Touches You escrita por lamericana


Capítulo 31
Capítulo 30




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Berlim, 02:20PM, 14/05/2014

— Os duendes realmente não tiveram problemas com a sua vinda? — Miko questionou Astrid — Digo, volta e meia eles te dão uma missão, mesmo que pequena.

— Eu pedi uma licença. — Astrid respondeu simplesmente — E eu expliquei que seria uma reunião de família. O que não deixa de ser verdade.

— Reunião de família? Não brinca comigo. Isso é uma lua de mel.

O jovem desceu da escrivaninha e abraçou a esposa que estava na sacada do quarto.

— É que você vai conhecer a famosa Constanze Wertherberg, bestão. — Astrid retrucou mostrando a língua — E, por algum acaso, ela é a minha avó.

— Ah, tá. Você levar o seu marido pra conhecer a sua avó virou uma reunião de família?

— Pros duendes, sim. E é isso o que importa, já que eles pagam o meu salário no fim do mês. E qual a desculpa que você deu pro Ministério, hein, senhor Thompson?

— Que a minha esposa é uma mulher muito teimosa e que ela queria me mostrar Berlim, mesmo sabendo que eu não falo uma palavra em alemão.

— Não sabe falar de besta. Porque poderia ter me pedido para te ensinar.

— Tá bom. Desculpa sequer ter entrado no assunto de não saber alemão. Quero saber o que a gente vai fazer agora de tarde.

— A gente tem que esperar Oma Hoff aparecer. Ela disse que ia passar aqui pra gente passear.

Alguém começou a bater na porta do quarto e os dois jovens se entreolharam, estranhando. Miko foi até a porta ver quem era.

— Perdão, meu jovem — se desculpou Constanze ao ver o garoto — Acho que bati no quarto errado.

— Oma! — Astrid quase gritou, correndo para a porta — É o quarto certo! Entre. Miko, essa é a minha avó, Constanze Wertherberg. Oma, ist dieser Michael. Er ist der, den ich den Brief geschickt habe, wenn ich mit dir lebe. (Tradução: Vó, esse é Michael. Ele é para quem eu mandei a carta quando eu morava com você.)

— Prazer em conhecer a senhora, senhora Wertherberg. — Miko falou, estendendo a mão para a avó da esposa — A Astrid sempre falou muito da senhora.

— Espero que coisas boas. Já esteve em Berlim?

— Não senhora. Para ser sincero, só saí da Inglaterra uma única vez, ainda pequeno. Fui visitar a família da minha mãe na Arábia Saudita. Então não posso dizer que conheço muita coisa fora da Inglaterra.

— Então ótimo. Teve algum nível de educação Muggle?

— Oma! Isso é um desrespeito até comigo! Que tipo de pessoa você acha que eu sou? — Astrid se indignou

— Você é você, Astrid. O menino pode não ter visto nada sobre a Segunda Guerra e o maldito muro.

— Minha mãe me ensinava coisas Muggles quando eu era menor — Miko interferiu — Lembro ainda de algumas coisas do que ela me ensinou. E alguns dos meus primos por parte de mãe são nascidos Muggle, então tive que lembrar de várias coisas Muggles pra disfarçar quando eles vêm no final do ano.

— Então já sei por onde começar a mostrar a cidade pra ele.

— Por favor, Olympiastadion. Ele tem que conhecer. — Astrid pediu, entusiasmada — A gente pode até assistir o jogo de hoje, apesar de ser do Borussia Dortmund. — a jovem fez uma careta

— Futebol, Astrid? Pelo amor de Deus, na Inglaterra você nunca quis ir comigo a um jogo que fosse.

— Nenhum dos jogos era do Bayern. — ela se dignou a mostrar a língua — E a gente voltou por causa de um jogo de futebol. Lembra não? Eu e Leslie saindo do jogo do Bayern contra o Liverpool?

Miko acenou com a cabeça.

— Então eu devo uma ao Bayern? — ele franziu a testa — Ou seria ao fato de Lucius ser um boçal?

— Nada de agradecer ao Lucius. Agradeça ao Bayern assistindo um jogo comigo. Então, Oma, vamos ver qual o jogo de hoje e depois vamos apresentar a cidade ao menino?

— Vamos antes que você me faça mudar de ideia e voltar para Munique. — resmungou Constanze — Começou fazendo burrada feito o pai, nem teve a decência de sequer mudar a ordem da besteira.

— Oma! — Astrid reclamou — Eu sei que a senhora não concorda exatamente com a monogamia e com o casamento como uma instituição, mas ainda sou sua neta, ok? Sou a mesma Astrid de dois meses atrás.

— Não me diga. — Constanze retrucou irônica — Agora passa. Não temos todo o tempo do mundo, se você ainda quiser ir pro jogo.

— Oma, a senhora sabe que eu te amo, não sabe?

— Cala a boca, Astrid!

— Eu to falando sério!

— E eu também.

Os três entraram no pequeno carro de Constanze e seguiram para o estádio. Assim que chegaram, encontraram uma enorme fila. Conhecendo a neta do jeito que conhecia, Constanze sabia que não teria jeito de fazê-la desistir de assistir ao jogo no estádio. Então ela estacionou o carro e foi com o casal para a fila.

— Então, Michael, o que você faz lá na Inglaterra? — Constanze tentou puxar conversa

— Trabalho no Ministério. Lido com as relações entre bruxos e Muggles. É um trabalho meio burocrático, mas lido bastante com os aurores e caça recompensas, o que anima um pouco as coisas de vez em quando. A Astrid contou que a senhora também foi caça recompensas aqui na Alemanha.

— Trabalhei, mas tive que parar pouco antes do meu filho mais velho, Leon, nascer. Inclusive, estava em missão na Rússia, na época.

— Acho que foi o meu avô que atendeu a senhora. George Thompson, o nome dele. Ele era casado com Zlata Pavlov.

— Lembro dele. Muito educado, o seu avô.

— E como você sabia que seu avô conhecia a minha avó? — Astrid perguntou

— Quando eu fui conversar com ele sobre o pedido de casamento, ele comentou que, quando ele trabalhava na Rússia, ele atendeu sua avó. Por isso que eu sei que eles se conheceram. Mas não tinha certeza se ela se lembrava dele.

— Astrid, aquele garoto não é aquele menino que estudou com você em Durmstrang? O Van Dort? — Constanze perguntou à neta, apontando para um loiro que dançava ao som de um beatbox alemão qualquer

— Eita, é sim!

A garota correu até o amigo e tentou o acompanhar na dança que ela lembrava de ter visto o garoto fazer tantas vezes nos corredores do colégio e que ele tentou, em vão, ensinar Karo a fazer. Assim que a música parou, Timm deu um abraço na garota. A pequena plateia que assistia à dança aplaudiu.

— Astrid! Que visita maravilhosa. — ele disse agradecido

— Não sabia que você tava aqui em Berlim. Pensava que tinha voltado pra Frankfurt, que nem a Karo.

— A teimosa é que ficou por lá mesmo. Eu decidi vir porque tinha mais oportunidades. Mas acabei entrando nesse curso de dança e tenho que fazer essas apresentações na rua pra ganhar nota. Quem são esses? — ele apontou com o queixo

— Minha avó, Constanze Wertherberg, e Miko, meu marido.

— Marido, Astrid? Apressada. — Timm usou o melhor tom de deboche que tinha — Oi, Miko. Sou Timm Van Dort. Estudei com essa maluca em Durmstrang.

— Porque você e Karo gostam de fazer a minha caveira pra Miko quando o conhecem, hein? Ele estudou comigo por mais tempo que vocês. — Astrid soou ligeiramente revoltada

— São só verdades. — Timm tentou se desculpar — Você é doida. — ele se virou para Miko — Ela usava uma correntinha que você deu a ela durante todo o tempo que ela esteve em Durmstrang, mesmo estando com um pouco de ressentimento.

Astrid ficou muito vermelha.

— Pela sua reação, isso é verdade. — Miko ressaltou

— Tá, eu usei a correntinha o tempo todo. Queria ter alguma coisa de Hogwarts e sua sempre por perto e a correntinha era a única coisa que eu conseguia pensar. Satisfeito?

— Claro que eu to. Mas acho que a gente tem muito o que fazer hoje. Quer vir com a gente, Timm?

— Vocês vão fazer o que?

— Conhecer a cidade e comprar ingressos pro jogo de mais tarde.

— Jogo? Que jogo?

— Do Borussia Dortmund, se eu não me engano. Né isso, Asta?

— É. O jogo do Borussia. Vamos? Tem tempo que a gente não se vê. — Astrid barganhou

— Tenho que avisar a Wolfgang, senão ele fica preocupado. — Timm disse

— Quem é Wolfgang? — Astrid levou a mão à boca quando fez a ligação — Não é o seu namorado, é?

— Shhh! Fala baixo, garota! Não é nada oficial ainda! E ele não sabe que eu sou bruxo. Nem ele nem nenhum dos meus colegas que estão nessa praça. Então fique de bico calado, München.

Timm ligou para o namorado e explicou a situação para ele, se afastando um pouco de Astrid e Miko. Assim que desligou o aparelho, recolheu a caixa de som e sua mochila que estava no chão e se reuniu de novo com o trio.

— Ele disse que está ansioso para te conhecer e não quer perder essa oportunidade. Por tudo o que há de mais sagrado, não falem nada sobre Durmstrang ser uma escola de magia. — Timm implorou — Foi um sacrifício fazer ele acreditar que eu estudei num colégio interno em outro país e isso não ser estranho.

— Sem problemas. Só vai ser um pouco complicado explicar o que eu faço, mas isso eu desenrolo.


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