A Chave Para Minha Vida escrita por Leidiani Almeida


Capítulo 13
Capítulo 13 - Ameaça




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Depois de retornar a cobertura ela precisava se acostumar a vestir roupas caras, estar sempre apresentável e viver a vida como a deu seu "noivo" e para alguém que antes estava completamente perdida, agora parecia tirar tudo de letra. 

Naquela manhã Katy tinha uma atividade importante com a equipe no trabalho, parecia que a empresa W tinha ganhado uma nova fonte de luz com a presença dela. O entusiasmo da equipe júnior para ter a primeira reunião oficial com a jovem, parecia ser um sonho o qual ela não queria acordar. Enquanto estava no quarto terminando de se arrumar, Andrew estava na sala perto da porta do elevador passando alguns instruções para seu amigo. 

— Vamos recapitular. 

— Não devo ficar perto demais, nem longe demais. — Timy começou a falar, parecia já ter decorado aquelas falas. — Tenho que ser os olhos e ouvidos dela, se algo estranho acontecer eu devo comunicar, tira-la de qualquer lugar imediatamente. 

— Isso. — Andrew ficou feliz por ele realmente ter decorado tudo, desde que assumiu seu papel como "noivo", passava quase 24hrs preocupado com a proteção dela se tornando muito mais protetor do que o normal. — Se algum idiota tentar alguma coisa, voce já....

— Andrew. — seu amigo levou as mãos até seu ombro. — Relaxa, cara! — os dois começaram a rir. — È o primeiro dia da apresentação dela e quem parece estar com os nervos a flor da pele é voce. 

— Só quero que tudo ocorra bem! — Andrew levou as mãos até seu peito. 

— Fique calmo, ela vai se sair muito bem. 

Os dois disfarçaram quando Katy parecia estar chegando ao encontro deles. Em uma das mãos estavam suas pastas e na outra sua bolsa e um casaco o qual estava tentando colocar. Timy tentou ajuda-la pegando as coisas, enquanto Andrew agora esquecia completamente o modo relaxar, retomando seus avisos repetidos de uma cara completamente preocupado. 

— Voce decorou tudo? Está tudo separado? Está levando seu remédio para estomago? 

— Sim e sim. — ela ajeitava o casaco já em seu corpo. — Está tudo aqui, tudo certo! 

— Que horas vai terminar? — Andrew a questionou a vendo caminhar até a porta. 

— As quatro. — ela ajustava agora seus cabelos. — Nos encontramos no escritório? 

— Vamos hoje naquele restaurante que te falei. — ele parecia buscar o endereço em seu celular. 

— Toque do Sol. — disse Timy já dentro do elevador a esperando.

— Isso mesmo, obrigado amigo. — Andrew agradeceu aliviado, guardando o celular novamente e se aproximando mais de Katy. — Voce vai ficar bem certo? 

— Vou sim, relaxa! — ela sorriu e lentamente se aproximou depositando um beijo em sua bochecha. — Até mais tarde! — ela falou já entrando no elevador.

— As quatro né? — ele apareceu impedindo o elevador de fechar. 

— Isso. — ela começou a rir de seu jeito, todas as vezes desde que começou a trabalhar na W parecia que Andrew ficava muito mais preocupado do que o normal.

— Por favor, vamos! — Timy resmungou e o elevador finalmente fechou. 

Andrew estava tão feliz desde que começaram a viver juntos ali, era completamente como se sua vida estivesse totalmente tomada pela presença dela. Constantemente no trabalho ele buscava formas de saber se ela estava se saindo bem, se estava sendo tratada da forma adequada, até mesmo passou a providenciar uma receita médica para as dores de estomago que a garota constantemente tinha. A vida dele passou a ser cuidar dela muito mais do que qualquer coisa, ele sabia disso e fazia com total excelência e tinha muito orgulho do quanto ela parecia conquistar seu próprio espaço todos os dias. 

Sua empolgação foi interrompida com a vibração do seu celular, ele nem mesmo se deu ao trabalho em ver quem estava chamando atendeu tão rápido que foi pego de surpresa.

— Alo? 

— Olá Andrew! — a voz do outro lado infelizmente era muito familiar. 

— Voce! — o rapaz ficou paralisado. 

— Quanto tempo? Como tem vivido bem a sua nova chance de vida? 

— Como ousa me ligar novamente? 

— Pelo que percebi voce seguiu em frente muito rápido, encontrou todas as soluções, preencheu todas as lacunas vazias não é mesmo? 

— Seu desgraçado. — Andrew estava com a voz perversa. 

— Voce quase me pegou, foi por pouco, muito pouco, mas graças a sua salvadora voce escapou ileso dessa. 

— O que voce quer? 

— Voce achou que iria ficar brincando de casinha e tudo ficaria bem? — a voz assustadora do outro lado da linha começou a gargalhar e aquilo deixava Andrew apavorado. — Me diga Andrew, agora que inclui mais um membro na sua nova família, fico me perguntando se devo mata-la da mesma forma com tiro no meio da cabeça. 

— Nem tente. — Andrew estava se segurando em completo ódio. — Se tocar em um fio de cabelo dela eu juro que eu mesmo te mato! 

— Olha só ele quer ser o herói. — a voz falava ironicamente. — Será que devo dizer isso a ela pessoalmente? Dizer o quanto ela precisa gritar e implorar até que voce venha e a salve?  Aliás, ela é muito linda não é mesmo? Pelo menos hoje está muito mais bonita do que nos outros dias. 

Andrew desligou rapidamente o telefone quando começou a entender aonde aquela conversa chegaria. Ele pegou as chaves de seu carro, correu o mais depressa possível até a empresa. No caminho fez questão de alertar toda a sua segurança de que algo estava errado, ele estava lá, ele estava perto demais dela e Andrew não podia permitir isso, pelo céus ele não podia cogitar a possibilidade de algo acontecer com ela. Ao chegar finalmente saiu em disparado como um completo maluco na direção da sala de reuniões, seu rosto já demostrava que algo estava muito errado, sua garganta estava seca, seu coração palpitando em puro desespero, sua mente agora só conseguia assistir uma cena a qual se tornaria o seu pesadelo todas as noites. 

Ele chegou perto da porta da sala de reuniões e Timy ficou assustado com a presença repentina de seu amigo. Havia mais outros seguranças junto dele e foi quando Andrew parou de correr, colocando suas mãos sobre seus joelhos, precisava recuperar seu folego, precisa ter calma. 

— Andrew! — Timy foi até a sua direção. — O que aconteceu? O que faz aqui? 

— Katy? Cade a Katy? — ele falava ainda cansado, com peito quase sem ar. 

— Ela está lá dentro, está na reunião como havia combinado hoje. — Timy apoiou as mãos nas costas de seu amigo, notando a quantidade de adrenalina que ele transmitia. — O que está acontecendo? 

— O assassino... — Andrew pegava o ar para continuar. — Ele me ligou, disse que está vigiando a Katy, ele descreveu exatamente como ela estava hoje. 

— Merda! 

Em poucos segundos uma equipe de seguranças se formou na porta de entrada daquela sala. Quando Katy saiu ficou completamente assustada com todos aqueles olhares perturbados, principalmente com a forma a qual Andrew apareceu em sua frente, transpirando mais do que o normal e a puxando para si de uma forma a qual ele nunca teria feito antes.

— O que aconteceu aqui? — ela dizia com dificuldade, tendo seu rosto abafado pelos ombros dele. 

— Céus. — ele passou as mãos em seus cabelos, logo a afastou para olhar em seu rosto. — Voce está bem? 

— É claro que estou. — ela ficou sem entender nada. — Voce que não me parece nada bem, suas costas estão molhadas, voce está soado o que houve? 

— Agora não. — ele a puxou para um abraço novamente, ela conseguia sentir o quanto seu coração estava acelerado mais do que o normal, Andrew estava desesperado. 

Um pouco depois de toda a poeira abaixar ele a levou de volta para a cobertura, agora estavam os dois em seu quarto. Katy ficou encostada no travesseiro, sentada encarando o rapaz, enquanto ele parecia digitar rapidamente no celular, terminando alguma tarefa logo lhe dando total atenção. 

— Vai me dizer o que aconteceu hoje? — ela estava confusa. — Não tínhamos marcado de nos encontrar no restaurante? 

— Me desculpe. — ele abaixou a cabeça e pegou a sua mão, a segurando firmemente. — O assassino me ligou hoje, eu fiquei desesperado ele disse que iria te machucar e quando me dei conta eu já estava lá. 

— Ele ligou? Não acredito! — ela ficou perplexa agora olhando mais preocupada.

— Ele disse que iria te machucar e eu juro que enlouqueci! — Katy levou suas mãos até o rosto dele, agora o encarando com ternura. 

— Ele não vai me machucar. — ela depositou um beijo suave na ponta de seu nariz. — Tenho certeza que ele disse isso porque queria te fragilizar. 

— E ele conseguiu. — Andrew parecia atordoado, olhou para o lado agora levantando da cama. — Ele não vai descansar enquanto não ferrar com a minha vida, eu preciso descobrir uma forma de pegar ele, uma forma de estar um passo a frente dele. 

— Ele está mexendo com voce não consegue ver? Ele quer fazer exatamente isso te enlouquecer. 

— Ele quis te machucar! — Andrew repetiu aquilo parecendo que estava apunhalando seu peito. — Ele ousou cogitar machucar voce, logo voce! — Katy ficou ali parada o encarando, aquela forma o qual ele a defendia isso parecia ter sentimentos demais envolvidos. 

— Ei? — ela pediu por sua atenção e ele olhou. — O que ele ganharia me machucando? 

— O que ele ganharia? — Andrew começou a rir por estar muito nervoso. — Ele tiraria a coisa mais preciosa que tenho agora que é voce! — um silencio constrangedor os pegou naquele momento, Katy apenas levantou caminhando até ele e o abraçou.

Ambos nunca teriam dito que realmente nutriam sentimentos um pelo outro, tudo começou tão pequeno desde o dia que se conheceram. Eles tentavam tanto se manterem um na vida do outro que o sentimento acabou se tornando mais forte, eles demostravam em gestos do dia a dia e mesmo sem dizer em palavras naquele momento ela soube o quanto ele estava nervoso, o quanto aquela ameaça para ele parecia ser o seu fim. O que Andrew não fazia ideia é que desde que Katy passou a fazer parte de sua vida, passou a entrar cada vez mais em seu mundo o assassino também começou a ameaça-la, mesmo que não pudesse contar a ele já que sabia que aquilo só pioraria as coisas. De qualquer forma seja lá quem fosse este "alguém" por trás da assustadora voz no telefone, ele tinha os dois em suas mãos, ele tinha tudo para arruinar com suas vidas. 

 

 

 

 


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