Touches You escrita por lamericana


Capítulo 37
Capítulo 36




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807415/chapter/37

Godric’s Hallow, 03:25PM, 19/12/2014

Sarah via as filhas andarem de um lado a outro da sala arrumando a decoração de Natal enquanto Klaus estava do lado de fora tentando instalar luzinhas na fachada da casa.

— Vocês têm certeza de que não querem que eu ajude em nada? — ela ofereceu

— Não, mãe. Fique aí, quietinha. — Astrid respondeu

— Mas vocês não me deixam fazer nada há uns dois meses. Quando eu estava grávida das duas, eu montei a decoração de Natal inteira.

— Você não estava a ponto de parir nem tinha uma gravidez de risco, dona Sarah. Mas, já que você insiste... — Astrid olhou para a irmã como quem estava colocando em prática um plano maligno — A gente vai te levar pra fazer compras. — Sarah abriu um sorriso — Mas tem uma condição.

— Que condição é essa?

Leslie checou se o pai não teria como ouvir a conversa das três antes de falar.

— Você vem com a gente de forma mágica, mas não vai contar pro papai onde, exatamente, a gente vai. Porque se você contar, vai estragar o presente dele, já que vai ficar fácil pra ele saber o que é. E o Miko vai com a gente.

— Vocês são umas pestinhas, né? Mas ok. Prometo.

— A gente sai assim que eu e a Asta terminarmos a árvore, viu? Então vai se arrumar, Sarah.

Sarah foi para o quarto e começou a se arrumar. Na sala, Astrid e Leslie terminavam de arrumar a árvore quando Klaus entrou.

— Cadê a mãe de vocês? — ele perguntou

— Tá no quarto, se arrumando. A gente vai levar ela pra fazer as compras de Natal. — Astrid respondeu, simples

— Vocês não vão aprontar com a mãe de vocês não, né?

— Pai, por favor, né? A gente só vai fazer compras. E nem queremos demorar muito, por conta do bebê. Qualquer coisa, a Leslie te avisa diretamente, ok?

— Acho bom, viu?

— E você, seu Klaus, trate de arranjar um presente pra ela que não seja coisa de criança. — Leslie pontuou

— Vocês duas sabem que existem grandes chances de que o nosso Natal seja na maternidade, né?

— Sabemos muito bem. Sabemos, inclusive, que Franz pode nascer no meio das compras de Natal. Mas vamos ficar de olho, ok? Relaxa, pai. Nosso irmãozinho vai nascer no tempo certo.

— Tô de olho em vocês duas. E cuidado com a mãe de vocês.

— Pelo amor de Merlin, pai. Eu e Les nascemos antes do tempo porque somos duas. E tivemos que nascer de uma vez.

— O Franz tá bem direitinho. A mamãe não tá inchada. Se tivesse, a gente teria com o que se preocupar. — Leslie completou

Klaus cruzou os braços e olhou para a jovem.

— Como você sabe disso, dona Leslie? Pelo que a sua mãe sempre contou, quem era boa em biologia era a sua irmã.

— Max me explicou. Faz parte do treinamento dele pra ser medibruxo. Ele tem que saber tanto das coisas bruxas quanto das coisas “normais” — ela desenhou as aspas no ar — E, óbvio, eu me preocupo com a mamãe e conversei com ele.

— Astrid? Quero sua ajuda aqui, rapidinho — Sarah pediu do quarto

— Pai, para de interrogatório e relaxa. É quase Natal e tá tudo sob controle. — Astrid tentou encerrar o assunto indo de encontro à mãe.

No quarto, Sarah tentava fechar o zíper do vestido, sem muito sucesso.

— Queria uma mãozinha aqui. — ela sorriu amarelo quando viu a filha

Astrid fechou o vestido e deu uma olhada na mãe.

— Gostei desse vestido em você, mãe. Tá bonito.

— Eu chamei a Astrid, não a Leslie. — Sarah zombou

— Desculpa se eu quero fazer um elogio à minha mãe. Já tá pronta?

— To. Pode avisar à sua irmã.

— Ah, o papai tá tendo um surto sobre “o seu irmão pode nascer a qualquer instante, então cuidem da sua mãe”. Então assim, eu acho melhor você falar com ele pra ver se ele se acalma.

Mãe e filha foram para a sala, onde Klaus ainda estava nervoso com a saída da mulher e das duas filhas.

— Klaus. — Sarah segurou o rosto do marido para chamar sua atenção — Es wird alles in Ordnung sein. Seien Sie versichert, weil alles, was passiert, ich lasse Sie es wissen. — ela deu um sorriso e puxou a mão dele para a barriga — Glaubst du wirklich, dass, wenn ich etwas falsch war, Franz so sein würde? (Tradução: Vai dar tudo certo. Fique tranquilo, porque qualquer coisa que acontecer, eu mesma vou te avisar. Você acha mesmo que, se tivesse alguma coisa errada, Franz estaria assim?)

— Okay, okay. Aber seien Sie vorsichtig. Dies gilt für drei. — ele cedeu (Tradução: Ok, ok. Mas tomem cuidado. Isso vale para as três.)

— Eine darüberhinausgehende Anforderung, Papa? — Astrid questionou já abrindo a porta (Mais alguma exigência, pai?)

— Genießen Sie genug. Das ist es. (Aproveitem bastante. Só isso.)

As três saíram da casa, seguindo para a de Astrid.

— Miko! To pronta aqui. Vamos! — a jovem chamou da porta

— Já vai!

Miko sai de casa com uma mochila pendurada no ombro.

— Você sabe que a gente só vai até a Diagon Alley e volta, né? — Astrid questionou

— Mas minha mãe quer que eu deixe umas coisas do Max na casa dela. E eu tenho os presentes dos meus pais e meu irmão pra comprar, né?

Astrid levantou as mãos em sinal de rendição. Os quatro se ajeitaram para aparatar até o centro de compras bruxo. Passaram um bom tempo andando e fazendo as compras de Natal. Sarah parecia encantada com tudo o que via, assim como Leslie, fazendo Astrid revirar os olhos algumas vezes. Quando os quatro viram que já tinham cumprido a lista, pararam para tomar um café.

Já estavam sentados quando Astrid olhou pro marido e percebeu uma coisa estranha. Ela mexeu no cabelo dele e viu um filete de sangue saindo da orelha.

— Miko, você bateu a orelha em algum lugar? — ela perguntou preocupada

— Não. Qual o problema?

Ela pegou um guardanapo, encostou na orelha dele e mostrou o sangue.

— Droga. — ele reclamou

— Mãe, Les, vou deixar o dinheiro com vocês e vou levar o Miko no St. Mungus. No caminho eu falo com o papai. Vou pedir pra ele vir ajudar vocês com as compras.

Astrid tirou o dinheiro da carteira e deixou com a irmã antes de aparatar com o marido no hospital.

— Se você soubesse o quanto eu detesto esse cheiro desse hospital, a gente teria ido em outro. — Miko reclamou

— Deixe de ser chato. — a jovem se encaminhou para a recepção — Oi, boa tarde. Meu marido tá sangrando pelo ouvido.

— Qual a espécie dele? — a atendente, que não devia ser mais velha que Astrid, perguntou

— Desculpa?

— É que só atendemos humanos.

— Meu marido é um homem de quase 20 anos de idade, bruxo e puro-sangue. Satisfeita? — Astrid sibilou

— Ok. Vou encaminha-lo para dr. Thompson. Só preciso que você preencha essa ficha. — a moça passou o papel e a pena a Astrid

A jovem preencheu todo o formulário e devolveu à recepcionista.

— Sala 4. A senhora entra nesse corredor e é a segunda porta à esquerda.

Astrid puxou Miko até o consultório somente para encontrar Max.

— O que houve? — Max perguntou preocupado

— Não é nada de tão sério. — Miko respondeu — Só sangrando um pouco pelo ouvido. — Max começou a olhar o ouvido do irmão — Ela é que exagerou um pouco em me arrastar até aqui.

— Exagerou nada, seu idiota. Tá uma infecção horrorosa no seu ouvido.

Astrid saiu rapidamente, tirou o celular do bolso e discou o número do pai.

— Pai? — ela disse depois do terceiro toque

— Aconteceu alguma coisa com a sua mãe? — Klaus perguntou preocupado

— Não, não. A mamãe tá bem. É que tive que vir com Miko no St. Mungus porque ele começou a sangrar pelo ouvido. Eu queria te pedir para ajudar a Les e a mamãe lá na Diagon Alley.

— Mas é alguma coisa séria com ele?

— Não. É só uma infecção. Acho que tem a ver com a viagem da gente a Moscou semana passada. Porque lá tava frio e acho que ele não secou o cabelo direito em algum momento e acabou entrando água e infeccionou, sei lá. Vou sair daqui direto com Miko pra casa da mãe dele.

— Tudo bem. Qualquer coisa, liga.

— Tá certo. O mesmo vale pra você.

— Por sinal, você e Miko vão jantar com a mãe dele?

— Acho que sim, pela hora. Mas fique tranquilo. Volto pra Godric’s Hallow ainda hoje.

Astrid desligou o telefone assim que percebeu que todo mundo olhava estranho para ela quando passavam pelo corredor. Esperou um pouco e Miko saiu do consultório.

— Michael, não conte pra mamãe com os detalhes, ok? Só diz que machucou a orelha, ou então ela vai te mandar ficar em Londres com ela. — Max avisou

— Como se eu também não conhecesse a mamãe. Obrigado.

— E Astrid, fica de olho nesse menino. Não deixa ele sair nesse frio com cabelo molhado.

— Pode deixar. Vou ficar de olho. Vamos? — Astrid falou

Miko se despediu do irmão e foi com a esposa até a casa da mãe. Assim que chegou no gramado do quintal da casa, sentiu o cheiro do jantar que estava sendo preparado. Quando abriu a porta, foi abraçado pela mãe.

— Senti a sua falta, filho. — Samira disse enquanto apertava o abraço

— Também senti a sua falta, mãe. Mas solta um pouco, por favor.

Samira soltou o filho e logo percebeu o chumaço de algodão na orelha que estava coberto pelo cabelo do rapaz.

— Michael, o que é isso na sua orelha? — ela questionou

— Nada. Ele só foi besta e bateu com a orelha. A gente botou um algodão só pra não ficar sangrando na roupa. — Astrid respondeu

— Tirando essa besteira, vocês estão bem? Tem tempo que eu não vejo nenhum dos dois.

— Eu to bem. Nada de mais, pra falar a verdade.

— Mas vocês não me contaram sobre a viagem de vocês a Moscou. Por sinal — Samira apontou pro filho — seu pai ficou chateado que você não falou com ele antes sobre a viagem.

— Oi? — Ivan entrou na cozinha — Michael, Astrid, tudo bom?

— Tudo, pai. Eu trouxe os presentes da viagem e as coisas do Max.

— Falando nessa viagem, ainda não engoli o fato de você só me contar dias antes de embarcar.

— Pai, eu só fiquei sabendo de última hora que eu poderia ir.

O jovem apoiou a mochila na mesa da cozinha e tirou o presente do pai.

— Lembrei que você contava que você e tio Illya viviam roubando o da vovó Zlata para encher de refrigerante batizado. — Miko explicou — Agora não precisa ser mais o da vovó.

— Não pego no cantil há bem uns trinta anos, mas obrigado. E vai contando como foi a viagem.

Miko e Astrid começaram a contar como foi a semana que passaram em Moscou enquanto Samira terminava de fazer o jantar. Quando finalmente se sentaram à mesa, Samira pareceu se lembrar.

— Como está a sua mãe, Astrid?

— Ela tá bem. Ansiosa, mas bem.

— Seus pais já decidiram o nome?

— Já. Franz.

— E qual a previsão dele nascer?

— A qualquer momento, pra falar a verdade. Mas já tá tudo pronto.

Londres, 9:30AM, 14/01/2015

Sarah estava deitada na cama lendo um livro como vinha fazendo nos últimos dias, principalmente depois que o médico mandou ela ficar em repouso absoluto, já que o dia esperado para o parto já tinha chegado e passado e o bebê ainda não tinha nascido. Klaus tinha pedido uma licença no Ministério para trabalhar de casa como uma medida de segurança, então ela não se sentia completamente só em casa.

De repente, ela sente um chute forte do filho, que não parava de se mexer. Sarah botou o livro de lado e começou a alisar a barriga.

— Filho, vamos com calma. Mamãe está louca pra te conhecer, ver seu rostinho... Mas não vai rolar você continuar com esses chutes doloridos na barriga da mamãe.

Quando ela se ajeitou na cama, sentiu o colchão molhado e logo juntou os pontos.

— Klaus! — ela chamou pelo marido, que chegou correndo no quarto — A bolsa estourou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Touches You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.