O conto do livreiro e da rainha fria - jelsa escrita por Mary Frost


Capítulo 2
Apenas um lado da moeda


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ❤



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Perambulando e vivendo sozinha, Elsa sentia-se presa, uma injustiçada e enclausurada prisioneira de seu destino, ninguém a olhava com gentileza, ninguém se atrevia a conversar com ela além de Agnar e Iduna e um grupo seleto de criados e isso já estava se tornando suficiente.
Algumas vezes a loira ia até à janela da biblioteca durante a noite, procurando com um fio de esperança pela presença do garoto plebeu, ele a vira, notara sua presença por alguns minutos e ela não se esqueceria disso tão cedo, como seria conversar com uma pessoa que não a conhecesse? Que não a tratasse como herdeira!
Sua tormenta perdurou por 2 outonos até que, finalmente, Elsa estava grande o suficiente para cuidar de um ou outro assunto real.
Seus pais notando a melancólica figura quieta que a filha estava se tornando, permitiram que ela tivesse algumas poucas regalias e aquele dia ela teria uma delas.
— Você está pronta Alteza? — Perguntou uma de suas damas de companhia, a princesa respirou fundo mais algumas vezes antes de arrumar o vestido roxo que usava e abrir a porta.
— Sim, vamos andando. — Ela concordou contendo a eufórica sensação que crescia em seu peito, sabia ser a juventude mexendo com sua cabeça, fazendo com que sentisse animação com o mínimo trabalho fora do Castelo.
— Vamos encontrar alguém rapidamente e voltar, o rei e a rainha nos deram 30 minutos. — A empregada disse em tom entediado.

— Talvez uma pessoa mais velha seja adequada para o cargo de livreiro Real. — Elsa sugeriu e a empregada se limitou a um manear de Cabeça.

Seu trabalho era basicamente andar pelas vielas do Reino, anotar as irregularidades que visse e voltasse, quase ninguém do Reino sabia quem era ela, por tanto era fácil andar entre as pessoas sem ser reconhecida.

Mal começaram a andar e aquela já tinha se tornando uma de suas tarefas favoritas, tanto que, se imaginou vivendo em uma cabana humilde, sem responsabilidades ou maldições.

— Vou aproveitar para comprar algumas maçãs majestade, você se importa? — Mary perguntou.

— De maneira alguma, irei esperar aqui. — Elsa respondeu.

Foi quando uma movimentação estranha chamou sua atenção, era raro ver brigas ou discussões em Arendelle por isso ela andou mais rapidamente, alheia ao fato de que deixará a empregada para trás.

—  Tenho 3 Às, parece que você perdeu. — Um rapaz disse com um sorriso paladino no rosto.

Os dois senhores a frente do jovem fumavam de modo nervoso e o jovem não abriu espaço para uma possível discussão, pegou o saco de moedas de ouro de cima da mesa e saiu, Elsa notou ser uma categoria de disputa e que após uma rodada outros se ofereciam a tentar a sorte.

Elsa seguiu o trio sabendo que provavelmente eles iriam atrás do rapaz vencedor para roubar o prêmio, queria anotar todas as informações que pudesse para melhorar o Reino e isso seria o tipo de coisa que queria relatar a Agnar.

Ele entrou em um beco e após alguns minutos com a agilidade de um maestro fez os dois homens o perderem de vista.

Ela suspirou aliviada e se virou para ir embora, mas uma mão quente a segurou com força e a jogou contra a parede, uma faca afiada sobre seu pescoço.

— Quem é você? Porque me seguiu esse caminho todo? — Era o mesmo jovem que minutos antes sumira de sua vista.

— Eu...

— Espera. — Ele semi cerrou os olhos e repentinamente os abriu incrédulo.

— Eu conheço você, já te vi nas janelas do Castelo. — Ele murmurou estarrecido, afrouxando o aperto no braço da garota.

— Você se lembra? — Ela indagou surpresa, ele ainda mantinha um olhar desconfiado a encarando.

— Claro que me lembro, nunca esqueço um rosto. — Ele guardou a faca. — O que alguém da realeza faz aqui? — Ele indagou para si mesmo.

— Escute eu só... — Ela começou a dizer levantando as mãos e ele se assustou com o gesto, prova de que ainda estava na defensiva.

— Só vi aqueles caras te seguindo, achei que queriam encrenca por isso segui para ajudar você. — Ela explicou e ele a olhou de modo engraçado.

— Você me ajudar? Desculpe majestade, mas suponho que esse não seria o caso. — Antes que ela pudesse se envergonhar com o quão ridículo foi sua atitude de segui-lo um dos brutamontes surgiu no topo da escada onde estavam.

— Aí está, o metido a sabichão. — O grandão disse, um sorriso maléfico emoldurando seus lábios.

— Vem, vamos sair daqui. — Jack murmurou e ela concordou seguindo o rapaz, mas o outro homem apareceu e se glorificou:

— Por aqui não rapazinho.

Jack colocou o braço de forma protetora em frente à jovem herdeira de Arendelle, Elsa quase podia escutar os pensamentos do rapaz procurando por uma saída dali enquanto seu próprio coração parecia querer sair do peito.

— Ora meus bons senhores, vamos ser sensatos, foi uma disputa justa. — Jack grunhiu.

— Não minta garoto, nós vimos as cartas que você tirou da manga.

— Ora eu fico lisonjeado por pensarem assim, só mostra que minhas habilidades no jogo estão cada vez melhores.

— O que está fazendo? — Elsa perguntou apertando a lateral do vestido.

— Não vou deixar você se envolver nisso. — Ele respondeu não desviando o olhar do homem a frente, ela se sentiu comovida por isso, mesmo sabendo que ele estava fazendo isso porque poderia obter algo em troca.

— Nos dê o dinheiro. — Pediu um dos homens e Jack sorriu.

— Se não? — Indagou provocativo.

— Vou amassar os seus ossos até não sobrar mais nada garoto, agora seja bonzinho e entregue. — O grandalhão mandou e o rosto de Jack se fechou em uma carranca.

— Porque você não vem pegar? — Indagou dando alguns passos para longe de Elsa.

Foi quando o primeiro golpe veio, este que Jack desviou maestralmente, e outro e mais outro, Elsa estava perdida, nunca teve que passar por uma situação assim e sentia seus sentimentos se emaranharem dentro dela, a deixando nervosa.
Deveria ir embora?
Chamar ajuda?
Tentar ajudar?
Notou que Jack já estava perdido quando um dos homens pegou o saco de moedas do rapaz e o acertou, prosseguindo com aquele show de horrores.

Algo dentro de Elsa cresceu ao ver tamanha injustiça e de repente tudo ficou branco, desaparecendo simultaneamente,
como uma página arrancada de um de seus livros.
Quando voltou a si horas depois, estava caída em um punhado de neve, ela se levantou ainda desnorteada se assustando com às duas estátuas de gelo a sua frente, eram os dois brutamontes de mais cedo, totalmente congelados, suas expressões confusas gravadas para sempre daquele modo.

O rapaz camponês estava mais a frente, sentado encostado na parede, sua pele azulada pelo frio.

Ela correu até ele, se ajoelhando ao seu lado, os lábios finos do rapaz tremiam um pouco e ele estava gelado, mas estava bem,
estava vivo.

Ela suspirou aliviada e procurou pela fonte de todo o problema, mas não encontrou o saco de moedas de ouro, se levantou indo até os dois homens congelados e viu o volume no bolso de um deles.

Grunhiu exasperada e lembrou-se do anel que usava, com certeza ele valeria um bom dinheiro, talvez até mais do que tinha ganhado na disputa.

Ela o colocou sobre a palma da mão do rapaz e se levantou, precisava voltar para o Castelo rapidamente antes que tudo se tornasse um caos, não sabe bem o que houve, estava se sentindo pesada e o sol que antes inundava o Reino desaparecerá, flocos de neve caiam dos céus como se estivessem em início de inverno, as pessoas murmuravam questionadoras sobre o clima e alguns até brincavam com a situação, mas quando chegou ao Castelo o clima estava mais pesado, os guardas assim que a viram abriram os portões de maneira imediata.

A loira entrou com o coração na boca no pátio principal, sua mãe foi a primeira a abraça-la e seu pai tinha uma expressão de alívio e irritação no rosto.

— Pai... Eu sei que a situação parece horrível, mas eu posso explicar o que aconteceu.

— Mary me disse que viu você com um rapaz. — Agnar suspirou e Elsa notou que o pai estava imaginando tudo errado.

— Você é uma jovem princesa, Elsa. Vai se tornar a herdeira do trono, entendo que seus sentimentos talvez a desviem de seu propósito, mas isso. — Ele apontou para o Reino, indicando o inverno adiantado daquele ano. — Isso Elsa, passou dos limites.

— Você está entendendo errado pai! Eu não estou apaixonada, nem me encontrando as escondidas com ninguém.

— E como você explica Mary ter visto você deitada com um... Um plebeu qualquer? — Agnar alterou a voz e Elsa se calou, Mary havia inventado isso para se safar, não importaria o que dissesse, nada seria relevante o suficiente para mudar os pensamentos do pai, ele confiava mais nas palavras de estranhos.


— Elsa. — Ele tocou no ombro da filha, parecendo mais calmo. — Irei retirar suas tarefas fora do Palácio, você entende porque estou fazendo isso, certo? — Indagou de forma branda, Agnar sempre falava desse modo quando adicionava ou retirava alguma regra. Ela concordou.

— Ótimo. — Ele se afastou, mas antes de subir as escadas parou. — Ah! e antes que eu me esqueça, não precisa, mas se preocupar com o cargo de livreiro, irei encontrar alguém para isso.

— Não me trate como se eu fosse uma irresponsável. — Ela falou, seu tom de voz elevando-se.

Agnar parou surpreso e Elsa trêmula se endireitou.

— Já encontrei uma pessoa para o cargo, Judith, Bernadeth, anunciem o nome que lhes direi agora, quero que seja anunciado em todo o Reino e que ele esteja aqui amanhã a tarde para suas obrigações. — Ela arrumou a capa sobre os ombros, o tecido esvoaçando atrás de sua figura em quanto ela subia as escadas e passava pela figura paterna parada em um dos degraus.

— Este é meu último pedido.


(...)








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Notas finais do capítulo

Até o próximo u.u



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