Touches You escrita por lamericana
Diagon Alley, 09:25 AM, 16/01/2015
Astrid andava de um lado pro outro na frente da porta dupla. Ela sabia que o futuro dela dependia muito daquela reunião entre os duendes. Já não tinha dormido direito na noite anterior só de ansiedade e nervosismo. Tinha medo dos duendes se virarem para ela e dissessem “você foi boa, mas Paula Cartman é mais rápida, fala mais línguas e nos custa bem menos que você”.
Assim que as portas abriram, Griphook foi o primeiro a sair, com um pedaço de pergaminho na mão. Ele a procurou com os olhos e a entregou o pergaminho.
“Cara agente Thompson, obrigado pelo serviço prestado. Queremos informa-la que a queremos como caça-recompensa permanente voltada para os países da Alemanha e Áustria.”
— Hã, Griphook? — Astrid chamou, um pouco em dúvida
— Sim?
— Quem vai ficar com o restante do Leste Europeu?
— Dawson.
— E Cartman?
— Ela tem outros países para cuidar. Agora vá para casa. Acredito que amanhã teremos alguma coisa para você.
— E eu queria avisar que não peguei o sobrenome do meu marido.
— Isso não me importa. — o duende rebateu com um aceno de mão desinteressado enquanto se afastava
Aproveitou a dispensa e foi até a casa dos pais ver o irmão que tinha nascido dois dias antes. Foi do jeito Muggle até a casa antiga e, no caminho, comprou um lanche pros pais, que deveriam estar um caco com toda a correria por conta do bebê.
Quando tocou a campainha da casa dos pais, Astrid se sentiu estranhamente nervosa, mas deixou de lado enquanto seu pai abria a porta.
— Vim em paz, trouxe comida e novidades. — ela disse levantando a sacola com o lanche
— Deus lhe abençoe, filha. Entre. Sua mãe está no banho, então estou com seu irmão.
Astrid colocou a sacola na mesa e sentou no sofá sem cerimônia.
— Estou em definitivo como caça-recompensa do Gringotts. Fiquei com a Alemanha e Áustria. Talvez eu tenha alguma coisa pra fazer já amanhã.
— Isso é ótimo, filha. Parabéns. Se o seu irmão estivesse um pouquinho mais velho e já dormisse a noite inteira, eu ia sugerir um jantar aqui, mas por enquanto, não temos condições.
— Eu entendo. E também não é como se eu tivesse passado os últimos anos desempregada e tal.
— Mas você deveria comemorar e contar às suas avós.
— Oma Henderson e Oma Hoff? Ok. Mamãe ainda está no banho?
— Acho que sim. Ela praticamente não se desgrudou do Franz, então acho que ela realmente está no banho. Vai ficar pro almoço?
— Vou. Mas depois tenho que voltar pra casa. Já tinha combinado com Miko que ia sair pra jantar com ele hoje.
Londres, 12:30PM, 16/01/2015
Leslie e Max caminhavam perto da faculdade que ela estudava. Os dois conversavam sobre as perspectivas imediatas que tinham.
— Basicamente é isso. Leslie macho quer me contratar, mas tenho que terminar esse bendito desse curso pra conseguir o emprego.
— Isso é bom, não é? Você já tem emprego praticamente garantido pra quando terminar.
— É excelente. Vou ter um dinheiro meu oficialmente.
— E parece que vão abrir seleção pro St. Mungus perto da minha formatura.
Os dois vão se aproximando do campus e do prédio que Leslie estuda. Quando estão passando por um dos jardins, o casal estava tão entretido na conversa que Leslie esbarrou numa pessoa quase a derrubando.
— Ai meu Deus, desculpa. Eu te machuquei? — Leslie questionou antes de perceber quem era — Simone?
A outra jovem tentava se ajeitar quando ouviu o próprio nome.
— Leslie? Garota, você não sabe o quanto eu senti a sua falta. — as duas se abraçaram — Meu Deus, você não mudou quase nada. Mas a falta do uniforme do internato está te fazendo bem, porque você tá com uma cara boa. E essa roupa dá de mil a zero no uniforme horroroso.
— Você também parece ótima. O que você tá fazendo aqui?
— Eu vim terminar a minha transferência. Vou estudar aqui. E você?
— Eu estudo aqui. Tô terminando, na verdade. Por sinal, Simone, esse é o Max, meu namorado. Max, essa é Simone, ela estudou comigo e com a Astrid em Manchester.
Os dois se cumprimentaram.
— Onde vocês se conheceram? — Simone questionou
— Meu irmão casou com a irmã dela. Mas a gente se conheceu na King’s Cross, quando eu tava indo pra escola e ela tava voltando pra Manchester. Pelo menos eu acho que ela tava indo pra Manchester — Max respondeu
— É, eu tava voltando pra Manchester, mas foi quando eu saí do internato.
— Que horas começa a sua aula?
— Umas 14h.
— Dá tempo pra um café?
Leslie olhou pro namorado.
— O que você acha?
— Vamos lá. O St. Mungus vai demorar ainda pra precisar de mim.
Os três seguiram para um café próximo e as duas moças colocaram o assunto em dia.
— Então deixa eu ver se eu entendi. — Simone pediu — A louca da Astrid casou com o seu irmão gêmeo?
— Foi. Tem um tempo, já. Acho que tem uns seis meses. — Max respondeu
— Certo. E ela tá trabalhando num banco? Ou entendi errado?
— Definitivamente, você não entendeu errado. Ela tá trabalhando num banco. — Leslie riu — Inclusive, ela tá se dando muito bem, por incrível que pareça. Hoje mesmo ela mandou mensagem pra dizer que foi efetivada.
— Isso é ótimo. Mas vamos mudar o assunto pra você. Chega de Astrid. Você saiu do internato e...
— Fui estudar numa escola normal em Manchester. Mas só passei um ano, porque acabei me mudando pra Londres. Meus pais reataram.
— Reataram pra valer ou vão brigar de novo?
— Assim, minha mãe acabou de dar à luz um filho do meu pai. Então acho que isso diz muita coisa.
— Sério?! Seu irmão deve ser uma gracinha. Porque tanto você quanto a Astrid são lindas
— Quem é você e o que você fez com a minha amiga? — Leslie fingiu ultraje
— Ah, Les, não vamos fingir que eu nunca tenha feito um elogio na minha vida. — Simone revirou os olhos
— Sim, mas nunca chamou outra mulher de “linda”. A Simone que eu conheço classificava alguém como “bonitinha”, no máximo.
Simone levantou as mãos em sinal de rendição.
— Ok, ok. Mas eu só falei uma verdade. Não vou fingir que não lembro que você estava incrível no aniversário de 16 anos de Mia Hamilton.
— Ai, meu Deus, aquela festa. O aniversário de Mia Hamilton parecia um casamento.
— Mas você sabe que ela tava grávida, né?
Leslie engasgou com o café.
— Mia Hamilton, a senhorita perfeição, grávida? — perguntou incrédula assim que recuperou o fôlego
— Juro, por tudo o que há de mais sagrado. Diane Johnson, da nossa turma e que morava perto dela, disse que viu Mia empurrando um carrinho de bebê lá pelo fim das férias. Por isso que ela não voltou depois do aniversário majestoso dela.
— Eu to em choque.
— Em choque vai ficar seu namorado vai ficar com a sua foto no dia da festa.
— Você tem a foto aí? Eu não tô acreditando.
— Claro. Ninguém acredita em mim quando eu digo que tenho uma amiga alemã legítima que não é loira nem tem olhos azuis. Eu não vou provar com uma foto sua no uniforme do internato. Então fique satisfeita que é essa.
Simone pegou o celular e procurou a foto. Assim que encontrou, mostrou pra amiga antes de mostrar a Max.
— Nem no casamento da Astrid e do Mike você tava assim. — Max ressaltou
— Claro. Era o casamento da minha irmã. A atração principal tem que ser ela, não eu. No máximo, as mães dos noivos. Por falar nisso, nunca me lembro de comentar, mas a tua mãe tava fantástica no casamento.
— Vou repassar o elogio pra ela. Mas a resposta vai ser alguma coisa como “é o charme das mulheres da família Saab”.
Simone olhou em dúvida para Max, como se fosse fazer uma pergunta.
— Minha mãe é saudita. — ele disse
— Mas... Você não é meio russo? Eu não to entendendo mais nada. — Simone lamentou, se sentindo confusa
— Vou tentar explicar. Meu pai é filho de um inglês e de uma russa. Assim como meu tio, meu pai nasceu e cresceu em Moscou, mas vieram para Londres quando minha tia avó pegou varicela. Até aí deu para entender?
— Deu. Seu pai é o russo com sobrenome inglês da história.
— Isso. Minha mãe e meus tios, Aziz e Khadija, realmente nasceram e cresceram na Arábia Saudita, mas, quando minha mãe tinha uns dez anos, o pai dela foi transferido para Londres e trouxe a família com ele. Meus pais estudaram na mesma escola aqui em Londres e meu pai ajudou a minha mãe a ficar aqui quando o pai dela, no caso, o meu avô, foi demitido.
— Acho que consegui entender. E você faz o que?
— To terminando enfermagem, na verdade.
— Enfermagem? Você não tem cara de enfermeiro.
— Meus avós paternos são enfermeiros. É meio que uma coisa de família.
— Entendo. Mas quero saber mais de você, dona Leslie. Design. Além disso e de estar namorando, o que mais você andou aprontando?
— Quem sempre aprontou foi a Astrid, não eu. Você parece esquecer isso.
— Ela sempre foi a mente criminosa, você executava os crimes. Bora, desembucha.
— Ela deu um pé na bunda num garoto que facilmente estaria num catálogo de moda caro. — Max se apressou em contar
— Quer falar da tatuagem também, não? — Leslie cortou
— Qual o problema de falar daquele garoto?
— Porque ele estuda aqui. Inclusive, na minha turma. Pra alguém ouvir e fazer a associação é um segundo.
— Não tá mais aqui quem falou.
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