Encontrando o Sentido de Viver escrita por NayraReis


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

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A diretora Carla leva Marina até o seu dormitório e diz que ela vai ter três colegas de quarto: Estela, Bianca e Flávia.

 

Ela deixa a menina à vontade para conhecer o local e as meninas. Marina não está habituada neste ambiente e permanece calada, mas tenta não demonstrar que está assustada.

 

Ela organiza as suas coisas na cômoda preta ao lado de sua cama. Quando termina, uma menina de cabelos cacheados se aproxima da menina:

 

—Olá, meu nome é Bianca. Qual o seu nome?

 

—Me chamo Marina.

 

—Nome bonito-Diz a menina e apresenta as suas amigas que se chamam Estela e Flávia.

 

Olá-Diz Marina com vergonha e um pouco assustada.

 

As meninas conversam com Marina e aos poucos ela vai perdendo a timidez e resolve conversar também e até perde um pouco o medo de ser rejeitada pelas pessoas. 

 

Ela descobre coisas em comum com Flávia: Que seus pais também morreram, mas com ela foi pior, pois ela perdeu os pais quando tinha quatro anos e desde então vive no orfanato.

 

Já Bianca foi abandonada pela mãe e colocada numa cestinha em frente ao orfanato e só deixaram um bilhete escrito para que cuidam bem dela e dizendo o nome do bebê num pingente que veio dentro da cestinha. Já seu pai ela nunca conheceu.

 

E Estela sofreu muito quando pequena, pois seu pai bebia muito e batia nela e na sua mãe. Sua mãe morreu de tanto apanhar e ela foi traga ao orfanato, pois preferiu ficar aqui do que com alguns de seus parentes.

 

Marina achou justo contar sobre a vida dela e à partir desse dia elas se tornaram grandes amigas.

 

Após conversarem, elas foram para o refeitório almoçar. Chegando lá, Marina avistou as suas irmãs sentadas com um grupo de adolescentes da mesma idade que elas. Ela resolveu permanecer no lugar para não atrapalhá-las e foi para a fila do almoço.

 

No caminho, passa uma garota e a empurra, jogando-a no chão. Marina se levanta e a menina diz:

 

—Olha para onde anda garota.

 

—Mas foi você quem me acertou.

 

—É melhor você não se meter comigo, pois criará problemas-e empurra Marina novamente-Saí fora do meu caminho pirralha.

 

—Do que você me chamou?

 

A garota pega Marina do chão e à puxa pela gola da camisa irritada:

 

—Te chamei de pirralha, por que? Você vai fazer o que hein?

 

Marina permanece em silêncio e a garota à solta e vai embora.

 

—Que garota estranha-Diz Marina.

 

—Essa é a Lúcia. Ela se acha a valentona daqui só por que bateu no menino mais forte do orfanato. Desde então ela é assim-Diz Flávia-Vem, vamos almoçar. 

 

—Não queira se meter com ela, pois ela é vingativa-Diz Estela.

 

—Teve uma vez que só por que uma garota derrubou gelatina em sua blusa, ela bateu muito na garota que a menina ficou passando mal por dias-diz Bianca.

 

E Marina diz:

 

—Caramba, mas eu não tenho medo dela, mas também não vou me meter com essa garota.

 

Elas pegaram o almoço e sentaram em uma das cadeiras do fundo do refeitório. Marina fica pensativa sobre essa garota, mas deixa esse assunto para lá quando recebe uma mensagem de sua melhor amiga que diz: "Como você está? Estou com saudades." "Estou bem Dayane e você? Também estou com saudades. Mal cheguei e já arrumei problemas." "Estou bem. Que problemas? "

 

Marina descreve o que aconteceu e sua amiga pede para deixar a garota em paz que vai ficar tudo bem.

 

Ela termina de almoçar e vai até o seu dormitório. Mas ao caminhar, percebe que o corredor está muito escuro e resolve acender a lânterna do celular.

 

Ela leva um susto quando percebe que tem uma aranha preta toda peluda no chão. Ela dá um grito e saí correndo, mas de repente, tropeça nos próprios pés e cai de cara no chão.

 

Nesse momento aparece Lúcia e diz:

 

—Se você se meter comigo, vai ser pior.

 

Marina se levanta do chão e diz:

 

—Mas eu não fiz nada.

 

—Não importa. Você deve ser aquelas garotas mimadas, mas aprenda que aqui não é assim, então pode tirar o seu cavalhinho da chuva garota.

 

E Marina diz:

 

—Você é maluca e eu não tenho medo de você.

 

A garota à olha com desprezo e sai andando. Marina fica assustada e entra no seu quarto e começa a chorar e pensa" Como eu queria voltar para a minha casa, voltar com a minha vida de antes com meus irmãos e os meus pais perto de mim."

 

Suas amigas aparecem e a abraçam dizendo para ela não ficar assim, que tudo vai se resolver.

 

Marina agradece e vai tomar um banho demorado, coloca o seu pijama e resolve dormir mais cedo para ver se esquece um pouco as tristezas, mas nada parece acalmá-la, então, resolve colocar uma música no seu celular chamada "Un día más do Cantor Daniel Calveti" e ela começa a cantar a música e a se sentir mais leve.

 

Ela se lembra de quando sua mãe contava histórias para ela quando pequena e depois de cinco minutos, adormece.

 

***

Passaram-se alguns meses e Lúcia continua perturbando Marina, à empurrando, chutando e por medo, ela permanece em silêncio, até que após um mês de convivência no local, ela resolve enfrentar essa menina e enche a sua cama de baratas e deixa um bilhete escrito "Vamos ver quem vai é valentona agora. Me encontre no pátio. Se não aparecer é porque está com medo."

 

Marina sai do quatro da menina e vai tranquilamente para o pátio esperar pela Lúcia. Depois de dez minutos aparece a garota furiosa e as duas começam a brigar sem parar, dando soco e chutes.

 

Mas o que Marina não sabia era que Lúcia tinha um canivete escondido no bolso e acaba acertando o braço de Marina criando nela um corte profundo.

 

A garota começa a rir e diz:

 

—Quem é perdedora agora hein? 

E sai do pátio sorrindo enquanto Marina está chorando de tanta dor. Ela desmaia ao ver tanto sangue e quando acorda, se dá conta de que está na enfermaria do local.

 

O seu braço está enfaixado com gesso, atadura e na mesinha tem um bilhete escrito "Se contar a alguém que fui eu quem te machuquei, você vai saber o que vai acontecer com você. "

 

Marina se arrepia ao ler o bilhete, mas resolve falar, pois essa garota já passou dos limites. Ela se levanta da maca da enfermaria, vai até a sala da Diretora e bate na porta. Em alguns segundos a mesma ouve alguém dizer "entre" 

 

Ao entrar, ela conta para a diretora o que aconteceu e a mulher diz:

 

—Pode deixar que eu vou cuidar disso.

 

Ela sai da sala da Diretora esperando que algo seja feito para resolver esse problema. Enquanto a diretora está indo tomar as providências, a mesma acaba permitindo que Marina vá até o outro quarto rever as suas irmãs.

 

Marina vai até o segundo andar e chega ao quarto onde está as irmãs e as três ficam conversando durante a tarde inteira. Depois, elas vão jantar e após isso, cada uma vai para o seu dormitório.

 

***

 

Passaram-se três meses e Lúcia não perturbou mais Marina e ela se sentiu aliviada pela menina não atormentá-la.

 

***

 

Em um dia ensolarado, Marina e suas amigas resolvem ir brincar no pátio do orfanato, quando de repente aparece Lúcia e se aproxima de Marina e por educação, acaba chamando ela para brincar junto com suas amigas e ela aceita, mas mal sabe ela que Lúcia está armando uma cilada para a menina por ela ter contado a Diretora sobre a briga.

 

Lúcia chama a menina e suas amigas para brincarem de pique-esconde nos corredores do local e elas pensam que talvez a menina mudou o seu jeito de ser e topam participar da brincadeira.

 

A brincadeira está ocorrendo bem até que Lúcia chama Marina para ver o que tem na parede da sala e ela diz:

 

—Mas está muito escuro aqui Lúcia.

 

—Por favor, é rapidinho. É por que caiu a minha pulseira ali dentro e eu tenho medo de escuro.

 

—Ta bom, eu vou.

 

Marina entra na sala escura e diz:

 

—Mas não tem nada aqui.

 

Nesse momento, Lúcia fecha a porta do local e diz:

 

—Agora tem alguma coisa ai: VOCÊ.

 

Marina começa a chorar e diz:

 

—Por que você está fazendo isso comigo? 

 

—Por você ter contato a Diretora sobre o que eu fiz com você-e ela começa a rir -Agora você vai ficar ai até aprender a lição, que comigo não se brinca.

 

Lúcia deixa a menina sozinha no local e sai do corredor contarolando. De repente, aparece as amigas de Marina e uma delas pergunta:

 

—Cadê a Marina?-Pergunta Flávia. 

 

—Ela disse que estava cansada e foi dormir.

 

As meninas ficam meio desconfiadas, mas preferem acreditar nelas e Estela diz:

 

—Vou ver como ela está.

 

—É melhor deixar ela dormir um pouco e enquanto isso vamos dar uma volta no pátio-Diz Lúcia. 

 

—É melhor deixar para a próxima. Tchau-Diz Bianca tentando sair de perto dessa menina.

 

—Ok então. Tchau-Diz Lúcia.

 

Lúcia sai do corredor e deixa as meninas sozinhas. As amigas de Marina resolvem ir ao quarto ver como à sua amiga está e o encontra vazio. Elas resolvem revesar para procurar a menina.

 

Enquanto isso, Marina está no quarto escuro chorando, gritando: "Socorro, por favor, me ajude." Ela resolve checar o celular, mas está sem sinal. Ela fica triste e começa a chorar novamente.

 

De repente, ela começa a ouvir uma voz familiar chamando "Marina, cadê você?" Ela percebe que é a voz de Flávia e diz:

 

—Flávia, me ajuda! , Flávia! 

 

Flávia ouve a voz de sua amiga e diz:

 

—Marina me diz onde você está! 

 

—Flávia eu to aqui-e ela começa a bater na porta dizendo: -Me ajuda, eu estou ficando sem ar.

 

Depois disso, Marina sente seu corpo ficar mole e desmaia. Flávia fica preocupada e vai até o final do corredor e encontra uma porta de madeira com uma tranca de ferro presa, impedindo que a porta seja aberta.

 

Ela consegue destrancar a porta depois de vinte minutos e quando consegue,encontra Marina caída no chão.

 

Ela percebe que o quarto está escuro e com a lânterna do celular, consegue encontrar o interruptor e acende a luz.

 

Flávia envia uma mensagem para as suas amigas dizendo que a encontrou e pede para chamar a Diretora.

 

Depois de cinco minutos a mensagem é enviada, pois nesse local não possui muito sinal.

 

Após quinze minutos, aparece a Diretora e as amigas de Marina. A mulher pega a menina no colo e a leva para a enfermaria.

 

Chegando lá, a enfermeira coloca Marina no Oxigênio e ela acorda depois de vinte minutos e conta o que aconteceu e a mulher diz:

 

—Eu estava indo te chamar quando as meninas me avisaram sobre o que aconteceu.

 

—Me chamar para que?-Pergunta Marina confusa.

 

—Veio uma família aqui hoje cedo e te viu no pátio. Eles se encantaram por você e querem te adotar.

 

Marina não sabe se fica feliz ou triste com a notícia e diz:

 

—Querem adotar eu e minhas irmãs né?

 

Carla à olha e diz com tristeza:

 

—Infelizmente não querida. Eles só querem adotar você.

 

A menina fica muito triste e diz:

 

—Eu não vou sem as minhas irmãs.

 

—Sinto muito, mas você não tem escolha.

 

Ela se aproxima da menina e diz:

 

—Quando você sair daqui, arrume as suas malas e me espere na minha sala.

 

—Ta bom diretora-Ela responde com uma voz triste.

 


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