Millennium Odyssey: Réquiem do Último Solstício escrita por Aquele cara lá


Capítulo 28
Um último adeus


Notas iniciais do capítulo

É, milagrosamente, eu vou terminar isso esse ano. Sem querer dar spoilers, mas só faltam mais uns dois capítulos para acabar.



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Todos estão reunidos na casa velha, na antiga floresta de bambus.

"Ainda não consigo acreditar…" - Momotarō diz. "Tantos meses de sofrimento e agonia… Tantas vidas perdidas… Mas nós conseguimos. Nós finalmente conseguimos…"

"Pode acreditar. Não foi uma coincidência ou milagre dos Dez. Essa vitória foi alcançada graças a união e determinação do povo." - Èris diz.

"Determinação, e uma ótima liderança." - Huli Jing diz.

"Eu não acho que fiz tanta coisa assim, mestra." - Momotarō diz, um pouco envergonhada. "Se não fosse pelos nossos amigos, nada disso teria acontecido."

"Momotarō, querida. Aprecio a humildade, mas você deveria dar mais valor às suas capacidades." - Huli Jing diz. "Até porque é uma discípula minha. E eu gostaria de receber um pouco do crédito por ter lhe ensinado tudo que sabe."

Todos olham para ela.

"É apenas uma piada." - Huli Jing diz. "…Nem tanto…"

"Eu só fico feliz que tudo isso tenha acabado." - Vega diz. "Eu realmente precisava de um descanso. Meus órgãos estavam começando a morrer."

"Você tá legal ?" - Cirius pergunta.

"Melhor do que nunca." - Vega diz, sorrindo. "Não existe nada que um bom descanso-- E algumas poções. --resolva."

"O que pretendem fazer agora ?" - Galadriell pergunta.

"Bom, eu vou ajudar as pessoas a voltarem a suas vidas normais o máximo que conseguir." - Momotarō diz.

"Eu também." - Suzaku diz. "Preciso ajudar as pessoas que aquela idiota machucou em Shāmò."

"Todos pretendemos ajudar as ilhas." - Seiryu diz.

"E vocês ?" - Byakko pergunta.

"Isso, uh… Isso é uma boa pergunta." - Decker diz. "O que vamos fazer agora ?"

"Bom, já que estamos todos juntos de novo, acho que podemos finalmente por um fim nisso tudo." - Èris diz.

"Mas amigos não sabem onde moça malvada está." - Luna diz.

"Ela tem um ponto. A gente não faz ideia pra onde vamos." - Kaito diz. "Pô ! Bastion Spei é enorme ! Aquela esquisita pode estar em qualquer lugar !"

"Verdade…" - Vega diz.

"…Na verdade…" - Cirius diz.

Todos se viram para ele.

"Sabe de alguma coisa, maninho ?" - Mira pergunta.

"Bom, não sei EXATAMENTE se dá pra confiar, mas, antes de lutarmos contra o Kraken, eu me encontrei com a minha mãe." - Cirius diz.

"E você não chamou a gente por quê ?!" - Mira pergunta, brava.

"F-Foi muito rápido ! Não deu pra fazer nada !" - Cirius diz. "Mas ela me disse uma coisa. Disse que estava nos esperando no 'centro de toda criação'. Não faço a mínima ideia do que é isso."

"Alguém tem alguma ideia ?" - Vega pergunta.

Kaito dá de ombros. "Nada."

"Tô na mesma que todo mundo. Mamãe não falava sobre a vida passada dela de jeito nenhum." - Claude diz.

"Então continuamos perdidos." - Decker diz.

Os Guardiões do Paraíso se olham, pelo canto de seus olhos.

Momotarō nota o comportamento de seus amigos. "Sabem de alguma coisa, não é ?"

"Por acaso, nós podemos persuadir os jovens a executar outro plano ?" - Genbu pergunta.

"Podemos atrair Demiurges para algum lugar." - Byakko diz.

"Isso aí ! Daí, vocês podem fazer o que quiserem com ela !" - Suzaku diz.

"Será um bom plano." - Seiryu diz.

Huli Jing solta um suspiro. "Isso é inútil. Eles não irão desistir. Além disso, conhecem Demiurges. Sabem que quando ela decide algo, ela faz."

"Mestra… ? O que não querem falar ?" - Cirius pergunta.

"Eu vou dizer isso uma vez, e apenas uma." - Huli Jing diz. "No momento em que chegarem em seu destino, descobrirão coisas que farão vocês questionarem tudo que sabem. Irão ver coisas que contradizem com tudo que acham possível e impossível. Não só isso, como sua ação mudará este mundo para sempre. Se essa mudança é para o bem ou para o mal, é apenas uma questão que só pode ser respondida pelos humanos. Sabendo de tudo isso, ainda querem continuar ?"

Todos ficam em silêncio, preocupados com o que acabaram de ouvir. Eles estão indecisos e considerando as possibilidades.

"Qual é, gente ! Não vamos abaixar a cabeça agora !" - Cirius diz. "Cada um de nós não chegou aqui por pura coincidência, mas sim porque queríamos proteger alguma coisa ou alguém ! Nós levantamos nossas armas hoje, para ninguém precisar levantar amanhã ! Estamos aqui para trazer a paz de volta para Bastion Spei e garantir que as pessoas continuem tendo um amanhecer para recomeçarem suas vidas ! Não somos os Vigilantes dos Sete Amanheceres à toa !"

"Pfftt ! Ahahaha ! Carinha, eu odeio esse nome ridículo." - Kaito diz. Ele dá um sorriso. "Mas você fala tanto isso, que tá começando a parecer uma coisa legal."

"Marido tem razão !" - Luna diz, animada. "Luna vai lutar por uma Bastion Spei mais unida !"

"Além disso, não é como se a gente tivesse muitas opções. Ou vamos pra esse lugar, ou o mundo inteiro já era." - Mira diz.

"Existem muitos lugares que eu ainda não fui. Seria uma pena se ninguém mais pudesse viajar por esse maravilhoso mundo." - Decker diz.

"E plantas também. Eu adoraria estudar mais sobre a flora de todos os continentes e descobrir mais jeitos de fazer remédios e poções." - Vega diz.

"Por mais bobo que seja, eu adoraria criar uma trupe e fazer apresentações por toda Bastion Spei, levando sorriso e alegria para todos." - Galadriell diz.

"Ajeitar Ignis já seria um bom recomeço." - Claude diz.

"E eu vou poder finalmente viver a vida dos sonhos com meu amor e nossos futuros filhos~♥" - Èris diz.

"Ugh ! Filhos ?!" - Kaito pergunta, definitivamente não concordando com a ideia.

"Vamos pôr um fim nisso de uma vez por todas, pessoal !" - Cirius diz.

"Isso aí !" - Todos dizem.

Momotarō sorri. "O que acham ? Já têm sua resposta ?"

"As coisas seriam muito melhores se todos fossem como vocês." - Seiryu diz.

"Não tenho mais nenhuma dúvida. Bastion Spei está segura nas mãos desses jovens." - Genbu diz.

"Eu confio neles." - Suzaku diz. "Principalmente no meu Ciriusinho quentinho e lindinho, e no meu Claudão questão e lindão~♥"

"Uh… Ok..." - Claude e Cirius dizem.

Huli Jing não parece feliz.

"Você ainda é contra, Huli Jing ?" - Byakko pergunta.

"Mas é claro que eu sou ! Qualquer mestra que se preze não mandaria seus queridos discípulos para um local tão perigoso !" - Huli Jing diz, relutante.

Claude solta um suspiro. "Você sempre se preocupou demais, mestra."

"A gente vai ficar, mestra ! Eu garanto que vou arrebentar qualquer um que entrar na minha frente !" - Cirius diz.

"Isso, uh… só me deixa ainda mais preocupada." - Huli Jing diz.

"Então eu prometo que, assim que voltarmos, venho correndo pra cá pra te dar um abração. Pode ser ?" - Cirius diz, estendendo seu dedinho.

Huli Jing dá um sorriso orgulhoso. Não como uma mestra para um aluno, mas sim como uma mãe com orgulho de seu filho. Ela também estende seu dedinho e junta ele ao de Cirius. "É uma promessa."

"E aí. Qual o 'lugar super revelador' que vocês têm pra mostrar ?" - Mira pergunta.

"Alguém tem um mapa de Bastion Spei aí ?" - Suzaku pergunta.

"Tenho um que uso no Sunbreak." - Decker diz. Ele vai embora.

Alguns minutos se passam, e Decker volta com um mapa em mãos. Ele o abre em uma mesa e todos se reúnem em volta.

"Huh, eu nunca reparei que tinha mais água do que terra." - Kaito diz.

Suzaku aponta para o extremo sul do mapa, quase saindo fora dele. "O lugar onde vocês querem ir é aqui."

"M-Mas aí é Kholusia !" - Decker diz, numa mistura de surpresa e confusão.

"Kho o quê ?" - Luna pergunta.

"Eu também não faço ideia do que é isso aí." - Kaito diz.

"Muito menos eu." - Cirius diz.

"Kholusia é um oceano perigoso, não é ?" - Èris pergunta.

"Isso mesmo." - Decker diz. "Kholusia é o pesadelo de todos os capitães e tripulações do mundo inteiro."

"Lembro de ter visto alguma coisa sobre esse lugar em algumas aulas da guarda real sobre exploração." - Èris diz. "Mako mandou alguns navios para passarem por lá, e essa foi a última vez que se ouviu falar dos navios e de quem estava dentro."

"Exatamente. Kholusia é mais um dos mistérios de Bastion Spei. É um oceano com uma neblina tão densa, que é impossível navegar por ela." - Decker diz. "Não só isso, como também não importa em que direção você vá, sempre acaba saindo por onde entrou."

"Tem cada lugar nesse mundo…" - Kaito diz.

"E é aí que vocês têm de ir." - Seiryu diz.

"Mas o que tem em mar grande que é tão importante ? Luna duvida que seja água." - Luna diz.

"O destino de vocês." - Huli Jing diz. "Salus, a cidade dos Ascendente, e berço da criação de Bastion Spei."

Todos ficam em choque.

"Epa ! Nem eu sabia dessa !" - Momotarō diz.

"A lendária cidade dos Ascendentes…" - Vega diz.

"Não se sabe nada sobre ela, ou o que pode existir lá." - Èris diz. "Muitos dizem que é um mito. Muito mais pessoas dizem que sequer existiu."

"Jura ? Huh, até eu tô curioso pra saber sobre isso agora." - Kaito diz.

"Eu presumo que alguém saiba como passar pela neblina." - Decker diz.

Huli Jing estende a palma da sua mão. Uma chama azul aparece. "Com isso."

"Uh... O que exatamente sua chama vai fazer contra aquilo, mestra ?" - Claude pergunta, confuso.

"Eu não sou originalmente daqui. Logo, aquela magia não interfere comigo." - Huli Jing diz. "Creio que você tenha uma bússola, Decker ?"

Decker pega uma bússola. "Sempre."

Huli Jing pega essa bússola e coloca sua chama dentro dela. "Pronto. Agora, independente da situação, sua bússola sempre apontará para o norte."

"Quando entrarem na neblina, sigam exatamente para o norte. Vão chegar em Salus sem problemas." - Genbu diz.

"Bom, é isso. Temos o destino e a direção. Não podemos ficar parados." - Cirius diz. "Vamos logo."

"Não pretendem ficar mais um pouco ? O povo de Jyūshima iria adorar fazer alguma coisa para retribuí-los." - Momotarō diz.

"Foi mal, mas a gente precisa mesmo ir." - Claude diz.

"MAS !" - Mira diz. "Não vamos com pressa, né. Eu quero dizer um tchau pro papai, pra mamãe, pra vovó…"

"Isso é verdade. Agora seria a hora perfeita para irmos onde precisamos, antes do fim." - Èris diz.

"Você têm razão. Podemos deixar os agradecimentos para depois que salvarem o mundo." - Momotarō diz.

"Então é isso…" - Cirius diz. "Huh, meio estanho dizer tchau depois de tudo que a gente passou."

"Não precisa ficar com saudade, nós não vamos a lugar algum." - Momotarō diz.

"É, isso é verdade." - Cirius diz, se animando um pouco. "Vamos, galera."

Todos vão embora, acenando para o grupo de Jyūshima.

Algum tempo depois. Mira e Cirius estão em Hanns.

"Huh, é impressionante o quanto essa cidade não muda, né ?" - Mira diz.

"Desde que saímos daqui pra ir em Loggrin, não voltei mais." - Cirius diz. "O pessoal deve estar preocupado..."

Mira dá um leve soco na cabeça dele. "Pode apostar, seu idiota. Tá achando que pode fugir de casa sem dar nenhuma satisfação assim ?"

"Casa, huh…" - Cirius diz, um pouco triste. "Será que se todo mundo soubesse o que eu sou, eles ainda iam deixar eu chamar esse lugar de casa ?"

Mira solta um suspiro. "Às vezes, sua cabeça é mais oca do que madeira com cupim. Não importa quem você é. Mamãe, papai e vovó vão te amar do mesmo jeito que sempre te amaram."

Cirius se anima um pouco. "Heh, isso verdade."

Eles chegam no bar. Os dois respiram fundo e abrem as portas. O local está cheio e animado como sempre. Há várias jovens vestidas de empregada andando pelo local, entregando comidas e bebidas.

Uma jovem de cabelo curto preto e olhos azuis se aproxima dos dois e os recebe calorosamente. "Bem-vindos ao bar dos Seaglass ! Mesa para dois-" - Ela nota quem são. "Miranda !? Cirius !?"

"Uh… Oi… ?" - Cirius diz, confuso.

"A gente, uh… se conhece, ou… ?" - Miranda pergunta, também confusa.

"Sou eu ! Futaba ! Não se lembram de mim ?" - A jovem pergunta.

"Futaba… Futaba…" - Cirius diz, pensativo. "Ah ! Eu lembro de você ! É aquela garota que eu salvei !"

"Eu também !" - Mira diz.

"Que bom que lembram…" - Futaba diz, um pouco envergonhada. "Na verdade, todas as garotas que estão aqui são as escravas que foram salvas."

"Quem diria, huh ? Bom ver que vocês conseguiram ajeitar as coisas e arranjar um trabalho." - Mira diz.

"A vovó tá aqui ?" - Cirius pergunta.

"Não só a dona Edith, como também o senhor Connor e a senhora Cordelia." - Futaba diz.

"Papai e mamãe também !?" - Mira pergunta, surpresa. "Onde eles estão ?"

"Na cozinha." - Futaba diz.

"Valeu !" - Cirius diz.

Ele e Mira correm até a cozinha. Lá, encontram sua avó e duas pessoas parecidas com Mira, trabalhando. Mira limpa sua garganta. Os três notam os jovens.

Cordelia corre e abraça os dois. "Meus bebês voltaram !"

"Ugh ! O-Oi, mãe… ! Não precisa apertar tanto assim… !" - Mira diz.

"Cirius ! O que é isso no seu rosto !?" - Connor pergunta, surpreso e preocupado.

"É uma looonga história." - Cirius diz. "Você ia acreditar se eu dissesse que perdi meu olho lutando contra uma planta mutante gigante do Éden ?"

"Eu não ficaria surpreso." - Connor diz. "Vendo o jeito com que você agiu em Mako…"

"C-Como você sabe !?" - Cirius pergunta, surpreso.

"Menino bobo. Esqueceu o que seus pais fazem para ganhar dinheiro ?" - Edith pergunta.

"Nós estávamos ajudando algumas pessoas, quando você começou a dar aquele discurso incrível, querido~♥" - Cordelia diz.

"E quem você acha que foi uma das primeiras pessoas a pegar uma arma e ir ajudar contra Selaphiel ?" - Connor pergunta, com um sorriso convencido em seu rosto.

"Eu… Bom…" - Cirius diz, envergonhado.

Connor põe suas mãos nos ombros de seus filhos. "Filhos, literalmente não existe palavra nenhuma pra descrever o orgulho e a felicidade que eu sinto de vocês. Se tornaram pessoas incríveis, e são um modelo pra todo mundo."

"Valeu, pai, mãe, vovó… Obrigado por sempre estarem com a gente." - Cirius diz.

"Pensei que não ia querer mais nos chamar disso, vossa alteza." - Edith diz.

"Então vocês descobriram…" - Cirius diz, um pouco cabisbaixo.

"Depois dos acontecimentos em Mako, seu pai fuçou aqui e ali, e acabou descobrindo." - Edith diz.

"E pensar que estávamos cuidando da realeza esse tempo todo." - Cordelia diz.

"Não se preocupem. Ele ainda continua sendo meu irmãozinho idiota de sempre." - Mira diz, sorrindo.

"Levanta a cabeça, garoto. A gente não vai expulsar você daqui só por uma besteirinha dessas." - Connor diz.

"Jura !?" - Cirius pergunta, surpreso.

"Claro, é meio esquisito, mas você ainda é nosso menino." - Connor diz.

"Não importa o quão longe você esteja, nem quanto tempo passe, nós vamos te amar do mesmo jeito." - Edith diz.

"É pra isso que servem famílias, não é ? Aqui sempre será um lugar onde você pode se sentir em casa." - Cordelia diz, com um sorriso em seu rosto. "Além disso, eu vou poder me gabar para os outros que meu filho é o príncipe mais bonito de todos !"

"Bom, tecnicamente, eu sou um rei…" - Cirius diz.

"Na verdade, o Claude que é." - Connor diz.

"Não de Ignis." - Mira diz. "Dá pra acreditar que esse carinha aqui tá namorando com a líder de uma tribo de Mamori e os dois fizeram um reino pequeno juntos ?"

"Meu menino !" - Connor diz, orgulhoso de Cirius. Ele põe seu braço pelo pescoço do jovem e começa a puxá-lo. "Isso é motivo pra comemoração !"

"E-Espera aí, pai ! Você tem de trabalhar ! E a gente só passou aqui pra dar um oi !" - Cirius diz.

"Cerveja é pela minha conta, rapaziada ! Vamos comemorar com o meu meninão aqui !" - Connor diz.

Edith solta um suspiro. "Meu filho é um imprestável. No primeiro segundo que se empolga, esquece das responsabilidades…"

Mira e Cordelia soltam um suspiro. "Honestamente…"

Luna chega em Suldania. Os Whash imediatamente começam a rodear ela.

"A líder voltou !" - Um Whash diz.

"Mas que algazarra é essa ?" - ??? diz.

Mallika passa pelos Whash. Quando ela vê Luna, seus olhos se enchem de lágrimas.

"Oi, Mallika !" - Luna diz, com um sorriso em seu rosto.

Mallika limpa suas lágrimas e se curva para Luna. "Bem-vinda de volta, líder Luna."

"Luna fica feliz em ver todo mundo bem." - Luna diz.

"Se me permite perguntar, onde está o líder Cirius ?" - Mallika pergunta.

"Marido bem que queria vir, mas foi fazer outras coisas." - Luna diz. "Como é que o povo tá ?"

"Nós estamos melhores do que nunca, líder Luna !" - Uma Whash diz.

"Achamos um lugar com uma fonte de água e solo fértil." - Um Whash diz.

"Luna, uh… acha que isso é bom." - Luna diz, um pouco confusa.

"Bom, tivemos a ajuda de uma viajante de Alphiden para isso." - Mallika diz. "Ela era uma mulher estranha, mas uma boa pessoa. Até nos deu algumas mudas e sementes de plantas e flores para plantarmos. É uma pena termos esquecido de perguntar o nome dela."

"Mas lembraram de dar um abraço na mulher estranha ?" - Luna pergunta.

"Uh… Sim… ?" - Mallika diz, confusa. "Enfim. Gostaria que a senhorita viesse comigo. Adoraria discutir algumas coisas sobre o futuro de Suldania e do povo."

"L-Luna adoraria conversar sobre coisas difíceis, mas Luna, uh… não tem tempo para isso." - Luna diz, disfarçando. "Luna precisa ir e ajudar amigos. Luna só passou por aqui para ver se todo mundo estava bem. Mallika, uh… Mallika pode continuar tomando conta de Suldania, que Luna e marido voltam rápido."

"Certo. Entendemos sua pressa, líder Luna. E te desejamos sorte na sua batalha." - Mallika diz.

"Isso aí !" - Um Whash diz.

Os Whash começam a torcer por Luna.

"Luna agradece todo mundo e promete que vai voltar com marido e amigos, quando tudo acabar." - Luna diz.

"Estaremos esperando." - Mallika diz. "Vamos preparar Suldania para recebê-los com uma festa."

"Obrigada !" - Luna diz, sorrindo.

Vega e Qinglong estão em uma floresta. Eles entram em um templo de pedra velho e decadente, um pouco tomado pela natureza.

"Mestra ?" - Vega chama.

"Uma das minhas discípulas me visitando ? Isso é raridade." - ??? diz, distante.

Uma senhora de cabelo longo azul, olhos também azuis, vestindo uma camiseta cinza, calças marrons, usando chinelos de madeira e fumando chega.

Vega se curva. "É um prazer vê-la novamente, mestra Paya."

Qinglong faz o mesmo, da maneira dele.

"Bah ! Sem essa besteira de se curvar. Você já se formou. É quase mais mestra do que eu." - Paya diz.

"Não ! Eu jamais seria melhor do que a senhora, mestra !" - Vega diz.

"Eu disse QUASE melhor do que eu." - Paya diz. "Essa velha aqui ainda tem um truque ou dois nas mangas. Mudando de assunto... Qual o motivo da visita ? Duvido que seja por qualquer coisa."

Vega se senta no chão. "Eu vou ser honesta com a senhora, mestra. Vim dizer tchau, ou um possível adeus…"

Paya dá um trago no seu cigarro e solta a fumaça junto de um suspiro. "O que está preocupando sua cabeça ?"

"É que…" - Vega diz. Ela também solta um suspiro. "Tudo em volta de mim começou a cair aos pedaços, mas, ao mesmo tempo, tudo está dando certo."

"Eu vou precisar que você elabore um pouco mais do que isso, querida..." - Paya diz.

"Amigos meus morreram… Se machucaram gravemente… Coisas que eu gostaria de ter feito e falado para certas pessoas não vão mais poder ser ditas… Tudo estava na frente dos meus olhos, no alcance das minhas mãos, mas eu não pude fazer nada. No fim, as coisas deram certo, mas eu não consigo parar de pensar que a culpa é minha." - Vega diz. "Se eu não tivesse sido tão fraca e patética, o resultado podia ser diferente." - Ela fecha seus punhos, indignada. "Por que mestra ? Por que eu nasci com uma habilidade melhor que muitas pessoas, mas não consigo fazer nada para proteger ninguém ? É uma maldição ? Uma piada sádica dos Dez ? Eu não entendo !"

Qinglong encosta sua cabeça no rosto de Vega, tentando confortá-la.

Paya solta mais fumaça. "Vega, existe uma lição que eu não te ensinei. Infelizmente, é uma lição que apenas a vida pode te ensinar."

"E qual é ?" - Vega pergunta, ansiosa.

"Não existe absolutamente nada que não venha com sacrifício." - Paya diz. "Você sacrificou seu tempo para treinar comigo. Tempo que você podia ter usado para estudar mais sobre poções. Eu sacrifiquei meu tempo para poder te treinar. Tempo que eu podia ter usado para não fazer absolutamente nada. Se você der comida para um desconhecido, está sacrificando recursos que pode acabar precisando no futuro. Até a própria natureza é assim. Não se pode existir um rio sem sacrificar muita terra. E por aí vai. Infelizmente, sacrifício da vitória é sangue. Não existe nada que você possa fazer para mudar isso."

"Então eu só abaixo minha cabeça e finjo que nada está acontecendo ?!" - Vega pergunta, brava.

"Eu não disse isso. Não existe nada que você possa fazer para mudar isso. Não pode ajudar todo mundo, o tempo inteiro." - Paya diz. "Mas… Você pode impedir que os sacrifícios tenham sido em vão."

"E como eu faço isso ?" - Vega pergunta.

"Isso é uma coisa que só você pode descobrir." - Paya diz.

"Só eu posso descobrir…" - Vega diz, pensativa. Ela se levanta e se curva. "Certo. Muito obrigada pelo ensinamento, mestra."

Paya também se levanta. "Que nada. Posso não ser mais uma mestra renomada, mas ainda é meu dever ajudar meus discípulos da melhor maneira que conseguir."

"A senhora É uma mestra renomada." - Vega diz.

"Não tente me bajular com elogios, mocinha. Na próxima vez que vier aqui, vou colocar sua força em teste." - Paya diz.

"Eu ia perder muito rápido. Nunca vou conseguir ganhar da senhora, mestra." - Vega diz.

"Eu não diria isso." - Paya diz.

"Eh ?" - Vega diz, confusa.

"Sabe, quando chegou aqui, você não passava de uma gota de orvalho perdida, a mercê de tudo. Mas agora, se tornou um majestoso rio, capaz de destruir uma floresta sem problemas, se desejasse." - Paya diz.

"A-A senhora acha ?" - Vega pergunta, um pouco sem jeito.

"Sua determinação é incrível e inspiradora. Espero que saiba que sinto orgulho de você." - Paya diz.

Vega se curva. "Muito obrigada, mestra Paya ! Prometo não te decepcionar !"

"Nunca decepcionou. E duvido que vá decepcionar." - Paya diz.

As duas sorriem uma para a outra.

Algum tempo depois. Todos estão reunidos na proa de Sunbreak.

"Todo mundo já foi onde tinha de ir ?" - Decker pergunta.

"Eu já fiz o que tinha de fazer." - Mira diz.

"Eu também." - Cirius diz.

"Luna adorou a visita em Suldania." - Luna diz.

"Tive uma ótima conversa com a minha mestra." - Vega diz.

"Eu visitei o papai e disse o que íamos fazer. Para a surpresa de ninguém, ele não queria me soltar." - Èris diz.

"Levei flores para Lyandre e os meninos. É bom saber que os túmulos estão bem." - Decker diz.

"Eu e esses dois aqui só ficamos dentro do navio, não fazendo absolutamente nada." - Kaito diz. "Artemis e Simetra foram pro saco. Não tem muito o que fazer."

"Não existe lugar para eu ir. Todos que eram importantes para mim morreram, e os lugares que eram importantes para mim foram destruídos. A única coisa que me restou foram vocês e minha memórias…" - Galadriell diz.

"E eu não vou pisar em Ignis até voltarmos." - Claude diz.

"Huh, essa é nova." - Cirius diz.

"Claude não quer votar pra casa ?" - Luna pergunta.

"Não que eu não queira voltar... É só que eu prefiro muito mais ou voltar com a mamãe, ou voltar de mãos vazias." - Claude diz. "Voltar só com esperanças de alguma coisa que pode ou não acontecer é a última coisa que Ignis precisa."

"Mas nós vamos voltar com a mamãe." - Cirius diz, confortando seu irmão. "Vamos salvar todo o mundo, voltar com a mamãe e tudo vai voltar ao normal."

"A esperança é a última que morre, né." - Claude diz.

"Última chance de todos dizerem mais alguma coisa." - Decker diz.

Ninguém se pronuncia.

"Certo. Então, vou começar a navegar para Salus." - Decker diz.

"Pode mandar bala, capitão !" - Claude diz.

Cirius corre até a beirada da proa de Sunbreak entusiasticamente e aponta para o horizonte, com um sorriso confiante em seu rosto. "Avante, Vigilantes dos Sete Amanheceres ! Por um futuro melhor para toda Bastion Spei !"


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