Finja Até Ser Verdade escrita por Samyy


Capítulo 4
O Astro do Time


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curtinho hoje



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Nosso acordo está chegando ao fim. 

O mês que combinamos fingir o namoro acaba no final desta semana. Não consigo não ficar triste porque nessas últimas semanas conheci um Ron que não esperava estar escondido atrás da fama de pegador. 

Ele é um cara decente, e com decente eu quero dizer, uma boa pessoa. Digo que não, mas sempre espero que os homens me mostrem seu pior lado, então quando acontece – e sempre acontece – não fico tão surpresa assim.

Desapontada, mas nunca surpresa. 

É até estranho eu me referir a Ron como um amigo, antes disso tudo acontecer, porque não sabia muitas coisas básicas sobre ele. Muitas coisas eu soube através de Ginny. Por serem irmãos e tal ela vive comentando sobre alguns de seus hábitos que a irritam.

Em nossas andanças descobri outras coisas:

Após todos esses anos no curso de jornalismo, ele não se identifica mais tanto assim com a profissão, porém não pensa em larga-lo, pois foi o que o trouxe para a nossa cidade.

Seu nome do meio vem de seu tio preferido: tio Edmund. Edmund Weasley sempre adorou os sobrinhos de seu irmão mais novo e não pensou duas vezes quando Ginny e Ron pediram para morar com ele por conta da faculdade, pelo tempo que fosse necessário.

Assim como eu, ele adora os filmes do Homem-Aranha. O seu predileto é a segunda trilogia jamais terminada – eu prefiro a atual. 

Ele detesta café doce, mas sempre coloca uma colher de açúcar em sua bebida. 

Também precisou se explicar para seus pais – e outros 5 irmãos – quando anunciamos nosso não namoro. Aparentemente, Ron nunca namorou sério. Jamais encontrou aquela pessoa, a tampa de sua panela.

Sempre foi direto e claro com as garotas com as quais se envolvia, mas não tinha culpa se elas queriam mais do que ele estava disposto a oferecer. O que me fez refletir se ele era esse galinha pegador que todos diziam ser. O homem é livre, solto, tem o direito de ficar com quem quiser ficar com ele. Mesmo que seja uns 80 por cento da população feminina do campus. 

Bom, tivemos muito tempo para conversar. 

Neste exato momento, estou a caminho do ginásio poliesportivo da universidade. 

Nunca fui a um jogo sequer que tivemos, de nenhum esporte, mas Ron me pediu com jeitinho que eu fosse prestigiar seu primeiro jogo da temporada. Eu podia dizer não e voltar para casa, terminar o relatório mensal da monitoria, mas lá estava eu sentada entre minhas melhores amigas acompanhadas de seus respectivos namorados. 

E cá entre nós, seria estranho se eu, sendo sua namorada, não fosse.

Tudo pela farsa. 

O jogo seria contra um time visitante, Durms não sei das quantas, de uma universidade mais ao norte do estado. As arquibancadas estavam lotadas, todos ansiosos para o primeiro jogo do semestre. 

A euforia me contagiou e eu gritei junto a todos quando o Fênix de Hogwarts entrou na quadra. 

Ei, ei, ei! Weasley é nosso rei!— eu sabia que Ron era um dos astros do time de vôlei, mas aparentemente ele é O ASTRO do time de vôlei. 

Nenhum outro jogador possui um canto para seu nome.

A partida começa. Eu entendo um pouco do jogo porque minha mãe é fã de carteirinha do esporte, não perdia um jogo sequer na TV e quando podia ia aos jogos. 

Tudo vai bem, nosso time sai na frente vencendo os dois primeiros set com tranquilidade. 

Durante o terceiro set, eu perco um pouco o foco e presto mais atenção inteiramente em Ron. Ele fica na rede e é responsável pelo ataque ao outro time. Ali ele sempre pula, se estica e eu consigo ver ao máximo o alongamento de seu corpo: ele é todo comprido. As coxas expostas pelo short são grossas e definidas, a pele lisa e eu volto a me perguntar se ele se depila… talvez justamente por conta do esporte ele o faça… de vez em quando, quando ele pula e bloqueia as bolas, consigo ver o início de seu abdômen definitivamente definido. 

Vôlei tem feito bem para ele, talvez eu deva começar a praticar algum esporte. Apesar de ser considerada magra, os músculos no meu corpo não são durinhos. Um dia faltou energia no prédio, me obrigando a subir os 4 andares de escada. Se eu estivesse em forma, talvez não tivesse dores pelo corpo inteiro no dia seguinte. 

Sempre soube que Ron possuía músculos, mas é diferente vê-los em ação. Ali, no jogo, ele nos mostra o resultado de mais de 4 anos de treino.

Talvez eu peça ajuda a Ron para começar a treinar. 

— Sabe – Ginny, que também deu bons gritos, diz. — Eu amo e odeio o fato de você e Ron namorarem. 

— Essa eu quero ouvir. – Astoria fala ao meu lado e se vira para acompanhar a conversa. 

Ginny sempre solta alguma pérola, é meio que sua marca registrada. Ela não faz por mal, a bichinha só é muito desbocada. 

Eu pego a garrafinha d’água que trouxe e dou alguns goles, me preparando. 

— Assim não podemos conversar sobre sua vida sexual. – cuspo a água todinha na pessoa sentada à minha frente. Astoria cai na gargalhada enquanto eu me desculpo com a moça que molhei. 

Misericórdia, Ginevra! 

Eu deveria ter previsto isso, mas minha vida sexual – ou, melhor dizendo, sua falta – nunca era um tópico em nossas conversas. Eu nem me lembrava disso, para mim não era um problema.  

Nota mental para a próxima vida: minta para suas amigas sobre sua virgindade, não importa, diga que perdeu com o filho do motorista da família – mesmo que você não tenha onde cair morta – porque isso sempre volta para te assombrar. 

Nem tinha passado pela minha cabeça que elas iriam supor que eu e Ron… que nós… que eu teria perdido minha virgindade com ele. Normal, Hermione, nós somos namorados e fazemos o papel de casal apaixonado, as pessoas vão supor que nós fazemos coisas de casais. 

Não vou afirmar nada… nem negar. Elas que pensem o que quiserem. 

— Vocês dois tem aquele brilho no olhar: de quem está transando horrores e se divertindo, mas – por Deus! — o engraçado é que mesmo com esse brilho, vocês têm um brilho de fome também. Como se o que quer que vocês estejam fazendo não seja o suficiente para satisfazer seus desejos. 

— Pelo amor de Deus, Ginevra. Isso não existe. Você está imaginando coisas. – porque não existe mesmo. 

— Hmm, vou ter que concordar com essa doidinha. – sério Tory? Que absurdo, será que ninguém nunca fica do meu lado? — Mas vejam pelo lado positivo: Ron não é meu irmão, então você pode me contar tudinho depois, nos mínimos detalhes. Eu sempre tive curiosidade de saber que borogodó é esse que esse homem tem. 

— Ah, por favor. – Ginny faz careta. 

Eu ri, embora estivesse enrascada. 

Eu concordava em partes com Astoria. Para usar suas palavras, também sempre quis saber que borogodó é esse que Ron tem, – se ele fosse com as outras um terço do que estava sendo comigo, eu entendia parcialmente – mas era isso. Eu não tinha nada mais para contar, nenhuma sessão de sexo enlouquecer ou orgasmos múltiplos – além dos que andavam acontecendo nos meus sonhos. 

Bom, pelo menos nosso não namoro terminaria em alguns dias. Eu poderia postergar essa conversa para mais tarde, empurrar até o ponto do término. Assim eu não precisaria dizer nada, estaria bem triste com o fim para querer falar sobre o que – não – tivemos intimamente. 

 


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