Finja Até Ser Verdade escrita por Samyy


Capítulo 12
Quebra-Cabeça


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, obrigada quem segue aqui firme e forte! Toda vez que venho postar aqui fico repensando se realmente devo postar, porque infelizmente não tenho o mesmo engajamento que nas outras plataformas. Mas tenho um carinho muito grande pelo Nyah já que foi por onde comecei. É isso. Espero que gostem!



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Esse quebra-cabeça tá muito confuso e quem começou vai ter que terminar ele. 

Fico uns bons 5 minutos encarando o nada. O que diabos acabou de acontecer? 

Com a ponta dos dedos toco meus lábios, – extremamente trêmulos e sensíveis – onde Ron acabou de me beijar e, para falar a verdade, não tenho certeza de que isso sequer realmente aconteceu. 

Agora que a adrenalina do momento passou, meu corpo reage. Fico nauseada e sinto uma pontada na barriga, a mesma que senti de nervosismo no último final de semana. Dessa vez incomoda mais que antes. Levo a mão até a lateral direita do corpo. 

— Tá tudo bem, Hermione? – Ginny e Draco vem ao meu socorro. 

— Acho que eu nunca vi Ron tão irritado assim. – Ginny comenta. — Pensei que ele fosse matar Duda. 

— Uhum, estou bem. Só um pouco assustada. – me encolho. 

— Eu não acredito que aquele babaca do Duda tentou se aproveitar de você! – Draco se exalta. — Ainda bem que ele teve o bom senso de ir embora. 

Dou de ombros. 

— Acho que vou voltar pra casa. – tudo o que aconteceu e a pontada na barriga tiram minha vontade de ficar ali. 

— Draco vai contigo. – Ginny o cutuca. 

— Sério, não precisa. Fiquem e curtam o que restou da festa. 

No caminho de volta decido: odeio Ron. 

O odeio por ser carinhoso comigo.

O odeio por me evitar o dia inteiro.

O odeio por prestar atenção em mim. 

O odeio por me defender de Duda.

O odeio por se preocupar.

O odeio por me beijar

O odeio por me beijar e ir embora

Odeio sua cara e não quero vê-lo nem pintado na minha frente. 

Mas assim que chego na casa o vejo na varanda, cheio de travesseiros e cobertores: 

— O que você está fazendo? – me contradigo e vou direto em sua direção. Não seria a primeira vez. 

Astoria tem razão, ele realmente está com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança. 

— Fazendo minha cama, não é óbvio? – ele joga os travesseiros em um dos sofás que ficam ali. 

— Sabia que hoje você está sendo um perfeito de um babaca comigo? – explodo. — O que eu te fiz? 

Ron para de arrumar o sofá e me encara, como quem quer dizer algo, mas nada sai de sua boca. Seus olhos se voltam para o cobertor em suas mãos. 

— Por que você faz isso? – me aproximo irritada. — Não é a primeira vez: você para, me olha e parece que vai dizer algo, mas sei lá… não tem coragem?

ARGH Ronald, diz alguma coisa!!!! 

Ok, beleza. Eu que não vou ficar aqui parada esperando a boa vontade do desquerido

Vou para o quarto. Por todo o estresse tomo um comprimido para dor e entro no chuveiro quente para tirar a areia do corpo. Visto minha camisola e me enfio sob o cobertor. 

É a primeira vez que brigamos pra valer e eu odeio confrontos. Meu coração bate contra o peito como se eu tivesse corrido uma maratona. Tento relaxar e dormir, mas a dor e raiva que sinto me fazem querer chorar. Algumas lágrimas escapam de meus olhos e me controlo para não abrir o berreiro. 

Que droga, Ronald! 

Odeio o quanto você tem mexido comigo!  

Ouço a porta abrir e logo finjo que estou dormindo. Seria humilhação demais deixá-lo ver meu choro. Ouço Ron se movimentar pelo quarto, entrar e sair do banheiro. 

Quando ele deita na cama sinto o cheiro de seu sabonete. 

Odeio o seu cheiro. 

Pelo menos o incômodo no abdômen diminuiu drasticamente. 

Ele suspira e sussurra: 

— Mione… Eu sei que fui um imbecil hoje, me desculpa. – silêncio. Como ele sabe que estou acordada? — Eu te ignorei o dia todo porque me senti sujo, errado, com pensamentos nem um pouco dignos em relação a você. – outro suspiro. — Não sou tão diferente de Duda ou daquele stalker, afinal. 

Como ele poderia dizer algo assim? Ele não tem nada de Duda, muito menos do tal stalker, nada. Como ele pode pensar isso?

— Que… tipo de pensamentos? – obviamente a curiosidade fala mais alto. Me viro, deitando de barriga para cima. 

Ron leva tanto tempo para responder que chego a cogitar que não o fará. 

— De como eu queria te beijar de novo. Como eu queria que você fosse minha de verdade, assim eu poderia te tocar como venho desejando há algum tempo. 

Se isso é possível, meu coração fica mais acelerado e eu acho que ele vai sair pela boca. 

Olho para o lado, Ron está deitado de costas para mim. Me arrasto até ele e toco suas costas levemente, chamando sua atenção. Ron se vira e me encara. Sempre achei que fosse seu sorriso, mas estou tendo dificuldades de sustentar seu olhar penetrante. Nunca vi olhos tão azuis assim e me pergunto se é algo de família, mas os de sua irmã são castanhos, um tanto puxados para o verde. 

Nos próximos segundos sou tomada de uma coragem que não ouso questionar. Não penso, apenas o beijo. E apesar de não ser a maior expert em beijos, dou tudo de mim para que este seja o melhor beijo de minha vida. 

Ron me puxa pela cintura e se inclina sobre mim. Não consigo conter o suspiro de contentamento que sentir seu corpo colado ao meu me provoca. Aparentemente ele também está dando tudo de si para que esse seja O BEIJO. 

O agarro com minhas pernas porque, de repente, não parece o suficiente. Sua mão sobe pela lateral do meu corpo, sobre o tecido da camisola, até encontrar a lateral de meu seio esquerdo. Arqueio o quadril, indo de encontro ao contorno que ele esconde sob a calça moletom, provocando um arrepio inevitável em minha espinha. 

Ron rompe o beijo deslizando os lábios pelo meu queixo, traçando um caminho até meu pescoço. Minhas unhas, procurando um lugar para se apoiar, arranham levemente seu braço e nuca. 

Meu Deus, o que estamos fazendo? Isso é tão sensual e… gostoso, sendo que ainda estamos completamente vestidos. E eu nunca fiz isso, misericórdia, e se eu estiver fazendo tudo errado? E se eu não for boa o bastante?

— Não precisa ficar tensa. – ele sussurra em meu ouvido e é como se ele lesse meus pensamentos. — Eu jamais faria nada que te desagrade. É só falar que eu paro. – Ron faz menção de se levantar e eu intensifico o aperto das minhas pernas em sua cintura. 

Nossos rostos estão a, no máximo, uns 7 centímetros de distância. Seus olhos sempre azuis possuem um brilho que eu também nunca tinha visto antes. 

— Não é você, sou eu. – deve ser a coisa mais clichê que eu já disse em minha vida, mas nada se compara a vergonha do que eu vou revelar a ele. 

Que fique bem claro, a vergonha não é por ser virgem e sim pela situação em que nos encontramos neste exato momento. Sempre achei que, com um futuro namorado, essa conversa aconteceria antes de estarmos em vias de fato. 

— Eu… nunca fiz isso antes. – acaricio sua bochecha com a ponta de meus dedos. 

— Isso o que, exatamente? – ele me olha confuso.

Desvio os olhos porque não consigo mais encará-lo. 

— Eu nunca fiquei de amasso assim com ninguém. – segue-se um momento de silêncio enquanto Ron digere o que eu disse. O único som que escuto são as batidas de meu coração esmurrando meu peito e estou quase certa de que escuto o dele também. 

— Você é v… – não o deixo terminar. 

Sim, sou virgem. Como adivinhou?

— Sou virgem. 

— Ok… – ele tenta se desvencilhar de mim e dessa vez o deixo ir. — Acho que não posso fazer isso, Mione. Seria extremamente inapropriado. 

— Inapropriado? – repito sem entender enquanto me sento sobre meus joelhos. — Por quê? – ele passa as mãos pelo cabelo, nervoso como mais cedo e não me responde. — Olha, eu não preciso de jantar, luz de velas e um dia especial para que perder minha virgindade seja um momento perfeito de conto de fadas. Nem sou nenhuma menininha indefesa. Só preciso de alguém em quem eu confie e eu confio em você. 

Amanhã vou tirar um tempo para entender como chegamos até aqui e suas possíveis consequências. Agora só consigo pensar na queimação entre minhas pernas. 

— Eu só acho que você merece algo especial, alguém melhor do que eu. Sinto que estou me aproveitando… – Ron toca meu queixo. É mais provável que eu esteja me aproveitando da situação do que ele. — Entendo que não precisa ser especial, mas também não pode ser de qualquer jeito. 

— Acho que podemos unir o útil ao agradável. – seria possível tudo isso ser fruto do álcool que ingeri mais cedo? — Eu estou muito, muito excitada. E parece que você também está. – coloco a mão sobre sua coxa.

Pequenos passos, Hermione. Pequenos passos. 

— Só vejo vantagens. 

Eu o beijo novamente, quebrando o espaço entre nós dois. Sento em seu colo tentando ser audaciosa, desço os lábios por seu queixo e pescoço, como ele fez minutos atrás em mim. Interpreto seu aperto em minha coxa e a respiração arfante como um gostei. Faço questão de tirar a camiseta que ele usa de pijama, revelando o corpo moldado pelo vôlei: santo vôlei. 

Minhas mãos estão trêmulas, mas toco cada pedaço de pele nova. 

Seus lábios atacam meu pescoço me desconcertando. Qual é o meu nome? No que eu estava pensando mesmo? Sua voz grave em meu ouvido arrepia até os pelos que não tenho:

— Você já se tocou alguma vez, Mione? – ah, se você soubesse, Ron… Demoro alguns segundos pensando no que devo falar. 

— Uma vez ou outra. – respondo envergonhada e feliz por ele não estar vendo meu rosto. 

Ele desliza as alças de minha camisola, me deixando nua da cintura para cima. Nunca me senti tão exposta na vida. As mãos de Ron são quentes e incrivelmente delicadas. Ele me segura pelas costas e nos deita na cama, ficando por cima de mim e se encaixando perfeitamente entre as minhas pernas.

Sua boca traça um caminho desde meu pescoço até o umbigo, explorando cada centímetro de pele. Nesse ponto eu já não sei mais o que é Hermione e o que é gelatina de Hermione. Quando acabar me coloquem no freezer para que a gelatina se recomponha, por favor. 

Suas mãos agora brincam em minhas coxas e quando o encaro Ron parece me pedir permissão. Balanço a cabeça rapidamente, dando meu consentimento para seja lá o que ele queira fazer. E, por favor, faça Ron…

Seus dedos sobem por meus quadris e só então me dou conta:

— Perdeu a calcinha, Mione? 

— Gosto de dormir sem. – minha voz sai em um fio, nem tenho certeza de que me ouviu. Pior que eu realmente gosto de dormir sem calcinha, é um ato completamente involuntário a mim. 

Mas isso não importa, nada importa quando sinto seus dedos na parte mais sensível de meu corpo. Não é nada igual a qualquer coisa que eu já tenha feito na vida. 

Não muito tempo depois, sua boca se junta ao trabalho. Eu me torno uma confusão de gemidos e palavras desconexas. Procuro apoio nos lençóis da cama e em seus cabelos. 

Sinto uma pressão se iniciar dentro de mim. Ela me força a fechar os olhos, deixa minha pele em chamas, arrepiada, e me faz perder o controle de meus sentidos. 

— Olhe para mim, Mione – me esforço para fazer como ele me pede. — Quero ver seus olhos quando você gozar. 

Infelizmente não consigo mantê-los abertos por muito mais tempo. O clímax rouba meu autocontrole, sou totalmente dominada por uma onda de emoções. 

Ron deita ao meu lado, ofegante, acompanhando minha respiração descompassada. Leva alguns muitos minutos, mas acho que sou Hermione novamente. 

Me viro na cama procurando por Ron e sou recebida por seu olhar já em mim. Seu cabelo está todo desgrenhado, o rosto corado e um sorriso, que eu diria sapeca, em seus lábios. Provavelmente não estou melhor que ele, embora eu queira eternizar para sempre essa imagem em minha mente. 

A pele de seu peito queima mais do que antes sob meus dedos, não pensei que fosse tão delicado ao toque. Sem cortar o contato visual, deslizo a mão em direção ao meu objetivo e o sinto tremer. 

— Não, eu estava falando sério. – gentilmente ele afasta minha mão do relevo em sua calça. — Se você quer transar pela primeira vez, eu faço esse sacrifício. Não vai ser nada de especial como você disse, mas também não vai ser de qualquer jeito. 

— Você não quer que eu… te toque? – fico um pouco frustrada, não vou negar. — Ouvi dizer que ereções podem ser bem doloridas. 

— Tá tudo bem, Mione. Só descanse agora, amanhã conversamos. 

Ele beija minha testa, coloca minha camisola no lugar e me encaixa em seus braços. 

Não demoro a ser envolvida pelo mundo dos sonhos, extremamente relaxada.


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