Terraria: out of plans escrita por Allen Isolet


Capítulo 3
Capítulo 3: fechando um acordo


Notas iniciais do capítulo

Não mencionei ainda, mas estarei usando bastante licença poética em minha fanfic, dando uma história que faça sentido para cada evento.

Bom, é isso, tenha uma boa leitura! =D



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O início da manhã foi apenas para Zoey aprender a usar a área de serviço da hospedaria, tudo ensinado pela paciente Nadine. 

— E é assim que se usa o tanquinho, poderá lavar suas roupas sempre que quiser. — Nadine explica. — Colocar para secar também, não demora muito. 

— Entendi, valeu pela ajuda! 

— Qualquer coisa é só chamar, fico sempre de bobeira por aqui. 

A menina sobe de volta para a sala de espera, deixando Zoey se virar sozinha com o resto. 

"Agora… o que faço enquanto a máquina trabalha?", ela pensa, pegando de seu bolso o caderno com os nomes anotados. Augusto fez questão de colocar em ordem decrescente de acordo com o rank de cada um, começando pelo o próprio, por mero capricho. 

A lista não é muito grande, e mesmo assim pode levar um certo tempo até que a elfa conheça todos. 

Ao lado de cada nome ela tem anotado alguma característica marcante da pessoa para que se lembre de quem se trata mais facilmente, ficando desse jeito: 

(✓) Augusto - Diamante / o líder 

(✓) Otto - Diamante / Impzinho 

(  ) Finnigan - Diamante 

(  ) Irly - Diamante 

(  ) Rocco - Rubi 

(  ) Nash - Rubi 

(  ) Jem - Esmeralda 

(  ) Cliff - Esmeralda 

(  ) Dominique - Safira 

(  ) Calla - Safira 

(✓) Erik - Topázio 

Não demora até que um chamado de Nadine tire Zoey de seu devaneio, que muito distraída, leva alguns segundos para retomar a consciência. Acordada para vida, a jovem devolve o caderno para o seu bolso e sobe sem muita pressa, o chamado não soou urgente.

— Oi? Algum problema? — Pergunta Zoey, assim que reencontra a menina. 

A menor está na porta fazendo sinal com a mão para que a elfa chegue perto.

— Não exatamente, só queria que visse isso aqui. — Ela aponta para a rua que está infestada de geleias. — Imagino que vão te chamar para ajudar na “limpeza”. 

A visão é de uma estranha chuva de geleias, onde elas pulam entre as ruas, prédios e casas como se fosse seu habitat natural desde sempre, e continuam seu caminho em linha reta sabe-se lá para onde.

— Uau, são muitas, o que está acontecendo?

— Às vezes essas geleias migram de um canto para o outro, assim, do nada mesmo.

— Ei, Zoey. — Grita Erik, ao avistá-la. — Então é aí que você se esconde? 

Ele se aproxima do prédio desviando dos seres gelatinosos, que vão ignorá-lo enquanto elas não forem machucadas.

— Oi. — Ela acena. — Me… escondo? Não estou me escondendo, eu acho… 

— É só modo de falar, quer dizer apenas que eu descobri onde você está morando. 

Nadine assim que tem sua presença notada pelo homem, acena para cumprimentá-lo. 

— Ah, olá, menina. — Ele acena de volta. 

— Oi, oi. — Surge um jovem rapaz, que não disfarça o espanto ao ver Zoey de perto. — Oh, então essa é a famigerada elfa? Prazer, me chamo Dominique. 

O jovem estende sua mão para ela. Ele é só um pouco menor que Erik, pele bastante clara, cabelos pretos em chanel e olhos também escuros. Veste-se semelhante ao amigo, calça e camisa de algodão, preta e branca respectivamente, a camisa tendo uma amarração de fios na parte do peito, e mangas largas até chegar nos cotovelos, onde é mais justo. Botas bem escuras e um cinto de couro onde guarda uma espada.

— Eh? Bom, prazer. — Ela o cumprimenta normalmente. — Ah, espera! — A loira retira o seu pequeno caderno do bolso do colete e abre na página de sua lista, colocando um sinal de checado ao lado do nome de Dominique. — Prontinho! 

— O que foi isso? 

— Ah, é que eu... — fica tímida por conta de seu comportamento, não sabe se fazendo isso foi muito estranho — peguei os nomes de todos os membros para eu tentar ir conhecendo vocês aos poucos, sabe? 

— Oh, interessante. Bom, menos um para sua lista, né? — Sorri. — Ah, isso me lembra que o senhor Augusto quer falar com você. 

— Nos pediu esse favor quando nos viu saindo. — Comenta Erik. — Você mal chega e já está bastante requisitada. 

— Que nada. — Zoey responde sem graça. — Será que o irmão dele deu algum sinal de vida e o Sr. Augusto quer compartilhar isso? 

Erik revira os olhos assim que Otto é citado. 

— Ah, sim, o demônio… muito trabalho para alguém que não quer estar presente. 

— Uau, um demônio, Zoey? — Pergunta Nadine, que até então apenas ouvia quietinha. — Como ele é? 

— Tem a sua altura e é todo roxinho, com chifres e cabelos brancos... — ela cruza os braços pensativa. — Olha, não lembro detalhes, estava escuro e a visita foi rápida. 

— Gostaria de conhecê-lo também, fadas são raras por essas bandas. 

— Ele é um tipo de fada então? 

— Sim, fada do submundo. — Resmunga Erik. — Enfim, irei dar fim em algumas geleias inconvenientes. Falou. 

Dominique se despede também.

— Ok, acho que agora é minha deixa para ir ver o que o Sr. Augusto quer. Até mais, Nadie. 

Ela caminha para o centro com o máximo de cuidado, não quer pisar acidentalmente numa geleia e acabar atacada por todas as outras próximas.

* * *

A garota mal pisa na calçada da guilda e logo está sentada no chão, alguém esbarra nela com violência.

— Ai, desculpa… — Diz uma garota também loira, massageando sua testa também sentada no chão. — Hã? Uma novata? 

— Ai, sim, sou Zoey. — Já de pé, estende sua mão para a outra. 

— Jem. Olha , desculpa não ficar para conversar, estou com um pouco de pressa. 

— Não, não, tudo bem! Eu também tenho algo para fazer. 

— Ótimo então, até depois. Vamos, Cliff! — Jem sai correndo para rua, arrastando um rapaz com ela. 

Pouco depois os dois somem dentro da cidade, deixando Zoey sozinha no salão com o último membro presente desse dia. Uma mulher jovem usando um grande e fofo laço vermelho no cabelo, contrastando com o seu semblante nada convidativo ao olhar para a novata.

— Você é a tal elfa que ouço tanto falar? Deve ser. — Começa a estranha. — Fique esperta, querida, pois as coisas não são tão fáceis por aqui. 

Logo ela também sai, mas ao contrário dos dois últimos ansiosos, vai andando com bastante calma enquanto retira sua arma do coldre.

“Não imaginava que geleias podiam causar todo esse rebuliço.” cogita a elfa novamente distraída, até se tocar do porquê de estar ali. "Ai, droga, só espero não ser nada urgente!", ela vai direto para a sala do líder no segundo andar, mas antes que pudesse bater à porta, ela se abre primeiro

— Oh, Oi? Você veio mesmo! — Exclama a garota. 

— Se tivesse apostado, teria ganho. 

É o Imp, ou diabrete, Otto, que mal olha para ela e já lhe dá as costas, sumindo num teleporte para não ter que estender aquela conversa mais que o necessário. Ele continua usando um robe longo típico de mago, mas dessa vez um inteiramente preto com detalhes em roxo.

— Ué? 

— Ah, oi, Zoey. — Diz Augusto. — Já deve ter visto que meu irmão voltou, mal-humorado, mas pelo menos está de volta. Obrigado pela ajuda! 

— De nada, não se preocupe com isso, mas... por que ele está mal-humorado? Achei que fosse ficar feliz em fazer as pazes.

— É algo nosso, longa história… e no momento, como não posso mais zanzar como sua dupla por aí, pedi para que encontrasse alguém que me substituísse e ele se irritou, porque não confia que possa encontrar alguém que consiga acompanhá-lo tão bem quanto eu fazia.

— Entendi... ele é muito rápido ou algo assim? Não ficou claro... 

— Hm... não exatamente, seria no sentido de ter o mesmo ritmo que ele, mesma energia, sabe? 

— Acho que sim. Mas então… será que posso tentar? Tenho bastante energia e disposição, e se é isso que ele procura, então é o que terá!

Ela levanta suas mãos em punho para perto do rosto.

— Admiro seu entusiasmo. — Ele ri, para depois puxar a ponta de seu bigode enquanto pondera observando-a, fica um tempo em silêncio até voltar a falar. — Vai lá falar com ele, sugira algum trato ou acordo, até mesmo um desafio se ele for muito relutante. 

— Ele curte jogos? Ok. 

Sem tardar ela sobe através da escada em espiral no meio do andar, chegando no terceiro que é dedicado inteiramente apenas para dois quartos distantes um do outro por um corredor pouco iluminado. E mesmo sem informação alguma de qual dos dois seria o quarto do Otto, não é muito difícil deduzir que seria o de porta negra, combinando com a sua casa nas cavernas.

Agora conseguindo bater sua primeira porta no dia, Zoey é atendida pouco tempo depois. 

— Ah, é você... o que quer? 

Otto mal a olha novamente e já volta para o interior do quarto, deixando a porta aberta para que ela entre. É um quarto bastante escuro por ser inteiramente feito de tijolos e móveis de obsidiana, fazendo Zoey pensar que possa ter algum motivo por trás disso, além de apenas gosto pessoal.

E aparentemente ele estava tendo algum momento de nostalgia, talvez, mexendo numa caixa contendo fotografias entre outros objetos, largada sobre sua cama. Essa que se localiza no canto direito encostada na parede junto de uma grande janela parcialmente aberta, adornada por cortinas vermelhas.

— Uau, que quarto único... 

Ela entra até o meio apenas, procurando não olhar muito pelo local para não soar invasiva, deixando para observar o menor que ainda espera por uma resposta, fazendo um sinal com a mão para que fale.

— Bom... — ela mordisca o lábio inferior —  eu vim me oferecer para ser sua nova dupla! 

— Gus te pediu isso? — Sentando sobre a cama, a encara desgostoso. — Ele está muito exigente com essa ideia. 

— Não, não! Eu que quis tentar! Acho que podemos nos dar bem de verdade, se me der uma chance. 

— Isso é algum tipo de intuição de elfo? 

— Talvez. Bora lá, a gente pode tentar, e se não der certo mesmo, você pode ficar à vontade em ser esse mini lobo solitário. 

— Mini?! E você é um avatar por acaso?! 

Ele deixa escapar um rosnado, enquanto a ponta de sua cauda agita-se como se tivesse vida própria. Para extravasar muda sua atenção para suas coisas na cama, arrumando de volta para dentro da caixa com certa energia. 

"Assim fica mesmo parecendo um mini lobo", pensa ela, que se contém em não dizer mais nada que possa ofendê-lo. 

— Ok, desculpa! Foi sem querer! E eu não faço ideia do que seja um avatar…

— Que seja. — Suspira ainda irritado, porém, agora a olha com curiosidade. — Mas então… falando em elfo, nunca tinha visto um de perto antes. Fiquei interessado em te ver em ação, se me permitir essa experiência.

O diabrete se teleporta da cama para perto da garota, dando-lhe um pequeno susto, e então começa a andar ao redor dela até que termina com os dois cara a cara.

— Aparentemente você não tem nada de mais… pelo menos por fora. Mas vamos fazer assim, me acompanhe numa missão difícil, e se você der conta e realmente quiser, formamos uma dupla. Está bom desse jeito? 

— Por mim tudo bem! — Abre um sorriso de alívio.

"No fim nem precisei propor nada, ele mesmo se ofereceu para o mesmo!", ela comemora em sua mente o feito que não precisou fazer.

Uma geleia verde entra pela janela do quarto, roubando a atenção dos dois enquanto pula perdida.

— Antes vamos dar uma olhada nessa situação. — Sugere, Otto, tomando a iniciativa de sair do quarto. — Ah, qual é mesmo o seu nome? 

— Zoey! 

— Ok, tentarei lembrar dele caso você não morra até o término de nossa missão. 

— Que frio você!

— Ironicamente sou um demônio de fogo.

— Sério?

Ela o acompanha até a saída, e enquanto descem as escadas passam pelo Augusto que parecia estar esperando por eles todo esse tempo. 

— Não dê um pio! — Diz Otto para o irmão, se teleportando para longe para não ter que responder nada.

— Que menino orgulhoso. — Cochicha Zoey para Augusto.

— Eu ouvi isso!

Os dois saem para ajudar na passagem das geleias para fora da cidade e evitar que o rei delas apareça por ali, o real motivo de preocupação dessa estranha migração.


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