Millennium Odyssey: Réquiem do Último Solstício escrita por Aquele cara lá


Capítulo 5
Laços entre terras distantes




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O grupo está caminhando, em um campo de grama morta.

Kaito solta um bocejo. "Que… saco… Falta muito... ?"

"Acho que vamos chegar... amanhã… ?" - Mira diz, confusa. "Eu ainda não faço a mínima ideia de como calcular tempo, com essa coisa no céu."

Kaito solta um suspiro. "Esse negócio de não existir mais noite é um saco. Dormi errado tantas vezes, que meu corpo tá todo duro."

"…Idem…" - Cirius diz.

"Mas eu posso garantir que não vai demorar tanto. O cristal tá puxando com um pouco mais de força." - Mira diz.

"Luna está ficando cansada de andar." - Luna diz.

"Concordo com a garota gato." - Kaito diz.

"Tecnicamente, Luna é uma lince." - Luna diz.

"Mesma coisa. Os dois miam, ou sei lá." - Kaito diz.

"Descansar seria legal, mas não tem nenhum lugar pra fazermos isso." - Cirius diz. "Todas as florestas morreram, e as que ainda existem estão quase indo pro saco."

Todos soltam um suspiro. Eles caminham por mais algum tempo.

Mira nota algo. "Eh… ? Eu não tô maluca… né ?"

"O que foi ?" - Luna pergunta.

"Eu acho que…" - Mira diz, encarando o horizonte. "Pode ser que… Kekkai." - Ela força sua visão. "Notícia boa ou ruim ?"

"Boa, duh !" - Kaito diz.

"Temos uma salvação." - Mira diz.

"Notícia ruim ?" - Luna pergunta.

"Ela vai bater na nossa cara em três... dois…" - Mira diz.

De repente, algo cai no meio do grupo. Parece ser uma estaca cinza.

"Q-Que droga é essa !?" - Cirius pergunta, assustado.

Mira aponta para o horizonte. Há algumas abelhas com quatro asas e ferrões pontiagudos vindo na direção do grupo. Uma abelha dispara seu ferrão na direção deles, mas erra. Em questão de segundos, outro ferrão cresce.

"Só pode tá de brincadeira !" - Kaito diz, espantado.

"Isso é uma coisa boa !" - Luna diz.

"Onde tem um enxame de Apis, tem uma floresta. É literalmente impossível essas coisas sobreviverem sem uma." - Mira diz.

Kaito põe a mão em seu queixo. "Hmm… Entendi seu ponto… Heh, então vamos acabar com essas coisas e perguntar onde elas moram."

Mira encara Kaito, confusa. "Você, uh... Você sabe que essas coisas não falam, né ?"

"É melhor aprenderem, se quiserem ficar vivas." - Kaito diz, pondo uma pedra em sua luva.

O grupo pega suas armas e corre na direção das abelhas. Eles são recebidos com uma saraivada de ferrões. Kaito rapidamente põe uma pedra em sua luva e faz uma parede de gelo, parando os ferrões. Luna soca essa parede, jogando os pedaços dela e os ferrões na direção das Apis. Apenas algumas são acertadas. Mira começa a atirar nas criaturas.

"Não tem muita coisa pra eu fazer." - Cirius diz.

Mira acerta uma Apis, fazendo ela cair no chão. Cirius tem uma ideia. Ele corre até a criatura, monta nela e agarra as antenas. Cirius começa a forçar, até que consegue controlar a Apis e começa a voar nela. Ele se aproxima de outra criatura, pega Yaldabaoth e a corta ao meio. Cirius faz isso com mais algumas Apis.

"Bem esperto !" - Kaito diz.

"A gente improvisa com o que tem !" - Cirius diz.

"Luna também teve uma ideia. Kaito consegue fazer um cipó ?" - Luna pergunta.

"Sem nenhum problema." - Kaito diz. Ele cria um cipó.

Luna faz um nó nesse cipó e o joga em uma Apis, acertando a criatura. Lentamente, ela começa a rodar, girando a criatura junto. Luna começa a girar mais rápido. A Apis que ela está segurando começa a bater nas outras. Em alguns minutos, não há mais criaturas.

Cirius desce e mata a Apis em que estava. Ele guarda Yaldabaoth. "É bom bater em alguma coisa que não seja um Wrath, de vez em quando."

"Matamos tudo ? Ótimo. Agora, pra onde essas coisas tavam indo ?" - Kaito pergunta.

"Naquela direção, eu acho." - Mira diz, apontando para o horizonte.

"Mas Luna não vê nada lá !" - Luna diz.

Mira dá de ombros.

Kaito se ajoelha, em prantos. "Eu não aguento mais andar !"

Algum tempo depois. O grupo vê uma floresta ainda um pouco verde. Eles correm para perto dela.

"Whoa… Esse lugar é praticamente um milagre." - Cirius diz, maravilhado com o local.

"Luna sente vida aí dentro." - Luna diz.

"É bom mesmo ter vida aí, porque eu preciso bater um rango. Meus ancestrais não desenvolveram instintos caçadores pra eu comer mato." - Kaito diz.

"Que tal se pararmos aqui ?" - Cirius pergunta.

"Uma boa ideia." - Mira diz. "Podemos cortar o mato e fazer um acampamento."

"Eu pego a madeira." - Cirius diz. Ele entra na floresta.

Kaito olha para Luna. "Huh, essa é nova. Não vai atrás dele, gritando e correndo ?"

Luna nega com sua cabeça. "Marido precisa de um tempo sozinho. Luna entende isso."

"Uh… Ok... Você, uh, tá um pouquinho diferente." - Kaito diz, confuso.

Eles entram na floresta. Enquanto isso, Cirius está caminhando dentre algumas árvores.

"Cara, que sede. Onde será que eu acho uma água ?" - Cirius se pergunta. "Devia ter trazido a Luna. Ela ia conseguir cheirar a terra molhada." - Ele dá de ombros. "Bom, eu tenho certeza de que vou achar alguma coisa." - Cirius continua andando.

De repente, uma moita começa a se mexer. Cirius dá um pulo para trás e põe sua mão em Yaldabaoth. Da moita, cai um homem de cabelo longo e bagunçado vermelho, com um rabo de cavalo, olhos também vermelhos, com uma barba mal feita, vestindo uma camiseta branca, um sobretudo preto, com detalhes azuis, uma calça marrom, botas de couro e com uma bolsa também marrom em sua cintura.

"Ugh !" - O homem diz, passando a mão em sua bunda. "Aquele ferrão me cutucou com tanta força, que eu acho que perdi minha virgindade." - Ele nota Cirius. O homem se levanta rapidamente. "Graças a um bom deus, vida local !"

Cirius inclina sua cabeça, confuso. "Vida o quê ?"

O homem solta um suspiro, desapontado. "Ótimo. Não é muito inteligente." - Ele limpa sua garganta. "O… lá… Meu… nome… é... Christopher… Chris… to… pher… Eu… ser… amigo…"

Cirius encara Christopher. "Uh… Você é idiota ?"

"Você fala minha língua ? Amém." - Christopher diz. "Meu nome é Christopher Epsilon."

"Ok..." - Cirius diz.

Silêncio toma o local.

Christopher limpa sua garganta. "Então…"

"Então... ?" - Cirius pergunta, confuso.

"Não vai dizer nada ?" - Christopher pergunta.

"Eu, uh, deveria… ?" - Cirius pergunta, confuso.

"Não sabe quem eu sou !?" - Christopher pergunta, surpreso. "Christopher Epsilon, rei de Hamsalot, lendário dono da Durandal, sucessor da linhagem da grande deusa Fênix e, claro, um arrasador de corações."

"Cirius Esdeath, príncipe de Ignis e filho de uma criatura que se acha uma deusa." - Cirius diz.

Os dois dão um aperto de mãos. "Não faço a mínima ideia do que tudo isso que você disse significa."

"Ahahaha ! Essa foi boa." - Christopher diz. "Então... Veio fazer o que aqui ?"

"Eu e meus amigos estamos… 'andando' por aí." - Cirius diz. "E você ?"

"Minha empregada ficou doente porque eu deixei o castelo inteiro nas mãos dela, enquanto fui... procurar uma pretendente em alguns bordéis." - Christopher diz.

Um olhar de desgosto cobre o rosto de Cirius. "Você é um otário." - Ele vira suas costas para Christopher e vai embora, friamente.

Christopher vai atrás de Cirius. "E-E-Espera aí, cara !"

Cirius para. "O que você quer ?"

"Escuta, você é minha última esperança !" - Christopher diz, em prantos. "Se não conseguir isso, ela pode acabar morrendo !"

"Boa sorte conseguindo." - Cirius diz.

"Por favor !" - Christopher diz.

Cirius põe as mãos em sua cintura e solta um suspiro. "Tá bom. Mas só porque a vida de alguém tá em risco, porque eu não te ajudaria nem ferrando !"

"Sério !? Valeu mesmo, cara !" - Christopher diz.

"Do que precisa ?" - Cirius pergunta.

"Eu vi umas Apis por aqui e pensei em pegar o mel da rainha." - Christopher diz.

"Faz sentido. Vovó sempre dizia que mel de uma rainha Apis cura muitas doenças." - Cirius diz.

"Sabe onde fica a colméia ?" - Christopher pergunta.

Cirius dá de ombros. "Não faço a mínima ideia."

Christopher solta um suspiro, decepcionado. "Ótimo... E agora ?"

"A gente vai achar, alguma hora." - Cirius diz. "Até lá, só precisamos andar."

Os dois começam a caminhar.

"Como é esse seu reino aí ?" - Cirius pergunta.

"Maravilhoso, cara ! Tem comida maravilhosa, bebida da boa e, o melhor de tudo, gatinhas pra todo lado !" - Christopher diz. "Se bem que a maioria delas já tentou me matar, depois que eu… carinhosamente tentei encantar elas."

Cirius levanta uma sobrancelha. "Não brinca."

"Pois é, né ? Dá pra acreditar numa coisa dessas ?" - Christopher pergunta.

"E o resto delas ?" - Cirius pergunta.

"Bom… as outras são casadas com maridos fortões..." - Christopher diz.

"Esse cara é muito mais patético do que parece... Como é que um idiota desses virou rei ?" - Cirius pensa consigo mesmo.

"Além disso-" - Christopher diz, se interrompendo e pondo o braço na frente de Cirius.

"O que foi ?" - Cirius pergunta.

"Tá ouvindo isso ?" - Christopher pergunta. Ele aponta para uma moita.

Cirius e Christopher caminham até essa moita e olham por ela. Há algumas Apis atacando um esquilo gorducho.

"No três." - Christopher diz.

"Não precisa falar duas vezes." - Cirius diz.

"Um… dois..." - Christopher diz.

Uma Apis atira seu ferrão. Christopher e Cirius saem da moita, correndo na direção do animal. Cirius se joga no esquilo e consegue pegá-lo.

Christopher entra na frente do ferrão. "Durandal !" - Algumas chamas vermelho carmesim saem dos punhos dele e tomam a forma de uma espada quase do tamanho de Christopher com uma lâmina marrom, com o fio dourado e vários símbolos ilegíveis também dourados, e um cabo verde. Christopher usa essa espada para cortar rapidamente o ferrão ao meio.

Cirius põe o esquilo no chão. "Fica aqui, carinha." - Ele pega Yaldabaoth e vai para o lado de Christopher.

"Heh, você pensa rápido." - Christopher diz.

"Digo o mesmo." - Cirius diz.

Os dois se jogam em direções opostas. Uma Apis passa, onde eles estavam, e finca seu ferrão em uma árvore. Cirius chuta a criatura para Christopher, que a corta ao meio. Uma Apis se aproxima por trás de Christopher e uma por trás de Cirius. Christopher corre na direção de Cirius, que se abaixa. Ele corta a criatura atrás de Cirius, que corta a criatura atrás Christopher. Todas as Apis morrem. Cirius guarda Yaldabaoth.

"Nada mal." - Cirius diz.

"Digo o mesmo." - Christopher diz.

Cirius nota os símbolos na espada de Christopher. "O que é isso aí ?"

"Isso ?" - Christopher aponta para sua espada. "O nome dessa gracinha é Durandal. Minha empregada que me deu. Ela disse que achou isso no chão, ou alguma coisa assim. Não tava prestando muita atenção."

"Isso é dialeto Ascendente." - Cirius diz.

"Eu não faço a mínima ideia do que você tá falando." - Christopher diz. "Eu acho que é o símbolo de uma das Dez Divindades. Sei lá, não tava prestando atenção."

Cirius força sua visão, para ler. "…Ha… u… sos… ?"

"Isso mesmo ! Hausos ! Foi esse nome aí que minha empregada disse." - Christopher diz. "Sabe ler essas coisas ?"

"Não muito. Passei um tempo estudando, com uma amiga minha." - Cirius diz.

"Estudar é um saco." - Christopher diz.

"Digo o mesmo…" - Cirius diz.

O esquilo de antes se aproxima deles. Cirius e Christopher se agacham perto da criatura.

"Você deu sorte, hein carinha." - Cirius diz. "Vê se emagrece. Daí, pode sair correndo dessas coisas."

"Ahahaha ! Essa foi boa." - Christopher diz.

Cirius inclina sua cabeça, confuso. "Nem foi tão engraçado assim…"

"Não é um homem. E, muito menos, um homem gordo." - Christopher diz. Ele passa a mão na barriga do esquilo e abre uma bolsa. Há filhotes dormindo lá dento.

"Uma mãe protegendo os filhos a qualquer custo…" - Cirius diz.

"O sentimento de arriscar tudo para proteger quem você gosta... Talvez eu consiga sentir isso, algum dia…" - Christopher diz para si mesmo.

"Falou alguma coisa ?" - Cirius pergunta.

Christopher se levanta. "Nah."

Cirius também se levanta. Ele solta um suspiro. "Continuamos sem nenhum progresso."

"Ótimo. Eu não quero perder minha empregada só por causa de um mel." - Christopher diz.

A mãe esquilo começa a cavar o chão. Os dois notam a ação dela.

"Uh… Tá tudo bem. Não precisa mais se esconder." - Christopher diz.

"Acho que ela tá tentando falar alguma coisa." - Cirius diz.

"Você fala esquilonês ?" - Christopher pergunta.

"Tenho uma amiga que gosta bastante de animais." - Cirius diz.

"Então traduz !" - Christopher diz.

"Eu sei lá, cara ! Só tô assumindo que ela quer mostrar alguma coisa !" - Cirius diz. Ele se aproxima da mãe esquilo e começa a cavar junto dela.

Christopher dá de ombros e também começa a cavar. Os dois param, quando chegam em uma camada mais amarelada de terra.

"Não sou nenhum especialista, mas isso aí não parece terra não." - Christopher diz.

Cirius pega Yaldabaoth e cutuca essa terra. Um pouco de líquido amarelo começa a sair dela. "Definitivamente não é terra."

Christopher cheira o líquido. "Espera aí... Isso é mel !"

"T-Tá de brincadeira !" - Cirius diz, surpreso. "Quer dizer que tudo isso debaixo da gente é um ninho infestado dessas coisas !?"

"É o que tá parecendo." - Christopher diz. Ele pega Durandal.

"E-Espera aí, cara-" - Cirius diz, sendo interrompido por Christopher, que finca Durandal no chão e abre um buraco, derrubando os dois.

Os dois caem em um lago de mel.

Cirius se levanta. "Ugh ! Isso doeu pra cacete..."

"…Cada osso no meu corpo virou poeira…" - Christopher diz.

Eles olham em volta. O local está completamente coberto por favos, escorrendo mel. Há caminhos para todos os lado, nas paredes.

"Essa coisa não amorteceu nem um pouco a queda..." - Cirius diz.

Os dois saem do mel.

"Chegamos aqui. Pega seu mel e vamos embora." - Cirius diz.

"Falar é fácil. Tem de ser o mel especial que a rainha faz." - Christopher diz.

"É verdade..." - Cirius diz.

Os dois começam a andar. Eles entram em um caminho e chegam até uma bifurcação.

"Pra onde a gente vai ?" - Cirius pergunta.

"Como é que EU vou saber ? Você é o cara que entende de animais !" - Christopher diz.

"Eu não entendo de animais ! Disse que CONHEÇO alguém que entende !" - Cirius diz.

"Vamos pensar logicamente, como os seres inteligentes que somos." - Christopher diz. Ele começa a apontar para os dois caminhos. "Minha… mãe… mandou… eu… escolher… esse… da… QUI ! Tá decido. Vamos pelo caminho da esquerda." - Ele vai pelo caminho que escolheu.

"Pensar logicamente uma ova ! Isso aí só vai deixar a gente mais perdido ainda !" - Cirius diz, bravo.

"Tem uma ideia melhor, senhor 'eu uso lógica em tudo que faço' ?" - Christopher pergunta.

Cirius tenta dizer algo, mas não consegue. Ele segue Christopher.

Christopher dá um sorriso presunçoso. "Foi o que eu pensei."

Os dois começam a caminhar. Depois de caminhar por alguns minutos, eles param.

"A gente definitivamente tá perdido." - Cirius diz.

"Pfftt ! Que nada ! Só não sabemos onde estamos." - Christopher diz.

Cirius dá um olhar de desgosto para Christopher.

"O quê ?" - Christopher pergunta.

"Eu tenho uma ideia melhor." - Cirius diz. Ele pega Yaldabaoth e a finca em uma parede.

"Pra que isso, exatamente ?" - Christopher pergunta.

"Essas coisas sabem onde cada túnel leva, certo ? Então só precisamos atrair elas pra cá e ver por onde elas vem." - Cirius diz.

"Plano genial ! Como é que eu não pensei nisso antes ?" - Christopher pergunta.

"Eu sei como você não pensou." - Cirius diz. Ele arranca um pedaço do favo e o incendeia com seu fogo roxo. Fumaça começa a subir. "Isso deve dar conta."

Christopher encara a chama. Cirius nota ele encarando. "Eu não tava mentindo, quando disse que era filho de uma criatura que se acha uma deusa."

"Não podia me importar menos com isso." - Christopher diz. "Não é como se a minha fosse melhor ou pior que a sua."

Cirius inclina sua cabeça, confuso. "Não saquei."

"Me responde uma pergunta. Você sente orgulho disso ? Sente orgulho DESSE ser seu poder ?" - Christopher pergunta.

"Eu… sinto." - Cirius diz, incerto.

Christopher solta um suspiro, desapontado. "Eu não senti firmeza nenhuma nisso aí. Digamos que pessoas importantes para você, pessoas que põe as vidas delas em suas mãos, estejam em uma situação de vida ou morte e você TIVESSE que usar esse seu poder. O que faria ?"

Cirius tenta dizer algo, mas não consegue.

"Deixa eu te dizer uma coisa. Nunca, NUNCA MESMO, deixe de confiar no desconhecido." - Christopher diz. "Errar mas ter tentado é muito melhor do que deixar a pior hipótese acontecer. Se você está incerto sobre alguma coisa, transforme essa incerteza em força. Use isso pra se tornar mais forte. Não sabe se pode confiar no seu poder ? Treine. Treine, até você não querer usar outra coisa que não seja ele. Só NUNCA fuja, ou essa decisão pode acabar te atormentando pelo resto da sua vida. E, quando você perceber, vai ser um ser humano quebrado que não consegue achar conforto em mais nada nesse mundo, e só sua empregada vai confiar em você."

"…Você tem razão…" - Cirius diz. "Eu não deveria ter medo de alguma coisa ruim acontecer, deveria me esforçar pra que essa coisa ruim nunca aconteça."

"Viu só ? Pegou a mensagem rapidinho !" - Christopher diz.

Cirius sorri. "Heh, acho que tive a impressão errada de você."

"Ahahaha ! Eu falei a mesma coisa pra minha empregada, quando ela me disse isso." - Christopher diz.

Cirius franze uma sobrancelha, inconformado. "Ah, qual é ! Nem isso você consegue pensar ?!"

"E-Ei ! Eu sou só o cara engraçado que, vez ou outra, tem de dizer alguma coisa séria pra balancear ! Não vem ficar bravo comigo por uma coisa dessas !" - Christopher diz.

"Cara, de vez em quando, eu sinto uma vontade de te machucar fisicamente." - Cirius diz.

Um zumbido pode ser ouvido, se aproximando. Várias Apis chegam.

"Ótimo. Guarda essa vontade pra essas coisas." - Christopher diz. Ele pega Durandal.

Cirius pega Yaldabaoth. "Agora só precisamos seguir o caminho de onde elas estão vindo."

"Correr pra uma direção e matar tudo que a gente ver pela frente. Saquei." - Christopher diz.

Os dois começam a correr na direção em que as Apis estão vindo. Uma criatura dispara seu ferrão na direção de Cirius. Ele corta o ferrão com Yaldabaoth. Christopher cobre Durandal com suas chamas vermelhas e joga uma onda de chamas que corta algumas Apis. Muito mais criaturas aparecem.

"Ok, talvez essa não tenha sido uma boa ideia." - Christopher diz.

"Eu não pensei que tinha tantas assim." - Cirius diz. "Mas eu tenho um plano extra. Fica esperto !" - Ele se abaixa.

Christopher corre até Cirius, pega impulso em suas costas, gruda Durandal no teto e se segura na espada. Cirius joga um pouco das suas chamas roxas na direção das Apis, chamando a atenção delas e fazendo as criaturas o seguirem.

Cirius corre para uma bifurcação. "Agora !"

Durandal é coberta pelas chamas vermelhas. Cirius corre para fora do túnel. Um pilar dessas chamas sai do teto, tampando a entrada da bifurcação. Christopher se solta do teto.

"Hah… Hah… Mandou bem." - Cirius diz.

"Cara, sorte sua a gente ter uma boa sintonia. Se não, você tava mortinho." - Christopher diz.

"Vamos embora, antes que aquelas coisas descubram um jeito de sair de lá." - Cirius diz.

Os dois vão embora, correndo. Minutos depois. Eles chegam em um local mais aberto. No meio, há uma Apis com um grande tórax.

Christopher respira fundo. "É uma piada, né ?"

Cirius inclina sua cabeça, confuso. "O quê ?"

"Qual é ! Olha só pra aquela coisa !" - Christopher diz, apontando para a Apis. "Como é que aquelas psicopatas sedentas por sangue saíram de uma coisa preguiçosa dessas ? Eu pensei que ia ser um bicho ridiculamente forte ! Bom, pelo menos eu acertei na parte do ridículo."

"Tá reclamando do que, hein ? Pelo menos a gente não precisa lidar com uma daquelas coisas !" - Cirius diz.

Christopher solta um suspiro, desapontado. "Tanto faz. É só eu voltar pro meu reino e dizer que enfrentei a uma coisa que poderia terminar com toda a humanidade."

"Só pode ser brincadeira…" - Cirius pensa.

"Vamos pegar esse negócio é ir embora." - Christopher diz. Ele pega um frasco em sua bolsa.

Os dois se aproximam da rainha e começam a andar em volta dela. Eles param.

"De onde, uh… De onde eu vou tirar o mel ?" - Christopher pergunta.

Cirius olha atrás da criatura. "Tem um pouco de mel saindo dali."

"T-Tá de brincadeira comigo !? Eu não vou enfiar minha mão ALI !" - Christopher diz.

"Mas é o único jeito." - Cirius diz.

"Presta atenção no que você tá me pedindo pra fazer !" - Christopher diz. "Você quer que eu enfie minha mão no- Nas partes íntimas de um inseto gigante !"

"Mas é pra salvar sua amiga, não ?" - Cirius pergunta.

"Mas é um inseto ! E uma parte íntima !" - Christopher diz.

"Para de ser fresco !" - Cirius diz. "E vê se anda logo ! Aquelas coisas podem chegar a qualquer segundo."

"Ugh ! Tá bom, droga…" - Christopher diz. Ele pega o frasco e lentamente o aproxima da Apis.

Quando Christopher encosta, metade do seu corpo é puxado para dentro da criatura. Cirius se desespera e começa a puxá-lo com força. Ele consegue, jogando os dois para trás.

"Tudo legal aí ?" - Cirius pergunta.

Christopher vagarosamente se levanta. Ele pega Durandal. "…Eu vou matar essa coisa…"

Cirius segura Christopher. "C-Calma aí ! Ela não fez por mal ! Escuta, cara, por mais que você queira acabar com a raça dela, tem de manter o balanço do meio ambiente. Se é que ainda existe um…"

Christopher se acalma. Ele pega o frasco cheio de mel, o tampa e guarda em sua bolsa. Christopher vira suas costas para Cirius e vai embora. "…Sem nenhum comentário..."

Cirius segue Christopher. "Mas foi engraçado-"

Christopher pega Durandal e a encosta no pescoço de Cirius. "Sem. Nenhum. Comentário."

Cirius concorda com sua cabeça. Algum tempo depois. Os dois estão de volta à superfície.

"Hah… Nada melhor do que um ar que não cheira a mel." - Christopher diz.

"Não aguentava mais ficar naquele lugar." - Cirius diz.

"Eu que o diga…" - Christopher diz.

Silêncio desconfortável toma o local.

"Bom, acho melhor eu voltar. Se eu me atrasar mais um pouco, vou levar uma bronca daquelas." - Christopher diz.

"Você parece ser um cara forte. Por que não viaja com a gente ?" - Cirius pergunta.

"Nah. Eu tive aventura o suficiente por um tempo. Mas definitivamente vamos nos ver de novo. É uma promessa." - Christopher diz.

Os dois dão um aperto de mãos.

"Eu tomaria cuidado, se fosse você. Levo promessas a sério, hein." - Cirius diz.

"Quando você e seus amigos forem pra Hamsalot, passem pelo castelo. Eos e eu vamos ficar felizes em receber vocês." - Christopher diz. "Bom, EU vou ficar feliz. Ela provavelmente vai começar a puxar minha orelha e me dizer o quão irresponsável eu sou por ficar chamando gente pro castelo sem ela saber."

"Beleza. Eu prometo que vou passar lá, quando tudo isso acabar." - Cirius diz.

Christopher sorri. "Vou estar te esperando. Até lá, amigo."

Cirius também sorri. "Até, amigo."

Os dois seguem por caminhos opostos. Alguns minutos depois. Cirius chega em seu grupo.

"Tô de volta." - Cirius diz.

"Marido voltou !" - Luna diz, sorrindo.

"Tu não foi buscar lenha ?" - Kaito pergunta.

"Cadê as lenhas que foi buscar, maninho ?" - Mira pergunta.

"E por que marido cheira à mel ?" - Luna pergunta.

Cirius solta um suspiro. "Vocês não fazem ideia..."


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