A Chave Para Minha Vida escrita por Leidiani Almeida
Quando finalmente os negócios pareciam estabilizados e a viagem na Coeria tinha sido um sucesso, Andrew retornou rapidamente para EUA queria chegar logo em sua cobertura e encontrar com Katy. Era muito estranho aquela sensação, ele realmente estava sentindo a falta dela e nem mesmo tinha conseguido tempo para estar ao seu lado. Quando chegaram ao local seu seguranças carregavam inúmeras sacolas as quais foram levadas até o andar da cobertura, ao seu lado estava Timy que conversava algo aleatório sobre a reunião que tiveram. Por dentro seu coração estava acelerado, suas mãos transpiravam e ele as passava constantemente em seu cabelo. Será que ele estava apresentável? Como ela estava passando aqueles dias? Era tantas perguntas dentro de sua cabeça.
Os seguranças começaram a deixar as sacolas na no corredor e Katy notou a movimentação repentina. Saiu do quarto curiosa para ver o que estava acontecendo e lá estava Andrew, parado próximo da porta do elevador com um sorriso de orelha a orelha. Ele realmente estava radiante, parecia mais leve do que da última vez que tinham se encontrado.
— Demorei muito? — ele a encarou completamente feliz. — Olha quantos presentes eu trouxe para voce da Coreia, eu não sabia bem escolher apenas um então trouxe tudo que achei a sua cara.
— Na verdade ele sabia muito bem o que escolher... — Timy disse um pouco mais alto, logo levando um empurrão em seu estomago do amigo.
— Voce está bem? — Andrew continuou a encarando
— Voce é realmente inacreditável! — ela cruzou os braços e sua expressão era totalmente séria, aquela sua reação deixou o rapaz totalmente confuso.
— Acha que eu exagerei? — ele voltava o olhar para as inúmeras sacolas. — Eu sei que o closet está cheio, mas, acredito que tenha tido tempo para definir o que gosta, podemos dar algumas coisas se quiser.
— Eu acho que ela não está irritada por isso. — Timy sussurrou para ele notando também que a garota não parecia se importar com as compras.
— O que houve? — Andrew começou a ficar preocupado
— Por que não me disse que falou com a minha? — ela alterou a voz. — E meu trabalho, ainda posso trabalhar e voce não me disse nada.
— Katy....
— Voce é um mentiroso. — ela se exaltou. — Me deixou presa aqui nessa cobertura e nem se quer veio uma vez para me ver e agora aparece com a maior cara de pau para me dar presentes?
— Eu... — ele ficou sem resposta e apenas a viu saindo irritanda até o quarto. — O que aconteceu aqui? — ele olhou confuso para o amigo.
— Eu acho melhor voce ir resolver isso. — Timy aconselhou.
Andrew foi até o quarto e ficou parado na frente do closet assistindo Katy aparentemente arrumando uma mala de forma desajeitada.
— Ei. — ele tentou segura-la. — Por que está tão irritada comigo assim?
— Voce me deixou aqui sozinha. — ela estava com a voz rouca agora. — Eu simplesmente larguei a minha vida para viver esse conto de fadas aqui, enquanto voce esconde um monte de coisas de mim?
— Eu não escondi nada. — ele se defendeu. — Eu iria te contar assim que pudéssemos conversar com mais calma.
— Conversar. — ela começou a rir ironicamente. — Como se voce tivesse tempo para isso não é? Não tem tempo para perder com relacionamentos ainda mais um de mentira.
— Para com isso. — ele tentou puxa-la para si, para que de alguma forma ficasse mais calma só que Katy recusou seu abraço.
— Eu vou embora! — ela gritou.
— Embora? — ele ficou assustado com sua reação. — Vai simplesmente deixar tudo aqui e ir?
— Nada aqui é meu.
— Tudo aqui é seu, eu te dei tudo isso.
— Eu não quero nada de voce.
Katy fechou sua mala com muita dificuldade e o fez sair de sua frente arrastando a mesma até a saída. Timy estava parado perto do elevador quando a viu irritada na sua direção. A voz de Andrew logo atrás fez todos ficarem gelados, o rapaz estava furioso e aquilo era muito raro de acontecer.
— Katy! — ele gritou
— O que é? — ela se virou gritando mais alto.
— Não vai. — ele parecia estar segurando a vontade de chorar. — Voce não pode ir.
— Eu sinto muito Andrew, eu preciso ir.
Um mês depois daquela cena na cobertura presidencial o trabalho se tornou o foco central de Andrew, que até mesmo passou a ficar noites em claro em seu escritório para tentar ocupar sua mente. As vezes ele tinha vontade de correr até ela e traze-la de volta, as vezes ele só rebobinava aquele momento e pensava que deveria ter agido diferente. A frustração e a sensação de não saber como ela estava agora o deixava amargurado, como ele poderia imaginar que aquela ideia absurda daria certo? O que realmente ele queria com aquela ideia de faze-la ser sua noiva? Sua cabeça estava fervendo e suas mãos estavam com os punhos cerrados, os quais ele jogou acima da mesa, deixando todos os papeis caindo e no impulso pelo susto foi pego de surpresa com a presença de Timy parado em sua frente.
— Ei. — seu amigo se aproximou muito preocupado. — Não acha que precisa ir para casa um pouco descansar?
— Eu não consigo. — Andrew abaixou a cabeça e a mesma doía tanto. — Eu sou um idiota não sou?
— É claro que não. — Timy afirmou ainda parado. — A gente sabe que ela só entendeu tudo errado, que talvez a pressão da situação e a questão de ficar muito tempo sozinha lá a deixou confusa.
— Ela estava mesmo se sentindo sozinha?
— Sim. — ele precisou admitir, agora sentando finalmente e olhando fixamente para seu amigo. — Eu admito que tentei fazer de tudo o possível para ser uma companhia boa para ela, só que toda a vida dela virou de cabeça para baixo, era normal ela querer ir embora.
— Eu me sinto péssimo. — Andrew parecia escorregar na cadeira. — Eu achei que dando tudo aquilo para ela faria com que se sentisse feliz.
— Ela não queria o luxo da sua vida. — afirmou Timy sabendo exatamente o que estava dizendo. — Ela só queria a sua companhia.
Os dois ficaram naquele silencio absoluto por alguns minutos, até o rádio comunicador do jovem segurança anunciar uma voz o qual tinha uma mensagem para falar. Timy apenas levantou para ouvir melhor, ficou surpreso com a informação e olhou com os olhos arregalados para Andrew.
— O que foi? — o CEO ficou preocupado com sua expressão.
— Ela.... está aqui. — ele quase gaguejou. — A Katy está lá em baixo querendo falar com voce.
Andrew pediu rapidamente que a pedissem para subir e tentou arrumar toda a sua sala tirando aqueles papéis espalhados por todos os lados. Agora seu rosto denunciava o quanto ele estava péssimo, o quanto ficou claro que desde sua partida ele nem se quer foi capaz de cuidar de si mesmo. Como ele conseguia ficar daquela forma por uma mulher a qual nem se quer ficou perto o suficiente? Como ela conseguia deixar suas mãos tremulas, seu coração acelerado e sua cabeça pensando mil coisas ao mesmo tempo. Ele tentava reparar o quanto aquele escritório estava desleixado, quando olhou para a porta e ficou estático com a presença de Katy parada exatamente ali.
— Oi. — ela disse um pouco baixinho olhando para a sala e logo voltando o olhar para ele.
— Entra, por favor, senta! — ele tentou agir rápido. — Quer uma água, alguma coisa?
— Não quero nada, obrigado! — ela apenas sentou e Andrew fez o mesmo agora com seu corpo todo gelado, como se não soubesse mais se comportar perto dela.
— Fiquei surpreso quando soube que estava aqui.
— Eu precisava falar com voce.
— Pode falar o que quiser, aconteceu algo?
— Não. — ela estava com dificuldades para encontrar as palavras. — Eu só... — ela olhou para o lado, agora levou uma das mãos até seu rosto. — Eu sinto muito, eu não deveria ter saído daquela forma.
— Não precisa se desculpar eu entendo seus motivos.
— Mesmo assim. — ela avançou um pouco na cadeira. — Tínhamos um trato e eu fui totalmente desleal, eu simplesmente virei as costas para tudo que voce tinha feito por mim. — ela parecia estar com um nó na garganta. — Eu fiquei pensando, pensando muito sobre tudo e eu só fiquei com medo eu acho de continuar ali.
— Medo de mim? — ele estava confuso
— Medo de me acostumar com tudo aquilo, medo de que voce não fosse realmente legal comigo só por causa que acreditava em mim.
— Entendo. — ele parecia pensativo agora com suas palavras. — Eu sei que ficou daquela forma, porque a Suzy disse coisas as quais pareceu que eu não me importava com voce.
— Não a culpo. — Katy não conseguia olhar diretamente em seus olhos, encarava algo ao lado para não se sentir pior. — Ela esteve sempre do seu lado e entendi seu mundo e eu só sou....
— A minha noiva. — ele finalizou a frase e ambos congelaram olhando finalmente um para o outro. — Sinto muito por ter a deixado sozinha, eu deveria ter passado um tempo com voce para que se sentisse mais confortável com a situação. Sei que deveria ter dito sobre sua mãe, só que não queríamos te preocupar ela me pediu isso.
— Eu sei. — Katy sorriu um pouco. — Ela me contou sobre a conversa de vocês, o quanto estava grata por sua ajuda. Na verdade ela é o maior motivo de eu estar aqui agora, o que voce fez por ela eu sei que não foi só uma questão de um acordo.
— Sei que isso te chateou, sinto muito. — ele agora abaixou a cabeça. — Sua mãe é uma mulher incrível e admito que ela me fez lembrar da minha mãe. — seu olhar agora era de completa tristeza e voltou a encarar a garota. — Eu só queria poder proporcionar um pouco de paz para ela, sei que estava sendo difícil ver a única filha presa e toda a repercussão.
— Eu sou grata pelo que fez. — Katy hesitou ao momento que quase o tocou. — Ela realmente gosta de voce, na verdade nós duas gostamos. — os dois sorriram.
— Se voce me perdoar.... — ele começou a sugerir.
— Eu quero fazer um novo acordo. — ela interrompeu o pegando de surpresa.
— Novo acordo? — ele ergueu a sobrancelha curioso. — Qual seria?
— Continuo sendo sua noiva, sei que ultimamente meu sumiço fez as pessoas te encherem de questionamentos. — ele concordou com a cabeça. — Só que em troca eu gostaria muito de trabalhar na sua empresa.
— Trabalhar aqui? — ele ficou muito surpreso com a ideia.
— Eu tentei retornar para revista só que digamos que todos ali estavam com "aparências" comigo. Meu chefe não me queria por lá e continuava achando que eu sou a culpada, fora meus colegas que estavam cochichando nos corredores falando coisas horríveis que me fizeram se sentir péssima.
— Eu não acredito nisso. — ele parecia furioso ao saber. — Se quiser eu mesmo resolvo isso.
— Não, não. — ela moveu as mãos em negação rapidamente. — Não quero que se envolva novamente com eles, são um sugadores isso sim. Acho que meu tempo ali estava esgotado de qualquer forma. — ela ficou desanimada por pensar nisso.
— Sim. — ele disse entusiasmado.
— Sim, o que?
— Voce pode trabalhar aqui. — ele já levantou caminhando pela sala com semblante completamente diferente do começo da conversa. — Seria ótimo ter minha noiva envolvida nos negócios, as pessoas iriam amar ter voce por perto.
— Mesmo?
— Claro. — ele parou encostando na mesa, agora perto de sua cadeira. — Eu vi sua ficha, estudou jornalismo e tem muitas experiência. Na verdade voce tem tudo que minha equipe júnior precisa.
— Equipe júnior? — ela estava ouvindo direito. — Eu pensei em algo pequeno mesmo..
— Nada disso. — ele parecia esta cheio de ideias. — Eu te quero na frente no meu caso, junto com a minha equipe júnior. Na verdade analisando isso, acho que deveríamos já ter feito isso muito antes.
— Então temos um acordo? — ela levantou agora ficando em sua frente, estava orgulhosa de ter conseguido realizar aquilo.
— Temos sim. — ele estendeu sua mão, fazendo um gesto a qual pedia para que ela depositasse a sua sobre a dele e assim ela fez. — Afinal senhorita Miller, voce é a chave para minha vida se esqueceu? O que seria de mim sem voce?
Ela corou imediatamente e os dois zelaram naquele momento um novo acordo, um novo passe para sua jornada juntos. Ela continuaria sendo a noiva do CEO, mesmo que tudo passasse de uma história, mas, por outro lado ela ficaria lado a lado dele para juntos investigassem aquele caso de uma vez por todas. Katy Miller ganhou na loteria naquele exato momento!
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