Millennium Odyssey: Réquiem do Último Solstício escrita por Aquele cara lá


Capítulo 4
O peso de uma responsabilidade




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Mira, Cirius e Luna estão caminhando em um campo coberto por grama morta marrom.

"Ekoir já foi mais verde." - Cirius diz.

"Quanto tempo até chegarmos ?" - Luna pergunta, cansada.

"Só mais um pouco." - Cirius diz.

"Artemis, huh…" - Mira diz para si mesma. "Simetra não são lá minhas melhores memórias."

"Nem Artemis." - Cirius diz.

"O que será que as pessoas ricas estão fazendo ?" - Luna pergunta.

"Provavelmente trancaram o reino inteiro." - Cirius diz. "Pela cara de enjoado que eles tinham, eu não duvido muito que tenham fechado as portas pra todo mundo de uma vez por todas."

Na distância, pode se ver todo o ouro reluzente de Artemis.

"Huh, que surpresa. Eu achei que ia ter uma muralha enorme." - Cirius diz.

"Vai ver, o povo rico ficou mais humilde." - Luna diz.

"Tomara. Vai ser bom, se eles dividirem todo aquele ouro." - Mira diz.

Algum tempo depois. Eles entram na cidade. Não há ninguém.

"…Ninguém…" - Mira diz.

"Não é só isso… Não tem uma alma sequer aqui…" - Cirius diz.

"CADÊ O POVO RICO ?" - Luna grita.

Sem resposta. O único som que pode ser ouvido é o vento passando pelas casas.

"O que será que aconteceu aqui ?" - Cirius pergunta.

De repente, Mira atira para trás, acertando um Wrath. O chão é coberto pela neblina negra. Mais Wrath aparecem.

"Mas é claro que essas coisas tão aqui." - Cirius diz.

Os Wrath começam a correr na direção contrária deles. As criaturas pulam umas nas outras, formando esferas negras. As esferas avançam na direção do grupo.

"Eu já vi isso antes…" - Cirius diz, encarando as esferas. Uma esfera se aproxima dele, toma a forma de uma espada e o ataca. Cirius pula para trás, desviando do ataque. Ele rapidamente pega Yaldabaoth e se defende de outro ataque. Cirius solta um suspiro. "Que falta de originalidade."

Mira começa a correr, atirando em uma esfera atrás dela com suas bestas. A esfera chega mais perto, se transforma em uma boca e tenta comer ela, mas Mira atira uma munição com corda, que a puxa para fora do alcance do ataque. A boca acaba mordendo o chão, arrancando um pedaço dele.

"Manter distância… Tá anotado." - Mira diz, encarando o buraco que a esfera fez.

Luna pula para o lado, desviando de um punho grande. O punho acaba acertando uma casa, a quebrando. Luna encosta nesses pedaços, que começam a flutuar. Ela junta os pedaços em volta do punho, o prendendo. Sem muito esforço, o punho quebra os pedaços, se soltando e vai na direção de Luna, que põe os braços na frente do corpo. Luna se defende do ataque e revida com um soco, afundando o punho no chão. O punho volta a ser uma esfera, e se prende nas mãos dela. Luna força, até que consegue se soltar. Ela pula para trás, ficando de costas para Cirius.

"Algum plano ?" - Cirius pergunta.

"Luna não faz ideia." - Luna diz.

Mira se aproxima deles. "Essas coisas absorvem os meus tiros."

"Yaldabaoth também não tem nenhum efeito." - Cirius diz.

Mais Wrath começam a aparecer.

"Ótimo. A cavalaria deles chegou." - Mira diz.

Esses Wrath começam a se juntar em mais esferas. Essas esferas tomam a forma de lanças.

Mira encara as lanças. "Espera aí..."

As lanças se jogam nos três.

"Vamos sair daqui !" - Cirius grita.

Os três começam a correr.

"Algum lugar seguro ?" - Mira pergunta.

"A casa do Kaito !" - Luna diz, apontando para uma mansão.

"Vamos pedir ajuda !" - Cirius diz.

Eles correm até a mansão.

Cirius começa a bater na porta. "Kaito ! Abre a porta !"

A porta se abre. O trio cai dentro da mansão. Luna se levanta e fecha a porta com força.

Mira solta um suspiro, aliviada. "Ainda bem…"

"Ugh ! Saiam de cima de mim !" - Uma voz masculina jovem diz. Jogado no chão, está Kaito, vestindo um sobretudo aberto branco, com detalhes vermelhos, uma camiseta azul, calças cinza e sapatos pretos. Ele se levanta e se limpa com alguns tapas. "O que vocês estão fazendo aqui ?"

"Kaito !" - Os três dizem.

"Não tem ninguém surdo aqui." - Kaito reclama.

"Cara, ainda bem que você tá inteiro !" - Cirius diz.

"De novo, o que querem aqui ?" - Kaito pergunta. "Não vêem que estão gastando meu tempo ?"

"Uma ano já passou ! E a gente tava-" - Cirius diz, se interrompendo. "Como é que é ?"

"Se vieram conversar, não tenho tempo." - Kaito diz. "Estou muito ocupado, trabalhando."

"Você tá esquisito." - Mira diz. Ela nota que Kaito está sem suas luvas. "Uh… Kaito, cadê suas luvas ?"

"Luvas ? Essas porcarias são uma perda de tempo." - Kaito diz.

"O que aconteceu aqui ? Cadê o povo rico ?" - Luna pergunta.

"Aqueles idiotas ? Depois que essa calamidade começou, todos foram para Ignis buscando um 'lugar no paraíso'." - Kaito diz. "Ratos incompetentes. Não conseguem nem defender a própria terra."

"Isso é ódio demais. Até pra um cara como você." - Mira diz. "O que aconteceu ?"

"Aconteceu que eu preciso voltar ao meu trabalho." - Kaito diz, indo embora.

O trio se olha e segue ele. Eles chegam em um corredor. Os três seguem olhando porta por porta, até acharem Kaito, sentado atrás de uma mesa de aparência chique com vários papéis em cima dela. Ele está lendo esses papéis, concentrado. Luna chama a atenção dele, mas Kaito não olha. Cirius também faz isso, mas Kaito o ignora. Mira solta um suspiro. Ela atira para cima, criando um buraco no teto. Luna e Cirius olham para ela, assustados.

"Pela última vez, o que vocês querem aqui ?" - Kaito pergunta.

"O mundo tá morrendo e você tem a capacidade de perguntar o que a gente veio fazer aqui ?! Faça-me um favor, né." - Mira diz, brava.

"Que o mundo se exploda. O meu já foi embora há muito tempo." - Kaito diz.

"O que aconteceu ?" - Luna pergunta.

Kaito se levanta e começa a caminhar pela sala. "No dia em que eu e a Èris chegamos aqui, esse lugar era quase uma cidade deserta. Todos estavam indo embora por causa dos ataques constantes de Wrath. O primeiro lugar que eu vim foi para cá, mas não havia ninguém. Aqueles covardes dos meus pais foram os primeiros a fugir. Então, eu desci no labirinto, mas…" - Ele para em frente à uma janela e olha por ela. Há uma lápide no quintal. "…a única coisa que eu encontrei foi um cadáver, sem nenhum resquício de vida. Iris tinha morrido antes mesmo de toda essa coisa de apocalipse começar. A doença dela a matou. Um Wrath matou o Yonzaru. Depois disso, eu e Èris tivemos uma briga, e ela foi embora. A única coisa que me resta agora é dinheiro."

"…Eu… sinto muito..." - Mira diz, cabisbaixa.

Kaito fecha seu punho. "Ela deve ter sofrido tanto… Tudo isso por minha causa… Se eu tivesse achado uma cura mais rápido, nada disso teria acontecido. Eu faria qualquer coisa pra trocar de lugar com ela."

"Não foi culpa do Kaito. Kaito não fez nada de errado." - Luna diz.

"Quem é você para viver ?! Você não sabe o que é viver em constante agonia, sofrendo cada vez que respira !" - Kaito diz, bravo.

Luna se encolhe, assustada.

"Por que você discutiu com a Èris ?" - Mira pergunta.

"Porque ela é mais uma idiota, assim como vocês. Não parava de falar 'vamos salvar o mundo' e 'a gente vai poder voltar a viajar'. Eu não tenho tempo pra essas idiotices. Preciso trabalhar pra conseguir mais dinheiro-" - Kaito diz, sendo interrompido quando Cirius soca o rosto dele, o jogando em cima da mesa e a quebrando. Kaito se levanta. Cirius pega ele pela gola do sobretudo e o empurra até a parede.

"C-Cirius !" - Mira diz, surpresa.

"Você prometeu pra ela, desgraçado ! Você prometeu que viajariam o mundo juntos ! Não se quebra uma promessa !" - Cirius diz, bravo.

Kaito dá uma cabeçada em Cirius, que solta ele. "Do mesmo jeito que eu fiz uma promessa pra Iris ! E olha o que aconteceu !"

"Ela morreu, e essa promessa idiota também !" - Cirius diz. "Ficar reclamando não vai trazer ela de volta ! Nada vai ! Você tem que cuidar do que tem agora, não do que podia ter tido !"

"Eu já tô cansando de vocês !" - Kaito diz, bravo.

De repente, um pedaço de chão cai do teto. Uma forte ventania pode ser ouvida. O teto da casa começa a ser puxado, até que sai por completo. Na distância, pode-se ver um furacão feito com os Wrath e vários destroços flutuando por todo lugar.

"Ah, qual é ! Isso é exagero !" - Mira diz.

"Vamos !" - Luna diz, indo embora.

Mira segue Luna.

Cirius vai atrás de Mira e Luna, mas ele para na porta. "Mais uma coisa. Se você falar daquele jeito com a Luna mais uma vez, eu faço questão de mandar você pro mesmo lugar que sua namoradinha." - Ele vai embora.

Kaito encara eles irem embora. Enquanto isso. Cirius sai da mansão e se aproxima da dupla.

"Ugh ! Que vento forte !" - Mira diz.

"Como é que a gente vai parar aquela coisa ?" - Cirius pergunta.

"Do mesmo jeito que fizemos até agora…" - Mira diz, pegando suas bestas. "…com força bruta."

"Pra você, é fácil falar !" - Cirius diz. "Como é que NÓS DOIS vamos bater naquela coisa ?"

Mira dá de ombros.

"Espera… Se aquilo é feito de Wrath, então não importa." - Luna diz. "Se chegarmos perto, podemos bater nele."

"Mas vamos nos machucar, no processo." - Cirius diz.

"Não se formos rápidos." - Luna diz.

"Mas-" - Cirius diz, não conseguindo achar palavras para continuar. Ele solta um suspiro. "Ok, você venceu."

"Então vamos." - Mira diz. "Se algum de vocês for sugado, eu puxo de volta com uma munição. Prometo não acertar nenhum órgão vital~" - Ela vai embora, atirando no tornado.

Cirius e Luna também correm.

"Espera… Talvez ser puxado não seja uma coisa ruim." - Cirius diz.

"Luna pensou a mesma coisa que marido. Por isso, Luna deu a ideia." - Luna diz.

"Heh, você é mais esperta do que parece." - Cirius diz.

Eles deixam o vento puxá-los.

"Ficaram malucos !?" - Mira grita, surpresa.

"Relaxa ! A gente sabe o que tá fazendo !" - Cirius grita.

Um destroço se aproxima de Cirius. Ele alcança o destroço, sobe nele e o empurra, jogando o destroço no furacão. Com o impacto, alguns Wrath caem. Luna se agarra em um cano e pega impulso nele. Ela se joga em um pedaço de uma casa, o jogando no furacão. Mais Wrath caem.

"Hmm… Até que não é uma má ideia..." - Mira diz, pensativa. Ela também deixa a ventania puxá-la. Mira sobe no pedaço de um telhado. "Hora de botar meus bebês para funcionar. Kekkai ! Me revele o caminho !" - Ela começa a olhar para alguns destroços. "Vai servir. Ei, maninho ! Eu tive uma ideia !"

"Qualquer coisa que machucar aquilo serve !" - Cirius grita.

"Se você chegar perto o suficiente sem ser puxado, consegue cortar essa coisa ao meio ?" - Mira grita.

"Não custa nada tentar !" - Cirius grita.

"Então confia em mim !" - Mira grita. "Luna, eu vou precisar da sua ajuda !"

"O que Mira quer que Luna faça ?" - Luna grita.

"Chega mais perto do Cirius !" - Mira grita. Ela atira em alguns destroços, criando mais.

Luna pula pelos destroços que Mira fez, chegando perto de Cirius.

"Soca aquelas duas paredes !" - Mira grita.

Luna soca duas paredes, as quebrando.

Mira atira uma munição com corda, que acerta a calça de Cirius. "Cirius ! Vai pra cima !"

"É melhor isso dar certo !" - Cirius grita. Ele joga outro destroço no furacão. "Ei, coisa esquisita ! Sua mãe sugava mais forte que isso !"

"Uh… Não é lá o melhor jeito de ofender uma mass giratória feita de escuridão, mas ok..." - Mira diz para si mesma.

A ventania fica mais forte. O pedaço em que Cirius estava começa a ser puxado para perto do furacão. Cirius pega Yaldabaoth e a cobre com fogo roxo. Ele pula e finca sua espada no furacão.

"Agora !" - Mira grita.

Os pedaços das paredes que Luna quebrou se juntam na corda grudada em Cirius. Mesmo com a forte ventania, ele começa a ser puxado para baixo, puxando sua espada junto. Cirius chega no chão. O furacão é completamente coberto pelas chamas.

"Funcionou ?" - Mira se pergunta.

De repente, o furacão joga as chamas fora.

"Ah, qual é !" - Cirius diz. A corda se quebra. Ele começa a ser puxado. Cirius é violentamente jogado contra alguns destroços.

"Marido !" - Luna grita. Ela perde o controle do destroço em que está e acaba sendo levada pela ventania.

"Droga ! Essa coisa só ficou mais brava ?!" - Mira se pergunta. Ela junta suas bestas e atira sua bala forte. Um buraco se abre. A bala de Mira passa por ele. Mira se apóia em um joelho. "Ugh ! Por que nunca dá pra resolver essas coisas só com um tiro ?"

Enquanto isso. Kaito está correndo para fora da cidade. Ele olha para trás. "Aquilo não é problema meu. Se aquela coisa quer destruir a cidade, que destrua. Faço dinheiro em qualquer lugar." - Um destroço cai, perto dele. Kaito acaba caindo no chão. Ele se levanta e continua correndo. "Hah… Hah… Essa foi quase." - Ele sai da cidade. "Não volto pra esse caos tão cedo."

"Senhor Nakaitokura !" - Uma mulher grita.

Kaito olha para o lado. Ele vê uma mulher de cabelo longo preto e olhos azuis, vestindo uma roupa de empregada verde.

"Hah… Hah… Finalmente… !" - A empregada diz. Ela recupera seu fôlego. "Estivemos tão preocupados com o senhor ! Te procuramos em todo lugar, mas não conseguimos te achar ! Tentamos na cidade, mas haviam muitos Wrath circulando ! O que está acontecendo ali ?"

"Tch. É só você, Ei. Ainda estão vivos ? Achei que cada um de vocês já tinha apodrecido naquele lugar." - Kaito diz, com desgosto.

Ei olha para Kaito, confusa. "Senhor Nakaitokura... ? Por que está me tratando assim… ?"

"Não quero ver nenhum de vocês. Se é alguma mensagem daqueles dois idiotas, não quero saber." - Kaito diz, indo embora. "Fala pra eles que eu tô fazendo o maldito dinheiro que eles tanto queriam."

"O senhor não sabe ?" - Ei pergunta. "Senhor Nakaitokura, seus pais… Eles estão mortos…"

Kaito para de andar. Ele fica chocado, ao ouvir isso. "…C… Como é... ?"

"O senhor deve ter chegado depois que saímos." - Ei diz. "Uma horda terrível de Wrath começou a atacar a cidade. Todos começaram a fugir, inclusive nós. Acabamos sendo cercados. O senhor e a senhora Hexallem… Eles nos obrigaram a ir embora. Ficaram para trás, para nos proteger..."

"Isso… Isso é uma mentira…" - Kaito diz, ainda em choque. "Aqueles dois gananciosos nunca fariam uma coisa dessas..."

"Por favor, não fale coisas assim sobre eles…" - Ei diz. Ela se aproxima de Kaito e entrega um envelope branco chique para ele. "Antes deles se sacrificarem, confiaram esse envelope à nós. Disseram para entregar ao senhor, quando o víssemos."

Kaito pega o envelope e o abre. Há uma carta dentro. Nela está escrito: "Eu sei que não fui o melhor pai do mundo, mas essa catástrofe me fez perceber a realidade à minha volta: não importa quanto dinheiro você tem, vai ter o mesmo fim que os outros. Tem uma coisa que venho tentando criar coragem para te dizer há muito tempo, mas nunca consegui. Eu sinto muito. Sinto muito por tentar te obrigar a ser como eu. Quando você nasceu, foi o dia mais feliz da minha vida e da sua mãe. Suas mãos eram tão pequenas e frágeis, praticamente desapareciam nas minhas. Foi desse dia em diante que prometi para mim mesmo que te protegeria com todo o meu ser. Mas, quanto mais você crescia, menos queria ficar perto de mim. Quando você era criança, cada vez que eu descobria que fugiu de casa para se aventurar em alguma coisa, era como se meu coração fosse apunhalado. Eu fica tão preocupado, que passava à noite inteira acordado, esperando você voltar. Um dia, decidi juntar todo o dinheiro que conseguisse. Pensei que se você tivesse tudo o que quiser, ia abandonar suas aventuras tolas. No final de tudo, o tolo fui eu. Liberdade não é algo que se compra, mas sim, se conquista. Você cresceu, e, agora, aquelas mãos que eram tão frágeis são tão fortes quanto um touro. Sei que provavelmente não quer mais me ver, mas, quando tudo isso acabar, eu e sua mãe ficaríamos muito felizes em receber uma visita sua. Estaremos te recebendo de braços abertos. Mais uma coisa, filho. Eu sei que nunca dissemos isso, mas não podíamos estar mais orgulhosos de você. Kaito, você é o melhor filho que alguém poderia pedir." De repente, algumas gotas de água começam a cair na carta. Kaito está chorando.

"Senhor Nakaitokura ? Tudo bem com o senhor ?" - Ei pergunta.

Kaito começa a enxugar suas lágrimas e dizer para si mesmo. "…Homens adultos não choram, Kaito… Homens adultos não choram..." - Ele continua chorando. "…Droga…"

"Está tudo bem, senhor Nakaitokura. Estaremos aqui para o senhor." - Ei diz.

"Me faz um favor, Ei ?" - Kaito pergunta.

"Claro, senhor !" - Ei diz.

"Fala par os outros não se preocuparem, eu vou parar o Cataclismo." - Kaito diz.

"Isso é loucura, senhor Nakaitokura ! É melhor o senhor voltar comigo-" - Ei diz, sendo interrompida por Kaito.

"Eu sei que isso é loucura. Por que você acha que eu tô fazendo ?" - Kaito pergunta. "Além disso, não tô sozinho. E, desde que continue assim, vamos conseguir fazer tudo voltar ao normal. Confia em mim ?"

Ei encara Kaito, por alguns segundos. Ela concorda com sua cabeça. "Certo. Eu confio no senhor." - Ei vai embora, correndo. "Vamos estar te esperando, senhor Nakaitokura !"

"E eu vou chegar lá ! Provavelmente inteiro !" - Kaito diz. Ele olha para o furacão destruindo a cidade. "Heh, agora eu preciso praticar uma frase de efeito boa." - Kaito guarda a carta e entra na cidade.

Enquanto isso. Luna soca um destroço, o jogando no furacão. Mira atira em alguns destroços, também os jogando no furacão. Um telhado se aproxima de Luna, por trás. Ela se vira, mas não vai conseguir desviar. De repente, o telhado é cortado ao meio. Cirius está na frente de Luna, com Yaldabaoth em mãos.

"Obrigada, marido !" - Luna diz.

"Essa coisa já tá começando a irritar !" - Cirius diz. "Ei, Mira ! Mais algum plano genial ?"

"Nenhum !" - Mira grita.

"Ótimo. E agora ?" - Cirius se pergunta.

A ventania fica mais forte. O furacão joga todos para cima.

"O que os Wrath vão fazer agora ?!" - Luna grita.

"Não faço a mínima ideia, mas se preparem !" - Mira grita.

O furacão começa a jogar destroços para cima. O grupo consegue desviar de alguns deles.

"Precisamos parar aquilo !" - Cirius grita.

"Mas como ?" - Luna grita.

"Esse é o problema, a gente não faz a menor ideia !" - Mira grita.

Eles sobem em um pedaço do chão.

"Ótimo. Pelo menos tá todo mundo junto, agora." - Cirius diz.

"Ótimo coisa nenhuma ! A gente ainda tá caindo !" - Mira diz, brava.

"Se não fizermos nada, vamos cair no meio dos Wrath !" - Luna diz.

"E, se a gente cair lá, já era !" - Mira diz.

"Pelo menos eu vou morrer com a minha irmã !" - Cirius diz, abraçando Mira.

"Não vamos morrer !" - Mira diz, brava.

"Luna quer um abraço também !" - Luna diz, abraçando Cirius e Mira.

Os três se aproximam do furacão. De repente, uma ponte de gelo se forma, pegando o destroço em que eles estão e o levando até o chão em segurança.

Kaito pula no destroço. Ele está com suas luvas pretas. "Heh, chegar na hora nunca foi meu-" - Ele acaba gaguejando. "Ugh ! Mas que droga ! Justo agora ?! Eu pratiquei pra cacete !"

"Kaito !" - O trio diz, animados.

"Deixa a felicidade pra depois. Tem uma coisinha mais importante, agora." - Kaito diz, apontando para o furacão.

Cirius põe seu braço pelo pescoço de Kaito. "Bem-vindo de volta."

Kaito sorri. "…Valeu…"

"Não conseguimos tocar nos Wrath !" - Luna diz.

"Todas às vezes que atacamos, aquela coisa se encolhe ou estica. E, quando acertamos alguma coisa, não causa nenhum efeito." - Mira diz.

"Vocês têm um grave problema chamado falta de Kaito. Por sorte, eu tenho a cura bem aqui." - Kaito diz. "Já tentaram congelar aquela coisa ?"

"Claro que não. O nosso mago tava demorando demais pra voltar." - Cirius diz.

Kaito limpa sua garganta. "Alqui-mago."

"Mesma coisa." - Cirius diz.

"Bom, estão esperando o quê ? Aquela coisa tá vindo." - Kaito diz.

O furacão está se aproximando do grupo.

"Falasse antes !" - Mira diz. Ela começa a atirar.

"O que vamos fazer ?" - Luna pergunta.

"Isso, minha cara amiga meio animalesca, é uma boa pergunta." - Kaito diz. "Caso não lembrem, eu ainda tenho minhas limitações." - Ele olha para um grande barril de madeira, voando em volta do furacão. Kaito dá um leve sorriso confiante. "Limitações que eu acabei de perder." - Ele corre na direção do furacão. Kaito pega cinco pedras da mesma cor e as põe em uma luva. "Luna, Cirius ! Comigo ! Me protejam de qualquer coisa que aquilo jogue !"

Luna e Cirius correm, até que alcançarem Kaito.

Cirius corta uma casa ao meio. "Pode deixar."

Luna pega os pedaços da casa e os joga no furacão.

"Mira, se prepara para atirar naquilo ali, quando eu der o sinal !" - Kaito diz, apontando para o barril.

Mira começa a mirar suas bestas para o barril. "Na mira."

O furacão se aproxima mais.

"Agora !" - Kaito grita.

Mira atira no barril. Muita água cai. O furacão absorve essa água.

Kaito enfia sua mão no furacão. "Até logo."

O furacão começa a ser congelado, até que, em questão de segundo, está completamente congelado.

"Luna, se quiser fazer as honras." - Kaito diz.

Luna soca o furacão com força, o quebrando em pedaços. A névoa negra no chão desaparece.

"E é por isso que vocês devem estudar reações elementais." - Kaito diz.

"Que bom que decidiu voltar." - Cirius diz.

Kaito põe seu braço pelo pescoço de Cirius e o puxa para perto. "Ah, qual é, gente ! Não acharam mesmo que essa 'folga' que tiveram de mim ia durar tanto tempo assim, né ? Eu praticamente tô sendo obrigado a voltar. Sabem quantas pessoas gostam de mim ?"

"Uh… Ok..." - Luna diz, confusa.

Mira solta um suspiro. "Eu esqueci o quanto você falava..."

"E é melhor se preparar, porque vai eu tenho muuuita coisa pra contar." - Kaito diz.

"A que fez Kaito voltar ?" - Luna pergunta.

"Meu nobre cavalheirismo. Ajudar pessoas está no sangue..." - Kaito diz.

"Bom, isso tudo é legal, coisa e tal, mas pra onde a gente vai, agora ?" - Cirius pergunta.

"Alguém tem alguma noticia dos outros ?" - Luna pergunta.

"Eu também não sei. Depois que briguei com a Èris, não tive mais nenhuma notícia dela…" - Kaito diz.

Mira põe a mão em seu queixo. De repente, ela tem uma ideia. "Eu conheço alguém que pode nos ajudar com isso."

"Quem ?" - Luna pergunta.

Mira pega um cristal. "Credo me deu isso, quando lutamos em Mako. Desde que o Cataclismo começou, eu treinei com ele, até ir procurar vocês."

"Bom, se alguém sabe do paradeiro da cavaleira e da chefe dela, definitivamente essas pessoas são as quatro Deidades." - Kaito diz.

"Vamos, Mira. Precisamos juntar todo mundo o mais rápido possível." - Luna diz.

"Esse é o espírito, Luna." - Mira diz. "Vamos."

Todos vão embora.


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