Feiticeira Escarlate encontra The Boys escrita por MarcosFLuder


Capítulo 4
No mundo dos Sete


Notas iniciais do capítulo

Bom dia. Mais um domingo de manhã postando capítulo da fanfic. Já estamos no capítulo 4. Este é mais um capítulo com muitas referências ao MCU, de acontecimentos centrados, é claro, na Feiticeira Escarlate, falando sobre a relação dela com os Vingadores e o Visão, além de referências diretas a Vingadores: Era de Ultron. Também teremos referências às segunda e terceira temporadas de The Boys.



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CIDADE DE NOVA YORK

WANDA MAXIMOFF NO MUNDO DE THE BOYS

DIA 1

SEDE DA VOUGHT

 

— Você está questionando a minha conduta na luta, Ashley? – a voz do Capitão Pátria não estava nenhum pouco acima do tom, e ele continuava sorrindo, mas Ashley sabia muito bem o perigo que estava correndo.



— Eu sei que você estava enfrentando o elemento mais perigoso e poderoso daquele grupo – ela tenta contemporizar – mas não havia mesmo como pegar mais leve com o cara? Ele era a nossa melhor chance de saber quem realmente estava por trás daquela ação.



— Eu soube que um dos bandidos sobreviveu a luta, Ashley – foi A-Train que falou – ele não falou nada até agora?



— Era só um capanga – Ashley responde, sua atenção mais voltada para a reação do Capitão Pátria – ele não sabe de nada.



— Não devíamos nos concentrar mais naquela garota no hospital? – a pergunta veio de Profundo, com Ashley agradecendo silenciosamente pela atenção do Capitão Pátria ter se voltado para ele – ainda acho que o tal poder misterioso que conteve a explosão veio dela.



— Alguma câmera de segurança pegou isso, Ashley? – a voz do Capitão Pátria fez os pêlos de sua nuca arrepiarem, mas Ashley sentia-se aliviada por ter uma resposta satisfatória.



— Fizemos uma varredura em todas as câmeras de segurança disponíveis na área e encontramos isso – Ashley aperta um controle e as imagens aparecem numa tela gigante, mostrando uma misteriosa mulher de uniforme vermelho. Um brilho surge na palma de suas mãos e em seus olhos. Todos na sala ficam impressionados ao ver a explosão ser contida. – todas as imagens que temos dela a mostram caída depois da onda de choque. Se bem que...



— Se bem que, o que, Ashley? – a voz do Capitão se fez ouvir.



— Na maior parte do tempo as imagens mostram o rosto dela meio distorcido, só nas imagens onde ela aparece inconsciente é que podemos ver o seu rosto melhor. Fizemos uma investigação baseado nessas imagens e não encontramos absolutamente nada a respeito dela – Ashley olha para o Capitão Pátria, uma expressão de alívio no rosto por estar informando algo importante – não tem redes sociais, outras fotos ou imagens dela em lugar nenhum, sem qualquer tipo de registro.



— Ela pode ser uma estrangeira ilegal – Profundo intervém.



— Podemos começar por aí então – o Capitão Pátria falou num tom que não admitia contestação – Profundo e A-Train, você dois venham comigo. Vamos até o hospital falar com essa mulher.



HOSPITAL SAINT MARGARETH



Aos poucos ela recobra a consciência. Os sons que houve agora são de várias pessoas falando ao mesmo tempo. O som de passos apressados ecoa até seus ouvidos também. Suas narinas sentem o inconfundível cheiro de hospital. Ela abre os olhos com dificuldade, sentindo-se tonta e com uma sensação de torpor, todas as imagens ao seu redor desfocadas. Ainda desacostumada com esse sentimento de fragilidade, sua tentativa de se levantar é mal sucedida. A voz de uma mulher se faz ouvir, mas sua tontura a impede de discernir o que ela está falando. É só aos poucos que sua visão fica mais clara, sendo possível vislumbrar uma jovem muito bonita, a pele ligeiramente acobreada, cabelos pretos escorridos. É possível notar também o seu uniforme de policial. Aos poucos Wanda entende o que ela está falando.



— Está tudo bem, Chica – ela diz – você está na emergência de um hospital, mas não parece que sofreu uma contusão muito grave.



— Quem é você? Onde estou?



— Eu encontrei você caída no chão enquanto fazia o meu trabalho de policial naquele pandemônio, e te trouxe para cá – a jovem mulher responde – ainda bem que o hospital fica perto de onde tudo aconteceu. Você é uma deles?



— Deles? Deles quem?



— Você sabe, dos Sete. Você deve ser um novo membro, pois não me lembro de já tê-la visto antes – o olhar de Wanda continua confuso e a jovem mulher junto a ela percebe, tratando de apontar para o seu uniforme de Feiticeira Escarlate.



— Não faço parte de grupo nenhum. De que Sete você está falando?



— Em que parte do mundo você esteve nos últimos anos, querida – a jovem mulher sorri – é verdade que nos últimos meses eles estão reduzidos a três, não é possível que você não conheça os Sete.



— Me desculpe eu... estou muito confusa – a jovem mulher diante de Wanda para de sorrir.



— Puxa garota, me desculpe você – ela diz – talvez a pancada que sofreu tenha sido mais grave do que se pensava. Mas se você não faz parte dos Sete, então qual é a sua? – Maria volta a apontar para o uniforme de Wanda – não foi você que parou aquela explosão? Eu pensei que ia morrer quando vi o negócio explodindo.



Wanda ainda pensava no que responder quando um tumulto se formou na entrada da emergência. Foi possível ouvir as exclamações de entusiasmo, além barulho de fotos sendo tiradas, quando três figuras entraram. Uma delas era o homem de uniforme estravagante que lutou com o guerreiro da armadura. Os outros dois eram um homem negro que distribuía sorrisos para os fotógrafos, e quem mais acenasse para ele. O terceiro era um homem caucasiano cheio de pose, mas que ela viu logo, era apenas isso. Wanda lembrava vagamente dos dois, embora estivesse muito claro que era o sujeito de capa que realmente chamou-lhe a atenção. Um grupo de policiais tratou de manter a maioria das pessoas afastadas, enquanto o trio vinha direto para onde Wanda e Maria se encontravam.



— Como vai você? Não creio que eu precise me apresentar, não é? – ele claramente era a liderança do trio. A combinação de sorriso e olhar, além de algo no tom de sua voz, fez os instintos de Wanda soarem todos os alarmes.



— Creio que seria melhor fazer isso Capitão – Maria interveio – ela está um pouco confusa, imagino que seja efeito da onda de choque – ele dirigiu o seu sorriso para Maria, que fez o seu melhor para manter a sua postura profissional como policial.



— Eu sou o Capitão Pátria – ele aponta para os outros dois – esses são A-Train e Profundo – o sorriso dele, combinado com o olhar e o tom de voz, continuava mandando todos os alertas para os instintos de Wanda – estamos aqui para verificar qual foi o seu papel nos acontecimentos de hoje.



— Eu não sei do que você está falando – Wanda respondeu sem nem pensar, a desconfiança imediata em relação aos três a deixando na defensiva. A última coisa que queria era chamar a atenção, embora a sua vestimenta não colaborasse muito para isso.



— Houve uma demonstração de poder durante a luta, mais precisamente quando um dos vilões jogou o que parecia ser uma bomba de impacto – agora era o tal Profundo que interveio, para se calar assim que o Capitão Pátria olhou para ele.



— Nós só queremos saber como você foi capaz de restringir o impacto da bomba – o homem não parava de sorrir e Wanda conjecturava consigo se ela era a única a perceber o perigo que exalava daquele sorriso – foi uma demonstração e tanto de poder. Só queremos saber como você o conseguiu.



— Eu não tive nada a ver com seja o que for que aconteceu – ela manteve a sua postura.



— Por favor minha querida – o sorriso dele se torna ainda mais pronunciado, o que deixa Wando ainda mais alerta – nós temos as imagens de uma câmera mostrando você usando o seu poder misterioso para conter o impacto da explosão.



— Me desculpe Capitão, mas talvez seja melhor você fazerem suas perguntas depois – Maria procura ser o mais tranquila possível ao falar – ela parece ainda um pouco confusa com tudo o que aconteceu. Nem mesmo pareceu conhecer os Sete quando eu perguntei se era uma de vocês.



— Que tipo de fantasia é essa? – quem perguntou dessa vez foi A-Train.



— É uma vidente sokoviana – Wanda respondeu.



— Uma o que? – foi o Capitão Pátria quem perguntou, mas os outros dois com ele também estavam confusos com a resposta.



— É uma figura folclórica, típica da Sokovia – Wanda responde, mas nota que todos ficam confusos com o nome de seu país de origem.



— Eu volto a insistir Capitão – Maria tenta contemporizar mais uma vez – creio ser melhor vocês deixarem as suas perguntas para depois.



— Estamos aqui em missão oficial, mocinha – o Capitão Pátria usou o seu tom de voz que era um misto de autoritarismo e condescendência, o que claramente irritou Maria



— É policial para você, Capitão – ela respondeu. O olhar do Capitão Pátria para ela mudou, enquanto A-Train e Profundo mantinham as mesmas expressões de condescendência.



— Fica na sua queridinha – foi Profundo quem falou, a voz tentando afetar uma autoridade que ele estava longe de exalar – uma guardinha como você não tem ideia do que está acontecendo aqui.



— Eu realmente acho que vocês deveriam voltar depois – Maria se dirige diretamente para o Capitão Pátria, ignorando completamente a figura de Profundo.



— Está tudo bem... policial – o Capitão Pátria sorri novamente enquanto fala, ao mesmo tempo em que se afasta um pouco, ficando agora de frente para Wanda – nós só queremos mesmo saber a verdade – tanto Maria quanto Wanda notam o brilho nos olhos dele, o tom ameaçador da sua voz. Wanda sabe exatamente o que está para acontecer.



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Desde muito jovem que Wanda Maximoff aprendeu a desconfiar. Ainda na infância, ela precisou estar sempre alerta para o perigo em seu entorno. A lembrança dos tempos difíceis com os valentões no orfanato, passando pela vida no final de sua adolescência em Sokovia. Durante muito tempo ela cultivou uma certa raiva por não ser capaz de se defender das dificuldades de sua vida. Aceitar passar pelos experimentos da Hidra tinha muito a ver com o desejo de não se sentir mais indefesa, de poder revidar. Tirando seu irmão, ela não confiava em ninguém, e a experiência com a Hidra e Ultron só fortaleceram o seu ceticismo sobre as pessoas. Ela teve uma breve chance de mudar isso com os Vingadores, particularmente com o seu breve relacionamento com o Visão, mas mesmo essas possiblidades foram logo perdidas.

Seu caráter desconfiado a fez perder muito em termos de amizade e relacionamentos, mas também a preparou para lidar com muitas armadilhas em sua vida. Justamente o seu caráter desconfiado lhe permitiu ver o que aparentemente quase ninguém via, pelos menos quem não convivia com a figura por perto. O olhar que fez o tal Profundo encolher foi logo percebido por Wanda. Era um olhar de intimidação. Havia algo de maligno no Capitão Pátria. A luta dele com o bandido de armadura foi a de alguém que não tinha qualquer preocupação com a segurança de quem estava por perto. Ele poderia ter detido o artefato explosivo, mas preferiu não deixar seu alvo escapar. A ex-Vingadora podia ver no olhar dele, o mesmo desprezo que Ultron tinha pela humanidade em geral.



— O que está fazendo, Capitão? – o grito de Maria mal foi ouvido por Wanda, pois ela não precisava perguntar sobre o que estava a ponto de acontecer. Seu tempo nos Vingadores, mais do que tudo, todo o aprendizado que teve com Natasha, não a deixou em dúvida de que o Capitão Pátria estava a ponto de atacá-la.



Um intensa rajada foi disparada a partir dos dois olhos dele. Wanda não saberia dizer o que era, plasma ou laser. Ela sabia que era muito quente, mesmo tendo a contido longe de si com a sua própria rajada, vinda de seu braço direito. Em seu braço esquerdo ela sentiu uma tentativa de puxão, que, ela logo notou, veio da parte de Maria. A jovem policial fez uma tentativa de afastá-la da rajada do Capitão Pátria. A ex-Vingadora não teve tempo de pensar sobre isso. Logo Maria largou o seu braço, impressionada, junto com todos ali, ao ver que ela resistia aos disparos daquele pretenso maior herói do mundo. Não havia mais sentido em esconder nada e Wanda ergueu-se da cama, seu corpo levitando suavemente até estar de pé, próximo ao teto.



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Em toda a sua vida ele nunca tinha experimentado algo assim. Nem mesmo quando enfrentou aqueles dois idiotas turbinados com o V-24, mais o seu próprio pai biológico, sentiu tanto poder contra si. Ele só queria obrigá-la a conter suas rajadas, provando assim que fora a responsável por impedir aquela explosão. Só que agora estavam ambos numa disputa de poderes, e mais que tudo, uma disputa de vontades. Ele estava dando tudo de si agora, sem qualquer preocupação com os efeitos dessa luta no seu entorno. Havia um certo conflito nele. Ao mesmo tempo em que admirava o força dela, lembrando demais os seus embates com Tempesta, por outro lado, o desejo de submetê-la à sua vontade só crescia a cada segundo que passava.

Em meio a tudo isso, era possível ouvir os gritos das pessoas em volta deles. No que lhe dizia respeito, eram apenas barulhos incômodos e distantes. Toda a sua atenção estava concentrada na mulher que agora flutuava, quase junto ao teto daquela emergência de hospital. A mistura inicial de surpresa e admiração, foi substituída por uma grande irritação, pelo fato dela não estar se dobrando ao poder dele. Não era isso que esperava. Ter que olhar para cima também o estava incomodando, tratando de levitar seu corpo para ficar no mesmo nível que ela.

Em meio ao confronto ele continuava a ouvir os gritos, sons de coisas quebrando. Era possível para ele perceber o desespero a sua volta, embora pouco se importasse com isso. Também podia distinguir as falas, inclusive de Profundo e A-train. Ambos imploravam para ele parar, que podiam matar todos em volta. Ele realmente não se importava. Eram todos insetos, não eram a sua espécie. A única que importava era ela. O poder que ela exibia, que o desafiava. Ele voltou a se lembrar de Tempesta, de como gostavam de exibir seus poderes um contra o outro, de mostrar como eram diferentes dos insetos que os idolatravam. De repente o pensamento de tentar algum contato com ela surgiu em sua mente, desaparecendo igualmente rápido. Ele queria esse contato, mas jamais daria o primeiro passo. Seria ela a ceder primeiro.

Demorou alguns segundos para ele notar. Os gritos de desespero, os pedidos para que parasse a luta, tudo desapareceu. Ainda era possível ouvir os barulhos de coisas se quebrando, objetos sendo violentamente deslocados do seu lugar original. Aparentemente a luta deles criou uma espécie de vórtice, com os dois girando um em torno do outro, enquanto continuavam disparando suas rajadas. Esse vórtice parecia sugar tudo em volta dos dois. Mesmo assim, já não havia mais o desespero dos que ali estavam. Como se algo os mantivesse seguros. Quase um minuto se passou e tudo o que Capitão Pátria ouvia agora eram suspiros de alívio, além de muitos agradecimentos, mas não dirigidos a ele.



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A luta contra o Capitão Pátria despertou em Wanda as lembranças de seu tempo com os Vingadores. Embora breve, foi um tempo que ela geralmente lembra com certo carinho; o mais próximo de uma família, desde a sua infância em Sokovia, que ela chegou a ter. O Capitão Pátria, por sua vez, lembrava os vilões que ajudara a combater na época. Nenhum, a exceção de Ultron, chegou a ser tão poderoso, mas a arrogância era a mesma, assim como a total despreocupação com a vida humana. Foi isso que fez Wanda dividir a sua atenção da luta com o que estava acontecendo em volta.

Foi o grito de duas crianças que tomou sua atenção de vez. Eram um menino e uma menina. O menino poderia ter a mesma idade de Tommy e Billy. Uma mulher abraçava os dois, tentando protegê-los com o próprio corpo. Ela também viu Maria, indicando a quem estava por perto para manterem-se abaixados. A preocupação como policial a fazendo se arriscar, tentando colocar quem estava perto dela em segurança. Os dois companheiros do Capitão Pátria nada faziam, além de tentar protegerem-se do jeito que podiam. Uma breve hesitação tomou conta dela, pois não sentia nada por aquelas pessoas, além de certa indiferença. Não havia ódio ou desprezo, apenas não sentia nenhum desejo especial de protegê-los.

Em seu íntimo, ela queria não ter de se importar. Em verdade, ela realmente não sentia que se importava de fato. Não conhecia essas pessoas, não devia nada a elas. Ainda assim, as palestras do Capitão América, sobre como a função principal dos Vingadores era a de salvar vidas, se preocupar antes de qualquer coisa com isso, reverberavam em seus pensamentos. Ela sabia que não eram palavras vazias, pois ela viu essa preocupação genuína em Sokovia, quando ela e o irmão ajudaram os Vingadores contra Ultron. Seu tempo de vingadora, contudo, já havia passado. Depois de tudo o que fez, das pessoas que torturou e matou, não havia mais volta para ela. Ainda assim, essa luta a fez relembrar de uma época em que sentiu, pela primeira vez, fazer parte de algo que realmente valia a pena. Ela viu o desespero à sua volta e decidiu resgatar aquele sentimento de volta, pelo menos dessa vez.

Com sua mão esquerda livre, ela executou o feitiço. De repente, em torno de todos os presentes, uma espécie de escudo de tom escarlate passa a protegê-los dos objetos que cortam o ar. Os gritos de desespero começam a cessar, à medida que as pessoas notam que estão protegidas dentro de seus respectivos escudos. Wanda também sente diminuir a intensidade do ataque a que está submetida. Eles param lentamente de girar um em torno do outro, o vórtice aos poucos se desfaz. Ela e o Capitão Pátria deslisam suavemente até o chão e o duelo entre ambos cessa. A ex-Vingadora nota o olhar confuso dele, indo de um lado a outro do lugar, constatando a confusão, ao mesmo tempo em que nota como todos em volta estão protegidos pelos escudos criados por Wanda.



— Quanto de Composto-V você tomou para ganhar todos esses poderes? – ele pergunta, ao mesmo tempo em que Wanda desfaz os escudos que protegiam as pessoas.



— Não tenho a menor ideia do que você está falando – ela retruca, sua atenção toda voltada para o Capitão Pátria – o que é Composto-V?



— Não sabe o que é o Composto-V, sério? – o Capitão Pátria dá outra de sua risada maligna – quem diabos é você afinal?



— Meu nome é Wanda Maximoff – ela responde – em meu mundo eu também sou conhecida como Feiticeira Escarlate.



— Como assim, seu mundo? – foi a vez de Maria perguntar. Wanda ainda continua mantendo o olhar no Capitão Pátria ao responder.



— Eu não sou desse mundo – sua voz soa tranquila, apesar do efeito que sua afirmação causa nas pessoas em volta – fui jogada no mundo de vocês contra a minha vontade, por um demônio chamado Chthon.



Assim que ela terminou de falar, todos viram algo que os deixaram chocados. Mesmo o Capitão Pátria não foi capaz de reagir. Wanda começou a ter seu corpo contorcido enquanto é levitada contra a sua vontade. Os gritos de desespero recomeçam enquanto a própria Wanda começa a gritar junto. Seu corpo continua se contorcendo, o brilho em seus olhos se tornando ainda mais intenso, os traços em seu rosto ganhando um tom retorcido. Tudo isso dá a ela um ar quase demoníaco. Foi então que uma voz, que parecia vir do nada, foi ouvida por todos. Essa voz muito estranha aos ouvidos de todos ali. Mais que estranha, causou arrepios em cada um ali presente, inclusive o Capitão Pátria, como se o maior medo que cada um sentiu na vida se manifestasse, na forma dessa mesma voz.



“Como se atreve a me rebaixar desse jeito, Wanda” – era a voz de Chthon – “me comparar com reles criaturas que existem apenas para servir aos seus superiores. Eu sou muito mais do que um demônio, minha cara. Está mais do que na hora de você aprender isso” – a voz cessa, ao mesmo tempo em que o corpo de Wanda desaba no chão, como se morta estivesse.


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Notas finais do capítulo

Capítulo 4 postado como prometido. Domingo que vem o compromisso é postar o capítulo 5. Até lá.