Feiticeira Escarlate encontra The Boys escrita por MarcosFLuder


Capítulo 11
O golpe do Capitão Pátria


Notas iniciais do capítulo

Postando agora o capítulo 11. Creio já poder dizer que a fanfic está entrando na sua reta final. Ontem eu terminei a primeira versão do que já considero o penúltimo capítulo, além de já ter na minha cabeça todo o último capítulo. Esse é um capítulo onde teremos muitas referências aos acontecimentos de WandaVision, bem como a minha visão das razões que levaram Wanda a manter todos os habitantes daquela cidade como reféns do seu sonho de infância. Também há uma referência a Dr. Estranho no Multiverso da Loucura. No caso de The Boys, as ações do Capitão Pátria têm como referência maior os quadrinhos originais, que eu pessoalmente não li, sendo, portanto, uma referência bem vaga mesmo. Enfim, espero que quem estiver lendo aproveite o capítulo.



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CIDADE DE NOVA YORK

WANDA MAXIMOFF NO MUNDO DE THE BOYS

DIA 4



— Olá Wanda, meu nome é Annie January – Annie estende a mão para Wanda, que hesita uns segundo, mas acaba correspondendo ao cumprimento.



— Você é a Starlight, não é? – Maria faz a pergunta.



— Não mais, eu deixei de ser Starlight quando mandei a Vought para o inferno – Annie responde resoluta – é só Annie agora.



— Não temos muito tempo a perder – é Hughie quem intervém dessa vez – se nós deduzimos que você viria para cá é certo que logo outros também chegarão a esse raciocínio – Wanda sabia bem de quem ele estava falando.



— Quem são vocês e o que querem comigo? – Wanda tinha urgência em saber.



— É meio complicado responder – Annie pondera – vamos dizer que somos um grupo que combate o Capitão Pátria e todos os abusos que ele e a Vought representam.



— Você disse que veio de um outro mundo e imagino que queria voltar para lá – Hughie intervém de novo, é visível para Wanda o entrosamento entre os dois – o problema é que isso vai ser muito difícil com você sendo exposta pela mídia, além de caçada pelo Capitão Pátria e a facção do governo que está com ele.



— O que quer dizer com facção do governo? – Maria volta a perguntar.



— O Capitão Pátria pretende assumir o controle do país em algum momento – Annie responde – ele conta com parte da opinião pública do seu lado, além de uma facção dentro do próprio governo.



— E vocês querem que eu ajude a detê-lo – era uma afirmação da parte de Wanda.



— Com certeza iremos precisar de você – é Hughie quem responde – você nos ajuda contra ele e nós te ajudamos a se manter escondida e, se estiver ao nosso alcance, no seu retorno para o mundo de onde veio.

 

— E como pretendem fazer isso? – apesar de uma desconfiança inicial, os instintos de Wanda sobre o casal são bem positivos.

 

— Tem uma pessoa entre nós que pode lhe garantir uma identidade nova e um lugar onde você pode ficar segura – é Annie quem responde, ao mesmo tempo em que olha para Maria – por outro lado, vamos ter que falar com ela sobre isso. Talvez seja o caso de conseguir duas identidades novas.

 

PLANO DESCONHECIDO

WANDA MAXIMOFF NO MUNDO DE THE BOYS

DIA 28



— Pare com isso – Wanda grita, enquanto continua disparando suas rajadas contra Chthon – deixe ele em paz.



— Você quer que eu pare antes de matá-lo, Wanda? – Chthon mantém-se calmo enquanto fala – implore pela vida dele, implore e eu o pouparei.



Wanda Maximoff não é estranha à morte. A entidade sinistra sempre esteve a espreita, desde a sua infância. A morte sempre fora uma companhia permanentemente desagradável, invariavelmente tirando dela as pessoas próximas. Wanda sempre sentindo-se impotente perante ela. Uma impotência que fez a sua raiva se acumular desde então. A exigência de Chthon a fez lembrar-se dessa raiva longamente acumulada. Um sentimento que a acompanhou pela maior parte de sua vida. Uma raiva que era liberada sempre em grandes explosões, com graves consequências, para ela, e para quem estava por perto. Westview foi uma dessas explosões. Não era o desejo dela torturar aquelas pessoas. Não foi uma ação intencional, deliberada, menos ainda um exercício sádico de poder. Ao final de tudo, ela liberou os habitantes daquela cidade. A raiva, no entanto, nunca a deixou.

Wanda não liberou aquelas pessoas por ter se arrependido. Ela viveu aqueles dias idílicos com muita alegria, lembra deles com carinho. A ex-Vingadora nunca se arrependeu dos momentos que teve com o Visão, com seus filhos, com a vida que ela idealizava desde a infância. Ela libertou as pessoas em Westview, mas em vez de orgulho por ter feito o certo, o que sobrou nela foi mais raiva acumulada. Foi essa raiva que a levou ao Darkhold, e a tudo o que veio depois. Uma raiva que a deixou cega para tudo, até ao momento em que viu, através da grade da escada, o olhar apavorado dos filhos que tanto queria. Agora, é essa mesma raiva que a fez usar toda a força que dispunha numa nova rajada. Dessa vez Chthon foi jogado longe, com Wanda olhando aliviada, para um Tyler se recuperando de algo que ele nunca terá a menor ideia do que foi.



— Você se importa com ele a ponto de lutar comigo para salvar-lhe a vida, mas não o suficiente para implorar por isso – foi um Chthon já recuperado que se dirigiu a Wanda – ele teria morrido se eu conseguisse mantê-lo sob meu domínio por mais alguns segundos.



— Não se atreva a tentar isso outra vez – ela se colocou novamente em posição de ataque contra Chthon.



— Isso não acontecerá de novo, eu lhe garanto. Afinal, o que eu queria saber, eu já sei – ele olha para um Tyler já recuperado – veja só, ele perderá muito tempo tentando entender o que aconteceu. Mais um mistério insolúvel na vida desses humanos – ele se volta para Wanda mais uma vez – eu vou deixá-la agora, Wanda. Vou deixá-la a vontade para contatar a pessoa que está buscando. Afinal foi para isso que você veio até esse plano, não é mesmo?



— Você não vai tentar me impedir?



— É claro que não, Wanda – ele sorri para ela, à medida em que vai sumindo. Junto com ele desaparece também a visão do apartamento de Tyler.



LOCAL DESCONHECIDO

WANDA MAXIMOFF NO MUNDO DE THE BOYS

DIA 28



Ele desce do céu com uma imponência premeditada, ensaiada, criada sob medida para deixar os insetos abaixo dele impressionados. Se dirige àqueles homens com um sorriso bem estudado no rosto, pois seu desejo é também agradá-los. São aliados no seu plano. Há ali, desde generais, burocratas, políticos, magnatas e homens das comunidades de inteligência. Todos estão unidos pelo desejo de saírem finalmente das sombras, assumir de fato, um governo que exerceram sempre nos bastidores. O desprezo do Capitão Pátria por esses homens não é menor do que ele sente por qualquer pessoa comum na rua, mas ele contém esse sentimento. São peões necessários que poderão ser descartados, assim que deixarem de ter utilidade, mas não agora.



— Como vão senhores? – O Capitão Pátria cumprimenta cada um ali.



— Só aguardando as suas ordens, Capitão – a subserviência daquele general alegra o sujeito superpoderoso. Ele nunca foi capaz de resistir à bajulação abjeta desses insetos que tanto despreza.



— Elas virão, mas antes eu espero resolver um problema – o Capitão Pátria se dirige a um dos homens que atua no setor de inteligência – você tem alguma novidade para mim?



— Creio que é uma pista sólida, Capitão – o homem do setor de inteligência diz ansioso – uma visita inesperada, e coberta de segredos, a um experimento secreto do governo. Ocorreu alguns dias atrás. Infelizmente só descobrimos depois que ela foi embora, mas o nosso contato acredita que haverá uma nova visita àquele local novamente. Estaremos preparados quando isso acontecer.



— É muito bom saber – é um ainda mais sorridente Capitão Pátria que se dirige ao general ao lado – creio que o seu comando terá uma primeira missão, antes da nossa conquista. Assim que ela entrar nessa instalação secreta, eu quero você pronto para me ajudar a soterrá-la por completo. Será o nosso sinal.



— Sinal, Capitão? – pergunta um dos burocratas presentes.



— O sinal para a nossa tomada do poder – o Capitão Pátria responde.



CIDADE DE RED RIVER

ESTADO DO COLORADO

WANDA MAXIMOFF NO MUNDO DE THE BOYS

DIA 28



Foi um esforço de quase duas horas, mas ela acabou desistindo, frustrada e irritada. Por mais que se concentrasse em seus poderes, Wanda não foi capaz de estabelecer o contato que esperava. Nem podia culpar Chthon por isso, pois este, de fato, cumpriu a sua promessa, e em nada atrapalhou as tentativas dela. Apesar de todo o seu esforço, Wanda sente que precisará de mais, se quiser estabelecer o contato com a única pessoa capaz de levá-la de volta ao seu mundo. Esta última tentativa, mais uma vez frustrada, não deixa dúvida para ela que a ausência de magia, somada ao ceticismo reinante nesse mundo, é uma barreira terrível para os seus objetivos. Estava muito claro que seria a ciência, não a magia, que a ajudaria nessa empreitada.

Outro sentimento também ocupava seus pensamentos, agora que não estava mais focada em estabelecer contato com América Chaves. Ver Tyler quase morrer pelas mãos de Chthon provocou muitas emoções controversas. Ela lutou realmente por ele, deu o máximo de si, até livrá-lo do ataque que estava sofrendo. Em seu íntimo, no entanto, a ex-Vingadora sabia que jamais teria implorado para salvar-lhe a vida, tal como Chthon sugeriu. Wanda o achava bonito e atraente, nunca imaginando que voltaria a sentir algo assim por alguém, não depois do Visão. Esses sentimentos, no entanto, não eram suficientes para fazer com ela implorasse por sua vida.

Ela ainda estava refletindo sobre isso, o olhar distante, ignorando a paisagem vista da janela do apartamento onde morava, quando Maria chegou, seu plantão na lanchonete finalmente encerrado. A chegada de sua colega lembrou-a de que estava com fome. As duas mulheres jantaram em silêncio, ambas cansadas por diferentes razões. Maria nem tentou provocar Wanda com seus comentários entre o divertido e o inapropriado, geralmente fazendo a ex-Vingadora dar uma gostosa gargalhada. Foi só quando sua colega de trabalho e moradia foi dormir que ela se deu conta de que gostava mesmo de suas provocações, piadas e comentários inapropriadamente divertidos. Sem sono, Wanda vislumbrava a noite pela janela, embora sem ver realmente a paisagem, a mente divagando em sucessivos pensamentos. Foi só quando colocou uma das mãos no bolso da calça que sentiu o papel meio amassado. Era o cartão que Tyler havia dado a ela. Sua mente mergulhada em mil conjecturas, enquanto a outra mão mergulhava em outro bolso de sua calça, justamente onde estava o celular.



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Tyler ainda sorria, pela virada da sorte que tivera no dia. Depois de um momento de pânico, em que se sentiu próximo da morte, agora estava nesse restaurante, acompanhado por uma mulher que vinha povoando seus sonhos desde que a conhecera. Sua ideia inicial, assim que ela ligou, era convidá-la para o seu apartamento, aproveitando que já tinha feito o jantar. A ideia foi descartada assim que surgiu, pois Wanda informou que já havia jantado. Tyler também temeu que convidá-la para o seu apartamento fosse ousado demais para um primeiro encontro e propôs um bar, onde poderiam apenas beber um pouco.

A cada minuto que passava ele sentia que fizera a melhor escolha. Era o primeiro encontro deles, mas já houve uma sintonia imediata. Tanto nos acordos quanto nas discordâncias, a conversa fluía muito bem. Havia em Wanda um misto curioso de timidez e ousadia, que era encantador. Ela tinha opiniões fortes e claras, mas sabia ouvir o contraditório com atenção, ponderar e rebater na mesma medida. Tyler estava realmente encantado com a mulher diante dele. Ao mesmo tempo, a proximidade finalmente estabelecida, permitiu-lhe confirmar muito do que já imaginava a seu respeito.

Desde a primeira vez que a vira, Tyler havia notado algo no sorriso dela, que somado ao olhar, provocava nele um misto de encantamento e o desejo de conhecê-la. Ele sentia naquela mulher uma tristeza escondida, reprimida, esquiva. Havia nela um cuidado em falar de si própria, de alguém que não quer mentir, mas não sente a necessária segurança para se abrir sobre sua vida. Wanda citou brevemente os pais, o irmão, e um tal “Vis”, mas os detalhes foram vagos. Tyler, é claro, nem pensou em pressioná-la, preferindo falar mais de si, embora tenha ficado atento a cada palavra dita, cada informação escorregada nas entrelinhas. Ele queria mesmo conhecer essa mulher, mais do que simplesmente satisfazer um interesse sexual, ainda que este, definitivamente, também fosse parte do que Tyler desejava.



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A conversa fluiu muito melhor do que o esperado para Wanda. O nervosismo inicial foi logo dissipado pela facilidade com que ambos trocavam assuntos. As concordâncias resultavam em risadas calorosas. As discordâncias, por sua vez, longe de criar embaraços, os faziam trocar farpas divertidas, leves provocações. Os momentos que podiam ser tensos, quando ela tinha que discorrer sobre sua vida, encontraram em Tyler, um ouvinte atento, mas que em nenhum momento a pressionava por confidências mais íntimas. Wanda usou muitas partes realmente verdadeiras de sua vida, principalmente o que ela viveu em Sokovia, mas em nenhum momento precisou entrar em detalhes mais comprometedores. Ela gostou de ouvir de Tyler os detalhes sobre sua vida até então, seu esforço para se tornar médico, e tudo o que viveu por conta disso. Em nenhum momento, ele escondeu o claro interesse físico nela. Longe de ser um incômodo, Wanda sentia-se lisonjeada. De fato, era muito bom ser admirada e desejada novamente, apenas por ser uma mulher bonita e desejável.

No entanto, à medida que a noite avança, ela sabia que precisava tomar uma decisão. Wanda tinha consciência de que seu tempo nesse mundo não permitia planos de longo prazo, qualquer tipo de comprometimento. Ao mesmo tempo, sua mente refletia sobre quando fora a última vez que se permitiu um momento de alegria irrefletida, despreocupada com um futuro previsivelmente incerto. Em certa altura da noite ela concluiu que pensar demais era o problema, pelo menos naquele momento. Permitir-se um momento em que seria apenas uma mulher bonita, em boa companhia, era algo tão distante, sempre tão raro em sua vida. Deixou os pensamentos de lado, pois sabia até onde iriam, se deixados livres. Por algumas horas que fossem, ela apenas seria Wanda, uma mulher despreocupada, e em boa companhia.



CIDADE DE RED RIVER

ESTADO DO COLORADO

WANDA MAXIMOFF NO MUNDO DE THE BOYS

DIA 29



A manhã estava ensolarada e luminosa quando ela olhou pela janela, logo depois de acordar. Por um breve segundo, Wanda conjecturou que poderia estar assim, refletindo o que sentiu no seu despertar, as lembranças da ótima noite que viveu com Tyler. Ele ainda dormia, um sono pesado que se manteve, mesmo ela levantando da cama e ido tomar um breve banho. A ex-Vingadora voltou a olhar para a manhã, cujas luzes insistiam em entrar pela janela. Não mais que esse segundo vislumbre, fez com que deixasse de lado a sua tola conjectura anterior. Houve inúmeras manhãs ensolaradas e luminosas nas épocas mais tristes de sua vida, ela recordou com certa tristeza. Um fato inegável é que, seja no seu mundo ou seja nesse, a natureza é completamente indiferente ao sentimento humano. Ela se moveu devagar, descalça, os sapatos em suas mãos, além de um sorriso que insistia em permanecer no seu rosto. Não era seu desejo acordar Tyler, mas também não queria se atrasar, ainda que para um trabalho que era apenas fachada.



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— Olha só para ela – o sorriso no rosto de Maria, enfatizando ainda mais a provocação no tom de voz – direto da caminhada da vergonha para o trabalho.



— Não sei do que você está falando – o esforço de Wanda para conter um sorriso encabulado foi inútil.



— Estou falando de alguém que se deu muito bem ontem a noite – Maria dizia isso sorrindo, nenhum sinal de inveja no rosto, o que desarmou Wanda – você se deu bem, não foi? Essa carinha é de alguém que se deu... opa – o sorriso de Maria sumiu e uma Wanda muito alerta se virou, para ver aquelas pessoas entrando.



— Como vai Wanda? – a agente Malory tinha a expressão grave de sempre. Bruto, por sua vez, mantinha o sorriso cínico habitual, mas em Hughie e Annie dava para notar um certo constrangimento – precisamos conversar.



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— Para quando vocês acham que isso irá acontecer? – Wanda se dirigiu a Annie, ao fazer a pergunta.



— Pode acontecer a qualquer momento – foi a própria Annie quem respondeu – a verdade Wanda é que só estamos aqui porque você é a nossa melhor chance de derrotar o Capitão Pátria.



— Você disse “melhor chance”, isso significa que existem outras opções – Wanda ainda continua se dirigindo a Annie, mas quem respondeu foi Bruto.



— Existem pelo menos duas opções, mas quase ninguém quer tentá-las – ele diz – preferem apostar em você.



— O Soldier Boy já era uma péssima ideia desde o início, Bruto – é Hughie quem responde agora – e nem vamos falar do V-24.



— Concordo com você sobre o Soldier Boy, Hughie – Malory intervém – mas eu não descartaria o V-24, ainda mais numa situação desesperada.



— Eu até consigo imaginar que tipo de gente seria esse Soldier Boy, mas o que é V-24? – Wanda agora não se dirige a ninguém especificamente.



— É uma variante do Composto-V – é Annie quem responde – dá poderes às pessoas por algum tempo. Bruto e Hughie já fizeram uso dele. O problema são os efeitos colaterais – ela olha rapidamente para Bruto – o principal desses efeitos é que é fatal para quem o toma, depois de algumas doses.



— Eu preferia não me envolver nisso – Wanda diz, ao mesmo tempo em que nota o desânimo, principalmente em Annie e Hughie – olha, não é que eu não queira ajudar, mas eu também tenho os meus próprios problemas.



— Você quer voltar ao seu mundo – Malory diz.



— Eu venho tentando fazer contato com a única pessoa que poderia me ajudar com isso, mas não tem dado certo – Wanda se dirige a Malory – eu preciso daquela máquina.



— Você ouviu os cientistas, Wanda – Malory diz – a máquina não estará disponível tão cedo.



— E quando ela estará? – há uma certa exacerbação no tom de voz de Wanda agora – não tenho a menor intenção em viver de maneira definitiva no seu mundo, agente Malory. Não pensem que vocês poderão contar comigo para salvar seus traseiros, toda vez que decidirem criar outro Capitão Pátria e se arrependerem disso.



— Eu creio que tudo é uma questão de boa vontade de ambos os lados – Hughie intervém mais uma vez, agora se dirigindo à Malory – você poderia ver com os responsáveis pelo projeto secreto se poderiam colocar a máquina deles em funcionamento.



— Eu preciso dela, já que não existe magia nesse mundo – Wanda também se dirige à Malory.



— Existe muita magia em Las Vegas – Malory retruca, mas fica preocupada ao ver os olhos de Wanda ganharem um tom vermelho. A preocupação aumenta ao ver objetos no apartamento levitando, até que todos ali começam a levitar também.



— Eu estou falando de magia de verdade, agente Malory – Wanda assume um ar muito grave ao falar – não truques de salão, mas verdadeira magia.



— Tudo bem, tudo bem – Bruto se mostra bem desconfortável – já entendemos o que quer dizer, agora nos coloque no chão, bem devagar se possível – é o que acontece, tanto todos ali, como os objetos, voltam aos seus lugares suavemente.



— Em meu mundo eu poderia fazer isso com a facilidade com que qualquer um de vocês estalariam os dedos – Wanda afirma – aqui eu preciso dispender uma certa quantidade de energia. Eu não entendo como a magia pode ter morrido nesse mundo.



— Morreu? Isso de magia nunca existiu – afirma Bruto.



— Com certeza existiu algum dia – Wanda retruca – alguma coisa aconteceu, e deve ter sido há muito tempo, para vocês todos acreditarem que nunca existiu.



— O que acha, Malory? – é Bruto quem se dirige a veterana agente – é como se diz por aí, “uma mão lava a outra”.



— Tudo bem – Malory se dirige a Wanda, enquanto saca o seu celular – eu vou falar com a responsável pelo projeto – ela se afasta um pouco para fazer a ligação.



— Essa pessoa com quem você quer fazer contato... – Annie se volta para Wanda – ela pode te ajudar a voltar para o seu mundo?



— Seu nome é América Chaves – Wanda responde – ela tem o poder de viajar pelos universos – a nova indagação de Annie é interrompida com o retorno da agente Malory.



— Eu falei com a doutora Christine – ela diz – ela concordou em colocar a máquina em funcionamento para você. Vai levar alguns dias, mas ela disse que será possível – todos sorriem ante essa notícia, principalmente Wanda.



SEDE DA VOUGHT

WANDA MAXIMOFF NO MUNDO DE THE BOYS

DIA 29



— Você tem certeza sobre isso meu caro – o Capitão Pátria sorri ao ouvir a notícia. A voz do homem da comunidade de inteligência no telefone é bem clara para ele.



— Com certeza, Capitão Pátria – o sujeito está num centro de monitoramento naquele momento – temos todas as comunicações dos cientistas daquele projeto secreto sob vigilância e nós pegamos essa ligação.



— Então a “bruxa” estará naquela base científica secreta – o sorriso dele fica ainda mais pronunciado.



— Ainda não sabemos exatamente quando, mas assim que descobrirmos o senhor será informado – o sujeito responde.



— Você deve entrar em contato com o general Bradley. Quero os dois atuando coordenados a partir de agora – o sorriso do Capitão Pátria só faz crescer enquanto fala.



— O que pretende fazer quando tivermos a “bruxa” sob a nossa mira?



— Isso vai depender, meu caro.



— Depender de que?



— Do acesso que o general Bradley tiver a duas ou três armas nucleares que eu possa usar.


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Notas finais do capítulo

Capítulo 11 postado como prometido. No próximo domingo teremos o capítulo 12. Aguardem.