Encontrando o Sentido de Viver escrita por NayraReis


Capítulo 4
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/806514/chapter/4

Marina sai da enfermaria e vai até o seu quarto arrumar as malas. Ela pensa que vai ser bom para ela conhecer novas pessoas, mas só de pensar no fato de que para isso ela precisará ficar separada das suas irmãs, acaba ficando muito triste.

 

Ela começa a chorar dizendo a si mesma:

 

—Por que isso tem que acontecer comigo? Eu sou tão nova e já perdi os meus pais, me separei do meu irmão, vim para um orfanato do qual sofri por alguns meses e agora tenho que me separar das minhas irmãs e das minhas novas amigas.

 

Nesse momento aparece Flávia, que ouviu um pouco da conversa de Marina consigo mesma e diz:

 

—Sair desse lugar é o sonho de toda adolescente e criança daqui, pois podemos ter a chance de ganhar uma nova família que cuidará de nós, nos educar e não deixar que nada de ruim nos aconteça.

 

Marina abraça à sua amiga e diz:

 

—Mas eu não quero me separar das minhas irmãs e nem de vocês.

 

—Isso vai te fazer bem e assim a Lúcia não vai mais te perturbar. Vou sentir muita saudades de você, mas prefiro te ver bem com uma família que vai cuidar de você do que te ver sofrendo com aquela garota. Você merece ser feliz minha amiga.

 

—E se eles não gostarem de mim?

 

—É impossível eles não gostarem de você. Você é uma boa pessoa-diz sua amiga com convicção.

 

—Mas a Lúcia me odeia! 

 

—A Lúcia só tem ciúmes de você, pois ela nunca teve uma família de verdade, então não ligue para ela.

 

Marina fica com pena da menina, mas prefere não falar no assunto e termina de arrumar as suas malas e abraça à sua amiga dizendo:

 

—Vou sentir muitas saudades de vocês.

 

—Também vou sentir saudades-e a abraça bem forte-não vai se esquecer de mim não hein? Me mande mensagens sempre que puder.

 

Marina tenta segurar as lágrimas, mas quando percebe, já está chorando e soluçando. Ela pega as suas malas e Flávia à ajuda, levando as coisas até a sala da Diretora.

 

Chegando lá, a diretora à abraça e diz:

 

—Você vai ficar bem. Se cuida tá?

 

—Ta bom, mas eu ainda não me despedi das minhas irmãs-Diz a menina com voz triste.

 

—Eu chamei as suas irmãs, daqui a pouco elas irão chegar-diz a mulher.

 

Após dez minutos, chega às suas irmãs e observam as malas da menina e diz:

 

—Marina por que as suas malas estão aqui? -Diz Aline sem entender o motivo.

 

A Diretora pede a Flávia que se retire da sala, para que ela possa explicar o que está acontecendo.

 

Quando a menina sai do local, a diretora diz:

 

—Meninas por favor, sentem-se, pois preciso conversar com vocês.

 

As meninas se sentam e ela diz:

 

—Veio uma família aqui e adotaram à sua irmã, mas infelizmente eles só querem adotar a Marina, o que significa que vocês vão permanecer aqui e sua irmã irá sair do orfanato.

 

Dessa vez foi Ester que alterou o tom de sua voz dizendo:

 

—Como é que é? Você não pode deixar que levem a minha irmã para longe de nós! 

 

—Ester se acalma-Diz Aline tentando tranquilizá-la.

 

—Não podem levar a minha irmã, não podem! -e começa a chorar.

 

A diretora olha a menina com tristeza e diz:

 

—Sinto muito querida, mas nem sempre conseguimos o que queremos. Agora por favor se despeçam que sua irmã precisa ir.

 

—Está bem diretora-Diz as gêmeas e Marina em uníssono.

 

As irmãs se abraçam e Marina diz:

 

—Vai ficar tudo bem. Amo vocês.

 

—Se precisar de alguma coisa, me mande mensagens-Diz Aline.

 

—Se não cuidarem bem de você, eu irei até lá e te trago de volta-Diz Ester.

 

—Pode deixar que ela será bem cuidada-Diz a Diretora Clara com convicção.

 

Ela termina de se despedir de suas irmãs e a mulher leva Marina para fora da sala. Ela se despede de suas amigas que a dão um cordão para escrito "AMIGAS" para ela ter algo de recordação.

 

Termina as despedidas e quando ela vai entrar no carro de sua nova ela vê Lúcia.

 

A menina se aproxima de Marina e diz:

 

—Quero te pedir desculpas por tudo que eu te fiz. Eu não deveria ter te tratado mal.

 

Ela assente e entra no carro, aonde será levada para o seu novo lar.

 

***

 

A viagem é bem longa e bastante cansativa e ela não faz a menor ideia de onde vai morar e nem o nome das pessoas que a adotaram.

 

Após duas horas de viagem, eles resolvem parar em uma lanchonete e a moça diz:

 

—Desculpe não me apresentar antes, mas eu te vi tão triste que pensei que seria melhor não dizer nada-ela estende a mão e diz-Me chamo Sandra e esse é o meu marido Miguel.

 

A menina comprimenta a mulher e diz:

 

—Prazer em conhecer vocês. Me chamo Marina.

 

Sandra sorrir e chama a menina para lancharem. Ela aceita e no caminho da lanchonete ela diz:

 

—Vocês possuem filhos?

 

A mulher permanece em silêncio e o homem diz:

 

—Ela ficou grávida há uns três anos atrás, mas o bebê amanheceu morto e desde então ela não conseguiu mais engravidar. Por isso decidimos que seria melhor adotar uma menina.

 

—Mas por que não adotaram uma criança? 

 

O homem fica pensativo e Sandra diz:

 

—Eu pensei bem sobre isso e vejo que tem muitas adolescentes que não são adotadas por conta da idade e quando eu te vi eu me encantei. Espero que você goste de mim algum dia.

 

Eles permanecem em silêncio e entram no local. Os dois pedem um X-Bacon conpleto e uma Coca-Cola e a menina como não estava com muita fome, pediu apenas um sanduíche natural de frango e um suco de morango. 

 

Eles terminam de lanchar e voltam para o carro para retornarem a viagem.

 

Depois de cinco horas de viagem, eles chegam numa cidade que possui uma placa escrito: SEJAM BEM-VINDOS À NOVA FRIBURGO. O local é bem frio, completamente diferente do lugar que ela está habituada a viver.

 

Marina se encanta ao ver o local, pois apesar dela já ter viajado bastante, ela nunca tinha conhecido essa cidade.

 

Sua nova casa se localiza em Olaria. Ela sabe que sentirá saudades de todas as suas amigas, tanto do orfonato quanto da sua antiga escola.

 

Dentro do carro o casal coloca uma música de Natal, pois já está no final de Novembro. Marina coloca seu fone de ouvido e fica ouvindo diversas músicas como Somewhere Over the Raiwnbow de um cantor que ela não recorda o nome e começa a pensar no seu passado, de quando ela tinha sua família reunida, que eles organizam festas de Natal e ficavam assistindo a queima de fogos na Praia do Pica-Pau em Rio das Ostras e quando terminava, ela e seus irmãos faziam um enorme castelo de areia e seus pais ficavam lhe contando várias histórias de Natal e trocavam presentes.

 

Até hoje ela se lembra que sua mãe lhe deu um urso em formato de coração com a frase VOCÊ MORA AQUI.

 

Marina começa a chorar ao se lembrar dessas coisas e Sandra, vendo o seu estado emocional diz:

 

—O que houve para você está chorando? Se quiser desabafar comigo, eu to aqui para te ouvir.

 

Marina enxuga às suas lágrimas e diz:

 

—É somente lembranças que veio em minha mente. Não precisa se preocupar. 

 

A garota tira os fones de ouvido quando percebe que o carro parou em frente à uma casa moderna meio simples, mas muito bonita. A casa é pintada de Branco com alguns detalhes de mármore e o telhado da mesma cor Branca com um espaço ao lado para ser colocado o carro, conhecido como garagem.

 

Eles descem do carro e Miguel abre o porta-malas e pega as bagagens de Marina.

 

Mas antes de entrarem Sandra diz:

 

—Seja bem-vinda ao seu novo lar. Venha, vou te mostrar como é os cômodos e onde vai ser o seu quarto.

 

Marina entra na casa acompanhada de Sandra enquanto Miguel leva as malas para o quarto da menina. 

 

A casa não é tão grande como ela é habituada a morar. Possui uma sala média com um sofá de couro vermelho e uma TV de tela plana.

 

Alguns vasos de flores espalhados pelo canto da casa e uma caixa de som na instante de madeira.

 

Na cozinha, tem um balcão de vidro, uma geladeira preta com frigobar, um armário preto com branco e um micro-ondas preto.

 

Ao voltarem para a sala, Miguel diz à sua esposa que já colocou as malas de Marina no seu novo quarto e a mulher diz:

 

—Venha, vou te mostrar o seu quarto. Ele não é grande, mas pelo menos você terá um espaço só seu.

 

A menina sobe as escadas e se depara com um corredor. O quarto de Marina fica na primeira porta à direita e o do casal é a terceira porta à esquerda.

 

Possui um quarto de hóspedes na segunda porta à esquerda e o banheiro é na segunda porta à direita. A quarta porta à direita é a sala de jogos e à porta à esquerda é a área de serviço.

 

Ao entrar em seu novo quarto, Marina se depara com o quarto pintado de roxo e a cama branca com uma colcha rosa claro, com alguns bordados pretos.

 

Possui no local um armário branco com vermelho e no canto uma penteadeira roxa com uma cadeira da mesma cor.

 

Ela percebe que possui uma porta onde deveria ser a janela e ao abri-lá percebe que tem uma pequena varanda que dá vista para a rua.

 

Ela se encanta com o local e diz:

 

—Nossa!, esse é o meu quarto? 

 

E Sandra diz:

 

—Sim, espero que tenha gostado. Se não for de seu agrado é só mudar, afinal o quarto é seu.

 

Marina se aproxima da mulher e a abraça dizendo:

 

—Eu amei esse quarto. Muito obrigada, de verdade.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Encontrando o Sentido de Viver" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.