Millennium Odyssey: Réquiem do Último Solstício escrita por Aquele cara lá


Capítulo 7
O uivo de um rei quebrado




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O grupo está caminhando pelo campo.

"E foi assim que eu quase morri por infecção alimentar. De novo." - Cirius diz.

Luna bate seu pé no chão, brava. "Marido é um bobo ! Luna não cozinha tão mal assim !"

Mira dá uma leve risada. "Luna, uma vez, você quase matou todo mundo por causa da sua 'culinária especial.'"

"Mas Luna fez com todo o amor no coração !" - Luna diz.

"Não precisa ficar assim, Luna. Se quiser, posso te dar algumas lições de culinária." - Èris diz.

Luna se anima. "Jura ? Luna adoraria !"

Kaito limpa sua garganta. "Não estão se esquecendo de um pequeno detalhe ?"

"Qual ?" - Mira pergunta.

"PRA ONDE A GENTE TÁ INDO ?!" - Kaito pergunta. Seu grito ecoa pelo vasto e vazio local.

"Agora que você falou…" - Cirius diz.

"Não temos nenhuma pista do paradeiro de ninguém." - Èris diz.

"E só estamos vagando por aí..." - Mira diz.

"Estamos perdidos !" - Luna diz.

"Não estamos perdidos. Só não sabemos… pra onde... vamos…" - Cirius diz. Ele se desespera. "ESTAMOS PERDIDOS !"

"QUIETO !" - Mira grita.

Cirius se acalma.

Mira solta um suspiro. "Não estamos perdidos. Só não sabemos uma direção certa para irmos. Vamos vagar por Uniloth inteira, se for preciso."

"Minhas pernas não aguentam tanta caminhada assim…" - Kaito diz. Ele começa a se aproximar de Èris. "Me leva nas costas…"

"E-Eu não acho que aguento você-" - Èris diz, sendo interrompida por Kaito, que se joga nela e derruba os dois no chão.

"…Confortável…" - Kaito diz.

"Sai de cima de mim !" - Èris diz, empurrando Kaito e se levantando.

Kaito também se levanta.

Luna se aproxima de Cirius. "Luna é bem forte. Se marido quiser, Luna pode carregar marido."

"Não preciso que você me carregue. É pra isso que uma coisinha chamada descanso foi inventada." - Cirius diz.

Luna fica desapontada. "Certo…"

Uma borboleta preta com asas de uma cor azul celeste, que emitem um quase imperceptível brilho, passa na frente de Cirius. Ele estende seu dedo e o inseto pousa nele.

"Olha só. Elas ainda existem." - Mira diz, olhando para a borboleta.

"Luna nunca viu essa borboleta antes." - Luna diz.

"Muito menos eu." - Kaito diz.

"Também nunca vi uma dessas." - Èris diz. "Tem uma cor bonita. Lembra bastante o céu, antes dele ficar esquisito."

"Essa borboleta é bem especial, na verdade. São as borboletas do meu irmão." - Mira diz.

"E-Eh !?" - Os três dizem, surpresos.

"Não é exatamente isso." - Cirius diz. "É que, quando eu vivia no vilarejo, sempre via uma dessas. Quando fui capturado por Ignis, também via elas. E, quando cheguei em Hanns, elas apareceram lá também."

"É por isso que eu digo que elas são as borboletas do meu irmão." - Mira diz.

"Que coincidência, huh. Uma coisa legal assim nunca acontece comigo." - Kaito diz.

"Eu acho elas bonitinhas." - Èris diz.

"Aparentemente, são atraídas por magia." - Cirius diz. "Bom, todo lugar que eu fui e elas também tinha bastante magia."

"O que borboleta estranha tá fazendo aqui ?" - Luna pergunta.

"Não faço a mínima ideia." - Cirius diz.

"Isso é bom." - Èris diz. "Deve ter algum lugar onde ela pode descansar. Isso significa que é um lugar onde a gente pode achar água e comida."

Cirius aproxima seu rosto ao da borboleta. "Ei, amiguinha. Pode mostrar onde sua casa fica ?"

A borboleta sai do dedo de Cirius e começa a ir embora.

"Quem topa em seguir ela ?" - Cirius pergunta.

"A esse ponto, já não faz mais diferença." - Kaito diz.

"Não temos nenhuma pista sobre o paradeiro de ninguém mesmo. Pelo menos vamos achar alguma coisa, se seguirmos ela." - Mira diz.

O grupo começa a seguir a borboleta. Eles caminham por um tempo, até verem uma floresta.

Mira solta um suspiro, aliviada. "Ainda bem que lugares assim ainda existem."

"Sabia que chegaríamos em uma floresta." - Èris diz.

"Obrigado por trazer a gente até aqui." - Cirius diz.

"Finalmente, um lugar pra descansar !" - Kaito diz. Ele tenta se aproximar da floresta, mas Luna o impede. "Ei ! Qual é a sua ?!"

"Luna sente cheiro familiar." - Luna diz.

"Um cheiro familiar ?" - Cirius pergunta.

"É de alguém que conhecemos, Luna ?" - Èris pergunta.

"Luna não sabe. Luna só sente um cheiro que Luna já sentiu antes." - Luna diz.

"Então vamos !" - Kaito diz. "Se for um aliado, ótimo. Se for um inimigo, a gente quebra a cara dele."

"Melhor que nada." - Mira diz. "Pode ir cheirando, Luna. Vamos te seguir."

Luna concorda com sua cabeça. "Certo. Luna vai se esforçar pra achar coisa familiar." - Ela entra na floresta.

O grupo segue Luna. Eles caminham por algum tempo, cortando o matagal em seu caminho.

"O mato aqui é bem forte." - Èris diz.

"Sinal de que a floresta está bem. Que continue assim." - Mira diz.

"Tá longe, Luna ?" - Cirius pergunta.

"Estamos perto." - Luna diz. "O cheiro ficou mais forte."

"Mas o quão longe é isso ?" - Kaito pergunta.

"Não muito longe." - Mira diz. "Uh… Não muito longe mesmo…"

"Como é que você sabe-" - Kaito diz, se interrompendo.

Há uma grande árvore, no local. Várias raízes estão acima do solo, indo para todos os lados. Nessas raízes, há pontes de madeira e cestos feitos com folhas. Também há vagalumes espalhados por todos os lados, iluminando o local. Vários Makai de tamanho e pelagem diferentes estão andando pelo local.

"Um… Um vilarejo de…" - Kaito diz, não acreditando no que vê. Ele esfrega seus olhos. "Eu acho que fiquei maluco…"

Luna soca o rosto de Kaito.

"Ai ! Pra que isso ?!" - Kaito pergunta, bravo.

"Quando Luna não sabe se uma coisa é verdade ou não, ela sempre se soca." - Luna diz.

"Você quase quebrou a minha cara, sua maníaca !" - Kaito diz.

Luna passa a mão em sua nuca, sem jeito. "Desculpa a Luna. Ehehehe."

"'Ehehehe' meu rabo, sua esquisita !" - Kaito diz.

"Uh… Mira… Eu não tô maluco… ?" - Cirius pergunta.

"Não... Tô vendo a mesma coisa…" - Mira diz.

"Vamos, uh… Vamos checar o lugar… ?" - Èris pergunta.

"Beleza. Mas, uh, não tem muito o que conversar com eles..." - Cirius diz.

O grupo vai até o vilarejo. Os Makai começam a rodea-los.

"Viemos… Viemos em paz… ?" - Cirius diz, confuso.

Um Makai de pelo acinzentado se aproxima de Cirius.

"Espera aí..." - Cirius diz, reconhecendo o Makai.

O Makai pula em Cirius e começa a lambê-lo.

"P-Para ! Deu ! Chega, Garu !" - Cirius diz.

Garu sai de cima de Cirius, que se levanta.

"Huh, então era esse o cheiro familiar que você sentiu." - Kaito diz.

"Luna sabia que não era um cheiro estranho." - Luna diz.

Cirius abraça Garu. "Cara, onde é que você tava ? Eu fiquei tão preocupado ! Quando não te achei, depois que o Holocausto começou, pensei que você tinha morrido."

"Você procurou ele ?" - Mira pergunta.

"Marido procurou Garu por todos os lados." - Luna diz. "Marido ama mais Garu do que marido ama Luna."

Cirius começa a fazer carinho na cabeça de Garu. "Bom menino, Garu. Bom menino. Senti tanto sua falta."

Uma forte voz masculina pode ser ouvida. "Quem está aí ?"

O grupo olha para a frente. Um Korgen tigre branco, com listras pretas, musculoso de olhos azuis, com um olhar sério e uma cicatriz de garra cruzando seu olho esquerdo, vestindo um colete marrom, calças bege e sapatos de couro se aproxima deles, com seus braços cruzados e uma postura reta.

"Um Korgen no meio do nada ? Essa é nova." - Kaito diz.

O tigre olha o grupo de cima à baixo. "Não são bem-vindos aqui. Sumam, antes que eu tome medidas drásticas."

"Mas nem fizemos nada !" - Luna diz.

"E se fizerem, vão pagar mais caro ainda." - O tigre diz.

"Só estamos de passagem-" - Mira diz, sendo interrompida pelo tigre, que descruza seus braços e põe suas garras para fora.

"Eu, Marco, terei o prazer tirar vocês daqui com minhas próprias garras." - O tigre diz.

O grupo pega suas armas.

Kaito solta um suspiro. "Tem sempre de envolver porradaria sem sentido, huh ?"

Marco corre na direção do grupo. Quando chega perto, ele ataca Cirius, que se defende com Yaldabaoth. Luna se aproxima pelo lado. Marco se defende do soco de Luna com um de seus braços e é jogado para trás. Mira começa a atirar nele. Marco começa a correr com suas quatro patas, desviando das balas, sobe em uma raiz e se agarra nela. Ele prepara um golpe com uma de suas garras e se joga no grupo com força. Èris entra na frente e defende o ataque com suas duas espadas. Ela força, conseguindo jogar Marco para trás.

"Tá de brincadeira ? O quão ridiculamente forte esse cara é ?" - Cirius pergunta.

"E ridiculamente ignorante também." - Kaito diz. "A gente só precisa fazer ele se acalmar com uma porrada." - Ele cria uma marreta com gelo e ataca Marco.

Marco pega o cabo da marreta com sua boca e o morde, quebrando ela. Ele rapidamente começa a desferir golpes rápidos e poderosos com suas garras na direção de Kaito.

Luna entra na frente de Kaito e defende os ataques com suas manoplas. Ela joga Marco para trás. "Por que Korgen ruim quer machucar a gente ? Luna e amigos não fizeram nada !"

"Humanos nunca deveriam ter existido ! Esse é o motivo !" - Marco diz, bravo.

"Por que esse ódio todo ?" - Cirius pergunta.

"Eu não devo nenhuma resposta a humanos podres !" - Marco diz. Ele prepara mais um ataque.

De repente, um uivo distante pode ser ouvido.

Marco para seu ataque. "É melhor que não veja mais seus rostos, quando voltar. Não terão a mesma sorte." - Ele vai embora rapidamente.

"Ok..." - Mira diz. "Que esquisitão."

"Antes que alguém diga alguma coisa, não, não vamos atrás daquele cara nem ferrando." - Kaito diz.

"Mas-" - Cirius diz, sendo interrompido por Kaito, que põe seu dedo indicador na frente da boca dele.

"Shh !" - Kaito diz. "O cara é um maníaco, Cirius ! E todo mundo sabe que não se vai atrás de maníacos, se corre deles."

Luna e Èris estão inquietas.

"Ah, qual é ! Sério mesmo isso ?!" - Kaito pergunta, bravo.

"Deixa eu adivinhar, é na mesma direção que ele foi." - Mira diz.

Èris concorda com sua cabeça. "É uma presença muito forte. Quase sufocante."

Kaito solta um suspiro. "Próxima coisa na minha lista de afazeres: arranjar um jeito de destruir esse poder irritante da Èris."

O grupo está indo embora, menos Èris.

Èris começa a puxar Kaito pela orelha. "Reclama menos, ajuda mais."

"Ugh ! T-Tá bom ! Isso dói ! Me solta !" - Kaito diz, em dor.

Minuto depois. O grupo vê um largo buraco feito de pedra.

"Ok, aquilo definitivamente foi feito por humanos." - Kaito diz.

"A coisa tá lá dentro ?" - Mira pergunta.

"Luna tem certeza." - Luna diz.

"E, com toda certeza desse mundo, não é pequena." - Èris diz.

Luna nota Cirius encarando o local. "Marido sabe o que é ?"

"…Isso é um coliseu caído…" - Cirius diz.

"V-Você sabe o que é isso !?" - Kaito pergunta, surpreso.

"Ouvi histórias sobre um coliseu que ficava no meio de uma floresta, porque era usado para lutas ilegais." - Cirius diz. "Dizem que faziam homens lutarem contra bestas muito mais fortes que aguentavam só por prazer de ver eles morrerem. E havia uma besta que nunca perdeu uma luta sequer. Se não me engano, o nome dela era… Era alguma coisa com F... Não lembro o nome direito."

"…Fenrir..." - Luna diz.

"Isso aí !" - Cirius diz, se lembrando.

"Menos nomes, mais explicação." - Kaito diz.

"Luna sabe o que é Fenrir. Amigos precisam confirmar primeiro." - Luna diz.

Mira se aproxima da borda do coliseu. No fundo dele, pode-se ver Marco, um Makai de pelo branco, usando uma armadura dourada, e um Makai grande de pelo preto, com uma listra cinza da cabeça ao rabo e com os pelos das costas pontiagudos, olhos vermelhos, um par a mais de garras em cima de cada garra, dentes afiados, com correntes quebradas em seu pescoço e patas e várias cicatrizes, flechas, lanças e espadas espalhadas em seu corpo.

"O que tem aí ?" - Cirius pergunta.

Mira volta para o grupo. Ela parece em choque. "Não. A gente não vai lutar contra aquilo."

"É um Makai grande, não é ?" - Luna pergunta.

"Qual o problema com todas as criaturas daqui ? Por que tem sempre de ser uma coisa que pode me dar um pesadelo ?" - Mira pergunta.

"Então é mesmo Fenrir." - Luna diz.

"E o que é essa criatura ?" - Èris pergunta.

"Fenrir é o rei dos Makai." - Luna diz. "Diz a lenda, que Fenrir lutou contra todos os Makai existentes e, depois que não havia mais contra quem lutar, decidiu enfrentar um dos Dez. Fenrir perdeu a luta e foi amaldiçoado a vagar pela escuridão eternamente, sem poder diferenciar um inimigo de um aliado."

"Mas é só uma lenda, né ?" - Kaito pergunta, apreensivo.

Mira dá um sorriso presunçoso. "Olha só, ele tá com medinho~"

"É óbvio que eu tô com medo ! É uma coisa que consegue desafiar um dos Dez !" - Kaito diz.

"Coisa forte ou não, vamos ter de acabar com aquilo." - Cirius diz.

"Nem a pau !" - Kaito diz.

"Se não matar ele, todos aqueles Makai não vão mais ter onde morar. E, provavelmente, vão morrer." - Èris diz.

Kaito respira fundo. "Nenhum Makai vai morrer comigo por perto !" - Ele corre até o coliseu e pula dentro do local.

"Uh… Mudou de ideia bem rápido." - Mira diz, confusa.

"Ele ama os Makai. Nunca deixaria ninguém machucar um." - Èris diz.

"Vamos, antes que alguma coisa aconteça !" - Luna diz.

O grupo também entra no coliseu. Marco se defende de um ataque de Fenrir com suas garras. A criatura começa a forçar. O Makai branco se joga em Fenrir e dá uma cabeçada na criatura, que fraqueja.

Marco aproveita essa oportunidade para segurar a pata de Fenrir e forçar, até jogar a criatura em uma parede. "Hah… Hah… Não vou deixar com que machuque mais os Makai !"

Fenrir se levanta e corre na direção de Marco. De repente, Luna pula na frente e segura a criatura, que começa a parar lentamente. Os dois começam a forçar. Kaito aparece. Ele cria uma marreta de gelo e bate na cabeça de Fenrir, fazendo a criatura ir um pouco para trás. Fenrir se recupera e ataca os dois com sua garra. Èris entra na frente e se defende com suas duas espadas. A criatura pula para trás, se agarra em uma parede com suas garras e começa a correr em volta de todos. Mira aparece e atira na frente de Fenrir. A munição explode, fazendo a criatura cair no chão. Cirius aparece e finca Yaldabaoth no chão. Fenrir se recupera e pula para trás, desviando de um pilar das chamas roxas, que sai de onde ele estava.

"Vocês ?! Eu não mandei irem embora ?!" - Marco pergunta, bravo.

"Reclama o quanto você quiser depois ! Agora é hora de salvar aqueles Makai !" - Kaito diz.

Marco tenta dizer algo, mas se interrompe. "Que fique bem claro que nossa luta ainda não terminou."

"Se você conseguir sair vivo daqui, né." - Kaito diz.

"Idem." - Marco diz.

Cirius nota o Makai branco. "Silver !?"

"Espera ! Esse aí não é o Makai da Galadriell ?" - Mira pergunta.

"…Essa não…" - Èris diz.

"O que foi ?" - Mira pergunta.

"Senhorita Galadriell é… Bem, digamos que ela é famosa por não ser muito boa com direções." - Èris diz. "Silver é quem ajuda ela a se orientar."

"…Isso explica ela não estar em Mako..." - Mira diz.

"Dá pra pararem de conversar e começarem a prestar atenção no animal sanguinário que quer mastigar nosso crânio ?!" - Kaito pergunta, bravo.

Fenrir corre na direção do grupo. A criatura prepara um ataque com suas garras e pula na direção deles. Luna defende o ataque com suas manoplas. Fenrir se joga para cima e começa a rodar. Os pelos pontiagudos em suas costas são disparados na direção do grupo. Kaito rapidamente põe uma pedra em cada luva e cria uma parede de gelo. Os pelos se fincam na parede facilmente.

Cirius solta um suspiro. "Essas coisas aí não são brincadeira."

Luna soca a parede, jogando cacos de gelo e os espinhos na direção de Fenrir que, ainda no ar, não é capaz de desviar e acaba sendo acertado e caindo no chão.

Mira começa a atirar no pelo de Fenrir, mas não causa muito efeito. "Eu não sei o que tava esperando. É óbvio que ele é forte o suficiente pra aguentar minhas munições."

Fenrir se levanta. A criatura começa a rosnar. De repente, uma densa neblina invade o local.

"Droga ! Não dá pra ver nada !" - Kaito diz.

"Capitão Óbvio." - Mira diz.

"Alguma coisa, Luna ?" - Cirius pergunta.

Luna nega com sua cabeça. "É denso demais, Luna não enxerga."

Fenrir aparece perto de Kaito, com sua boca aberta. Marco rapidamente entra na frente e segura a boca da criatura. Silver pega impulso nas costas dele e bate com suas garras no rosto de Fenrir, que solta Marco e se esconde na neblina novamente.

"Valeu." - Kaito diz.

"Não tenho misericórdia nenhuma com vocês, humanos. Apenas defendi porque esse Makai também seria acertado." - Marco diz.

Kaito joga Marco no chão. Alguns pelos passam por onde ele estava. "Disponha."

Marco se levanta com um pulo. "Esta besta caça incessantemente. Se não a derrotarmos rapidamente, seremos suas próximas vítimas."

"E você tem algum plano ?" - Cirius pergunta.

"Meu plano era me sacrificar para que os Makai ganhassem tempo para fugir. Mas eu não contava com a intromissão de humanos nojentos." - Marco diz.

"Dá pra odiar a gente menos e pensar em um plano melhor ?" - Kaito pergunta.

Luna põe a mão em seu queixo, pensativa. Ela tem uma ideia. "Luna teve uma ideia !"

"Qual é ?" - Mira pergunta.

"Luna não tem certeza." - Luna diz.

"Essa é nova." - Kaito diz. "E a gente vai fazer o quê ?"

"Kaito pode se livrar da neblina com uma pedra ?" - Luna pergunta.

"Sem nenhuma problema. Mas não faz muita diferença." - Kaito diz. Ele põe uma pedra em suas duas luvas.

Uma forte ventania sopra, eliminando a neblina. Fenrir não está no local. Luna soca o chão. O impacto joga todos em direções opostas. Ela põe suas manoplas para cima. Fenrir cai com sua boca aberta. Luna se defende da mordida segurando a boca da criatura. Fenrir começa a forçar, mas ela força mais e consegue jogar a criatura em uma parede.

"Whoa ! De onde essa coisa veio !?" - Cirius pergunta, surpreso.

"Hah… Hah… Vento... Vento é o segredo..." - Luna diz. Ela recupera seu fôlego. "Luna não estava ouvindo nenhum barulho de pegadas. Sem contar que Luna também notou que as patas de Fenrir não chegavam a tocar o chão."

"Então a criatura estava usando o ar para se movimentar esse tempo todo..." - Marco diz. "Isso responde muitas das minhas perguntas."

"Vento, huh ? Isso explica o porquê dele poder lançar os pelos." - Kaito diz. "Essa coisa é mais esperta do que parece."

"Como matamos isso ?" - Èris pergunta.

"Na verdade, isso me deu uma ideia." - Cirius diz. "Olha ali." - Ele aponta para uma espada no pescoço de Fenrir.

"Luna pensou a mesma coisa." - Luna diz.

"Dá pra explicar para as pessoas que não lêem mentes aqui ?" - Kaito pergunta.

"A gente só precisa fazer a Luna chegar lá perto. Quando ela socar a espada… Bom, as coisas vão ficar feias pro lobão." - Cirius diz.

"Eu vou." - Marco diz. "Não posso deixar que humanos nojentos manchem a honra deste local."

"Pode bancar o herói o quanto quiser. Se morrer, o problema é seu." - Kaito diz. Ele põe duas pedras em cada luva. Kaito joga água em Fenrir.

A água encosta em Fenrir, mas começa a flutuar em volta da criatura.

"Heh, é bem o que eu queria." - Kaito diz. Ele estala os dedos.

Uma explosão de chamas acontece em Fenrir. As chamas são apagadas pela água, criando vapor. Esse vapor é sugado para perto da criatura e forma uma camada em volta dela. Fenrir tira a fumaça de perto se si.

Kaito dá um sorriso confiante. "É toda sua."

Fenrir pula para o lado. Uma bala acerta o local onde a criatura estava. Mais balas são disparadas. Fenrir desvia dessas balas também, mas é acertado em uma de suas patas por uma.

"Sem sua barreira irritante de vento eu consigo te acertar à vontade." - Mira diz. Ela começa a atirar.

Fenrir desvia dos tiros. A criatura se joga para cima com o vento. Fenrir não consegue ir mais alto, como se estivesse sendo segurado. A criatura olha para sua pata que foi acertada e vê uma corda de luz nela.

"Força !" - Mira diz.

Cirius e Luna estão segurando a corda. Os dois forçam, até que conseguem puxar Fenrir para baixo com força, batendo a criatura no chão.

"É com você, Èris !" - Cirius diz.

"Cavaleira consegue !" - Luna diz.

Èris corre na direção de Fenrir, que se recupera. Quando ela chega perto, a criatura levanta sua pata e ataca. Èris põe as espadas em suas pernas e se defende. Ela força, empurrando a pata para trás e se joga para o lado. A pata de Fenrir bate no chão com força, jogando um pedaço de pedra para cima. Èris também joga suas espadas para cima. Ela pega impulso no corpo da criatura, pula em uma parede, também pega impulso nessa parede e pula para suas espadas. Èris pega suas espadas e usa o pedaço de pedra que foi jogado para cima para se impulsionar para baixo, fazendo um corte com suas duas espadas no olho de Fenrir. A criatura começa a agonizar.

"Vai, garoto !" - Èris diz.

Silver pula nas costas de Fenrir e começa a atacar a criatura com suas garras. Fenrir bate suas costas em uma parede, fazendo o Makai se soltar. Antes de cair, Silver arranca uma das lanças grudadas nas costas da criatura com sua boca. O Makai enfia essa lança em uma das pernas de Fenrir, que se desequilibra e acaba caindo.

Marco fecha sua pata e prepara um golpe. "Criatura horrenda que assombra estas terras…" - Ele corre na direção de Fenrir. "…eu lhe bano para sempre deste solo sagrado que chamamos de lar !" - Marco soca a espada com toda sua força.

A espada atravessa o pescoço de Fenrir, decapitando a criatura, e acerta uma parede, se fincando nela.

"F… Força demais…" - Kaito diz, espantado.

Mira solta um suspiro, aliviada. "Ainda bem que essa coisa morreu…"

"Estamos em bons termos agora ?" - Èris pergunta.

"A ameaça se foi. O que significa que posso voltar ao assunto principal: banir vocês deste local." - Marco diz.

"Lá vamos nós de novo…" - Kaito diz.

Marco relaxa seus ombros. "Mas isso pode ser resolvido com um aviso."

"Finalmente." - Kaito diz.

"Que fique bem claro que não quero vê-los aqui novamente." - Marco diz.

"E a gente não volta aqui." - Kaito diz.

"Vamos voltar e deixar os nervos abaixarem um pouco." - Mira diz.

Todos saem do coliseu e voltam para a vila. Eles são recebidos pelos Makai.

Cirius se aproxima de Garu e começa a fazer carinho nele. "Eu ainda não terminei de fazer carinho em você~"

Marco limpa sua garganta. "Mantenha suas mãos longe dos Makai."

"Ah, qual é, cara ! A gente acabou de salvar sua vida ! Dá uma relaxada aí !" - Kaito diz.

"Por que todo esse ódio ?" - Luna pergunta. "Amigos gostam dos Korgen. Temos até um amigo Korgen. E Luna é metade Korgen. Por que Marco odeia tanto assim humanos ?"

"Isso não é da conta de nenhum de vocês." - Marco diz.

"Discutir com você é uma perda de tempo." - Kaito diz.

Èris se aproxima de Silver. "Oi, garoto. Não sabemos onde a Galadriell está. Sabe de alguma coisa ?"

Silver se deita de cabeça para cima.

"Agora não é hora para carinho." - Èris diz. "É a Galadriell. Sabe alguma coisa sobre onde ela está ?"

"Pra Luna, é sempre hora de carinho !" - Luna diz, animada. Ela se aproxima de Silver e começa a fazer carinho nele. "Silver é um bom Makai. Luna sentiu saudades. Com toda essa armadura, Luna não consegue fazer carinho direito." - Luna começa a tirar a armadura de Silver. Algo cai no chão.

Cirius pega o objeto. É um cristal de Melia. "Um cristal de Melia ?"

"Deve pertencer a senhorita Galadriell !" - Èris diz.

"Faz sentido. Caso ela se perca do Silver, os dois podem se encontrar." - Mira diz.

"Tava querendo dizer isso pra gente, huh ?" - Kaito diz. Ele faz carinho na cabeça de Silver. "Bom garoto."

"Para onde o cristal aponta ?" - Luna pergunta.

Cirius fecha seus olhos, começa a se concentrar e mexer sua mão. Ele para. "Pra essa direção."

Marco fecha suas patas. "…Irei com vocês."

Kaito levanta uma sobrancelha, confuso. "Hein ?"

"Ótimo-" - Luna diz, sendo interrompida por Kaito.

"Pode ir parando aí." - Kaito diz. "O que você tá planejando ?"

"Kaito ! Ele quer vir conosco. Isso não é nenhum problema." - Èris diz.

"Mas claro que não é nenhum problema." - Kaito diz, zombando. "É óbvio que tem mais coisa aí, cavaleira ! O senhor 'eu odeio seres humanos com cada músculo no meu corpo' não ia mudar de ideia assim, do nada."

"Eu conheço a região." - Marco diz. "Dispensar um guia em tempos como esses é idiotice."

"Isso é um bom motivo." - Mira diz.

"Kaito está sendo bobo." - Luna diz. "Marco é uma pessoa boa, no fundo."

"Isso aí !" - Cirius diz.

Kaito cruza seus braços. "Que seja. Mas eu vou ficar de olho em você, tá me ouvindo ? Qualquer movimento em falso e eu acabo com a tua raça."

"Idem." - Marco diz.

"Vamos. Quanto mais rápido acharmos nossos amigos, mais rápido toda essa confusão terminará." - Èris diz.

O grupo vai embora.


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