Godric’s Hallow, 08:20AM, 12/05/2014

Lily andava nervosa de um lado a outro do quarto que foi transformado em salão de beleza. Já estava com o tradicional vestido branco e com tudo o que tinha planejado: maquiagem, arranjo de cabeça e penteado. Mas se sentia extremamente nervosa e insegura.

— Astrid, porque eu que tive que ir primeiro? Porque eu fui escolher assim? — a ruiva suplicou

— Porque você é muito ansiosa. Mas vamos lá. Você está absoluta e absurdamente linda. O James está do lado de fora esperando só para que você desça as escadas e vá se encontrar com ele. Prometo que vou estar com você lá no altar, só que você precisa se acalmar primeiro.

— Vai dar tudo certo, não vai?

— Vai, Lily. Quer que eu chame a sua mãe?

— Não! Não precisa. Se você chamar ela, ela vai querer cancelar tudo. Diga que já estou descendo. — a ruiva respirou fundo

— Tem certeza, não é? Ainda podemos cancelar isso tudo.

— Só cancelo esse casamento se você cancelar o seu.

— Não tá mais aqui quem falou — Astrid levantou os braços em sinal de rendição — Agora ajeita esse vestido, abre o melhor sorriso que você tiver, tenta não chorar e vamos.

As duas amigas se ajudaram na hora de descer as escadas. Na porta da casa dos Hoff, o pai de Lily esperava pela filha com um sorriso enorme estampado no rosto.

— Pronta, filha?

— Nasci pronta. — Lily abriu um sorriso

Astrid abriu uma fresta da porta, por onde passou, e fez um sinal de ok para a banda. Assim que os primeiros acordes da música começaram a tocar, Astrid correu para a sua posição no altar montado na praça do vilarejo bruxo e Lily começou a caminhar com o pai.

A mãe da jovem estava posicionada no altar e já começava a derrubar as primeiras lágrimas. Como que por um milagre, Petunia estava na primeira fileira, acompanhada de Vernon. Seus humores não pareciam dos melhores, mas ela observava a irmã passar pelo corredor criado pelas cadeiras. Quem a conhecesse há muito tempo, saberia que, por trás da máscara de irritação, ela estava feliz por estar ali. James estava radiante. Nunca pareceu estar tão feliz. Ao seu lado, Sirius se segurava para não cutucar o melhor amigo e contar alguma piada, já que, mesmo com toda a felicidade, o Potter estava tenso.

Assim que Lily chegou no altar e entregou o buquê a Astrid, o sorriso de James parecia ter aumentado. Ele segurou a mão da namorada e deu um leve aperto.

— Até o final? — ele provocou

— Até o final. — ela respondeu

Londres, 02:30PM, 12/05/2014

Miko olhava nervoso pro relógio na parede. Depois de muita insistência da família, acabou fazendo de acordo com o que dizia a tradição Thompson: os tios paternos do noivo seriam os padrinhos. E lá estava seu único tio por parte de pai, encostado numa parede. Illya olhava seriamente para o jovem que não parava de andar em círculos pela sala.

— Michael, se aquiete, por favor. — pediu Illya, tentando não gritar, mas já demonstrando irritação

O jovem olhou irônico pro tio.

— É sério isso? Eu to indo me casar, tio! Você mesmo estava quase morrendo no seu. — o garoto retrucou nervoso

— Vamos ser racionais aqui. Você está indo se casar, não morrer. No momento que você entender isso, essa situação vai ser bem mais simples.

— Illya, não bote besteiras na cabeça do menino — Ivan brincou enquanto entrava na sala — Ele já tem demais.

— Pai, não tenta brincar agora, por favor. — Miko pediu, quase que desesperado, esfregando as duas mãos no rosto

— Michael, você não está indo pro abatedouro.

— Eu já disse isso a ele, mas seu filho parece que não entende, Van — apontou Illya

— Mas e se a Astrid desistir? Como eu fico? Porque o James e a Lily já tão juntos valendo, com documentação certinha e todo o resto. Não quero ficar pra trás. Não quero ter que pedir desculpas a todo mundo pela desistência dela.

— Me poupe, meu filho. Tanto eu quanto seu tio já estivemos no seu lugar e podemos te dar a certeza de que ela não vai desistir, ok? Agora, se acalme. Sente e respire fundo. É o seu casamento e a Astrid deve estar quase chegando.

— Mas ela pode desistir. Ver que essa história de casamento é meio maluca, sei lá, e desistir. — o jovem insistiu, cada vez afundando mais nas próprias inseguranças

Seu tio respirou fundo, demonstrando impaciência, e o agarrou pelos ombros.

— Você vai desistir?

— Não, mas...

— Só responda o que eu perguntar. — Miko engoliu em seco ao ouvir o tom de voz de Illya e concordou com a cabeça — Em algum momento ela demonstrou achar essa ideia de casar absurda ou maluca de alguma forma?

— Não.

— Você fez alguma merda muito grande sem que ela saiba e que pode ter descoberto agora?

— A última cagada que eu fiz foi sem querer pisar num sapo. Ela tava comigo. — Illya arqueou a sobrancelha — Ok, sem merdas feitas.

— Então respire. Acalme-se. Ela vai aparecer.

O jovem respirou fundo, tentando seguir o conselho do pai e do tio.

— Tia Cynthia vem avisar quando a Asta chegar, né? — ele perguntou pro tio

— Já disse um milhão de vezes que sim. Foi isso o que foi combinado.

— Ok. Eu não vou fazer nenhuma merda, nem falar o que não deveria.

— Michael Dawud Thompson, sente-se. Por favor. — Ivan mandou

No instante que o garoto se sentou, o trio ouviu uma batida na porta.

— A Astrid chegou. — anunciou Cynthia com um sorriso — E Mike, ela está mais bonita que o normal. Você vai gostar do que você vai ver.

Isso foi o suficiente para que o rapaz abrisse um sorriso enorme, num misto de alívio e felicidade. Levantou da cadeira, ajeitou o terno e a gravata, olhando para o pai e o tio e foi para a porta da igreja, onde a sua mãe já esperava.

— Nervoso? — Samira perguntou aos sussurros

— Quase tropeçando nos meus próprios pés de tanto nervosismo. Mas vai valer a pena.

— Esse é o espírito. Vamos lá?

Miko seguiu o caminho até o fim da igreja de braço dado com a própria mãe. Quando chegou no altar e pode finalmente ver como Astrid estava, abriu um enorme sorriso. Deu uma olhada rápida para o outro lado do altar, onde Sarah estava de pé e começava a derrubar as primeiras lágrimas.

Como Cynthia tinha dito, Astrid estava linda. Tinha escolhido um vestido que fugia um pouco do que a amiga tinha usado mais cedo. O seu também era branco, mas ao invés de usar o véu como Lily tinha feito, trançou o cabelo com fitas brancas. Na mão, o buquê era de knapweed. Assim que Klaus deu a mão da filha pro genro, se posicionou ao lado da esposa.

— Pensava que você estava casando. — Miko brincou com a noiva aos sussurros

— E eu pensava que você ia demorar pra entender a referência com meu país de origem. — Astrid devolveu com um sorriso

A cerimônia se iniciou e muitas lágrimas foram derrubadas, principalmente das mulheres presentes. Ao final, quando as fotos de família começaram a ser tiradas, Astrid teve a ideia de jogar o buquê para trás.

— Quem pegar, vai ter que me chamar pra ser madrinha! — ela brincou antes de arremessar as flores para trás

Karo acabou sendo a pessoa a pegar. Quando Astrid viu a amiga, abriu um sorriso enorme. Segurou a barra do vestido e saiu correndo pra abraçar a amiga.

— Sie kamen! Ich dachte, es würde nicht aus dem Krankenhaus jemals veröffentlicht werden! (Tradução: Você veio! Pensei que não seria liberada do hospital nunca!)

— Und ich wäre dumm, die Chance zu verpassen England und den berühmten Miko zu treffen? (Tradução: E eu ia ser idiota de perder a oportunidade de conhecer a Inglaterra e o famoso Miko?)

— Miko, vem conhecer Karo! Ela estudou comigo na Durmstrang! — Astrid chamou

— Oi, Karo. — Miko cumprimentou — A Astrid falou muito de você.

— Coisas boas, eu espero. — Karo cumprimentou, com um sotaque muito forte, mas diferente do da amiga — E prazer te conhecer. Astrid ficava muito mexida quando a gente falava de você.

— Bom saber disso. E eu queria saber se ela era tão palhaça lá em Durmstrang quanto ela era em Hogwarts. Porque agora mesmo ela inventou de casar com um ramalhete de knapweed depois de tirar uma com a minha cara por causa da mesma planta.

— Nem tanto, sabe? Ela só esfregava umas verdades nas nossas caras.

— Ei! Vocês dois vão ficar fazendo a minha caveira no dia do meu casamento? Principalmente você, Michael. Eu posso pedir anulação agora mesmo! — Astrid protestou

— Ei, menina chucrute. Se acalma. Não precisa disso tudo. — Miko passou o braço pela cintura da esposa — Se me dá licença, Karo, vou tentar acalmar essa menina.