A Folha e o Som escrita por BastetAzazis


Capítulo 8
Suna - Parte 1




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Assim que soube que estava sozinha, saquei uma kunai e a usei para cortar o meu cabelo. Fiquei com um chumaço cor-de-rosa na mão que depositei à frente da lápide com o nome do Kaito.

- Isso é para você, Kaito – murmurrei, meus olhos lacrimejando. – A Amisa que você conheceu não existe mais...

o.O.o

Capítulo 8: Suna – Parte 1

Dois anos se passaram desde o dia que jurei sobre a lápide do Kaito que jamais deixaria que sua morte fosse em vão. Decidida a nunca mais deixar que algo parecido com o que acontecera com meus antigos companheiros de time se repetisse, eu usava todo o meu tempo livre para treinar, para aprimorar meu Sharingan e os novos jutsus de cura que aprendia com a minha mãe.

A Vila do Som também prosperou muito nestes anos. A tentativa frustrada da Névoa de nos dominar foi rapidamente conhecida por diversos senhores feudais, que se admiraram como uma vila tão pequena fora capaz de derrotar uma nação tão temida e poderosa como os ninjas de Kiri. Aos poucos, o número de missões requeridas aos ninjas do Som aumentou consideravelmente e, finalmente, nós éramos reconhecidos por quase todas as demais nações ninja.

Conforme meu treinamento progredia, meu pai passou a me confiar não apenas a instrução dos meus irmãos, mas também diversos problemas que a vila enfrentava, e que eu sempre tentava ajudar da melhor maneira possível. Aos poucos, senti que me tornava sua maior conselheira de confiança, fazendo com que a Karin perdesse cada vez mais poder e influência sobre o Som e a nossa família. Foi com uma alegria vingativa que a observei se afastar da vila e ser freqüentemente requisitada nos diversos esconderijos que monitoravam as fronteiras do Som. Afinal, era para isso que as habilidades dela em reconhecer chakra serviam.

Quando não estava cuidando do meu próprio treinamento, tinha o time de genins dos meus irmãos para me ocupar. Ando era o mais forte dos três e freqüentemente assumia o posto de líder do time. Talvez porque era o mais velho e tivera que esperar um ano para os gêmeos também se formarem na academia, ele era o que treinava com maior afinco, como se para recuperar o tempo que julgara perdido. Eu via nele uma vontade tão grande de se superar que as vezes temia que a história da família do meu pai se repetisse. Entretanto, quando via os três em suas missões, eles eram tão unidos e suas técnicas se completavam de tal maneira, que aquelas dúvidas se esvaeciam.

Yusuki e Yori, apesar de gêmeos, não podiam ser tão diferentes. Yusuki estava sempre sério e compenetrado, e embora seu Sharingan fosse tão desenvolvido quanto o dos outros, ele parecia não confiar apenas em nosso doujutsu e havia se especializado em diversas técnicas de taijutsu, que surpreenderam até mesmo o nosso pai. Yori, por outro lado, parecia ter herdado todas as técnicas da nossa mãe. Além de ser especialista em reconhecer e quebrar um genjutsu, ele foi o único dos três que se interessou em aprender jutsus de cura, e já estava me superando com suas técnicas. Ando e Yusuki freqüentemente o importunavam, dizendo que ele era o mais fraco dos três, mas era a presença dele, com seu raciocínio crítico e seu suporte médico que fazia do Time Uchiha o time de genins mais forte e respeitado do Som.

Os três viviam me importunando para indicá-los ao Exame Chunnin, e finalmente, depois de dois anos, esse dia havia chegado. Eu nunca mais voltara para a antiga vila dos meus pais depois que fugira para lá, e a idéia de rever o Hokage depois que nós o deixamos daquele jeito ainda me fazia sentir calafrios. Foi com certo alívio que recebi a notícia que, desta vez, o exame não seria em Konoha,mas em Suna, no País do Vento.

Assim, eu deixei a minha vila junto com meus três irmãos, o único time de genins do Som com permissão de participar daqueles exames. Mas eu não me dirigia à Suna apenas como treinadora dos meus irmãos, também viajava como principal conselheira do Som. O Kazekage havia aproveitado a realização do Exame Chunnin para convidar os demais líderes ninjas para uma reunião, e eu fui encarregada de representar o meu pai.

Nós levamos três dias para chegar nas fronteiras do País do Vento. Ao contrário do País do Fogo, que havia me admirado com sua vegetação abundante, nos vimos no meio de um deserto, não muito diferente da paisagem árida e rochosa do Som. Quando finalmente chegamos aos portões escondidos entre as dunas da Vila Oculta da Areia, meus irmãos foram levados até os alojamentos destinados aos gennins que prestariam os exames, enquanto eu fui levada até a presença do Kazekage.

- Amisa-san – ele me cumprimentou assim que entrei em sua sala. – É um prazer receber a filha de Sakura Haruno em nossa vila.

Eu estranhei ele se referir à minha mãe e não ao Otokage.

- Eu estou aqui como representante do Som, Kazekage-sama – respondi, seca –, não como uma visita familiar.

Ele deixou um pequeno sorriso de soslaio escapar dos seus lábios e respondeu simplesmente:

- Claro.

No mesmo instante, ouvi a porta do escritório dele se abrir e uma voz desconhecida soou por trás dos meus ouvidos.

- Sakura-san! Não me diga que finalmente você largou daquele presunçoso Uchiha!

Estreitei os olhos assim que ouvi o insulto aos meus pais e me virei bruscamente no sentido daquela voz, o Sharingan brilhando intensamente em vermelho. Era um ninja da areia, vestido de preto da cabeça aos pés e carregando um boneco nas costas.

- Algum problema com o clã Uchiha? – perguntei, ameaçando-o.

- Amisa-chan? – outra voz respondeu, mas esta me era bem conhecida. Assim que ouvi o Hokage me chamando, fiquei sem ação, e meus olhos voltaram ao normal, focando no homem loiro que vinha logo atrás do ninja da areia.

- A... Amisa? – o ninja desconhecido repetiu. – Amisa Uchiha?

Eu voltei a encará-lo, desta vez com meus olhos pretos, mas ainda desconfiada.

- Me desculpe – ele continuou. – Por um momento pensei ter voltado ao passado e visto uma grande amiga de volta à Suna.

Eu estreitei os olhos para ele, ainda não convencida de suas desculpas.

- Por favor, Amisa-san – a voz do Kazekage soou atrás de mim –, desculpe o meu irmão, Kankurou. Sua mãe é, e sempre será, muito bem-vinda e respeitada em Suna; e eu posso dizer o mesmo da família dela. Nós devemos muito a Sakura-san.

Eu voltei a encarar o Kazekage com os olhos surpresos e boquiaberta. Estava acostumada a ouvir os grandes feitos do meu pai quando criança, mas jamais pensei que a minha mãe também pudesse ser tão respeitada quanto o Otokage.

- Sim – o irmão do Kazekage acrescentou –, eu devo minha vida a ela.

Eu virei novamente para ele, os olhos piscando em dúvida.

- É uma longa história – ele continuou, um sorriso se formando no canto da boca. – Mas eu terei o enorme prazer de lhe contar... Quem sabe hoje à noite? Suna é famosa por suas noites de luar...

- Kankurou-san!

Era a voz do Naruto. Ele se precipitou na direção do outro ninja e o puxou pelo colarinho.

- Tire os olhos da Amisa-chan, seu pervertido!

Eu senti minhas bochechas se aquecerem com a idéia de ser flertada tão descaradamente, mas depois, percebi que o que mais me incomodava era a maneira como o Hokage pulou para me “proteger”. Eu não era mais uma criança, não queria que ele pensasse em mim daquela maneira. Na verdade, concluí silenciosa e quase que constrangedoramente, preferia que ele me visse da mesma forma que o irmão mais velho do Kazekage.

- Me larga, Naruto! – Kankurou-san protestou, se debatendo nos braços do Hokage. – Como se você também não tivesse ficado admirado com a semelhança entre elas...

Desta vez, foi o Naruto quem ficou vermelho, soltando o outro ninja instantaneamente ao ouvir suas palavras. Meus olhos se moveram do Kankuru para o Naruto, encontrando os azuis assustados. Um silêncio embaraçoso se formou entre nós, que felizmente foi quebrado pela intervenção do Kazekage-sama.

- Vamos, Amisa-chan – ele disse, caminhando até mim e me conduzindo até a porta. – Vamos deixar estes dois solteirões brigando como se fossem dois gennins. Minha esposa vai lhe mostrar seus aposentos, para que você possa descansar da longa viagem. 

Eu segui o Kazekage por um longo corredor, feliz por sair daquela situação. Ainda sentia minhas bochechas enrubescidas enquanto me repreendia mentalmente pela sensação estranha que causava em mim reencontrar o antigo companheiro de time dos meus pais.

- Eu peço novamente desculpas pelo comportamento infantil do meu irmão – a voz do Kazekage me despertou de minhas dúvidas. – Ele é o único da família que continua solteiro e acha que, por isso, pode se comportar como um adolescente.

- Não se preocupe, Gaara-sama – respondi. – Mas não sabia que minha mãe era tão conhecida em Suna.

- Sim – ele assentiu. – A Sakura-san salvou meu irmão de um veneno muito poderoso, certa vez. E logo depois, ela e o Naruto-san ajudaram a me resgatar da Akatsuki. Suna e Konoha sempre tiveram muito a ganhar com a aliança entre as duas vilas – ele completou, o tom da voz tornando-se subitamente sério, como se estivesse tentando dizer mais alguma coisa nas entrelinhas.

Ele parou, e eu o imitei, assim que nos aproximamos de um grupo de mulheres.

- Matsuri – ele chamou a mais velha entre elas –, esta é a Amisa Uchiha, representante do Otokage.

Nós nos cumprimentamos com uma leve reverência, e ele continuou:

- Ela acabou de chegar da Vila do Som. Por favor, mostre os aposentos dela. – E virando-se para mim: - Amisa-san, eu a deixarei com a minha esposa. Ela pode lhe mostrar tudo o que precisar para que sua estadia em Suna seja perfeita.

Eu assenti em agradecimento e o observei se afastar de nós. Dali em diante, eu seguiria com a Matsuri. Ela me mostrou toda a mansão destinada à família do Kazekage e me deixou a par de toda a programação para o Exame Chunnin e o encontro pretendido entre os representantes das vilas ninja. Eu teria uma semana atribulada, e fiquei feliz em poder, no final da tarde, simplesmente me jogar numa cama confortável de um dos quartos de hóspedes.

Somente eu e o Hokage estávamos em Suna no início do exame, os demais Kages chegariam apenas no período entre a segunda e a terceira prova, quando os candidatos tinham um mês para aperfeiçoarem suas técnicas para o Torneio Chunnin. Preocupada com os meus irmãos, entretanto, eu mal conversei poucas palavras com o Naruto, e nas raras vezes que nos encontrávamos, parecia que havia um abismo de constrangimento entre nós.

O Time Uchiha passou facilmente pelas primeiras provas do exame, e agora restava apenas esperarmos o torneio final. Ando, Yusuki e Yori treinavam intensamente, mesmo quando eu não estava presente, querendo impressionar o nosso pai e mostrar às demais nações ninja o poder do nosso clã. Enquanto isso, restava-me impor o orgulho do clã Uchiha e dos demais shinobis do Som aos Kages presentes em Suna.

Eu podia sentir o ar de reprovação vindo do Misukage, da Vila Oculta da Névoa, do Tsuchikage, da Vila Oculta da Pedra, e do Raikage, da Vila Oculta da Nuvem. Eu era uma mulher, talvez mais jovem que os filhos deles, e representava uma vila que, embora famosa pela força dos seus shiniobis, ainda não era totalmente reconhecida. Os três ocupavam lugares próximos ao Kazekage e ao Hokage, enquanto eu ocupei um acento ao lado de outros representantes de vilas menores. Entretanto, a distância não era grande o suficiente para me impedir de ouvir o cochicho irônico do Misukage:

- Hunf! Parece que o famoso Uchiha ainda não tem coragem de aparecer na frente dos verdadeiros Kages...

Eu estava prestes a me levantar e desafiá-lo a repetir, palavra por palavra, sob a ameaça de uma kunai em seu pescoço. Ouvir um insulto direto ao meu pai, vindo do homem que ordenara o assalto que resultara na morte do Kaito, fez meu Sharingan ativar instantaneamente. Entretanto, o Kazekage percebeu que eu estava inquieta, e deu início a reunião antes que eu pudesse fazer alguma coisa.

Como o meu pai já desconfiava, a intenção daquele encontro era promover uma aliança entre as diversas vilas ninja. Não era uma tarefa fácil, muitas vilas menores tinham pequenas desavenças entre si, e mesmo as cinco maiores nações shinobi ainda mantinham antigas rixas desde a época de suas fundações, que nunca foram totalmente esquecidas.

Mas foi, novamente, o comentário do Mizukage que me tirou do sério:

- Hunf! A Névoa jamais vai se rebaixar a assinar um acordo de paz com uma vila tão insignificante quanto o Som – ele proferiu, olhando fixamente para mim. – Já é humilhação suficiente ver a Folha e a Areia se sujeitando a aceitar o título de Kage a um nukenin.

Eu não podia continuar ouvindo aqueles insultos à minha vila e continuar quieta.

- Essa vila insignificante – eu comecei, me levantando e encarando-o com olhos estreitos – derrotou um exército inteiro dos seus melhores ninjas, Mizukage-sama. Para cada shinobi do Som morto nas nossas fronteiras, há pelo menos dois ninjas de Kiri caídos no mesmo lugar. E eu posso lhe garantir que esses números dobrarão se vocês tentarem nos invadir novamente.

O Kage da Névoa riu, ironicamente, e também se levantou do seu lugar antes de me revidar:

- Um pequeno exército meu que, ingenuamente, achou que podia atravessar o Som para chegar mais rápido ao seu objetivo. Mas é claro que não se pode esperar colaboração de um bando de renegados.

- Mentira! – protestei, batendo com as duas mãos espalmadas sobre a mesa e inclinado meu corpo para frente.

- Quem é você para me dizer o que aconteceu? – ele respondeu, também inclinando o corpo para frente, me desafiando. – Uma garotinha assustada que fugiu ao primeiro sinal de um conflito?

Eu fiquei sem palavras de repente, empalidecida. Foi a voz do Hokage que respondeu por mim.

- É por isso que nós estamos aqui hoje. Para selar um acordo que possa evitar que outros mal entendidos causem mais mortes inúteis.

O Mizukage tirou os olhos de mim para encarar o Naruto.

- Eu me recuso a reconhecer uma vila de renegados, liderado por um foragido que se acha no direito de ser chamado de Kage.

O insulto ao meu pai e a todos os shinobis do Som fez os meus olhos brilharem de ódio, vermelhos.

- É o Som que se recusa a dar as mãos a uma vila de ninjas dissimulados e mentirosos.

- Não mostre esses olhos malditos para mim, sua... – o Mizukage me ameaçou, mas foi imediatamente impedido pelo Gaara, que levantou e pousou uma mão nos ombros dele.

- Nós estamos aqui para selar um acordo de paz – o Kazekage começou –, não para iniciar uma guerra.

- Sinto muito, Kazekage-sama – disse, meus olhos voltando à cor original –, mas será impossível conseguir um acordo entre o Som e a Névoa. E se os demais líderes nesta sala preferem acreditar no Mizukage e não em mim, não há mais nada que eu possa fazer aqui. – Com uma reverência, retirei-me da sala.

Eu saí decidida a não voltar atrás com minhas palavras, caminhando decidida até o lugar onde meus irmãos deveriam estar treinando. Depois de ouvir tantos insultos sobre a minha vila, julgava ainda mais importante mostrar a força do clã Uchiha.

- Amisa-chan!

Eu congelei ao ouvir a voz do Hokage me chamando, mas não tive coragem de me virar.

- De todas as vilas representadas nesta reunião hoje, eu pensei que o Som seria a que mais fácil se juntaria a nós – ele continuou.

- Estava enganado – respondi, ainda de costas.

- Amisa-chan... Você não...

- Eu não sou mais uma criança! – eu o interrompi, finalmente me virando para encará-lo. – Estou aqui como representante de uma vila oculta, não me chame desse jeito.

Ele arregalou os olhos levemente quando eu o enfrentei, mas depois respondeu calmamente:

- Você pode ter ficado alguns anos mais velha, mas continua agindo como uma criança.

- Como você espera que eu aceite um acordo de paz com ele? – perguntei, indignada. – Depois de tudo que a Névoa fez contra nós? Aquele homem ali dentro foi o responsável pela morte do... – eu parei de repente, sem coragem de pronunciar o nome do Kaito para ele. – Pela morte de vários shinobis da minha vila.

- Hunf! – ele bufou. – Você pode ser parecida com a Sakura, mas é tão cabeça-dura quanto o Sasuke!

Foi a minha vez de arregalar os olhos com aquele comentário. Entretanto, sem saber o que responder a ele, dei meia volta e continuei meu caminho.

- Não me diga que você também está treinando para se vingar daqueles que mataram os seus amigos – ele gritou para as minhas costas. Eu continuei andando, fingindo que aquelas palavras não me atingiam. – Iniciar uma guerra com a Névoa não trazê-los de volta, Amisa, seu pai devia ter lhe ensinado isso.

Aquilo foi a gota d’água. Ele estava lá, foi ele quem me recolheu quando fugi para Konoha, ele sabia o quanto aquilo havia me atingindo. E ao invés de me defender do Mizukage, ele aceitou as desculpas esfarrapadas dele e queria que eu fizesse o mesmo. Aquilo me deixou decepcionada, e irritada. No instante seguinte, eu estava atrás dele, uma kunai ameaçando o pescoço dele.

- Eu sei que não vai trazê-los de volta – respondi. – Mas não vou desonrá-los me unindo ao patife que mandou assassiná-los por covardia. O Som nunca aceitará um acordo com a Névoa.

- E agora você também está procurando uma guerra com a Folha? – ele perguntou, calmamente.

Só então eu me dei conta que estava ameaçando o Hokage,o líder da Vila Oculta da Folha, do País do Fogo, na casa do Kazekage, da Vila Oculta da Areia, no País do Vento. Abaixei o braço lentamente, guardando a kunai e, fitando o chão, pedi-lhe desculpas.

Ele virou para me encarar.

- Eu entendo seu rancor com a Névoa – disse, os olhos azuis fixos em mim, deixando-me ainda mais constrangida. – Mas pense nos demais shinobis da sua vila, como representante do Som, você tem o dever de protegê-los na ausência do Otokage.

Eu franzi a testa para responder-lhe que ele não me convenceria tão facilmente com aquela conversa, quando percebi um filete de sangue escorrendo onde a ponta afiada da minha kunai havia encostado nele. Com os olhos arregalados, acabei respondendo simplesmente:

- Oh, deixe-me cuidar disso! Eu não sou tão boa quanto a minha mãe, mas... – nem terminei de falar, com o chakra já acumulado numa das mãos, encostei-a no pequeno corte no pescoço dele.

Ele não devia ter percebido o sangramento pois, assim que encostei nele,me encarou com o olhar confuso. Eu dei um passo a frente para facilitar o meu trabalho, reprimindo-me mentalmente por ser tão lenta num corte tão simples. Levantei a cabeça para encará-lo e me desculpar mais uma vez, mas ao encontrá-lo olhando para mim, nossos olhos tão próximos, as palavras se perderam nos meus lábios.

O mesmo frio na barriga de anos atrás. Meu coração começou a bater forte no peito, incontrolável, assim que senti a mão dele nos meus cabelos. Eu podia estar enganada, mas desta vez, ele também parecia ter percebido o que estávamos prestes a fazer. Alheia do lugar onde estávamos, apenas fechei os olhos e deixei meu rosto se aproximar do dele, até que senti os lábios dele roçando nos meus.

PUFF!

Abri os olhos, assustada. Não havia mais ninguém a minha volta. Um bushin?, pensei comigo mesma. Claro, aquela era a técnica mais famosa do Hokage... Vermelha de vergonha e agradecendo por estar sozinha, corri para o meu quarto.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Weeeeee!!!! Finalmente um novo cap!

Bem, na verdade é um meio cap, porque mais uma vez ele ficou tão grande que acabou tendo que ser divido em dois. O bom é imagino que o próximo não vai demorar tanto assim para sair.

Para quem ainda não sabe, entre o cap anterior e esse, estava escrevendo uma fic para o SnapeFest. E acontece que acabou saindo uma crossover entre Naruto e Harry Potter. Quem quiser conferir, chama-se “A Flor de Cerejeira” e o link está no meu profile.

Para os SasuSaku de plantão, as novidades do mangá não conseguiram apagar minhas esperanças de ver os dois juntos, então, há também uma novidade para vocês! Uma one-shot que escrevi inspirada no cap 404: “A Espiã de Konoha”. Espero que gostem!

E muito obrigada pelas reviews! Bjin especial para a Lila (que devia estar em repouso total, mas ta lendo fic), para a Nati-senpai (que não parava de pedir atualização pelo MSN – é por culpa dela que o cap não atrasou ainda mais!!!), e para a Roxane Norris que fez uma capa linda para essa fic e que só estou postando agora para não estragar a surpresa dos shippers da fic!

E claro, agradecimento a MiaTeixeira, minha super beta-que-não-é-beta.



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