Finja Até Ser Verdade escrita por Samyy


Capítulo 11
Fraca como papel


Notas iniciais do capítulo

Vocês não sabem o prazer que é estar de volta, mesmo que rapidamente. Não me xinguem muito



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Decido ignorar a estranheza e mau humor de Ron, para o meu próprio bem. Eu não tenho culpa de seus pensamentos distorcidos ou sei lá o que, também não vou deixar de me divertir por isso. 

Apesar de não ir nem um pouco com a cara de Duda, sou a primeira a aceitar seu convite para uma festa na praia. A festa não é dele, mas, aparentemente, ele conhece as pessoas que a organizaram. 

Só espero não me arrepender, eu realmente não gosto da forma como Duda me olha. 

Me arrumo no quarto com as meninas: um vestido de alças azul e o cabelo preso em um coque. 

Não esperamos pelos meninos e vamos. Eu resolvo tacar o foda-se e aproveitar o momento. Estamos entre amigos, danço ao som de músicas latinas, converso com as outras pessoas que não conheço e, na altura em que os meninos chegam, já bebi duas latinhas de cerveja, o que não me deixa bêbada, mas é o suficiente para me deixar alegrinha

Em vários momentos sinto o olhar de Ron sobre mim, finjo que ele sequer está aqui. 

— Tá tudo bem entre você e Ron? – Astoria dança na minha frente. — Ele tá com uma carinha de cachorro que caiu do caminhão de mudança. 

Digo a única coisa plausível que o momento permite:

— Não sei, ele tá assim desde cedo na praia e, sinceramente, eu tô nem aí! – dou de ombros. 

Arrisco mais alguns passos de dança, descubro que não sei rebolar. Ginny tenta me ensinar, mas é inútil. 

Quando toca Bruno Mars, canto a plenos pulmões, expondo todos à minha voz desafinada e nada melodiosa. 

Noite a dentro, Duda aproveita a ausência temporária de minhas amigas para se aproximar:

— Se divertindo, Granger? – ele tem um sorriso cínico no rosto. 

— Agora, nesse exato momento, não. – paro de dançar. Sou direta e espero que Duda tenha entendido o recado. 

— Acho uma pena nunca termos tido a oportunidade de ser amigos. – ele ignora minha fala. 

Amado? 

— Não acho que seus pais gostariam de nos ver conversando. – nem eles, nem eu estou gostando. 

— É, acho que não... Mas se eles soubessem o quão gostosa você está, não se importariam. 

Olha só a audácia desse filho da puta! Sou pega de surpresa, então não faço nada imediatamente. Duda entende meu atordoamento como sinal verde e tenta tirar uma casquinha ao me puxar para seus braços. 

— O que você tá fazendo? – Duda avança e tenta me beijar. — Me solta, Dursley! 

Por mais que eu tente me desvencilhar, ele é mais forte do que eu e me mantém no lugar. 

— Qual é, não se faz de difícil. 

— Me solta! 

Não vejo de onde chega o furacão. Em um momento Duda me agarra com força, machucando meu braço e no outro está no chão, com o nariz sangrando. 

— Você é surdo, porra? – Ron é contido por Draco. — Quando uma garota te pede para soltar, você solta! 

Duda passa os dedos no nariz constatando o machucado e vai embora fugido sem dizer mais nenhuma palavra. Melhor assim. Draco finalmente solta Ron que me puxa para outro canto, longe das pessoas. 

— Ele te machucou? – ele examina meu braço, ainda fora de si. 

Estou tremendo e sinto vontade de chorar por ter deixado aquele babaca falar comigo por tanto tempo. Respiro fundo antes de responder. 

— Tá tudo bem, sim. – levo as mãos até seu rosto, tentando acalmá-lo. Ele fez a barba, como sugeri pela manhã. 

— Eu deveria ter ficado ao seu lado, assim aquele almofadinha jamais teria se atrevido a te tocar!

Ron me olha com tanto carinho, com tanto sentimento, que me deixa confusa. Deslizo a mão até sua bochecha.

— Desculpa. – ele segura uma de minha mão e sussurra contra minha palma.

— Tá tudo bem, não é sua culpa. – E não é minha também, mas não paro de me culpar por deixá-lo chegar tão perto. 

Ron tira minha mão de seu rosto e faz a última coisa que eu espero: ele me beija. 

Me beija como no jogo de vôlei – que é o nosso único beijo compartilhado – e eu acho que vou para o céu. Minhas pernas ficam fracas como papéis. 

O beijo de Ron é tão gostoso e sensual, me acende completamente e me faz querer cometer loucuras. 

Agarro seus ombros tentando me segurar, buscando apoio. Não consigo me mexer muito, pois ele me segura fortemente pela cintura. Não há espaço entre nós e eu sinto todos os seus contornos contra meu corpo, inclusive um bem peculiar que me faz suspirar por antecipação. 

E então, como se levasse um choque, Ron me solta, percebendo o que estava fazendo: 

— Droga, desculpa, eu não... Desculpa. – ele corre as mãos pelos cabelos. 

E vai embora, mais uma vez, me deixando para trás.


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Notas finais do capítulo

Eita que os próximos capítulos prometem!



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