Watch Dogs: Ghosts of London escrita por BadWolf


Capítulo 16
Fins Nem Tão Definitivos


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Quem jogou Assassin's Creed: Syndicate vai reconhecer alguns Easter Eggs presentes nesse capítulo... Aliás, até pensei que eles fossem aparecer nas sidequests da Darcy, mas a Ubi provavelmente não quis seguir por esse lado.

Obrigada por acompanharem e boa leitura!



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            Era o primeiro dia de Rodrick Starrick à frente do Departamento de Prevenção de Crimes por Imigrantes. Entrou no Quartel General da Albion, agora sob um forte sistema de segurança. Sua agenda para o dia já estava lotada, desde reuniões com subalternos, entrevistas com a imprensa e umas videoconferências com pessoas do governo, mas nada se comparava em se reunir com ninguém menos que Nigel Cass, já cedo. Era seu primeiro compromisso do dia, e como todo bom britânico, queria chegar pontualmente.

            Nigel Cass já o aguardava. Sentado à mesa, tinha naquele prédio uma visão privilegiada da cidade de Londres. Mais um pouco e estaria acima das nuvens, o que seria muito semelhante ao que um CEO ambicioso como ele desejava chegar. Ofereceu-lhe café, e sem rodeios, foi direto aos negócios.

            -Tinha alguns nomes em mente, mas o seu foi o que me soou o mais indicado. Você tem um nome de prestígio no Reino Unido. Sua família inclusive teve membros de destaque em muitas épocas. Como era mesmo o nome daquele seu ancestral...?

            -Crawford Starrick. Ele era meu tio-bisavô. Não deixou herdeiros, mas apenas um irmão nos Estados Unidos.

            -Ah, isso mesmo. – concordou Nigel Cass, com um sorriso triunfante. – Soube da maneira enfadonha como morreu, também. Assassinado por uma gangue londrina. Trágico.

            -É verdade. Foi um duro golpe para minha família, mas conseguimos nos recuperar graças a negócios na América. Acabamos deixando Londres para trás desde então. – respondeu Rodrick, recebendo um assentimento de Cass.

            -Eu li sobre você, Starrick. Você teve uma brilhante carreira nas Forças Armadas dos Estados Unidos, lutou no Afeganistão, sendo inclusive condecorado. Mas abandonou a carreira militar para investir em negócios particulares, o qual andei lendo em informes econômicos que vai muito bem, obrigado. Mesmo assim, estranhei quando se ofereceu para o cargo de chefe do Departamento de Prevenção de Crimes por Imigrantes. Um homem com suas credenciais e influência certamente conseguiria um cargo no governo americano. O que o fez se interessar pela Albion?

            Cass parecia realmente intrigado. Olhava para Starrick com leve desconfiança, mas ela logo se dissipou quando o homem de cabelos negros mexeu em seu paletó, revelando um broxe no formato de uma cruz.

            -Ah... Você é um templário. Por que não disse logo?

            -Minha família está longe de Londres há gerações. Meu ancestral Crawford foi morto não por algum concorrente invejoso ou pelo governo da Rainha Vitória, mas graças às suas convicções e filiações à Ordem dos Templários.

            Cass riu.

            -Por Assassinos, então.

            -Exatamente.

            -Não entendo onde quer chegar com isso, Starrick. Isso aconteceu há séculos, e mesmo que esse seu ancestral tenha sido morto por Assassinos, creio que não há mais motivos para se preocupar. A Irmandade na Inglaterra está praticamente dizimada e os poucos que restaram são tão inofensivos quanto moscas.

            Starrick franziu o cenho.

            -Não ainda, Starrick. Inclusive o seu associado, que era um dos nossos, foi morto por um Assassino.

            O CEO da Albion riu, no que causou estranheza a Starrick.

            -Posso saber do que está rindo, Sr. Cass?

            -Não foi nenhum Assassino, Starrick. Mas o trabalho de um hacker bastante famoso.

            Nigel Cass abriu uma gaveta, retirando um objeto dela. Deixou sobre a mesa um boné marrom, com um símbolo bem distinto. Estava sujo de lama e fedia a esgoto, mas mesmo assim foi pego pelas mãos por Starrick, que o observava sem compreender o que significava.

            -Esse símbolo... Não é dos Assassinos. – concluiu Starrick, passando a ponta de seus dedos sobre ele.

            -Exatamente. Você não é do ramo da tecnologia, mas se fosse, certamente reconheceria esse símbolo de longe. É da Raposa.

            -Raposa?! – questionou Starrick, sem compreender o que Nigel Cass queria dizer.

            -É como chamamos um dos hackers mais perigosos que já pisou sobre a face da Terra. Melhor, que ainda pisa sobre a Terra, pois encontramos esse boné boiando no Tâmisa. Um dos seguranças que o confrontou confirmou que ele usava esse boné. Ele foi visto fugindo da cena do crime, depois de matar o antigo diretor e apagar toda a lista de deportação da Inglaterra. Uma verdadeira bagunça que ainda estamos tentando consertar. Mas me espanta ter encontrado esse boné depois de tanto tempo. Há muito tempo A Raposa, ou Aiden Pearce, como atribuem ser seu nome verdadeiro, estava fora do radar. Chegamos até a presumir que ele estava morto, mas pelo visto, está vivo e fazendo muito estrago, apesar da idade que já deve possuir.

            -Nunca ouvi falar desse sujeito. Será que ele é um Assassino?

            Cass pegou uma garrafa de uísque e se serviu. Ofereceu um copo a Starrick, que aceitou.

            -Sabe, eu não sou um templário, muito embora convite para pertencer à Ordem de vocês não tenha faltado, mas nunca ouvi falar de qualquer associação de Aiden Pearce com os Assassinos. Ele é o típico lobo solitário. Atua sozinho, sem se associar a nada ou ninguém. Atua como mercenário, mas o pior são os seus rompantes de heroísmo. Quando banca o herói, pode ter certeza de que alguma quadrilha será desfeita, alguma autoridade presa, ou até mesmo uma ditadura em algum país qualquer será derrubada.

            Foi a vez de Starrick rir.

            -Se ele é tão forte assim como você disse, então realmente não é um Assassino. Do contrário, nós, templários, estaríamos em maus lençóis...

            Cass riu junto. – Por isso estou dizendo, o que aconteceu na Albion nada tem a ver com essa guerra secreta que a sua organização trava. Mas gostaria de saber o que te fez pensar que foi obra dos Assassinos.

            Após beber um vagaroso gole de uísque, Starrick explicou.

            -Esse seu Departamento de Prevenção de Crimes por Imigrantes prendeu há uma semana um homem chamado Lucas Clarkson. Ele é um Assassino, de uma família bastante tradicional da Irmandade. Na verdade, da família que matou meu ancestral, Crawford.

            -Não acha que se passou tempo demais para pensar em vingança? – deu de braços Cass.

            -Não é esse o ponto, Cass. Os Assassinos estão longe de Londres há mais de trinta anos. Sabia que desde a morte de meu ancestral Crawford a minha família nunca esteve nessas terras? Só com a derrota dos Assassinos é que foi possível a nós, os Starrick, voltar a frequentar Londres. E apesar de ter toda uma vida na América, eu desejo voltar para cá. Já estou velho, mas meus filhos ainda têm muito o que fazer. E eu quero que eles voltem para cá, que façam o sobrenome Starrick voltar a ser importante mais uma vez. Mas com esses Assassinos bisbilhotando a cidade outra vez, será impossível. Não posso permitir que eles voltem a comandar Londres, como antes, e você deveria querer a mesma coisa.

            Cass parecia ponderar.

            -Tem razão. O anarquismo típico dos Assassinos não combina com o que a Albion acredita. Eles podem ser uma ameaça, sim. O problema é que perseguir uma seita de encapuzados não é a expertise do meu pessoal, para não dizer que já estamos com os hackers do Deadsec enchendo nosso saco. Já temos problemas demais para lidar para ter que envolver os negócios da minha empresa em uma guerra secreta de seitas.

            Starrick sorriu.

            -Não é a sua expertise, mas é a minha. Pode deixar que eu dou um jeito de acabar com eles. E esse hacker, A Raposa? Conseguiu localizá-lo?

            -Não. O filho da puta saltou de um prédio de mais de quinze andares. Uma queda livre, direto para o Tâmisa. É impossível alguém sobreviver a uma queda dessas, por isso penso que o corpo dele deve estar no fundo do rio. Tem uma equipe de buscas atrás do corpo dele, mas só o que acharam até agora foi o seu boné.

            -Se você tivesse visto metade do que eu vi em minha vida de templário, não daria a morte desse hacker por tão certa assim. Já vi Assassinos que...

            -Aiden Pearce é qualquer coisa, menos um Assassino. – decretou Cass.

            -Bom, se crê tanto que ele está morto, então vejo que meu trabalho poderia muito bem se concentrar em neutralizar os Assassinos. Mas ainda aceito a proposta do Departamento de Prevenção de Crimes por Imigrantes. Os Assassinos tradicionalmente gostam de se manter fora de vista e procurar se juntar aqueles que estão à margem da sociedade para se camuflar. Aposto que vou descobrir muita coisa sacudindo essa gentalha estrangeira.

            Cass parecia satisfeito com os argumentos de Starrick. Terminou com o uísque em seu copo, e por fim, estendeu a mão ao templário, para um aperto de mão amigável, recebendo-o com firmeza.

            -Bem-vindo à Albion!

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            Havia muitas formas de ser acordado por alguém ou algo que não fosse um despertador. Sacudir o ombro, chamar, puxar o cobertor... Mas para Rooney, está mesmo um balde de água teria sido melhor do que despertar com o som da porta de seu quarto a ir abaixo, depois de seguidos chutes. Estava ainda tão atordoado de sono que mal conseguia compreender o que estava acontecendo. Homens de preto, com aqueles uniformes de agentes especiais que só se via em filme, carregando armamento pesado, de repente puxando-o da cama como se fosse um animal, a berros que se misturavam em sua mente. Vestia apenas cueca, mas nenhum deles parecia se importar com isso, arrastando-o até o camburão. Procurou evitar os ohares de seus vizinhos. Sim, todo mundo imaginava que um dia a casa iria cair pra ele, mas não desse jeito.

            -Posso pelo menos saber por qual motivo estou sendo preso assim? – perguntou, dentro do camburão. Estava se sentindo desconfortável, com as mãos algemadas para trás.

            -Terrorismo.

            -Como é que é?! – ele exclamou. Havia cometido o crime perfeito, e tudo por um golpe do destino. Não fazia a menor ideia de que o velho Schimitz era um antigo terrorista do IRA, o que só o fez se tornar o suspeito da explosão. Só não foi mais perfeito porque, infelizmente, o cretino do Aiden ainda estava vivo.

            -Temos fortes evidências de que você esteve por trás da explosão de um caminhão em Westminster. Estaremos levando você até o Presídio de Segurança Máxima e...

            -Espera um pouco... Não vão me levar a uma delegacia?

            -Terrorismo não é tipificado como um crime comum. Você ficará em custódia em regime de segurança fechado, até que prove sua inocência.

            -Puta que pariu! Estão armando para mim! Eu quero chamar um advogado! – começou a lamentar Rooney, quase em um choro. Obviamente, os policiais não estavam ligando para ele. Já sabiam que as provas eram incontestáveis, enviadas por um e-mail anônimo para uma agência de inteligência. Um vídeo, onde o rapaz é visto instalando discretamente uma bomba debaixo do caminhão, além de inúmeras pesquisas em seu computador de “como fazer uma bomba-relógio”, para não dizer sua ficha corrida como hooligan. Para a polícia, era claro que tudo foi apurado por um hacker, e dos bons, mas agora pouco interessava como chegaram ao suspeito. Já havia sido confirmado na portaria do prédio a autenticidade das imagens e o computador do jovem passaria por uma perícia. Mas dificilmente sairia dessa.

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            “Foi detido o suspeito de ter explodido o caminhão, no bairro de Westminster. O rapaz chamado Rooney possui um forte histórico com hooligans, torcedores fanáticos de um time de futebol, bem como uma extensa ficha criminal de crimes até então menores. O Departamento de Polícia diz que...”

            Aiden bebeu mais um gole de pint. Era satisfatório ver a prisão de Rooney na televisão. O filho da puta quase arruinou a vida de seu pai, e agora finalmente deixaria Maddie em paz, talvez até para sempre. Crime de terrorismo era tão grave que dificilmente sairia da cadeia em menos de trinta anos.

            Era final de expediente no The Fox Dungeon. O vigilante chegou tão tarde que Maddie ainda estava se arrumando para sair do trabalho. Esperava encontra-la ali, para conversarem. Ainda se sentia culpado por tudo que fizera naquela noite com Darcy, e pensou que a solução seria ser honesto com Maddie e contar o que havia feito. Claro, não contaria todos os detalhes, especialmente de suas atividades secretas como vigilante, mas não dava para encará-la como se nada tivesse acontecido.

            Ao vê-la já arrumada e pronta para ir para casa, levantou-se da mesa.

            -Aiden. Você sumiu. – ela disse, surpresa por vê-lo ali. Saíram do pub acompanhados, caminhando lado a lado pela calçada. Serenava, o que era frequente àquela época do ano.

            -Estava ocupado com umas coisas.

            -Mas você não me atendeu em nenhum momento. Pensei até que tivesse acontecido alguma coisa. Mais um pouco e iria te procurar no seu apartamento.

            O vigilante assentiu.

            -Desculpe ter sumido assim. A propósito, você viu o noticiário?

            Maddie sorriu. De um modo tão radiante que chegou a contagiar Aiden. Nunca a viu tão feliz assim.

            -Duas notícias boas de uma só vez, não é? A inocência do meu tio e a prisão daquele babaca do Rooney. É inacreditável, sabe? Como pude ter namorado aquele bandido por tanto tempo? Eu sabia que ele era capaz de muita coisa, mas instalar uma bomba no caminhão do meu tio?! Aposto que fez isso para te matar, mesmo que isso matasse meu tio no processo.

            -Ainda bem que estávamos fora do caminhão quando ela explodiu e ninguém morreu por causa daquele infeliz. E o seu tio, como está?

            -Bem melhor, e em breve mais aliviado por não ter um guarda na porta do quarto dele. Eu liguei para a polícia e disseram que o computador de Rooney será periciado. Parece que ele andou pesquisando como fazer bombas na internet e chegou a comprar material no mercado negro. Mas o que mais me impressiona é que tudo isso veio de uma denúncia anônima.

            -É, o jornal disse isso.

            -Fico me perguntando... Quem será que fez isso? Quem terá sido essa boa alma que ajudou o meu tio? Aposto que já deve estar com um lugar bem reservado no Céu...

            “Eu não tenho tanta certeza disso”, pensou Aiden, enquanto Maddie envolvia o pescoço dele em um abraço.

            -Talvez tenha sido só alguém insatisfeito por ver acontecer uma injustiça. Pode não parecer, mas ainda há quem se salve na Humanidade. – disse, com um leve sorriso.

            -Será que foi o Deadsec? A polícia disse que não foi deixado qualquer rastro da denúncia, que foi provavelmente um hacker que descobriu tudo e enviou para eles.

            -Ah, não. – retrucou Aiden, indignado. – Com certeza não foi o Deadsec.

            -Então, quem mais seria? Você está vendo o que eles estão fazendo com Londres? Bairros que antes estavam dominados pela Albion, agora livres. Derrubaram muita gente importante... Estão expondo falcatruas do governo e de gente importante.

            Aiden rolou os olhos. Por fim, perguntou com seriedade.

            -Você acredita que o mundo ainda tem salvação, Maddie?

            Ela se surpreendeu com a pergunta. Não estava acostumada a ver Aiden conversar sobre coisas tão filosóficas assim.

            -Que pergunta estranha, Aiden... Talvez não tenha, é verdade. Mas às vezes é melhor morrer acreditando que tem.

            -“Há lutas que valem a pena a derrota.”

            -Perfeito! É exatamente isso, eu acho. Que frase legal, Aiden.

            -Não é minha, mas há um tempo atrás fez sentido. Não mais para mim, mas para algumas pessoas. Enfim, eu tinha, er... Uma coisa para te contar...

            Ele a olhou por um instante. Ela sorria, claramente feliz por vê-lo. Estava há muito tempo ausente, afastado. Tinha esse péssimo hábito, e por vezes ignorava o quanto fazia as pessoas ao seu redor sofrerem com sua ausência. As pessoas que se importavam com ele. Olhando para Maddie agora, feliz por revê-lo, mais tranquila por tudo relacionado a seu tio e principalmente seu namorado abusivo estar resolvido, ele a viu pela primeira vez feliz. Plenamente feliz.

            -O que é?

            -Deixa para lá. Não vamos estragar a noite com isso. – disse, beijando-a. Após um beijo, ficou a observá-la. Dava para ouvir as engrenagens de sua cabeça trabalhando, em uma ideia na qual ele já imaginava.

            -Por que você não me leva para seu apartamento?

            Aiden pigarreou. – Tem certeza? Aquilo lá é uma bagunça.

            -Bom, parece que meu apartamento não deu muita sorte para a gente. – disse, mexendo em seu ombro, o que provocou um tremor em Aiden. O fato não passou despercebido por Maddie.

            -O que foi? – ela perguntou.

            -Eu machuquei meu ombro esses dias.

            -Oh, desculpe. Espero que não tenha sido nada demais. – ela disse, e em seguida pigarreou. – Se você não estiver se sentindo bem, a gente pode...

            -Não, esquece. Já estou bem melhor, acredite. Vamos para lá! – disse, apressado. Deram as mãos, caminhando até o metrô. Precisavam desembarcar na estação de Brixton. Já sentados ao metrô, sentiu-a recostar em seu ombro. Dessa vez, o que estava bom.

            -Por favor, me diga que dessa vez você está prevenido... – ela comentou, em um cochicho.

            -Sim, aprendi bem a lição. – disse, arrancando de Maddie uma risada.

            Enquanto caminhava com Maddie pelas ruas do bairro de Brixton, sentia-se... Estranho. O sexo estava longe de ser uma novidade em sua vida, apesar de ter tido poucas mulheres, mas com Maddie ele sentia-se sempre deslocado, com medo de estragar tudo, ainda que soubesse muito bem o que fazer. Mas com ela, era diferente. Ele pensava mais no prazer dela do que no dele próprio, coisa essa que nunca sentiu por mulher alguma com quem tenha se relacionado. Ele era sempre o centro de tudo, mas Maddie... Era diferente. Nunca se sentiu tão inseguro perto de alguém.

            -Não repare a bagunça. – disse a clássica frase, após abrir a porta de seu quarto. Ouviu de Maddie uma risada.

            -Da forma como estava falando, pensei que esse lugar não fosse melhor do que uma latrina. É que você nunca viu o quarto de Volker. Mas até que seu apartamento é bem... Aconchegante. E dá para ver que você é bem organizado.

            -É pequeno, mas tem tudo que preciso. – disse, enquanto observava Maddie se sentando em seu sofá. Olhou para ela, por uns longos minutos, e depois do relógio. Passava de uma da manhã.

            -Er, você quer comer alguma coisa? – perguntou, sem saber bem o que fazer.

            -Eu já jantei, mas gostaria de saber o que você iria me oferecer a essa hora da noite.

            O vigilante olhou para o chão, encabulado.

            -Um pedaço de pizza dormida, talvez uma maçã meio mordida. Com sorte, inteira.

            Ela riu. – Então não, obrigada. Tem cerveja?

            -Sim. – ele disse, indo até a geladeira. Mas antes que pudesse abrir a porta, sentiu Maddie abraçada em sua cintura. Com seu rosto sobre seu ombro. Para estar assim, ela tinha que ficar na ponta do pé. Ele pegou sua mão, beijando-a. Como sempre, ela tomaria a iniciativa. Foi assim o namoro todo, desde o início, e naquele momento não seria diferente. Ficava sempre paralisado quando estava com ela, inseguro quanto a estar fazendo a coisa certa ou não. Sentia-a suas mãos delicadas sobre seu corpo, a tirar cada peça de roupa, e nada fazia além de beijá-la, explorar sua boca e seu pescoço.

            -Eu amo você, Maddie. – disse, quase em um sussurro. Demorou a perceber o que havia dito. Nunca em sua vida havia dito isso a alguém, nem mesmo à sua própria mãe. Mas não eram palavras da boca para fora. Se o que sentia por Maddie não era amor, o que mais seria? Se fosse mais forte do que isso, preferiria morrer. Mas não antes de viver aquela noite.


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Notas finais do capítulo

É... Esse Aiden está impossível mesmo.

Acho que ele já não sabe bem o que quer da vida. O tanto de gente que conheço assim kkkk Será que essa declaração de amor toda para a Maddie foi da boca pra fora, coisa do momento, ou realmente verdadeira? Só os próximos capítulos irão dizer.
Obrigada por lerem até aqui e até o próximo cap!



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