Encontrando o Sentido de Viver escrita por NayraReis
Seu irmão faz o reconhecimento do corpo de seu pai e resolve ir para casa, pois precisa conversar com as suas irmãs. Seu pai morreu num domingo de manhã às seis horas. Thiago chega em casa e chama as suas irmãs para conversarem.
Marina está na casa de sua melhor amiga que se chama Dayane. Ele resolve dar a notícia a ela depois, pois a mesma precisa melhorar um pouco. Ela ainda sofre muito com a perda da mãe e ele tem medo da reação dela ao saber da notícia.
Ele senta no sofá e diz as suas irmãs:
—Eu não sei como vou dizer isso a vocês, mas nós já sabíamos que isso poderia acontecer algum dia.
—O que houve? -Pergunta Aline
—Deixe ele dizer! -Diz Ester
Seu irmão se levanta e diz:
—Eu prometi, digo, nós prometemos ao nosso pai que seríamos fortes se alguma coisa acontecesse a ele. -Ele tenta segurar as lágrimas, mas não consegue e diz chorando: -Infelizmente nosso pai se foi.
Aline tenta consolar o seu irmão, enquanto Ester levanta do sofá e vai até a cozinha pegar uma água com açúcar e entrega para Thiago.
Ele bebe a água e diz em seguida:
—Temos que ser fortes, pela nossa irmã Marina.
Nesse momento, Marina entra dentro de casa e diz:
—Por que vocês tem que ser fortes por mim?
—Não é nada maninha-Thiago tenta disfarçar, mas não consegue e começa a chorar novamente: -Vai ficar tudo bem minha irmã.
—Senta aqui com a gente-Diz Ester.
Marina olha para seus irmãos e percebe que seus semblantes estão tristes:
—Por favor me contem o que aconteceu. Cadê o nosso pai?
—Eu iria te contar isso depois, mas você têm o direito de saber e por favor, tente se manter forte-Diz seu irmão preocupado com a sua irmã caçula.
Ela senta ao lado de seu irmão e o mesmo diz:
—Para mim é muito difícil ter que te dar essa notícia, mas o nosso pai faleceu.
Marina fica sem reação e seu irmão fica preocupado. Após dez minutos de puro silêncio, ela diz:
—É por isso que nosso pai estava sempre muito cansado? Ele já sabia que isso poderia lhe acontecer?-E começa a desata a chorar -O que será de nós Thiago?
—Nós vamos dar um jeito irmã-Ele responde confiante, mas por dentro está preocupado, porém, por ser o mais velho, precisa demonstrar confiança as mais novas.
—Sim para as duas perguntas-Disse Ester após uns minutos.
—Tudo vai ficar bem-Diz Aline, mas a mesma fica à todo o momento fungando, tentando segurar o choro.
Eles terminam de conversar e Marina entende que precisa ser forte, mas se preocupa com o que pode acontecer com ela e seus irmãos. Depois da longa conversa, todos vão para os seus respectivos quartos, tomam um banho e colocam uma roupa para irem ao enterro de seu pai.
Às duas horas da tarde eles saem de casa e vão para o cemitério que fica na cidade em frente à uma Igreja Católica. Depois de vinte minutos, eles chegam ao local e o corpo de Alessandro é marcado para o sepultamento às três horas da tarde. Eles não possuem familiares que moram por perto, então, só aparecem mesmo os amigos da família.Logo que termina o velório, seus irmãos vão para casa e sua irmã pede para dormir na casa de sua amiga Dayane e seu irmão deixa, pois ela precisa distrair à sua mente, mesmo que ela já esteja conturbada com a situação.
Thiago chega em casa e encontra um carro branco parado em frente à sua casa com o logotipo Juizado de Menores. Por um tempo pensa em quem os chamou, mas se lembra que quando estava no velório, a vizinha da casa ao lado estava comentando com ele sobre quem ficaria com as meninas, mas ele não pensou que a senhora seria capaz de fazer tal coisa tão rápido, afinal não há nem duas horas que o corpo de Alessandro foi enterrado.
Suas irmãs se assustam ao ver esse veículo e Thiago saí de seu desvaneio. O mesmo às tranquilizam dizendo que tudo ficará bem e que ele resolverá essa situação.
Do automóvel saem dois advogados todo engravatados e uma mulher alta de cabelos pretos, utilizando um óculos escuros.
Ela se apresenta como a diretora do Orfanato. Thiago permite que a mulher entre em sua residência e ela diz em seguida, após se sentar em um dos sofás da casa:
—Meu nome é Clara-Ela retira seus óculos e prossegue-Sou a Diretora do Orfanato da cidade e vim saber como ficará a guarda de vocês. Recebi um recado ainda há pouco sobre o pai de vocês. Eu sinto muito, porém você não pode ficar com elas e por isso estou aqui.
Ela faz algumas perguntas para o garoto e ele responde com sinceridade. Após duas horas de conversa, a mesma apresenta os advogados Leonardo e Henrique e diz que eles estão a disposição dele caso eles precisem de alguma ajuda e marcam uma audiência para daqui uma semana para resolverem o que será feito com as meninas, já que o menino não possui nenhum emprego e a casa onde eles moram é alugada.
Quando a conversa termina, já se passa das oito horas da noite e suas irmãs vão até a cozinha e uma delas diz em seguida, já que a conversa de Clara e Thiago foi em particular:
—O que eles queriam?-Pergunta Aline
—Marcaram uma audiência para daqui uma semana para resolverem quem ficará com a guarda de vocês três.
—Mas e você Thiago? -Pergunta Ester já desconfiando da resposta.
—Eu vou à essa audiência e arrumarei um emprego para poder ajudar vocês- Ele abraça as suas irmãs dizendo-Mesmo se nos separarmos, nunca vamos nos esquecer um do outro e vamos lutar para permanecermos unidos.
—Nós prometemos-Elas dizem em uníssono.
Um pouco mais tarde eles pedem uma pizza de Mussarela com Bacon e uma coca-cola e passam a noite toda conversando e comendo pizza.
***
Amanhece e tudo se resume em levar as irmãs à escola, arrumar a casa e fazer a janta.
***
À cada dia que se passa, Marina vai ficando cada vez mais triste, pois ela sabe que haverá uma grande chance de ir para o Orfanato e seu irmão vai ficará sozinho por ser de maior. Ela prometeu ser forte para eles e depois desses acontecimentos, a mesma decide que não vai deixar ninguém chegar muito perto dela, para assim não se apegar e nem perder alguém, que nem ela perdeu os seus pais.
***
Os dias passaram -se rapidamente e o dia da audiência é chegado. Marina diz ao seu irmão que o que tiver que ser, será e o mesmo diz:
—Você está bem?
—Sim, só estou tentando não demonstrar fraqueza.
—Marina, é normal ficar nervosa e isso não significa demonstrar fraqueza-Diz Ester à abraçando.
—É melhor irmos, pois já está na hora-Diz Aline tentando se manter calma.
Mas antes Thiago interveio dizendo:
—Antes eu tenho uma coisa para vocês.
Ele entrega um cordão para cada menina e no pingente possui um desenho em formato de coração. Ao abrir o pingente, encontram uma foto de seus pais e uma de todos os seus irmãos juntos, sorrindo usando uma calça preta e uma blusa quadriculada vermelha que foi tirada na Festa Julina há uns dois anos atrás.
—Agora sim podemos ir.
Eles chegam ao local às três horas da tarde e a audiência começa. Depois de várias perguntas o Juíz diz:
—O Julgamento está encerrado.
E Thiago diz:
—E o que foi decretado?
—Já que você não possui nenhum emprego e não têm condições financeiras para sustentar suas irmãs...
—Então quer dizer que eu não vou poder ter a guarda das minhas irmãs? -Ele começa a chorar e o Juíz diz:
—Para isso você tem que ter um trabalho fixo e ter uma casa em bom estado, e não posso deixar que elas fiquem sem o que comer e sem onde morar. Então, você vai ser colocado no Jovem Aprendiz e suas irmãs vão para o orfanato.
—Mas... -Ele é interrompido e o Juiz diz:
—Não tem outro jeito e seus familiares não possuem boas condições. Sinto muito. Amanhã irão buscar as suas irmãs, então informe-as.
—Ok então.
E o menino sai do local e leva suas irmãs para casa. Ao chegarem, ele diz o que vai acontecer daqui para frente e Marina diz:
—Eu não quero ir para esse orfanato. Eu quero ficar perto de você.
—Eu também não quero-Diz Ester chorando.
—Temos mesmo que ir? Podíamos fugir, o que acham? Assim ficaríamos juntos e ninguém nos separaria. -Diz Aline achando a ideia incrível.
—É melhor não, pois não daria certo. Vamos fazer o que é certo. Vou sentir muitas saudades de vocês, mas se fugissemos só criaríamos mais problemas. -Diz Thiago.
—É,você tem razão-Diz as três tristes.
Eles vão para o quarto, arrumam as malas e passam a noite conversando.
Marina avisa à sua amiga que ela irá se mudar e ela fica muito triste, mas prometem não se esquecerem nunca uma da outra.
No dia seguinte, logo pela manhã, chega a Diretora do Orfanato e leva Marina e suas irmãs para o novo lar delas.
Elas abraçam o seu irmão e seguem para o carro sem olharem para trás.
Thiago permanece no local vendo suas irmãs serem levadas para longe dele e não pode fazer nada.
Após duas horas de viagem, elas chegam ao local. O orfanato parece bem amplo, mas ao mesmo tempo sombrio, pois é cheio de árvores e arbustos cobrindo o lugar.
Ao entrarem, elas passam por um grande portão de ferro preto e a diretora as levam para dentro do orfanato.
Ela mostra para elas onde será os seus dormitórios que são separados de acordo com a idade.
De 10 à 15 anos é em um quarto e de 16 à 17 anos é no segundo andar o dormitório.
De 0 à 5 anos o quarto é no primeiro andar e de 6 à 9 anos também é no segundo andar.
O terceiro e o quarto andar é destinado aos meninos e eles não podem ter nenhum tipo de contato para não haver brigas e violências.
Marina como tem 15 anos é transferida para um quarto diferente de suas irmãs.
Elas se abraçam e dizem juntas:
—Mesmo se nos separarmos, vamos permanecer unidas. -E Marina vai para o seu dormitório enquanto Aline e Ester seguem para o segundo andar.
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