Touches You escrita por lamericana


Capítulo 17
Capítulo 16




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Diagon Alley, 03:20PM, 03/01/2011

Astrid não conseguia acreditar no que tinha acabado de ler. Na capa do principal jornal bruxo inglês, estava estampada uma foto sua — que não se lembrava nem um pouco de ter tirado, muito menos enviado para a imprensa bruxa — junto com a seguinte chamada “Aluna esquecida de Hogwarts irá para Durmstrang”.

— Você não é a moça da capa? — perguntou o jornaleiro, tentando ser simpático — Astrid, seu nome, não é?

— Quanto é uma edição? — Astrid perguntou, tentando se acalmar e ignorar completamente os olhares que caíam sobre ela.

— Cinco Knuts, moça.

Astrid procurou nos bolsos as moedinhas cobre e entregou ao jornaleiro antes de pegar o jornal. Antes mesmo de procurar um lugar pra sentar, começou a ler a matéria que era iniciada na capa.

“Aluna esquecida de Hogwarts irá para Durmstrang

Por Rita Skeeter

A jovem anglo-germânica Astrid Hoff, 15, filha do funcionário do Ministério Klaus Hoff, não irá retornar a Hogwarts para o novo semestre que começa na próxima semana. A estudante vai ingressar no Durmstrang Institute, escola localizada no norte do continente e conhecida por ensinar artes das trevas aos alunos.

Fontes próximas à jovem contam que ela não reagiu bem à notícia de mudança de escola, tendo sido vista em ataques histéricos em que se negava a ir para Durmstrang.

“Ela sempre teve uma tendência à histeria, sabe?” comentou um charmoso ex-colega seu de Hogwarts, Lucius Malfoy “Em Hogwarts, não era muito difícil ver Hoff aos berros com supostos amigos sobre alguma coisa sem relevância.”

Resta saber como a mais famosa Hoff vai se comportar na nova escola, já que, em Hogwarts, não conquistou uma fama positiva.

Relembrando o caso

As duas filhas do funcionário ministerial Klaus Hoff, as gêmeas Leslie e Astrid Hoff, em julho passado, receberam uma carta [CONTINUA NA PÁGINA 7, COLUNA 6]”

Astrid, por mais que se esforçasse, não conseguia absorver as palavras que tinha acabado de ler. Desejou imensamente não ter conhecimento nenhum do inglês, ou de que aquilo tudo fosse uma pegadinha de extremo mal gosto. Aos poucos se deu conta de que a situação não era forjada e começou a sentir uma raiva crescente. Jogou o jornal no primeiro lixeiro que viu.

O único pensamento que passava pela sua cabeça era de que não poderia ser real e, se fosse, mataria o responsável por aquilo.

Enquanto relutava em deixar as lágrimas de raiva caírem, tentou sair do centro comercial bruxo, mas foi parada quando Miko puxou seu braço.

— Me solta! — Astrid gritou com o namorado

— O que foi que eu fiz?

— Você sabe muito bem o que você fez, Michael. Não se faça de desentendido.

— Eu não fiz nada, Biene.

— Não me chame assim. E é claro que você sabe muito bem o que você fez.

— Do que você está falando?

— Não se fala de idiota. Quem mais contaria pra imprensa bruxa inteira que eu vou ter que sair pra Durmstrang? Só você e a minha família sabiam disso.

— Eu não contei pra ninguém, Astrid. Acredita em mim.

— Foi quem então? Minha irmã, que nem conhecer um jornalista bruxo conhece?

— O que? Astrid... Eu não sabia dessa história.

— Então dê uma olhadinha no Daily Prophet. E vê se me esquece.

Astrid saiu pisando duro e Miko ficou olhando a menina sair com um olhar triste. Começou a chorar quando ela saiu de vista.

— Miko, o que foi que aconteceu? — Lily perguntou, se aproximando do amigo.

— A Astrid. Ela acha que fui eu quem contou pro Daily Prophet que ela vai ter que ir pra Durmstrang. Só que não fui eu e ela não acredita em mim.

— Você sabe quem foi que pode ter contado?

Miko negou com a cabeça.

— A única coisa que eu sei é que agora ela não quer me ver nem pintado de ouro.

De repente, veio um estalo na cabeça de Miko e ele saiu correndo atrás do irmão, que estava ali perto.

— Max Peter Thompson! Você vai falar com a Astrid agora. — Miko quase gritava

— O que foi?

— Você sabe muito bem o que foi. Você e a porra da sua boca grande.

— Ah, a conversa sobre Durmstrang. Nem sabia que aquela mulher que eu tava falando era uma jornalista.

— Eu perdi a minha namorada por isso, Max. Vá falar com ela agora e dizer que a culpa é sua.

— O problema é seu, não meu.

— Deixa de ser egoísta, garoto. Você vai contar pra ela. E é agora.

— Porque eu faria isso?

— Vai me dizer que gosta de me ver mal?

— Não foi isso que eu disse. Mas eu não vou falar com a Astrid. Tenho nada pra falar com ela.

Sem nem pensar direito, Miko deu um soco no olho do irmão, deixando uma marca roxo escuro, quase preta.

— Você vai falar com ela, você querendo ou não. Eu não vou perder a minha namorada por merda sua. — Michael falou e depois saiu pisando duro.

Internamente, Max estava começando a perceber o quanto o irmão estava mal por ter perdido Astrid e o quanto a alemã representava pra ele. Sabia que o irmão não era de agir por impulso e que só deu o soco porque estava realmente no limite e que, se ele, Max, não resolvesse o problema, as coisas iriam ficar piores.

Logo começou a procurar pela cunhada pra pedir desculpas. No caminho, viu o olho roxo pelo reflexo no vidro de uma loja e não achou nada divertido. Explicar o machucado para os pais era o menor dos problemas no momento. Não demorou muito pra achar Astrid.

— Astrid, não foi o meu irmão que contou pra jornalista que você vai pra Durmstrang. Fui eu. — Max falou

— Precisa acobertar o Michael não, Max.

— Você acha que eu to com olho roxo porque eu acho divertido e que tá na moda sair assim? Ele tá puto comigo por ter deixado escapar. Eu soube dessa história no jantar, quando ele contou. Ele tava arrasado. Eu que fui o linguarudo. Desculpa.

— Sério, Max. Precisa mentir pra mim não.

— Qual o problema de vocês, alemãs? Não acreditam em nada do que eu digo. Fui eu quem disse pra jornalista do Daily Prophet que você vai ter que ir pra Durmstrang. Foi sem querer, mas fui eu. Meu irmão não sabia disso. Só percebeu quando você falou.

— Eu não quero saber do seu irmão, tá certo? Se quiser, avise a ele que tá tudo acabado e que ele não entre em contato comigo. Vou ter que ir pra Bulgária depois de amanhã, de qualquer jeito.

Astrid saiu de perto do garoto antes que ele pudesse, sequer, formular alguma frase. Quando a alemã, finalmente, chegou em casa, fez questão de ir direto pro seu quarto e deixar a porta fechada. Começou a jogar suas roupas dentro do malão, até que percebeu a correntinha que tinha ganhado de presente de Miko. Antes que pudesse se decidir o que fazer com o presente, seu tio bateu na porta.

— Sabine, você tá bem?

— To sim, Onkel.

— Isso não me soou como uma verdade. Posso abrir a porta?

— Pode.

Leon entrou no quarto da sobrinha.

— Biene, nunca, em mil anos, esse estado que você tá seria definido como “bem”.

— Você viu o Daily Prophet de hoje? Não precisa nem ter lido o jornal inteiro. Só ter visto a capa.

— Alguém ainda leva esse jornal a sério? Quando eu entrei no exército esse jornal já era ridículo.

— Onkel, eu to falando sério. Meu nome saiu na capa. E o do papai. Numa matéria.

— E o que dizia essa matéria?

— Basicamente, dizia que eu sou uma histérica que não sabe reagir adequadamente às notícias que me envolvem e que eu estou me negando a ir pra Durmstrang. Como se em algum momento eu tivesse dito que não iria de jeito nenhum.

— Quem escreveu a matéria?

— Uma tal de Rita Skeeter. Mas de que importa agora? A matéria nojenta já foi publicada. Muita gente já deve tá acreditando no que essa louca escreveu.

Leon, pela primeira vez, viu o colar que a sobrinha segurava. Com cuidado, tirou da mão dela.

— Vou dar um conselho de velho, que eu tenho quase certeza que você vai ignorar completamente. Por enquanto, foque na escola. Estude como você sempre fez, cuidado com as aulas de artes das trevas...

— É o que? Eu vou ter aula de artes das trevas? Tem certeza que não tá faltando “defesa contra” antes não?

— Absoluta. Eu e seu pai estudamos lá, lembra? Mas foque nos estudos, Biene. Com os estudos no caminho certo, depois você pensa nas outras coisas. E só vou adiantar um aviso que seu pai vai lhe dar. Tanto ele, quanto eu e sua mãe estaremos aqui na Inglaterra pra lhe ajudar no que pudermos. Óbvio que não vamos poder ir pra Noruega, Dinamarca, ou onde é que a Durmstrang realmente esteja localizada, mas vamos mandar todo apoio possível.

— Por falar em países nórdicos e distância de casa, eu tenho uma mala pra terminar de arrumar. Ajuda?

— Ajudo. Antes, eu queria que você botasse isso no seu pescoço. Não sei quem te deu isso, mas a pessoa tem bom gosto.

— Foi Miko quem me deu. Por isso eu tava com ele na mão. Não sei, exatamente o que fazer com isso.

— A Astrid que eu conheço não tem esse tipo de dúvida.

A menina encarou o tio.

— Não é isso, Onkel. Eu briguei com ele sobre a matéria no Daily Prophet, porque ele era a única pessoa fora da família que sabia da minha ida para Durmstrang e eu já sabia que ninguém daqui sairia contando por aí sobre isso. Além do que, eu tinha pedido pra ele não contar pra ninguém.

— E você decidiu acabar tudo por causa de uma briga?

— O que mais você queria que eu fizesse? Ele sabia que eu queria manter a minha vida pessoal como deveria ser desde o começo dessa confusão toda: realmente pessoal. A comunidade bruxa inteira acompanha cada passo meu como se eu fosse uma celebridade.

Ela pegou uma camisa que estava em cima da cama e jogou pra dentro do malão.

— Sabe do que mais, Onkel? Vou aproveitar Durmstrang pra começar do zero.


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