Feiticeira Escarlate encontra The Boys escrita por MarcosFLuder


Capítulo 3
Um mundo novo, mas nem tanto


Notas iniciais do capítulo

Bom dia. Mais um domingo de manhã postando capítulo da fanfic. Já estamos no capítulo 3. Este é um capítulo com muitas referências ao MCU, de acontecimentos centrados, é claro, na nossa Wandinha. A relação dela com Chthon também merecerá destaque, mais uma vez, seguindo estritamente o que foi estabelecido em Dr. Estranho no Multiverso da Loucura. Enfim, espero que quem está acompanhando a história continue gostando.



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CIDADE DE NOVA YORK

WANDA MAXIMOFF NO MUNDO DE THE BOYS

DIA 1



Maria Lopes Alvarado era uma filha de imigrantes mexicanos que conseguiram realizar o tão falado “sonho americano”. No caso deles, emigrar para o país vizinho de onde nasceram, se estabelecer, além de criar filhos com um mínimo de dignidade. Não que tenha sido fácil, longe disso. Desde a mais tenra infância, Maria já era capaz de ver os imensos sacrifícios que seus pais fizeram por ela e seus dois irmãos. Sendo a caçula, foi a única que já nasceu nos Estados Unidos. Isso não a livrou de enfrentar as mesmas dificuldades e falta de oportunidades do restante de sua família. Em compensação, lhe permitiu a oportunidade de ingressar na polícia. Neste dia, ela está vivendo o seu momento mais tenso, desde que entrou para a corporação, a mais de um ano.

A luta tinha se iniciado a menos de meia-hora. As primeiras descrições foram de um grupo terrorista dentro de armaduras roubando bancos e provocando pânico. Maria está ajudando a evacuar o local quando houve um barulho de explosão, muito mais forte do que os que tinha ouvido até então. Pronta para o pior, ela segue em direção ao barulho. Uma nova série de explosões, gritos e diferentes sons chamam ainda mais a sua atenção, até que ela é quase atropelada por uma multidão que corre na direção contrária. Maria se encosta numa parede para evitar ser derrubada, ao mesmo tempo que consegue vislumbrar a razão de todo esse tumulto. Se trata agora de uma luta de “Supers”. Tudo o que resta para ela e demais colegas, é tentar afastar a multidão para um local seguro. Por isso mesmo a sua irritação, ao ver o seu trabalho, e dos outros policiais, sabotado pelos curiosos de sempre. Eram aqueles com seus celulares apontados para onde a luta ocorria, aparentemente inconscientes do perigo a que estavam expostos.

O principal confronto, ela pode ver, é entre o Capitão Pátria e alguém dentro de uma estranha armadura. Os disparos de raios, troca de socos e golpes em geral reverberam por todo o canto. É com horror que Maria nota vários cadáveres no chão, alguns destroçados. Muitas pessoas filmando essa visão macabra. A jovem policial não consegue evitar o assombro com a curiosidade mórbida de algumas pessoas. Ela decide se juntar a seus colegas, no esforço de conduzir o máximo de pessoas para um local seguro. No entanto, novos gritos chamam a sua atenção de volta à luta principal. O sujeito na armadura decide fugir, mas o Capitão Pátria não parece disposto a deixar. O confronto deles é no ar agora, mas algo é jogado pelo sujeito de armadura. Maria é tomada pelo horror, ao constatar que pode ser um artefato explosivo, vindo direto na direção de onde ela, seus colegas de uniforme, e o restante da multidão estavam.



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Mais tarde, ao relembrar tudo o que ocorreu, seria o som ensurdecedor que ocuparia as memórias de Maria. Esse mesmo som foi seguido por uma onda de impacto que a imprensou contra uma parede. Seu corpo desabou no chão, mas fora um zumbido muito desagradável em seus ouvidos, ela não sofreu nenhum ferimento sério. Tudo o que via era o caos em volta, mas nada que indicasse os efeitos terríveis do que deveria ter sido uma explosão devastadora. Maria se levanta com muita dificuldade. Outras pessoas passam por ela, todas igualmente sofrendo os mesmos efeitos da onda de impacto, mas aparentemente ninguém com feridas de explosão. Alguns corpos jazem no chão, a maioria indiscutivelmente mortos, mas a jovem policial percebe que já estavam assim bem antes. Um desses corpos caídos chama a atenção dela. É outra jovem mulher e está viva, embora pareça ter sofrido de maneira mais efetiva, os efeitos da onda de impacto. Maria rapidamente nota o uniforme que ela está vestindo, um chamativo vermelho, marcado por uma tiara em sua cabeça.



CIDADE DE RED RIVER

ESTADO DO COLORADO

WANDA MAXIMOFF NO MUNDO DE THE BOYS

DIA 28



Wanda Maximoff viveu todo o tipo de perda em sua vida. Nos dias atuais, ela só tem um desejo real, que é voltar para o seu mundo. Desde que veio para cá, todos os seus esforços se deram nesse sentido. Prender-se num emprego servil foi algo que se fez necessário para alguém que precisava se manter incógnito, num mundo onde os seres com poderes são vigiados de todos os lados. Chthon a mandou para um mundo quase igual ao seu, mas com diferenças fundamentais, uma das maiores delas sendo os seus super-heróis. Durante esse tempo forçado de residência, ela notou a realidade sobre os super seres desse mundo. Não foi difícil notar a verdade por trás desses homens e mulheres poderosos. Esses seres, que deveriam ser símbolos de proteção e segurança, são quase todos falhos, corruptos e despreocupados com as pessoas comuns à sua volta.

Apesar de ter notado tudo isso, não é seu desejo se envolver com a realidade desse local. As circunstâncias de sua chegada impediram isso, mas o seu desejo era manter-se isolada de todos. Não é um desejo que surgiu nela recentemente. A verdade é que Wanda vem buscando se manter afastada de todos desde muito antes, uma defesa contra as inúmeras perdas, uma forma de se blindar da dor que sentia a cada uma delas. A ex-Vingadora tentou ao máximo se manter distante, mas às vezes ela é obrigada a aceitar o fato de que nem sempre poderá fazer isso. A amizade dela com Maria, mesmo com tudo que envolve a relação das duas, foi uma decorrência disso.

Ao chegar nesse mundo, ela precisou de ajuda para se ajustar e a jovem latina foi preciosa nesse sentido. As circunstâncias em que se conheceram, além da situação em que ela e Maria se encontram, poderiam ter impedido que uma amizade surgisse entre as duas, mas não foi isso o que aconteceu. Ambas tem dividido um apartamento e suas vidas por um bom tempo, juntas nesse trabalho que é mais que tudo um disfarce. Nada melhor para manter alguém “invisível” para o mundo do que um trabalho servil, foi o que disse a agente Malory, quando apresentou ela e Maria às suas novas identidades. O início foi difícil, ligeiramente constrangedor, mas aos poucos uma curiosa amizade foi surgindo. Não era algo que Wanda teve muito em sua vida.

A ex-Vingadora poderia lidar com essa amizade, mas agora ela tinha que lidar também com a figura de Tyler Johnson. Desde que se conheceram, ela vem fazendo o possível para mantê-lo ligeiramente afastado. Wanda sabe que esse tipo de envolvimento em nada ajuda na sua atual situação. Ao mesmo tempo, é difícil ignorar alguém como Tyler. Ele é bem alto, tem proporções físicas bem definidas, uma simetria perfeita no rosto, que se acentuava ainda mais com um sorriso, ao mesmo tempo confiante e cativante. Só mesmo uma racista das mais empedernidas, coisa que Wanda nunca sequer chegou perto de ser, não o veria como um homem muito bonito.

Ele se mostra muito paciente também, ao mesmo tempo em que deixa muito clara suas intenções. Não há da parte dele, qualquer resquício de timidez, em esconder a sua atração por Wanda. Sua postura, entretanto, em nada é invasiva. Ele é educado e gentil. As interações deles são cheias de entrelinhas, duplos sentidos e intencionalidades mal disfarçadas. No entanto, nunca é desagradável, muito ao contrário. Nesse pouco tempo de contato, Wanda já cogitou a ideia de levar a interação deles a um outro nível. Poderia ser algo em que não assumisse qualquer compromisso, mas ela sabe o perigo que pode advir disso. É no que está pensando enquanto se dirige até a mesa de Tyler, agora para acertar as contas.



— Tudo bem perguntar como foi o seu dia? – Tyler tinha uma voz marcante, que combinada com o sorriso no rosto, o tornava muito atraente para Wanda.



— Foi um dia normal, e o seu? – ela tenta dar um tom bem neutro, uma forma de evitar mais proximidade.



— Foi um plantão bem agitado, vai ser bom ter essa folga até amanhã a noite – Wanda nota a clara sugestão no que ele diz, mas não sabe bem como agir. Ela quer evitar maiores contatos, mas não deseja ser rude com Tyler.



— Você deve estar bem cansado – ela trai um certo nervosismo enquanto fala – com certeza vai querer descansar bastante.



— Na verdade o que eu quero é sair com você – há um momento de breve silêncio entre os dois, e então ele se levanta. É um movimento bem suave, antecedido por um ligeiro afastar da cadeira onde estava sentado. Há um claro cuidado da parte dele em evitar invadir o espaço pessoal de Wanda.



— Eu... eu sou de muito longe daqui e tudo que quero é voltar para casa – ela diz isso de forma acelerada – e quando voltar será para sempre.



— Eu não estou te pedindo em casamento, Wanda. Por enquanto é só um encontro – Tyler entrega um papel com um número de telefone anotado – caso você também queira, é só me ligar – ele diz isso sorrindo e depois vai embora.



— Pelo visto ele decidiu fazer o seu movimento, hein – Maria olha para o papel na mão de Wanda – você não vai deixar um guapo desses passar batido, vai?



Wanda não responde. Ela olha para o cartão com um ar pensativo. A ideia de dar uma chance a Tyler, se insinuando em seus pensamentos. A ex-Vingadora trata de afastar essa ideia mais uma vez. A última coisa que pensaria, ao se ver na situação atual, é se deixar levar por sentimentos. A imagem do Visão surge diante dela. Ele certamente iria querer que ela fosse feliz novamente, Wanda não tem qualquer dúvida sobre isso. A dúvida dela é sobre o merecimento dessa felicidade. As amigáveis insinuações de Maria continuariam se ela soubesse o que a mulher conhecida como Feiticeira Escarlate já fez? Das pessoas que ela matou? Do que ela tentou fazer com uma adolescente órfã? Os comentários de sua amiga passam como vento em seus ouvidos enquanto ela pensa na sua situação atual, e em como tudo teve início.



OUTRO PLANO DA EXISTÊNCIA

CHTHON

28 DIAS ANTES NO MUNDO DE THE BOYS



— O que você quer dizer com isso? Por que eu seria a chave de sua libertação?



— Pouco antes de ser exilado nessa dimensão, eu criei uma possibilidade de resgate para mim – ela olha para ele com apreensão, já percebendo onde  Chthon quer chegar – eu vejo em seus olhos que você já tem a resposta. Isso mesmo Wanda. Eu criei a Feiticeira Escarlate para me libertar desse meu longo exílio. Alguém que receberia o meu poder e poderia me libertar. Eu esperei por incontáveis milênios até encontrar a pessoa certa com quem dividir o meu poder.



— Por que eu? Por que você me escolheu?



— Não posso dizer que eu a tenha escolhido, Wanda – ele responde – antes de você, eu tentei fazer isso com muitas outras, nem lembro mais quantas, mas nenhuma dentre essas pessoas foi capaz de manter o meu poder. Com o tempo, todas eram consumidas por ele. Dentre bilhões de humanos você foi quem nasceu com as condições necessárias para receber o poder que eu estava compartilhando. Tinha que ser você, minha cara, ninguém mais se mostrou em condições de receber esse Dom. Eu preciso de você para retornar à Terra, Wanda.



— O que você pretende fazer se eu o ajudar a voltar?



— Tantas coisas, Wanda – o sorriso dele ganha um ar sinistro – você nem pode imaginar.



— Na verdade eu posso sim, justamente por isso é que não vou te ajudar.



— Por que não, Wanda? – o sorriso sinistro ainda em seu rosto – preocupada com o destino da humanidade? Você não demonstrou essa preocupação quando atacou o Kamar Taj, ou quando fez a sua viagem mental pelo multiverso. Você não demonstrou qualquer preocupação com as pessoas que matou.



— Por isso mesmo – ela retruca – eu já tenho que responder pelos meus atos, não quero responder pelos seus também.



— Ah! Wanda. Você ainda se mantém presa a essa tola moralidade humana – ele já está bem perto dela agora, seus olhos se cruzando – você poderia ter conseguido tudo o que queria, mas acabou cedendo a todas as emoções que acompanham essa moralidade. Quem diria que a poderosa Feiticeira Escarlate seria derrotada por dois garotinhos, ambos defendendo a mamãe da “bruxa má”.



— Eles são os meus filhos – as lágrimas deslisam por seu rosto enquanto fala – eles olharam para mim tão assustados, como se vissem um monstro.



— É claro que eles olharam para você assustados, Wanda – Chthon estende a mão e acaricia suavemente o rosto agora banhado em lágrimas – sempre que os humanos têm a rara chance de contemplar a divindade, eles ficam apavorados.



— Eu não sou uma divindade – Wanda se afasta dele aos gritos, voltando a sua posição de ataque.



— Ainda não, mas é o que você está destinada a ser, Wanda. É algo que já nasceu com você – ele também se coloca em posição de ataque diante da reação dela, ainda que mantenha um tom de voz bem calmo – por isso você recebeu o meu Dom, o direito de se tornar a Feiticeira Escarlate. Quanto mais cedo você entender isso melhor.



— Você me transformou nisso – Wanda grita.



— Você não ouviu nada do que eu disse, Wanda? – ele retruca, um ligeiro tom de impaciência já pode ser ouvido em sua voz – o poder já estava em você, desde o seu nascimento. Você só sobreviveu aos experimentos da Hidra por conta disso, e ainda garantiu a sobrevivência do seu irmão. Não fosse por isso você jamais poderia ter recebido o meu Dom sem ser consumida pelo mesmo.



— Isso parece mais uma maldição que um Dom – é possível ouvir um tom de desânimo na voz dela ao dizer isso.



— Que tolice você acabou de dizer, minha cara – o tom de impaciência na voz dele fica ainda mais pronunciado – você só diz isso por ainda estar apegada a toda essa moralidade humana, a todas essas emoções humanas que vem junto com essa moralidade, e que a limitam. Acredite em mim, Wanda. Eu falo por experiência própria. É verdade que nem me lembro mais desse tempo, mas eu sei que o vivi também. Todo apego que você já teve antes, seus pais, seu irmão, o Visão, seus filhos, a humanidade em geral, daqui a milhares de anos, tudo isso sequer será uma vaga lembrança em seus pensamentos.



— Isso nunca vai acontecer – ela grita – eu nunca esquecerei os meus filhos.



— Irá sim, Wanda. Eu te asseguro que irá – ele volta a relaxar a sua posição – como eu já disse, também já estive no seu lugar. Já faz tanto tempo que eu nem lembro mais como é, mas eu sei que estive. Acontecerá o mesmo com você, Wanda



— Não acredito em você – ela mantém um olhar firme para Chthon, enquanto fala.



— Eu entendo, Wanda – a voz dele soa conformada – é muito difícil mesmo para alguém na sua situação, alguém ainda tão jovem, tão presa à sua humanidade, entender a mentalidade divina. Só o tempo dará esse entendimento a você. Mas acredite em mim, tudo isso que lhe é tão importante agora, não será nada para você daqui a milhares de anos. Você sequer se dará ao trabalho de olhar para trás. Tanto tempo terá se passado que fazer isso será inútil. Não haverá mais nada para recordar.



— Não vou ajudar você. Não importa o que você diga sobre o meu futuro. Se foi por isso que me trouxe aqui, se foi por isso que me concedeu parte de seus poderes, saiba que foi um erro da sua parte.



— Eu já disse que não lhe concedi nada, Wanda – não havia mais o sorriso no rosto dele ao dizer isso – você é que nasceu com a condição necessária para receber esse Dom. Eu preciso de você para voltar ao mundo que é meu por direito.



— Tudo o que eu li sobre a Feiticeira Escarlate no seu livro, sobre estar destinada da governar a todos, era sobre você, não é mesmo?



— Pode ser sobre você também, Wanda – a afirmação dele vem com o retorno do sorriso – basta você se aceitar como realmente é, aceitar o que está destinada a se tornar. Eu só não quero ter que esperar os milhares de anos que podem ser necessários para isso. Estou exilado nessa dimensão a tanto tempo – ele fecha os olhos por um breve segundo, antes de abri-los e voltar a falar – ajude-me a voltar, Wanda. Foi para isso que eu criei a Feiticeira Escarlate. Você leu o meu livro. Ninguém o estudou com tanta profundidade quanto você.



— Eu li o seu livro, e sei o que ele é capaz de fazer – ela vê que ele está a ponto de retrucar, mas não lhe dá tempo para isso – eu sei que tudo o que fiz foi por decisão minha, minhas escolhas, minha responsabilidade, e eu terei que lidar com as consequências disso, mas como eu disse antes, não vou te ajudar a escapar desse lugar e voltar para a Terra – ela olha fundo nos olhos dele – e algo me diz que você não pode me obrigar.



— Tem razão, Wanda – o sorriso dele volta a se desfazer, substituído por uma expressão cansada em seu rosto – não posso te obrigar a nada, mas talvez você reconsidere isso depois que provar do mesmo remédio que eu.



Wanda sente uma corrente de poder sobre ela, como algo a envolvendo, sente seu corpo como que puxado por um redemoinho. Ela tenta resistir, mas sente algo meio que puxando-a, como uma corrente de ar, com tudo ficando escuro por alguns segundos. É como uma queda dolorosa para ela, sentindo seu corpo batendo numa superfície dura, que logo se dá conta, é o asfalto de uma rua. A ex-Vingadora ainda se sente um pouco tonta, mas aos poucos ouve os barulhos de gritos e explosões. Ela não está mais na dimensão de exílio de Chthon, mas de volta a Nova York. Wanda reconhece a cidade, embora note algumas estranhas diferenças. Mais importante, ela nota que caiu no meio de uma batalha.



CIDADE DE NOVA YORK

WANDA MAXIMOFF NO MUNDO DE THE BOYS

DIA 1



Desde cedo que a possibilidade de morrer não era estranha à Wanda Maximoff. Os dias que ela e seu irmão passaram, soterrados sob escombros, com uma bomba pronta a explodir. Os tempos difíceis da guerra civil em seu país natal, a dura vida no orfanato. Tudo isso para culminar com os experimentos da Hidra. Ao longo de sua vida, a morte era uma companhia próxima, sempre a espreita. A trágica morte de seus pais, e depois do irmão, seu tempo com os Vingadores, a tragédia em Lagos, a fuga com o Visão, tudo isso terminando na batalha de Wakanda, a terrível decisão que teve de tomar. A morte sempre esteve bem perto dela, embora só levasse os outros, principalmente aqueles que amava, nunca ela. Wanda pensou que tudo terminaria ao fazer toda a montanha de Wundagore, junto com o templo de Chthon, desabar sobre si. Um triste engano. Uma vez mais, a morte permaneceu apenas à espreita, nunca vindo de verdade.

Seu corpo ainda se recuperava da viagem extra-dimensional que lhe fora imposta por Chthon. Não demorou a reconhecer onde se encontrava, mas o barulho de gritos, explosões e vidro se quebrando logo tornou seus sentidos alerta. A morte a espreitava mais uma vez. A tontura passou e o foco de sua visão lhe permitiu ver o caos à sua volta. Pessoas gritavam e corriam, algumas estavam agachadas atrás de carros ou junto às paredes. Alguns cadáveres jaziam no chão. O vislumbre de uniformes coloridos chamou mais a sua atenção. Disparos de raios cortavam o ar, explosões eram ouvidas em volta. Ela se fixou, entretanto, nas figuras coloridas, tentando reconhecer alguém. Contudo, para cada figura de uniforme colorido que via mais confusa ficava, pois não reconhecia ninguém ali.

No meio de todo esse caos, uma luta em particular chamou a atenção dela. Ambas as figuras dando grandes demonstrações de poder, mas sem parecer preocupadas com quem estava por perto. Um homem num uniforme chamativo, adornado por uma capa que imitava a bandeira dos Estados Unidos, enfrentava um ser de armadura, lembrando vagamente a de Tony Stark. A partir de determinado ponto, era a única luta que ocorria, até o guerreiro de armadura decidir fugir. O homem de uniforme chamativo vai atrás dele, que joga algo em direção à multidão. Wanda logo nota que se trata de um artefato explosivo. A luta no alto continuava e ela reage de imediato, contendo a explosão do objeto, mas não impedindo que uma onda de choque atinja quem está na superfície. Tudo o que ela pode fazer é direcionar a maior parte da onda de choque na sua direção.


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Notas finais do capítulo

Capítulo postado como prometido. No próximo domingo está previsto a postagem do capítulo 4. Até lá.