não tomou conhecimento, porque era tão teimoso quanto ela. A característica passou de sua mãe para Lilían, através de você.

      — Sim — admitiu ele. — E faz com que eu me pergunte se Lilían um dia vai voltar para mim. Há alguma coisa implacável sobre ela que me assusta.

       — Lilían era muito próxima de Ginevra? — perguntou Draco.

     — Ela queria ser. Desejava ser bonita como a mãe, e Gina teria adorado uma filha que se parecesse com uma fada, o que não acontece com Lilían.

      — Ela é melhor que isso — disse Draco rapidamente.

      — Lilían ficará muito bonita quando crescer.— É o que eu acho — murmurou ele com veemência. — Mas Gina não podia ver isso. Ela perdeu o interesse. A pobre criança estava sempre tentando chamar a atenção da mãe, sempre imaginando por que não conseguia obtê-la.

      — Parece-me agora que as fantasias de Lilían começaram há muito tempo — comentou Draco.

      — O que você quer dizer?

     — Nós todos contamos uns aos outros contos de fada para lidar com sofrimento e rejeição — disse ele. — Lilían inventou uma outra Ginevra, uma que tinha orgulho dela e queria estar a seu lado. Na presença da mãe, tinha de enfrentar a realidade, mas quando estava sozinha, podia acreditar na versão do conto de fadas. Agora que Ginevra partiu, essa visão assumiu o controle, mas, na verdade, começou há muito tempo.

      Harry considerou as palavras por um momento.

      — É claro que sim — concordou ele, olhando-o. — Por que eu não vi isso antes?

      — Você estava próximo demais. Além disso, tem de lidar com a própria dor.

       — A rejeição de Lilían. Sim — admitiu ele. — Mas o que eu posso fazer?

      — Seja paciente. Ela fará sua escolha na hora certa. Não há outra maneira.

      — Eu sei. — Harry suspirou. — Sei que você tem razão. É apenas que...

      — É apenas que você não é o homem mais paciente do mundo — complementou Draco com um sorriso amável.

      — Eu sei.

      Draco o serviu de mais vinho e ele o bebeu.

      — Então Ginevra não estava feliz — afirmou ele, a fim de encorajá-lo a continuar.

    — Não. Acho que ela logo descobriu que havia cometido um engano. Acredito que tenha sido culpa minha casar-me com tanta pressa. Eu deveria primeiro tê-la levado a palácio  Potter para mostrar-lhe que tipo de vida levaria lá.Ele suspirou.— Mas eu a queria tanto que simplesmente agarrei a oportunidade. Muito sofrimento poderia ter sido poupado para nós dois se eu não tivesse sido precipitado.

      — Ela não gostou da vida no Castelo? — perguntou Draco.

       Ele meneou a cabeça.

      — Não. Sentia-se entediada com a propriedade tranquila demais, entediada com a maternidade...Na verdade, entediada com tudo que me rodeava. Eu nunca vou me esquecer de uma conversa que tive com Gina, quando tentei explicar-lhe o que o Castelo Potter significava para mim. Ela nem ao menos prestou atenção, olhando-me de um jeito como se estivesse pedindo que eu me calasse.

        — Oh — foi tudo que Draco pôde murmurar, sabendo o quanto aquilo devia ter sido triste para ele.

      — Ela queria um apartamento grandioso em Roma, onde poderia frequentar eventos da alta sociedade — continuou ele. — Daquela vez, eu a contrariei. Nós tínhamos amigos e eu a levaria a Roma o máximo possível, mas não me mudaria para lá permanentemente.

       Harry fez uma pausa e deu um gole no vinho.

      — No momento que ela percebeu que eu falava sério, houve uma discussão amarga. Foi quando descobri a real opinião de Gina sobre mim. Um homem chato e de poucos horizontes, que não podia oferecer-lhe a vida excitante que ela queria. Ela fez as malas, mudou-se para o hotel mais caro de Roma e esperou que eu a seguisse. Quando eu não o fiz, ela retornou depois de seis semanas.

       — E então? — incentivou Draco.

     — Eu disse a mim mesmo que ela tinha voltado porque ainda me amava, mas creio que Gina apenas gostava do título, e ainda achava que podia me persuadir. Foi assim durante anos. Se ficava frustrada, mudava-se por uns tempos e fazia de tudo para me punir. Aprendi a não perguntar muito sobre o que ela fazia na cidade.

       — Você acha que ela foi infiel?

       — Eu tenho certeza que sim.

       — Você não poderia ter se divorciado então? Ou ainda a amava demais?

    — Não, o amor já tinha acabado há algum tempo, mas eu me apeguei à tradição que diz que não se deve desfazer um lar, independentemente de qualquer coisa. E lá estava Lilían. Eu tinha de pensar no que o divórcio significaria para ela. E agora que vejo o que significou para minha filha, ainda acho que eu estava certo.

       — O que aconteceu no final? — Draco quis saber.

      — Gina começou a frequentar uma academia de ginástica na cidade, alegando que precisava disso para cuidar da aparência física. O instrutor dela chamava-se Cedrico Diggori. Eu o vi apenas uma vez, parecia o vampiro do filme crepúsculo. — Harry fez uma pausa. — Subitamente ela estava grávida. Cheguei até a pensar que nós podíamos ter uma esperança, afinal, principalmente porque era um menino. Mas então, escutei-a falando ao telefone com Cedrico, e tudo se tornou muito claro. Eu a confrontei. Ela me xingou de nomes horríveis, fez as malas e partiu para sempre, levando o bebê, mas deixando Lilían.

      — Suponha que ela quisesse Lilían? — perguntou Draco. — Você a teria deixado ir?

      — Sim — replicou ele sem hesitar. — Eu esperaria recebê-la em todas as férias, afinal, ela é minha filha também. Mas eu permitiria que Lilían fizesse o que mais a deixasse feliz.

    Harry recostou-se e passou as mãos pelos cabelos, penteando-os um pouco. Draco  alcançou o telefone para chamar o serviço de quarto. E em poucos momentos, um garçom chegou para recolher os pratos e o que restara da comida.

    Quando a porta se fechou atrás dele, Harry moveu-se para o sofá grande e confortável, e sentou-se pesadamente, como se estivesse desmoronando. Draco aproximou-se, ocupou uma poltrona perto dele e serviu-lhe uma dose de uísque.

       — Você está tentando me embebedar? — perguntou ele com um sorriso.

       — Possivelmente. Acho que lhe fará bem extravasar e relaxar por uma vez. Eu não irei delatá-lo.

      Harry pegou o copo e bebeu tudo. Draco gostou de vê-lo mais relaxado, embora se o relaxamento devia-se ao uísque ou ao fato de se confidenciar com ele, não poderia dizer. Mas descobriu que não se importava. Era muito bom saber que o tinha feito se abrir e sentir que o ajudara a ter algum alívio, talvez até mesmo um pequeno contentamento.Então descobriu que Harry estava sorrindo-lhe, um sorriso estranho que parecia analisá-lo.

      — É claro — murmurou ele levemente —, que eu culpo você por tudo.

      — Eu? Como? — Draco franziu o cenho, sem entender.

      — Porque foi inteiramente por culpa sua que eu me casei com Gina.                                          

      — Você estava totalmente apaixonado por ela — Draco o relembrou.

     — Mas eu estava noivo de você — respondeu Harry.  Se você tivesse me impedido, nós teríamos nos casado e sido felizes para sempre. Em vez disso, você me libertou com uma pressa quase indecente, abandonando-me ao meu destino.

       — Oh, verdade? — zombou Draco, assumindo o humor irônico dele. — Então, eu deveria ter sido "seu babá", não acha?

       Harry suspirou.

       — Alguns homens precisam de babás para impedi-los de fazer papel de tolos. A triste verdade é que eu posso ser um deles.

       Os dois riram juntos.

     — Se eu o tivesse prendido ao noivado, você realmente teria se casado comigo? — perguntou Draco.— Teria deixado que eu o coagisse?

       — Você não teria me coagido — disse Harry calmamente. — Mas teria me relembrado onde minha honra se apóia.

      — Amor ou honra — murmurou Draco. — É uma competição desigual. De qualquer forma, onde a honra se apóia?

       — Esta é a última pergunta que eu esperava que você fizesse — replicou ele.

      — Você abandonou minha grande fortuna pela peque na fortuna de Ginevra porque realmente queria se casar por amor — apontou Draco. — Considero uma atitude honrada. E eu o admirei por isso. Para ser honesto, admirei-o mais por se casar com Ginevra do que por me pedir em casamento. E se tivesse me deixado forçá-lo a um casamento, eu teria perdido todo respeito por você.

      Harry ficou em silêncio. O que ele estava dizendo o surpreendia, e o encantava ao mesmo tempo.

      — Mas de verdade — continuou Draco -, eu não acho que seria capaz de prendê-lo ao nosso noivado, mesmo que você pense isso. Acredito que você teria seguido seu coração de qualquer maneira. Pelo menos, espero que sim.

       Harry o olhou por longos momentos.

       — Você fala sério?

      — É claro que sim — replicou Draco sem hesitar. — Você pôs seu amor em primeiro lugar, como um homem de verdade deve fazer. Nós não estávamos casados ainda, afinal de contas. Se estivéssemos casados e com filhos, então seria diferente.Você teria um dever para com eles. Mas não tinha nenhum para comigo.

      Ele emitiu um pequeno gemido.

      — Não sei como responder a isso. — Harry refletiu por um momento. — Eu nunca realmente soube, verdade!

    — Não, nem por um minuto. Mas, Harry, você está errado sobre vivermos felizes para sempre. Nós dois não teríamos sido felizes juntos. Você continuaria desejando Ginevra e ficaria ressentido comigo por tê-lo amarrado. Além disso, acha que não tenho orgulho? Quem quer um marido que o rejeita?

      — E talvez você tenha ficado secretamente feliz por se ver livre de mim — disse ele.

       Draco assentiu.

       — Talvez.

        De repente, Harry pareceu sem graça.

      — Draco, há uma coisa que eu quero lhe perguntar. Você pode dizer que não tenho direito, e está correto, mas é algo que está me intrigando... me perturbando.

     — Fale.

      A voz de Harry era tensa.

      — Por que você concordou em se casar comigo em primeiro lugar?

     Por um breve momento, Draco ficou tentado a contar-lhe a verdade. Depois de guardar o segredo por todos aqueles anos, sentia uma necessidade incrível de revelá-lo, e certamente poderia arriscar contar-lhe agora? Mas então pensou melhor. Harry tinha ido procurá-lo na Inglaterra para pedir ajuda, e ele estava prestes a colocar mais um fardo sobre ele. O conhecimento do amor dele seria um fardo se ele não pudesse retornar esse amor. Então apenas deu de ombros.

     — Quem sabe? — murmurou Draco. — Eu acreditava em expectativas familiares, assim como você. Supus que para mim era um casamento esplêndido, você era o melhor prêmio no mercado. Eu estava fascinado pela idéia.

      — Mas então logo percebeu quão pouco aquilo tudo implicava — concluiu Harry.  — Você tem razão, Draco, nosso casamento não teria dado certo. Você precisava de uma outra coisa, algo que o preenchesse e o satisfizesse mais do que eu jamais poderia fazer. E acabou construindo a vida que escolheu para si mesmo, a qual lhe era mais importante do que qualquer pessoa.

       Draco sorriu.

       — Agora você parece  Astória falando. Ela me acusava de amar minha "outra vida", como a chamava, mais do que ela.

       — E era verdade?

       __ Creio que sim. Pobre  Astória. Foi bom por um tempo, mas eu não era o homem certo para ela. A única coisa boa que eu fiz por Astória foi Scorpius.

      — Ele é um filho de que qualquer pai ou mãe teria orgulho — disse Harry com sinceridade. — Um garoto maravilhoso.

       — Sim, ele é — concordou ele, a voz tornando-se mais suave quando se lembrou de seu filho amado.

       — Ele se parece muito com a mãe? — perguntou Harry.

       — Em algumas coisas. Scorp herdou o cérebro e o jeito independente de mim, e o charme irresistível de Astória.

       — Então sua esposa era muito charmosa?

       — Ela é. Pode não ser mais minha esposa, mas será charmosa até o dia que morrer.

      O sorriso de Draco quando falou aquilo fez Harry observar:— Parece que você ainda gosta dela.

      — Eu gosto. E muito — confirmou ele. — Passei a gostar cada vez mais de Astória desde o divórcio. Ela é gentil, divertida e muito engraçada. Na verdade, é uma companhia perfeita, contanto que você não esteja casada com ela.

      — Por que vocês terminaram?

    — Bem, pouco depois que casamos, ela teve Scorpius. Com o passar dos meses eu comecei a reparar que apesar da minha bissexualidade eu tinha preferência por homens mais do que por mulheres em minha cama. Nesta época Astória já me traia com outros homens. Não a culpo, pois como ela dizia: mesmo estando comigo em quatro paredes sua mente esta longe. De comum acordo resolvemos que manteríamos o casamento, mais teríamos vidas separadas até nosso filho ter um pouco mais de idade. Ficamos mais quatro anos juntos. E neste período nos tornamos mais amigos, irmãos, do que um casal. O mais importante de tudo, é que ela é uma excelente mãe. Scorp a adora, e com razão.

       — Isso é realmente maravilhoso — comentou Harry.

       __ Astória queria ser uma estilista famosa e eu a ajudei a realizar este sonho.

       — E você sempre a apoiava financeiramente? —  Harry falou numa voz estranha, levemente tensa. — Imagino se isso teve alguma coisa a ver com... Não, não!Eu não disse isso. Por favor, ignore.

       Harry enterrou a cabeça nas mãos, envergonhado de si mesmo. Draco caiu na gargalhada.

     — Você quer dizer que ela pode ter se casado comigo por meu dinheiro? —perguntou Draco quando finalmente parou de rir. — Certamente as pessoas não fazem isso hoje em dia?

     — Por favor, Draco! — A voz de Harry era abafada porque a cabeça ainda estava escondida entre as mãos. — Você precisa me jogar isso na cara?

      — Jogar o quê? Ah, aquilo? — Draco bateu na cabeça como se tivesse acabado de lembrar de algo. — Quer dizer, porque você ia se casar comigo por dinheiro?

       Harry cerrou os dentes.

       — Se você escolhe colocar dessa maneira.

       — Oh, não seja tão tolinho! — brincou Draco, sorrindo. — Aquilo foi completamente diferente.

       — Certo, pode rir de mim, mas foi diferente. Eu realmente gostava muito de você. Teria sido impossível de outro jeito.

     — Eu sei, eu sei — disse Draco amavelmente. — Desculpe-me, Harry, eu não pretendi zombar de você. Bem, talvez eu tenha pretendido, mas apenas para alegrá-lo.Você precisa admitir que isso tem um lado engraçado.

       — O quê? Eu, acusando sua esposa de intenções mercenárias, você quer dizer?

       — Não somente isso. Toda a conversa. Harry , não era para acabar assim.Não era o que eu...

       — Não era o que você... — perguntou ele. — Draco...

       — Está tudo bem — disse Draco rapidamente. — Eu quis dizer que não era o que eu pensei que fosse acontecer.

       — Suponho que o que esperamos nunca acontece. Talvez não haja razões para se fazer planos, afinal de contas.

     — Você não pode passar a vida sem fazer planos — respondeu Draco, sabiamente.— Apenas precisamos ser flexíveis sobre os planos.

      Harry passou uma das mãos sobre os olhos.

     — Talvez eu não devesse ter bebido tanto uísque. É hora de eu ir para meu próprio quarto. Antes que eu me vá, o que você está planejando fazer depois disso?

      — Bem...

     — Pergunto porque fui convidado para um casamento em alguns dias.

      — Que casamento? — perguntou Draco com uma súbita desconfiança.

      — De Lady Padma com lorde Edward. Será na mansão de Lupin. Imagino que você irá também.

       — Bem, ele é meu primo em segundo grau. — Draco sorriu. — Suponho que Scorp falou demais novamente.

       — Scorpius foi de grande ajuda — disse Harry com cautela.  — Soube mais coisas que o nome de seu hotel.

     Draco o olhou, dizendo a si mesmo que aquele era o momento para pensar com clareza. Mas era difícil pensar, confrontado pela descoberta que ele tinha arranjado tudo para estar a seu lado. Na verdade, era impossível fazer qualquer coisa, exceto se sentir feliz.Preciso conversar com Scorp, pensou. E agradecê-lo.

      — Então, parece que nós dois vamos — disse ele. — Imagine isso! Eu tinha planejado ir amanhã e passar a noite na mansão, antes do casamento. Estou começando a achar que você fez os mesmos planos, então por que não vamos juntos?

     Draco evitou olhar para Harry enquanto falava isso. Agora, não recebendo resposta, virou-se de volta para ele e descobriu a razão do silêncio.Harry estava deitado no sofá, a cabeça descansando contra as almofadas, os olhos fechados.

       — Ei — sussurrou Draco.

       Harry não respondeu e e Draco percebeu que estava profundamente adormecido. O sono,com certeza, chegara de repente e Harry não tivera escolha senão render-se. Seria crueldade acordá-lo.Movendo-se com cuidado, a fim de não perturbá-lo, Draco levantou-lhe os pés até que ele estivesse totalmente esticado, depois, pegou um cobertor do quarto e o cobriu.

    Parou um momento para estudar-lhe o rosto, relaxado no sono, embora ainda com alguma sombra de tensão. Com a guarda abaixada, pelo menos Harry parecia diferente, mais como o jovem de que ele se lembrava.

     Estaria apenas imaginando que ele parecia aliviado de um fardo pesado, após muitos anos carregando-o?Apagou a luz do abajur próxima à cabeça de Harry e deu-lhe um beijo terno na testa.

     — Boa noite — sussurrou. — Tenha bons sonhos.


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