A Chave Para Minha Vida escrita por Leidiani Almeida


Capítulo 10
Capítulo 10 - Regalias




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Katy foi diretamente para um belo prédio luxuoso não muito longe das instalações da sede W. A garota estava acompanhada por Timy, que aquela altura não parecia fazer mais nenhuma outra coisa além de segui-la para todos os lados. Junto deles ainda tinha mais três seguranças, era estranho se acostumar com aquela proteção toda, pensava ela que depois de todas as pessoas a terem julgado, será que realmente alguém se importaria com sua segurança. Aquela altura não importava o que ela pensava agora para o seu "noivo" , sua proteção era a coisa mais importante. 

Era estranho como pensar nele desta forma parecia tão errado, parecia não encaixar com a vidinha a qual ela sabia que tinha. Este mundo o qual o destino a jogou com total força, nem se quer a dando chance de pensar se realmente queria fazer parte disso. Seus pensamentos pararam quando ela entrou finalmente na cobertura presidencial, o luxo daquele lugar a deixou de boca aberta, era inevitável não olhar para tudo aquilo e imaginar o quanto tinha custado.

Agora atravessando a entrada principal ficou perplexa pela enorme fila de pessoas que estavam a sua espera, todos pareciam trajados em uniformes que os identificavam como funcionários. Ela parou exatamente a frente deles e todos se alinharam em dois lados, divididos por categorias de seus cargos e serviços executados por ali. 

— Senhores. — Timy pediu atenção de todos. — Esta a senhorita Miller, a chefe de vocês. 

— Bem vinda senhorita Miller. — o coro de vozes invadiu aquele enorme lugar.

— Chefe? — ela levou as mãos ao rosto, inclinando-se para perto do rapaz. — Diga a eles que não sou a chefe deles. — ela cochichou, ele começou a rir disfarçadamente. 

— Você é sim. — ele afirmou também cochichando. — De agora em diante você também é a dona desta casa, lembra? Todos os seus direitos como noiva do senhor Evans? 

— Aish.... — ela resmungou consigo mesma ficando vermelha com a situação constrangedora, apenas fez uma reverencia para todos eles os cumprimentando. — Muito prazer! — dizia em voz alta com sorriso amarelo no rosto. 

— Estes aqui são os governantes. — ele apontou para um homem e uma mulher muito bem vestidos que aparentavam ser os mais velhos por ali. — A senhora Min ficará responsável por qualquer coisa que precise. — as duas fizeram um cumprimento distante sorrindo uma para outra, Timy então prosseguiu. — Está é a equipe da cozinha, temos um restaurante no segundo andar o qual atende não só os hóspedes do hotel como a cobertura do CEO também. 

— Olá. — Katy estava totalmente perdida com tantos rostos para decorar. 

— Essa é a equipe da limpeza. — apontou o rapaz para o seu lado direito. — Aquela é a equipe da recepção. — ele direcionou para algumas pessoas mais jovens dali. — Por fim, essa é a nossa equipe principal de seguranças. — ela fez novamente a reverencia e ficou perplexa por terem mais seguranças, os que já estavam com ela não seria o bastante pensou. 

— Me acompanhe. — Timy foi na frente abrindo caminho e a jovem apenas o seguiu, ele foi indicando os cômodos do local até chegarem no quarto. 

— Nossa.— ela não se conteve quando viu a enorme vista da janela que ali tinha, toda a cidade podia ser vista daquela altura, a frente também tinha uma enorme cama queen e Timy logo lhe direcionou ao closet. 

— Aqui ficaram todas as suas coisas. — ele mostrou todas as partes do móvel lotadas por roupas muito caras, sapatos, bolsas, bijuterias e outros acessórios. 

— Isso é meu? 

— Tudo aqui é seu. — ele afirmou. — Andrew não sabia qual era o seu gosto, então pediu que trouxesse todos os modelos das maiores grifes da cidade. 

— Eu não posso usar isso. — Katy levou as mãos até seu rosto, estava tão envergonhada e ao mesmo tempo admirando tudo. — Mas, são tão lindas. — ela passou delicadamente suas mãos nas peças de roupas e começou a sorrir. 

— Vou deixa-la que descanse agora, vou pedir para equipe preparar o jantar. 

— Espera? — ela quase o segurou por um instante, mas repensou. — Vou jantar no restaurante? 

— Sim. — ele não compreendeu bem sua pergunta. — Todos nós fazemos as refeições lá. 

— Mas, eu... — ela fez um olhar pensativo. — Não posso simplesmente comer aqui? 

— Claro que sim. — ele a encarou. — Posso pedir que tragam tudo do cardápio para cá. 

— E se eu quiser fazer minha própria comida?

— Você? — Timy agora estava pensativo . — Não temos nada aqui, como é difícil Andrew vir para cá todas as refeições são feitas lá em baixo. 

— Entendi. — ela abaixou a cabeça descontente com a sua resposta, o rapaz logo percebeu seu desanimo e lhe sugeriu algo. 

— Posso pedir que alguém faça algo aqui, se não me engano a senhora Min é uma ótima cozinheira, ela pode preparar qualquer prato caseiro. 

— Seria legal. — Katy expressou só um pouco de animação. — Andrew vem para o jantar?

— Hoje não. Ele está um pouco atarefado com alguns papéis do seu caso ainda, fora que precisa remarcar alguns compromissos que ficaram de lado por falta de tempo. 

— Entendo, ele é ocupado. — ela caminhou por aquele imenso closet e pela primeira vez depois de estar ali sentiu uma leve tristeza em seu coração. 

— Eu estarei aqui. — Timy tentou chamar sua atenção novamente. — Caso precise de qualquer coisa eu ficarei por aqui hoje. 

— Obrigado. 

— Bom vou avisar sobre o jantar então, tem alguma preferência de prato? 

— Nada específico. — ela confirmou. 

— Certo, vou sugerir algo para que preparem então, com licença. 

Assim que ela ficou sozinha naquele quarto tentava compreender o que era aquela tristeza repentina. Como conseguia ficar triste diante de tantas regalias como aquela, parecia até muito ingrata por toda a atenção que estava recebendo ali. Foi então quando as palavras de Andrew retomaram em sua cabeça, ela era a chave da vida dele e o que isso significaria? Por que seu coração ficou acelerado quando ele falava algo, quando ele demostrava algum tipo de afeto com ela? Talvez ela só estivesse carente demais pelo simples fato de ter ficado tanto tempo trancada em uma cela escura, ou talvez o fato de alguém trata-la com tanto carinho a deixava totalmente feliz. Mas, e agora a sua tristeza tinha motivo? Talvez saber que ele não estaria com ela nem para uma refeição a deixou frustrada, queria que pelo menos pudessem conversar de qualquer outra assunto, que pudessem passar um momento de verdade como duas pessoas normais. 

Quanta tolice! 

Mais tarde quando o jantar foi posto a mesa a senhora Min foi chama-la em seu quarto. Katy já tinha se trocado estava usando um vestido branco de seda, sem estampa alguma, muito leve por sinal, enquanto estava lendo um livro qualquer que achou na cômoda do quarto. Foi imediatamente para a sala de jantar, não podia deixar de negar o quanto estava faminta. Havia uma enorme mesa posta com várias e várias porções de cada tipo de prato diferente. Ela se pegou sorrindo por imaginar Timy fazendo questão de que ela provasse todas as coisas, alias ele também parecia ser um ótimo rapaz era fato que isso o tornou um grande confidente do CEO. 

— A senhora não vai se sentar? — Katy puxou a cadeira da ponta da mesa, olhando a senhora Min parada ao seu lado. 

— Não senhora, eu já comi muito obrigada. — a mulher sorriu gentilmente e deu dois passos para trás, agia com tanta formalidade que isso deixava Katy nervosa. 

— Nossa quanta coisa... — Katy começou analisar os pratos, todas aqueles cheiros misturados e seu estômago revirando. — Tudo isso para comer sozinha.... — agora ficou novamente triste, teve uma leve lembrança dos tempos de criança onde sentava na mesa com seus pais, ela não tinha muitas lembranças dele, mas, aquele simples momentos se tornaram especiais. 

— Com licença. — a voz de Timy surgiu na sala de jantar, aquilo foi um alerta para a garota que se virou para ele com sorriso no rosto. 

— Timy! — ela acabou expressando entusiasmo demais. 

— Só vim conferir se estava tudo bem, já estou saindo. 

— Espera... — ela novamente hesitou em puxa-lo pelo braço. — Não quer se sentar e comer comigo? 

— Eu? — ele ficou surpreso com o convite, lembrou de mais cedo a expressão da mesma quando ele havia dito que Andrew não estaria ali, ele soube no mesmo instante que talvez ela não estivesse a vontade. 

— Por favor.... — ela uniu suas duas mão fazendo uma cara de súplica. 

— Está bem. — ele se deu por vencido e sentou junto dela, pegando um prato e a servindo primeiro. 

— Obrigado por ficar. — ela estava realmente agradecida por sua atitude. 

— Tudo bem, só não vai se acostumando ok? — os dois sorriram um para o outro e durante todo o jantar conversaram sobre como era suas vidas, ele contou como havia conhecido Andrew e o quanto era grato por trabalhar ali, ela por sua vez contou sobre sua vida e o quanto amava o jornalismo e sonhava um dia em construir algo assim como era a empresa W. 

Ambos apreciaram a companhia um do outro e aos poucos os anseios de Timy em relação a jovem parecia sumir aos poucos, foi então que ele entendeu o que seu amigo havia enxergado nela algo que as outras garotas ao seu redor parecia que não tinha nem um pouco, a simplicidade nos pequenos detalhes da vida. 

 

 


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