A Procura de uma Mãe escrita por brunadanih
Passara-se um mês sobre o anúncio da transferência e Ariana acabara de chegar a casa em LA. Não tinha conseguido tirar todas as malas do carro, mas no dia seguinte quando chegasse do trabalho faria tal. Ariana suspirou, a ida dela para a polícia de LA não seria agradável, nas últimas semanas tinham perdido uma advogada da Procuradoria e um Sargento o que levaria a uma maior desconfiança por parte do pessoal. Porém, sendo psiquiatra, ela oferecera os seus serviços ao capitão para ajudar quem quisesse falar sobre o assunto. Porém, apesar de tudo, Ariana estava ansiosa, queria descobrir o mais rapidamente possível se Lucifer seria a resposta a todos os seus problemas e com esse pensamento adormeceu.
No dia seguinte Ariana chegou cedo, tinha combinado com o Capitão de chegar por volta das 8h, para conhecer os cantos à casa e com entusiasmo entrou no edifício e cumprimentou-o.
— Bom dia, Agente. Gosto muito de pessoas pontuais. – Ele elogiou.
— Obrigada, é algo que sempre me foi incutido. Não precisa de me tratar por Agente, se quiser pode tratar-me por Ariana ou Carvalho. – Ela respondeu e subiram para o piso onde ficariam.
— Aqui vai ser o seu gabinete, Agente. – O homem apontou para uma porta onde entraram, era uma sala com uma secretária e uma estante, tinha também um sofá e uma outra pequena porta que ela percebeu dar para um WC. – Este gabinete era de uma assistente social, mas mudaram de local para um piso abaixo junto com o crime familiar. E achamos que seria apropriado as instalações caso alguns colegas queiram ter uma conversa mais privada. – A agente assentiu percebendo.
— Muito obrigada. – Ariana poisou a carteira que trazia. – Continuemos?
— Claro. – Na hora seguinte, o Capitão apresentou-a a várias pessoas e Ariana percebera que realmente o ambiente estava muito negro, mas tinha que levar aquilo como mais um desafio que iria ultrapassar.
— Miss Lopez, Miss Lopez. – Lucifer aproximara-se dela que entrava para o laboratório. – Lembras-te da mulher de olhos azuis?
— Aquele que não paraste de falar durante dias? – Ella perguntou divertida. – Sim, encontraste-a?
— A mulher que está com o capitão… é ela. – Ele falou apontando com a cabeça para ela. – O que faz ela aqui?
— Aquela é a tua modelo europeia de olhos azuis? – Ella perguntou surpreendida. Era realmente uma mulher linda, mas descobrira que ela era a agente de ligação do FBI, o que impediria Lucifer de fazer o que normalmente faria com qualquer mulher uma vez que prometera a Chloe. Ella riu com o pensamento, era sempre bom ter momentos mais alegres para ver se não se afundava ainda mais. – Lucifer, ela é aquela agente do FBI que a Chloe nos falou há um mês. – O homem olhou-a descrente.
— Impossível, ela não tem ar de ser do FBI. – Lucifer calou-se e colocou-se direito percebendo que o capitão e a mulher dos azuis se aproximavam. Esta última sorria e para alegria de Lucifer continuava com aquele olhar de certeza que ele tanto elogiara.
— Bom dia, Ella, Lucifer. – O capitão cumprimentou. – Apresento-vos a Agente Carvalho do FBI. Agente, Ella Lopez, técnica forense e Lucifer Morningstar, consultor, civil. – O homem fez as apresentações.
— Bom dia, muito prazer. – Respondeu a mulher com um semblante educado. – Ariana Carvalho, podem chamar-me Ariana ou Carvalho, não há a necessidade do Agente. Estou muito entusiasmada por vir trabalhar convosco.
— Olá, Ariana, podes tratar-me por Ella. – Ella não sabia o porquê, mas simpatizara de imediato com a mulher, talvez por a julgar conhecer depois de tanto ouvir Lucifer a falar dos seus olhos. E agora que os via, realmente percebia o que Lucifer relatara, os olhos dela tinham um jeito especial de olharem.
— Bom dia, Ariana. – Lucifer cumprimentou sentindo o seu nome na sua língua, o nome combinava perfeitamente com ela e fez questão de o dizer tal e qual ela tinha dito com o sotaque português. – Portugal, certo? – O homem questionou, o que a surpreendeu.
— Sim, sim. Nasci em New Orleans, mas cresci em Portugal, aos 17 vim estudar para cá e aos 19 ingressei na Academia. – A mulher respondeu prontamente e aceitando o cumprimento de mão dele.
Quando Lucifer lhe tocou sorriu, a pele dela era tão suave como imaginava, parecia-lhe inacreditável a mulher misteriosa afinal estar ali à sua frente.
— Agente, vou deixá-la por agora, qualquer dúvida que possa ter pode falar com qualquer pessoa deste edifício, todos terão gosto em apoiá-la. – Ariana duvidava que assim fosse, mas tinha que acreditar que em breve deixaria de ser uma desconhecida, e passaria a ser uma colega em que confiassem.
— O que podemos fazer para te ajudar? – Ella questionou prontamente assim que viu o capitão a afastar-se.
— Acho que preciso ainda de me inteirar de tudo, na verdade o meu trabalho resume-se ao que me vierem pedir ajuda. Não me vou intrometer em casos a não ser que seja requisitada para tal. Se precisarem de desabafar sobre alguma questão poderão fazer, terão o meu sigilo profissional como psiquiatra. – A loira respondeu.
— Eu já tenho a minha terapeuta. Dra. Linda Martin. Uma profissional fantástica. – Lucifer respondeu. – Mas adorarei ter conversas contigo, Ariana. – E lá estava aquele enrolar que o seu nome provocava na sua língua.
— Na minha parte, não precisas de esperar nenhuma conversa, pelo menos não a esse nível. – Ella respondeu fechando o semblante. – Mas terei todo o gosto em ajudar-te, não sei se alguma vez estiveste em LA. – Lucifer olhou Ariana atentamente. Será que ela diria a verdade?
— Por acaso já cá estive, há coisa de um mês, vim passar um fim de semana prolongado. – A loira respondeu, sem saber se devia dizer que tinha visto Lucifer no Lux. – Mas não conheço muito ainda.
— Vai haver tempo. – Ella respondeu. – Agora, com licença, tenho que ir ao trabalho. – A técnica entrou no laboratório, o que fez Ariana olhar para Lucifer.
— Então Lucifer, esse nome é bastante interessante. – O homem olhou-a atentamente com um sorriso divertido. – Bem, não deve ser a primeira vez que alguém te refere isso certo? – O homem concordou com a cabeça. – Quer dizer, é o nome do Diabo, é adotado ou de nascimento?
— Fui eu que escolhi o nome se é isso que perguntas. E penso que é um nome que combina perfeitamente comigo, afinal eu sou o Diabo. – Lucifer sorriu-lhe. Ariana queria imensamente acreditar naquelas palavras, mas não conseguia perceber se não seria uma persona para o homem.
— Ah Lucifer, acho que vou adorar trabalhar contigo. – Ela respondeu rindo, percebendo que devia ser a reação mais apropriada.
— Também me parece que vai ser um prazer trabalhar contigo, Ariana. Se quiseres, posso-te dar alguma dicas quanto às pessoas que trabalham aqui. – O anjo afirmou simpático.
— É bastante simpático da tua parte, Lucifer, e não querendo magoar, vou rejeitar a tua proposta, prefiro conhecer as pessoas sem pré-julgamentos e olhares viesados. Espero que compreendas. – Lucifer olhou-a atentamente. – Eu sei que pode parecer estranho, sendo eu uma profiler, mas uma coisa são os casos, outra são as pessoas com quem trabalho. Quer dizer, eu li o relatório do Capitão sobre o pessoal, mas são só relatos. Por exemplo, eu saber que tu és um consultor civil da polícia de LA não me diz propriamente que tipo de pessoa és.
— Então e o que é que diz que tipo de pessoa sou? – Lucifer perguntou-lhe enquanto caminhavam em direção ao seu gabinete. Ariana reparava que enquanto isso muitas pessoas os olhavam, talvez por ela estar a conversar amigavelmente com Lucifer, eles não a consideravam um inimigo, mas alguém que estava no seu lado. Essa era uma técnica que ela utilizara sempre num local de trabalho novo, aproximava-se de uma das pessoas mais sociáveis o que fazia que os outros confiassem nela.
— Há muita coisa que revela o caracter de alguém, por exemplo a reação às adversidades, a reação a uma nova chegada de um colega. – Ariana sorriu apontando para ela. – As suas crenças e as suas expressões. Muita coisa, impossível de enumerar todas. – A loira concluiu entrando no gabinete sendo seguida de Lucifer.
— Sofá e casa de banho! – Lucifer exclamou sentando-se no sofá. Ariana sentou-se ao seu lado e olhou-o expectante. Queria que ele falasse, queria perceber se ele era mesmo o Anjo caído. – Vou-te deixar instalar e vamos falando. – O homem falou levantando-se sendo seguida dele.
— Obrigada. – Ariana não podia contrariá-lo pois não havia razão para realmente não querer instalar-se.
Lucifer saiu e Ariana foi sentar-se na sua cadeira e suspirou. Tinha que dar tempo ao tempo. Já perdera dois anos e meio da vida da filha, mas sabia que ela estava bem e teria paciência, por Eleanor daria tudo e esperaria uma vida inteira se fosse preciso.
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