Daeron não se cansava de ninar seu filho.

Ele balançava Aegon delicadamente até seus olhinhos fecharem e sua boca fazer um "O" quando ele dormia.

Como um bebê pode ser tão adorável?

—Mimando o Aegon de novo? -perguntou Elia, baixinho, sorrindo para o bebê que acabara de dormir.

—Eu não me canso de olhar para ele. É simplesmente a coisa mais linda que eu já vi na vida.

Elia também se derretia pelo filho.

Depois que ela deu a luz a um menino com características valirianas o rei passou a ser menos antagônico e implicante.

Ainda fazia comentários agressivos sobre a origem dornesa de Elia, mas não com a frequência e os níveis de ofensa de antes.

Enquanto isso, Cersei virou o novo alvo dele, com ele a criticando constante por ter dado a luz a uma menina inútil que nem tinha cabelos prateados.

—Seu pai esqueceu que o avô dele era filho e neto de mulheres dornesas? -ela perguntou Daeron uma vez.

Ele fez uma expressão de sofrimento.

—Eu não sei o que se passa pela cabeça louca do meu pai. Elia eu... Eu estou com medo. De verdade. Meu pai está piorando muito. Não sei o que fazer.

Elia guardou para o fundo de si a frustração.

Ela nunca iria esquecer Harrenhal e a oportunidade e dinheiro perdidos.

Ainda amaldiçoava Rhaegar por sua estupidez e imprudência.

Uma chance de ouro jogada fora por que Rhaegar decidiu que tinha vento ao invés de cérebro na cabeça.

—Amor, acho que o seu pai...

Eles ouviram um grito de fúria e algo se quebrando.

Daeron respirou fundo.

—Fica aqui, amor. Eu vou ver o que é.

Aegon acordou e começou a chorar.

Elia ficou irritada e de mau humor, tentando ninar o filho, tendo a soneca da tarde de Aegon interrompida de forma tão brusca.

Daeron foi até a sala do trono, de onde vinham os gritos, se preparando para acalmar Aerys antes que ele ficasse muito fora de controle. 

—O que está acontecendo?

—O seu pai recebeu uma notícia não muito boa, meu príncipe. -diz Varys, com sua habitual voz subserviente e falsa.

—Que notícia deixou ele tão bravo?

—A princesa Cersei. Ela não conseguiu segurar a gravidez.

—Cersei perdeu meu sobrinho? -fala Daeron, com a voz dolorida.

—Infelizmente sim. O aborto a deixou um pouco fraca de saúde. Seria bom ela não engravidar tão rápido. É por isso que seu pai está em tal estado de fúria.

Daeron foi correndo até a sala de trono e segurou Aerys, que estava batendo no criado que trouxe a carta.

Daeron o segurou pelos braços.

—Pai, pare. Se acalme.

—Não me diga pra me acalmar, garoto!

—Ela pode ter outros. Você vai ter outros netos pai. Pare. Por favor.

Aos poucos, Daeron foi falando com suavidade e Aerys foi se acalmando.

Daeron até conseguiu o milagre de fazer seu pai beber uma poção que o faria dormir para controlar os seus nervos.

Daeron estava ficando em pânico com a loucura do pai.

Chegaria uma hora que ele iria longe demais e Daeron temia não estar ali para controlar a situação.

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—Uma viagem a Essos? -Perguntou um dos conselheiros, com dúvida.

—Não é má ideia.

—Mas quem mandaríamos?

—O príncipe Daeron, óbvio. Ele está se mostrando um grande negociador.  Tenho certeza que ele vai trazer grandes alianças e benefícios a Casa Targaryen.

—Talvez até traga de volta a aliança com os Rogare de Lys, que não querem nada com Westeros desde o desastre da união de Viserys com Larra Rogare.

—Está decidido. Daeron vai para Essos para conseguir alianças.

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—Eu vou morrer de saudades, meu amor.

—Eu também.

—Quando eu voltar Aegon estará enorme.

Elia o beijou.

—Então me ame essa noite, antes que você já embora amanhã.

No dia seguinte, depois de passar uma bela noite com sua esposa, Daeron mandou uma carta para Rhaegar, que estava em Pedra Do Dragão.

"Irmão, fique de olhos abertos com o pai. Cuide de nossa família e não os deixe a mercê dele. Estou preocupado com papai. Ele está piorando. Fica atento a ele por favor.'

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—Meu rei. O príncipe Daeron conseguiu uma aliança com os nobres de Lys, mas aconteceu uma tragédia.

—O que houve com meu filho?

—Um furacão, meu rei. Pegou o navio em cheio. Ele desapareceu e não foi visto desde então. Eu sinto muito.

—NÃO! NÃO! O DAERON NÃO! MEU FILHO NÃO! EU NUNCA DEVIA TER ACEITADO ESSA MALDITA VIAGEM PARA ESSOS! MEU MENINO NÃO!

Elia tentou esconder as lágrimas, mas não conseguiu contê-las.

Isso não podia estar acontecendo