Uma das primeiras coisas que Elia aprendeu era o quanto o ódio a tudo o que vinha de Dorne era alto na capital.

Arthur Dayne rapidamente virou o amigo mais próximo de Rhaegar Targaryen, o príncipe herdeiro, mas tio Lewyn? Ela? Suas damas de companhia e soldados?

Uma amostra do preconceito vinha da princesa Cersei, sempre deixando claro o quanto ela era superior pelo seu sangue Lannister e o quanto Elia devia estar feliz por ao menos ter conseguido o segundo príncipe Targaryen.

Quando Cersei declarou a primeira gravidez ficou ainda pior, mais presunçosa e arrogante do que nunca.

Elia simplesmente a ignorava, e usava com ela o mesmo tom de voz que usava com crianças.

Isso deixava Cersei ainda mais furiosa, sacudindo suas penas como um pavão sempre que Elia estava por perto.

Rhaella era um ponto de luz na sua vida na cidade fedorenta.

A rainha era doce e amável, sempre com uma expressão triste e resignada, como se já tivesse desistido da felicidade a muitos anos atrás.

Elia sentia tristeza pela situação da pobre mulher. 

Ela queria ajudar de alguma forma, mas o que fazer quando o maior algoz de uma mulher é seu marido e seu rei?

Para isso ela teria que derrubar o rei...

Algo que deixava Elia muito tentada.

O reino estavs fraco.

A família Targaryen estava fraca.

Se Aerys continuar como está...

Desde a perda dos dragões era questão de tempo para os Targaryen serem derrubados.

Reis precisavam dar estabilidade aos seus súditos. Anos e anos de desgoverno sempre tem uma resposta dos vassalos.

Daeron tinha razão quando disse que eles precisavam de aliados.

Os Tyrell seriam uma ótima opção de casamento no futuro, Elia tinha isso em mente, mesmo que a richa com Dorne ainda estivesse correndo por aí de vez em quando.

O problema era o poderoso bloco se formando nas regiões mais ao norte.

Daeron e ela se entendiam muito bem e Elia apreciava sua personalidade.

Ele a tratava com gentileza, mas não a achava uma boneca de porcelana só por que tinha a saúde um pouco mais frágil que o normal.

Ele era inteligente e levava em conta a opinião dela, mostrando que a respeitava como uma igual intelectual.

Era refrescante considerando como os homens costumavam a tratar como uma criatura débil.

Preocupada com o quanto a sua saúde poderia afetar uma gravidez, Elia procurou curandeiros de Dorne que garantiram que ela poderia engravidar.

Sua gravidez precisaria de mais cuidados, mas se ela se cuidasse, não ficasse estressada, comesse alimentos saudáveis e descansasse bastante ela não teria tantas dificuldades fortes para levar uma gravidez até o fim, e era só esperar um pouco até engravidar novamente, seria perigoso engravidar muito perto de um parto anterior.

Então ela estava mais tranquila quanto a isso.

Com Cersei grávida do herdeiro do trono a pressão sobre ela e Daeron seria menor.

A única coisa que faltava era Elia convencer Daeron a agir para impedir que sua casa afundasse de vez.

Depois de passar uma noite fazendo amor com o marido, Elia resolveu seguir seu plano adiante.

—Sabe, amor, eu estou preocupada com algumas uniões entre casas nobres.

—Você quer dizer... Os noivados entre Grandes Casas das regiões mais ao norte.

Elia concordou.

—Nunca houve tantas uniões entre Grandes Casas. O que Jon Arryn está planejando?

Daeron compartilhava essa preocupação. 

—Uma Tully prometida a um Stark. Uma Stark a um Baratheon. Baratheon e Stark vendo um Arryn como uma figura paterna. E não vamos nos esquecer que tentaram oferecer Lysa Tully com Jaime Lannister. Lysa Tully, Elbert Arryn e Eddard Stark não tem nenhum noivado ainda... E cada uma dessas casas tem um motivo para ser contra os Targaryen.

—Jon Arryn lutou na guerra contra os Blackfyre junto com Rickard Stark e Hoster Tully. Meu avô quebrou o noivado com Celia Tully. Steffon Baratheon morreu procurando uma noiva valiriana para Rhaegar.

—Quatro regiões juntas... E todas as quatro com um viés anti-Targaryen.

—O que você está pensando?

Elia resolveu arriscar.

—Acho que eles estão se juntando como uma maneira de limitar o poder de Aerys. Tocar em um deles é tocar nos quatro.

Daeron tinha o mesmo raciocínio para esse problema.

—Precisamos atrair todos eles para o nosso redil.

—Como?

Elia já havia juntado algumas moedas de ouro para isso.

—Precisamos primeiro construir uma amizade com essas casas. Primeiro temos que atrair a eles para algum lugar. Então você e Rhaegar começam a fazer casualmente amizade com eles.

—Que ideia você tem em mente?

Elia já tinha pensado no assunto.

—Um torneio. Qual é a melhor desculpa que um torneio?

—Um torneio é uma boa ideia. Uma forma de angariar amizades de forma sutil. 

—Exato. Se houver um torneio para o qual todos eles forem podemos nos encontrar em um bom terreno para formentar uma amizade.

—Mas onde seria esse torneio?

—Teria que ser nas Terras Fluviais. Seria o deslocamento mais fácil. Harrenhal seria o ideal. Sir Oswell Whent é irmão do Lord atual e tio dos filhos de Hoster Tully, por meio de quem podemos chegar a todas as conexões. 

—E de onde vai sair o dinheiro.

—Um pouco de mim e Doran, um pouco de Tywin Lannister. Tomei a liberdade de mandar uma carta para ele e ele aceitou.

"Ninguém quer mais mandar um foda-se para Aerys que Tywin e com Rhaegar rei sua filha seria a rainha." 

—Então é só mandar Sir Oswell para convencer o irmão. Deve ser fácil.

Elia ficou feliz.

Daria tudo certo, o torneio de Harrenhal entraria para a história e a Casa Targaryen vai adquirir mais aliados usando o carisma dos dois príncipes de prata.

O que pode dar errado?