Afunde-se na terra devastada por baixo escrita por SrtaCass


Capítulo 2
Se vai ser mesquinho sozinho, vamos ser mesquinhos juntos.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807216/chapter/2

“Todos nós temos dias ruins. Mas aprendemos e ficamos juntos.” Mel, Arcane

 

 

 

 

 

 

— Urgh! Que merda de viagem. — Reclamou Nero ficando reto e levantando a cabeça para evitar o mal estar.

— Nem me lembre, acho que estou sentindo a pizza de ontem voltando como bile na garganta. — Gorgolejou Dante se encostando ao lado de uma árvore.

— Talvez as mocinhas precisem de uma pausa antes de continuar. — Comentou Vergil secamente enquanto passava pelo irmão e filho pelo caminho.

— Ainda me pergunto como você consegue passar por esses portais sem ter o seu estômago para fora, Vergil. — Reclamou Dante enquanto se recuperava e voltava a andar logo atrás.

— Da mesma forma que acredito que esse seu estômago seja forte o bastante para aguentar comer aquela coisa grudenta que você chama de comida. — Respondeu Vergil com desgosto.

— Ah, querido irmão, se quiser eu compro a próxima pizza no seu nome para você experimentar, talvez desça bem junto com esse seu orgulho! — Respondeu Dante com uma alegria obviamente falsa.

— Eu não irei me rebaixar a sua infantilidade, Dante.

— Como se você fosse melhor do que eu. — Comentou Dante com uma sobrancelha levantada olhando o irmão.

Vergil parou, virou-se para Dante que também parou e começou a olhar com a mesma expressão.

— Podemos descobrir isso aqui e agora. Eu não me importo de lutar nesta floresta. — Desafiou Vergil.

Antes que Dante pudesse responder aquela pergunta tirando sua espada para a luta, Nero apareceu entre eles, empurrou-os para a frente para continuarem caminhando.

— Seus fodidos, agora não é hora pra isso! Temos que chegar o quanto antes na missão. Não tenho tempo pra essa merda toda! — Reclamou Nero enquanto ia para frente já de mal humor.

— Por mais que eu esteja animado para uma luta, o garoto tem razão. — Suspirou Dante coçando a cabeça enquanto pensava. — Parece que estamos ao redor do vilarejo. Vocês conseguem ver algum prédio alto ou uma igreja ao redor dessas árvores? Morrison me avisou que teríamos um informante nos esperando.

— Eu só vejo mato. — Reclamou Nero.

Vergil ignorando Dante, voltou-se para o filho.

— Há auras a alguns quilômetros ao Norte daqui, mas não sinto nenhum que seja demoníaco. — Informou Vergil olhando ao redor.

— Estou sentindo elas também. — Meditou Nero. — Pensando bem, você disse que o vilarejo que estamos indo foi relatado que os demônios estão evitando-o como praga, não é, Velho? — perguntou Nero olhando de relance para Dante.

Quando Dante não respondeu, Vergil e Nero se viraram para olhar para o Lendário caçador vermelho, encontrando-o parado alguns metros olhando para o chão.

— Dante? — Perguntou Nero estranhando o comportamento. — O que é isso? Você finalmente ficou surdo pela velhice, Velho?

— Deixe ele para trás, ele só está nos fazendo perder nosso tempo como sempre. — Reclamou Vergil enquanto cruzava os braços e esperava Dante rebater.

Vendo que não houve mudanças no comportamento do Lendário caçador vermelho, Nero se aproximou dele colocando a mão no ombro do caçador mais velho.

— Dante, você está bem? — Perguntou Nero preocupado.

— Vocês não sentiram isso? — Perguntou Dante sério, finalmente olhando Nero nos olhos.

— Sentir o quê, Dante? — Perguntou Nero olhando ao redor.

— O silêncio. — Respondeu Vergil no lugar do irmão, alarmado desde que chegaram. — Não há nenhum demônio por perto além de vários quilômetros de nós, mas também não há nenhum barulho, nem pássaros cantando, cigarras gritando, folhas se movendo ou barulho de vento.

Com a discussão mesquinha anterior, eles não deram atenção a esse detalhe, mas com a calmaria essa concepção caiu sobre eles.

Nero finalmente percebeu a mudança do ambiente.

Não há nada além do silêncio.

— Isso é algum feito de um demônio? — Perguntou Nero dando mais atenção olhando em volta.

— Eu diria que sim e não. Poderia ser um feitiço de paralisação de espaço tempo. — Respondeu Vergil enquanto analisava o ambiente calmamente. — Mas não custa manter a guarda alta para qualquer imprevisto que possa ocorrer no caminho.

— Mas essa que é a diversão, Vergil! — Exclamou Dante voltando à velha característica alegre vagabundo. — Esses demônios acharem que estão nos pegando num ataque surpresa e nós os aniquilamos em segundos. Anime-se Vergil, ainda teremos muitos demônios para lutar por aqui.

— Devo lembrá-lo que com a sua fama de destruidor de patrimônio, você acumulará mais conta para pagar com essa sua animação. — Reclamou Vergil enquanto finalmente via o topo de uma igreja pelo caminho nas árvores.

— Vergil, você sentiu isso? — Perguntou Nero com um olhar estranho para o seu pai.

Vergil virou o olhar para o filho.

— Se for a aura, então sim, eu senti por algum tempo.

— Sim, mas é estranho. — Disse Nero com um olhar pensativo e preocupado.

E coloque estranho nisso. Parece que essa aura estranha está saindo de todos os lugares nessa floresta, como se não tivesse um lugar específico em que esteja saindo. É muito suspeito e preocupante com os instintos demoníacos deles gritando perigo a cada esquina. Dante pensou enquanto sentia um arrepio o percorrer.

— Isso só mostra que o inimigo está perto. — Finalizou Vergil enquanto se aproximavam da igreja.

— Finalmente chegamos. Achei que iria morrer de tédio olhando mais um minuto para esse seu rosto atrofiado, irmão. — Debateu Dante.

— Nós somos gêmeos, seu idiota incompetente. — Respondeu Vergil mal conseguindo manter a raiva.

— Também te adoro, Vergil.

— Era só o que faltava. — Disse Nero exasperado enquanto olhava para o vilarejo abaixo da igreja.

Os dois irmãos ouvindo o mais novo, param de discutir com uma trégua temporária e olham na direção para onde o garoto está olhando.

Abaixo ao longe, há várias casas e edifícios simples e pequenas lojas a céu aberto com vários transeuntes vestindo mantos brancos com um símbolo de rosa desenhado nas costas. Parece que é a moda do lugar, já que toda a pequena população do vilarejo estão usando o mesmo manto.

— Depois de Fortuna, eu não esperava ver mais uma ordem da espada por aí. Lidar com essa merda uma vez já foi demais para uma vida. — Reclamou Nero com desgosto relembrando do que passou com Sanctus¹.

— Parece que está na moda hoje em dia entrar em cultos. — Respondeu Dante divertido.

— Mais dor de cabeça desnecessária pelo caminho. — Argumentou Vergil dando as costas para a cidade e se aproximando dos portões da igreja.

Localizada em cima de um morro do pequeno vilarejo, a igreja pegava bom espaço do terreno, sendo grande, alta e branca como uma igreja normal. O único aspecto diferente dela é que ela está infestada de vinhas com espinhos, o que certamente a deixava com uma aparência macabra. Mas sendo caçadores de demônios que já viram ou nem se surpreendem facilmente, os irmãos não se importaram com a aparência. Só Nero parou, olhou duas vezes e pensou que o lugar precisava de um jardineiro por que a igreja parecia abandonada com aquela negligência na manutenção do lugar.

Seguindo para portão, Nero chega junto com seu pai e acaba batendo o batente da igreja com Dante ao reboque no meio deles atrás.

— Se estiverem no meio do culto, eu não ficarei esperando aqui até acabarem. — Avisou Nero cruzando os braços enquanto esperava.

— E nem precisamos. Se o informante não teve a decência de esperar nossa presença, então ele é um inútil de qualquer forma. — Argumentou Vergil.

— Vamos lá caras, não sejam assim com nossos anfitriões! Talvez eles até nos ajudem a nos levarem na raiz do problema. Sejam boas crianças e não façam birras. — Disse Dante colocando os braços nos ombros do pai e filho e puxando-os para perto.

— Dante. — Reclamou Nero olhando exasperado para o caçador vermelho. — Você pelo menos sabe quem é nosso informante?

— Como se o seu tio fosse esperto o suficiente para pegar a informação completa. — Disse Vergil secamente enquanto empurrava o braço de Dante de cima dele e colocava a mão no cabo da Yamato como uma ameaça velada.

— Como você disse antes, meu querido irmão, só iríamos descobrir as coisas eventualmente quando vermos por nós mesmo. Para quê eu perguntaria sobre um informante se poderíamos perguntar para qualquer residente do vilarejo? — Argumentou Dante levantando seu ponto de vista.

— Já estou sentindo uma dor de cabeça chegando... — Murmurou Nero arrependido por ter aceitado ir na missão com esses dois juntos.

Antes que Vergil pudesse debater, uma pessoa vestida de padre com o mesmo manto branco, mas coberto da cabeça aos pés com um chapéu pontudo cobrindo a cabeça e rosto por completo abriu os portões da igreja e parou quando viu o trio de caçadores. Esquisito. Mas o que nessa vida não é esquisito?

Nero deu um passo a frente para cumprimentar educadamente o padre.

— Olá, vocês são residentes do vilarejo? Viemos aqui por conta de um pedido de ajuda sobre ataques de demônios- —

— Filhos de Sparda. — Respondeu o homem na frente deles cortando Nero de repente. — Vejo que a imundice da sua linhagem ainda permanece viva, mas não por muito tempo. — Finalizou a criatura com a voz distorcida e feral.

Esse homem é um demônio. Isso não é chocante. O que surpreendeu os três caçadores é que seus instintos não os informaram nenhuma aura demoníaca por perto. Como se estivessem cego para detectar outros demônios. O que diabos está acontecendo com esse maldito vilarejo?

Antes que Nero pudesse invocar as asas fantasmagóricas em sua costas e rasgar essa criatura, dois tiros altos foram ouvidos antes que a criatura caiu de lado imóvel.

Vergil e Nero esperavam uma luta mais emocionante, já preparados em modo de combate antes do demônio ser derrotado rapidamente de forma tão sem graça.

Os dois se viraram com olhares exasperados para o lendário caçador vermelho que ainda estava com Ebony na mão apontada para frente.

— Eu sei. — Comentou Dante enquanto guardava a arma e olhava o demônio virar cinzas no chão. — Isso foi muito anticlimático. Na próxima vez eu irei pegar a informação direito.

— Como se tivesse uma próxima vez, já estou com uma enxaqueca. Eu não preciso de uma aneurisma também. — Reclamou Nero se afastando para não se sujar com as cinzas.

— Parece que não estamos sozinhos. — Revelou Vergil ouvindo suspiros de dentro da igreja.

Olhando para cima, o trio de caçadores encontram vários pares de olhos com o mesmo manto branco do culto os olhando em vários es tados de surpresa e choque ainda ajoelhados na frente de um pódio. Não demorou muito para os gritos assustados começarem a ser ouvido ao redor.

— Hoje será um dia e tanto em campo. — Reclamou Dante levantando as mãos para tentar acalmar o público em geral.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Resumo do próximo capítulo:


— Rosas. – Mencionou Vergil.

— O que? — Perguntou Nero, tentando seguir o raciocínio do pai.

— Parece que eles idolatram muitos as rosas, este culto. — Respondeu Vergil ainda olhando as artes do teto.

Nero seguiu o olhar do pai, caindo na arte e finalmente dando atenção às pinturas.

— Até isso eles conseguem deixar distorcido. — Suspirou Nero.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Afunde-se na terra devastada por baixo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.