Afunde-se na terra devastada por baixo escrita por SrtaCass


Capítulo 3
Se foi e algo se perdeu


Notas iniciais do capítulo

Como o próximo capítulo foi maior em escrever, então irei demorar para revisar e finalmente postá-lo. Provavelmente postarei no fim de semana.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807216/chapter/3

“Você tem apenas três escolhas: correr, se esconder ou morrer",  Danielle Rousseau.

 

 

 

 

 

 

 

 

— 'Os demônios evitam esse lugar como praga' é minha bunda. — Bufou Nero sentando no banco da igreja com os braços cruzados. — Me sinto um cego nesse lugar esquecido por Deus. 

Era óbvio demais que isso era uma mentira. Já sabíamos que aqui era um problema. Não há lugares que não conheceu o caos. Como se existisse algum lugar nesse mundo que os demônios não deturpam e destroem. 

E para completar, nem podemos confiar nos nossos instintos. Afinal, você não pode ver o inimigo chegando se não sentir sua aura predatória por perto. 

Que dia de merda está sendo hoje.

Nero virou seu olhar para o seu pai, encontrando ele em pé ao lado do banco enquanto olhava para os desenhos de anjos gordos e nu à óleo pintados no teto da igreja, ainda tendo algumas vinhas espinhosas preenchendo alguns lugares ao redor. Pelo menos alguém está se divertindo nesse lugar. 

— Rosas. — Mencionou Vergil. 

— O que? — Perguntou Nero, tentando seguir o raciocínio do pai. 

— Parece que eles idolatram muitos as rosas, este culto. — Respondeu Vergil ainda olhando as artes do teto. 

Nero seguiu o olhar do pai, caindo na arte e finalmente dando atenção às pinturas.

— Até isso eles conseguem deixar distorcido. — Suspirou Nero. 

A arte que de primeira vista só apresentava pequenos anjos voando ao redor, estavam também pintados com várias vinhas espinhosas pretas enroscados ao redor deles, como se estivesse preste a devorá-los. Também pode-se encontrar várias artes de rosas azul e vermelho sendo apertadas pelas vinhas. Mas o que chama atenção mesmo é o que se encontra no centro do teto da igreja; uma enorme rosa preta com as pontas das pétalas pintadas de azul e vermelho sendo esmagada pelas vinhas espinhosas, dando a impressão de que sangue está saindo ao redor dela. 

Nero estremeceu. É cada gosto mais louco que se encontra nesses tipos de lugares, mas o que se pode esperar de fanáticos que cria cultos hoje em dia? 

Voltando ao presente, Dante estava se aproximando após conversar com uma das 'seguidoras das rosas'. Por que isso nem me surpreende mais? Pensou Nero. 

— Então caras, tenho boas e más notícias. Qual vocês querem ouvir primeiro? — Perguntou Dante com um sorriso alegre demais para ser verdadeiro.

— Só diga logo o que precisa ser dito, Dante. — Disse Vergil secamente ainda olhando o teto. 

— E onde está a graça? Vamos, me animem! — Disse Dante animado. 

Nero revirou os olhos para essa interação antes de virar para Dante.

— A má notícia então, Velho. 

— Bem, garoto, a má notícia é que aquela coisa morta na entrada era o nosso informante. — Disse Dante coçando a barba por fazer enquanto sentava ao lado de Nero no banco. — E a boa notícia é que a igreja abriu as portas para nós. Poderemos descansar aqui se essa missão demorar, já que serão eles que nos pagarão por essa caçada. 

Ao ouvir isso, Pai e filho se entreolharam antes de olharem para Dante como se tivesse crescido outra cabeça nele. 

— Você está querendo que nós passemos a noite nesse buraco macabro? — Perguntou Nero chocado. 

— Eu esperava que você fosse menos idiota do que isso, Dante. — Respondeu Vergil na mesma medida. 

— Ah qual é! Não me digam que o lugar está subindo em vocês. É só mais um lugar com teto pra se ficar, e ainda aproveitaremos para verificar aqui e ao redor antes de começarmos a caçar. — Disse Dante com um sorriso atrevido. 

— Então vamos terminar isso logo. — Disse Nero se levantando e indo na direção do portão. — Irei verificar a área atrás da igreja, perto da montanha. 

— Estarei logo atrás de você. — Avisou Vergil. 

— Eu não preciso de uma babá atrás de mim. — Reclamou Nero já imaginando que seu pai seria uma mãe galinha em cima dele. 

— Se quiser eu posso te colocar numa creche então, garoto. — Disse Dante rindo. 

— Não se eu te colocar num asilo primeiro, Velho. — Respondeu Nero na mesma medida mostrando um dedo médio antes de desaparecer porta afora. 

Vergil se virou para Dante com um olhar sério. 

— Eu tenho uma teoria para qual tipo de demônio estamos lidando aqui. 

— Então me diga, Sr. especialista. — Disse Dante ironicamente. 

— Na época que passei no inferno. — Disse Vergil enquanto engolia em seco e olhava para outro lugar antes de continuar. — Conheci um tipo diferente de demônio no qual ficou memorável para mim. Ele era do tipo parasita, que comia todo o espaço e terreno envolta. Ele se alimentava sugando a energia vital e demoníaca até não restar absolutamente nada, e isso era preocupante já que você não consegue ver que esse parasita te pegou até que seja tarde demais. 

— E como você conhece tanto essa criatura, Vergil?  — Perguntou Dante, mas já se arrependendo disso. 

— Por que... — Vergil respirou fundo, cruzando os braços mas parecendo que estava mais se abraçando para se proteger. — Foi graças a essa maldita praga que Mundus conseguiu colocar as mãos em mim no inferno. 

Dante não disse nada, esperando pacientemente que seu irmão terminasse. 

— Tinha lugares por lá que os demônios evitavam como pragas. E como eu estava desesperado para evitá-los o máximo que podia, eu entrei em uma dessas áreas. No começo eu não senti nada, mas depois percebi que estava sendo grudado pelo chão do lugar e quando eu percebi, estava preso como uma abelha numa teia de aranha. Mesmo ativando o meu gatilho eu não conseguia me locomover por nada. — Revelou Vergil olhando para longe e apertando as mãos em punhos. — Eu só sair daquela coisa por que Mundus e seus lacaios me encontraram e acharam que eu seria melhor como um servo sem cérebro do que simplesmente morrer naquele lugar. 

Mundus tem sorte de está selado por agora, se não Dante estaria na bunda do desgraçado e fazendo-o se arrepender amargamente. Rancor é uma coisa que tem de sobra nessa família. 

Dante pensou por um momento confortar o seu irmão mais velho, mas pensando duas vezes e olhando para o cabo da Yamato, Vergil nem deixaria chegar muito longe com seu orgulho em jogo. 

— E você sabe como destruí-la? — Perguntou Dante. 

Vergil se virou e seguiu para o portão para se encontrar com Nero. 

— Infelizmente não, mas como eu disse antes, tenho que confirmar isso. — Respondeu Vergil. — Então tenha decência o suficiente para não ser pego de surpresa, Dante. 

— Você está sendo protetor agora, querido irmão? — Brincou Dante. 

Vergil bufou antes de sair porta afora da igreja. 

Suspirando, Dante se levantou, esticou os membros do corpo e começou a ir em direção à porta da igreja com o objetivo de investigar o vilarejo, mas parou no caminho quando ouviu alguém chamá-lo. 

— Sr. Dante, você tem um minuto para conversar? — Perguntou uma das servas do culto que o informou anteriormente. 

Dante se virou e encontrou a mesma mulher toda coberta da cabeça aos pés de manto branco, tendo só os olhos sendo visíveis. 

— Claro querida, no que posso ajudá-la? — Perguntou Dante educadamente. 

— Eu queria avisar que as cavernas na montanha atrás da igreja são lugares que são proibidos até para nós residentes de se aventurar. — Disse ela calmamente olhando o Lendário Caçador vermelho. — Se estiver procurando por algo, é bem provável que encontrará por lá. 

Interessante. E pensar que Vergil e Nero foi para lá primeiro. 

— Você saberia me dizer o motivo de todos serem proibidos de entrar lá? — Perguntou Dante curioso. 

— Não sei ao certo, mas o... — A dama olhou brevemente para o cinza espalhado no lugar onde a criatura estava caída morta anteriormente. — Reverendo comentou uma vez que lá era conhecido como  armadilha do Diabo. Não sei ao certo o porque do nome. — Finalizou a dama inocentemente. 

Um arrepio percorreu Dante naquele momento. Com um nome ridículo desses não seria nada para temer. E Vergil e Nero estão juntos, então poderiam cuidar das costas um do outro, certo? A única preocupação é que os instintos não estão captando nenhum perigo por perto. 

Mas esse é o verdadeiro problema. Nenhum deles podem mais confiar nos instintos que parecem estarem anestesiados por esse lugar. 

Naquele momento, Dante finalmente percebeu o que estava acontecendo naquele vilarejo como um choque de realidade. Medo e preocupação nublaram sua mente de uma vez quando percebeu que seu irmão e sobrinho caíram numa armadilha. Sem perder tempo, Dante se virou, ativou seu gatilho de Devil Trigger ignorando os gritos dos residentes da igreja e correu como borrão vermelho portão afora da igreja na tentativa de alcançar sua família. 

Se Dante tivesse ficado mais alguns segundos a mais, teria percebido que a cor dos olhos da dama mudaram de preto ébano para um dourado demoníaco. 

 .

 .

 . 

— Mas que lugar estranho é esse? — Nero se perguntou olhando para dentro da caverna e encontrando mais vinhas espinhosas no espaço pequeno à frente. — Só uma sardinha consegue entrar num espaço apertado desses. 

Quando Nero chegou nessa parte da floresta ao fundo da igreja, ele encontrou a abertura de uma caverna lotada de vinhas espinhosas como se o lugar fosse onde estivesse saindo toda essa vinhas que estavam cobrindo a floresta e vilarejo. 

Querendo investigar mais a fundo, Nero tentou a sorte e entrou mais fundo na caverna, evitando encostar das vinhas e suspirando ao ouvir alguma parte da suas roupas ou sobretudo sendo rasgados pelos seus espinhos. Sorte que seu sangue demoníaco ajuda ele a ver com clareza no escuro. 

Sete minutos de caminhada mais profunda caverna, Nero começou a sentir uma fraqueza de repente e parou por um momento para recupera o fôlego. Aproveitando para entrar num espaço maior, ele percebe que chegou numa câmara que era o limite da caverna por não ter mais saída. Olhando em volta ele encontra o chão e o teto do espaço da caverna lotado de gavinhas espinhosas. 

Achando que entrou num beco sem saída sem encontrar nada, Nero já estava se virando para voltar para a entrada até que viu algo diferente no lugar. 

Num canto mais escondido, há duas rosas exóticas com pétalas fechadas em pé e saudável entre aquelas malditas vinhas. 

Curioso, Nero se aproximou e as analisou da melhor forma possível e percebeu chocado que as duas rosas brilhavam. Uma era da cor vermelha escarlate e a outra era um azul escuro. Há um terceiro caule ao lado das duas mas parece que a terceira rosa foi arrancada a algum tempo atrás. 

— Isso é possível? — Perguntou Nero maravilhado que essas rosas sobreviveram num lugar escuro e com pouco oxigênio. — Onde estão as raízes? 

Nero se aproximou e colocou mão no caule, tentando empurrar delicadamente as vinhas espinhosas para ver a raiz. Kyrie amava plantar e como Nero queria agradá-la ajudando a plantar flores no quintal de casa em Fortuna, ele aprendeu uma ou duas coisas com a experiência. 

E pelo que ele viu e confirmou, essas rosas não possuíam raízes. 

Estranho. Parece que elas estão saindo das vinhas espinhosas. Será que elas são rosas enfeitiçadas? Isso explicaria como elas sobreviveram num lugar desses. E ainda não desabrocharam, então elas provavelmente estão com sede. Pensou Nero analisando-as e se perguntando como elas sobreviveram sem água doce ao redor.

Concentrado com as rosas e com o instintos anestesiados, Nero nem percebeu algo se aproximando por trás dele pela entrada da caverna. 

— Nero. — Chamou Vergil de repente. 

Nero pulou com o susto, se surpreendendo que alguém o pegou desprevenido naquele momento. E com o descuido, ele acabou espetando a mão no caule da Rosa azul com a surpresa inesperada. 

Levantando rapidamente e se afastando das rosas, Nero olha para os dedos que começou a aparecer duas ponta de sangue onde foi picado pelo caule. Tentando se recompor, Nero leva a mão direita na boca e lambendo a pequena ferida antes de se virar para o pai com um olhar frustrado. 

— Você poderia dar um aviso melhor quando aparecer, Vergil. — Murmurou Nero envergonhado por ser pego de surpresa, ainda olhando a mão que curou em segundos mas começou a doer. 

Vergil ignorou o atrevimento e encarou Nero e a mão antes de voltar os olhos para Nero e se aproximar. 

— Você está bem? — Perguntou Vergil preocupado. 

— Bem, tirando que minha mão está doendo por conta de uma vinha espinhosa, estou ótimo. — Suspirou Nero sentindo que a dor está radiando da mão para o braço. 

Nero olhou para cima e viu seu pai perto e olhando-o preocupado. 

— Vergil, eu estou bem. Deve ser um efeito colateral idiota dessas flores. De qualquer forma acho que achamos o núcleo deste lugar. — Disse Nero apontando para as rosas. 

Checando uma última vez o filho, Vergil se virou e olhou para as rosas. Olhando de perto, bateu um déjà vu em Vergil, mas nada veio em mente de onde ele poderia ter visto rosas exóticas como essa. 

— É estranho que essas rosas não possuem raízes por aqui. — Comentou Nero se aproximando do pai, ainda sentindo a dor se espalhar e esperando que a regeneração demoníaca entre em ação para ajudá-lo. — Pelo o que entendi, toda essa vinha espinhosa são as raízes dessas rosas. 

— E há uma rosa faltando. — Comentou Vergil olhando para o terceiro caule sem rosas. 

— Sim, mas o estranho é que o caule que está sem rosa não murchou ainda. — Disse Nero. 

— É bem provável que as duas rosas sobrando estão a mantendo viva para produzir uma nova rosa. — Teorizou Vergil. 

— Ou elas duram mais tempo que uma rosa normal. — Comentou Nero pensando nas rosas que já plantou com Kyrie. 

Nero se virou para perguntar ao pai se já poderiam sair daquele lugar claustrofóbico antes de encontrar o olhar assombrado de Vergil. 

— Vergil? — Perguntou Nero preocupando antes de tentar se levantar de onde estava agachado vendo as rosas. 

Naquele momento Nero sentiu uma fraqueza pior do que antes e quando se deu conta já estava deitado caído de lado naquelas vinhas espinhosas. 

— Argh! — Gritou Nero de dor naquele espaço pequeno. 

— Nero! — Gritou Vergil saindo do devaneio que estava antes de se aproximar rapidamente e levantar o filho daquelas vinhas. 

— O que há com esse maldito lugar? — Reclamou Nero ignorando a dor dos lugares que a vinha espetou seu corpo na queda. — Parece que esse lugar quer nos matar de formas mais idiota possível.

— Nero, me diga o que você está sentindo! — Perguntou Vergil balançando-o pelos braços e vendo seu filho ficar mais pálido a cada minuto. 

— Você está me deixando mais tonto que já estou. — Disse Nero baixo, sentindo que estava perdendo a consciência. 

— Nero, preciso que você mantenha os olhos abertos! — Disse Vergil desesperado. — Acho que sei o que está acontecendo, mas preciso que você fique acordado! 

— Mas estou tão cansado agora, pai. — Murmurou Nero tentando não fechar os olhos. 

Nero raramente chama Vergil de pai, afinal os dois fizeram uma promessa silenciosa que se chegasse o dia que Vergil seria chamado de pai, seria quando ele merecesse o título e Nero sentisse que finalmente teria um pai para se apoiar. Ouvindo ele agora, estava só levantando sinais de perigo em sua cabeça que seu filho estava tudo, menos bem. 

Vergil sempre achou que se ele tornasse forte o bastante, não precisaria lidar mais com a perda e o luto pelo resto da eternidade depois de perder sua mãe naquela noite fatídica. Afinal, nada atinge demônios poderosos com tanto poder e controle. E com essa percepção, ele abandonou sua humanidade, uma parte fundamental de si mesmo à fim de conseguir poder do lado demoníaco dele. E esse caminho o fez se tornar o que ele era hoje, com erros e acertos. Ele não tinha arrependimentos de se tornar o Alfa e o omega, o Rei do Inferno atual. 

O único arrependimento que ele tinha era ter abandonado Nero no nascimento acreditando que ele seria uma fraqueza constante para os seus objetivos. Mas agora ele teria uma chance, uma oportunidade de fazer a diferença para Nero. Ficou vinte e três anos fora da vida de seu filho, mas agora não deixará que o resto de sua vida continue assim. 

Ou foi isso que Vergil pensou até aquele momento. 

Vergil começou a sentir algo apertando seu estômago e seu peito naquele momento, sentindo que estava perdendo seu filho na sua frente sem poder fazer nada. Desespero e desamparo está o dominando enquanto via seu filho murchar nos seus braços. 

Não, não, não! Isso não pode está acontecendo agora! Não com meu garoto! 

Vergil não pensou duas vezes pegando seu filho e indo na direção da entrada do espaço da caverna para sair daquele maldito lugar. Antes que ele pudesse ativar seu gatilho Devil Trigger, um familiar demônio com escamas vermelhas apareceu na sua frente. 

— Vergil, você estava certo! Não é só uma pequena parte que está com- — cortou-se Dante com uma voz distorcida pelo Devil Trigger quando percebeu o estado do garoto. — Ele está bem?! 

Sem perder tempo, Vergil passou pelo irmão e correu rapidamente para sair daquela caverna com Nero em seus braços, não dando atenção na adrenalina que foi espetado e cortado pelas vinhas espinhosas em várias partes do corpo na pressa de colocar seu filho num lugar seguro. 

Dante olhou rapidamente ao redor, avistou as rosas e fez uma careta. Não perdendo mais tempo, seguiu seu irmão e sobrinho ainda com o gatilho da Devil Trigger ativado até sair da caverna e finalmente voltar a sua forma humana. 

— Ele foi envenenado, Dante! — Gritou Vergil apressadamente para o irmão enquanto corria para a igreja, passando pela floresta. — Precisamos tira-lo desde maldito lugar antes que essa coisa continue o matando! 

— Então faça um portal para voltar para o escritório! — Aconselhou Dante preocupado com o estado imóvel e pálido de Nero. — Lady me deixou uma estrela de cura! Pegue-a no meu escritório e dê ao Nero! 

Na pressa, Vergil virasse e entrega um Nero já inconsciente para Dante, antes de colocar a mão no cabo da Yamato e tira-la rapidamente, manobrando-a em movimentos leves e finalmente fazendo o gesto para cortar o espaço tempo para abrir o portal. 

O problema é que nada se abriu. 

Vergil, sem entender, tentou de novo abrir um portal. Mas ainda resultando o mesmo. Dante olhou para Vergil e em seguida para o espaço que deveria ter abrido um portal. 

— Vergil...? — Perguntou Dante hesitando. 

— Eu não entendo. — Sussurrou Vergil enquanto olhava para Yamato em confusão e preocupação. 

— O quê? — Perguntou Dante. 

— A energia da Yamato está extremamente fraca. — Sussurrou Vergil enquanto tentava sentir a aura familiar de Yamato. 

— Droga. Então ela está fora de jogo. — Finalizou Dante antes de se virar e voltar a correr para a igreja com Nero nos braços. 

— Precisamos ir para a igreja, talvez conseguiremos ajuda. — Disse Vergil ao reboque olhando preocupado para Nero. 

— Não, eles não irão ajudar. — Murmurou Dante sombriamente. 

Vendo o irmão mais novo sério, Vergil pergunta algo que o estava incomodando à um tempo. 

— Então os apoiadores deste culto estúpidos estavam envolvidos nisso? 

— A sua teoria de antes estava certa, Vergil. — Comentou Dante pelo caminho. — Mas parece que era só a ponta do iceberg. 

— Então essas floresta inteira é o demônio parasita? — Perguntou Vergil já pensando em queimar todas essas vinhas espinhosas por machucarem seu filho.

— Não só a floresta. — Revelou Dante. — Todo esse vilarejo é a criatura.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Resumo do próximo capítulo:


Ele encontra seu pai chorando em cima dele com um rosto abalado e triste, segurando-o como uma coisa frágil e preciosa. E vendo seu próprio pai num estado devastado pela primeira vez, Nero sucumbe a dor e tristeza transbordando do pai.

A realidade finalmente caiu sobre Nero. Então era isso. Ele estava morrendo nesse lugar esquecido por Deus. E o mais hilário e macabro, seu último suspiro será dentro de uma igreja.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Afunde-se na terra devastada por baixo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.