Qiren se assustou com o quão direto seu sobrinho foi. Ele quase engasgou com seu chá, porém se conteve. Ao invés, assentiu. O rosto de Lan Zhan não demonstrava nada, mas seu coração batia depressa.

“Desejo me casar com Wei Ying.”

“Por que uma decisão tão repentina?” Xichen indagou, bebendo um gole de seu chá.

“Compartilhamos um calor. Não quero que Wei Ying sinta-se desrespeitado.” Suas orelhas ficaram vermelhas. Foi a vez de Xichen engasgar.

“Wangji... sei que gosta do jovem mestre Wei, mas você não respeitou a ordem correta. Primeiro, deveriam se cortejar, apenas depois pensar em casamento. E, então pensar na idéia de ter filhos.”

“Minha culpa. Nos apressamos, contudo, estou certo em meu desejo de me casar.”

“Vocês são jovens e...”

“Wei Ying pode ou não carregar meu filho neste momento.”

Lan Qiren acariciou a barba, pensando. Ele não deixaria o filho de Canse Sanren manchar o bom nome dos Lans, muito menos de seu precioso sobrinho. Se o mesmo o tivesse deflorado, não havia outra escolha senão o casamento. E um casamento às pressas. Soltou um suspiro pesado.

“Enviarei uma carta ao líder da seita Jiang, pedindo uma reunião de urgência. Agora, deixe-me a sós para pensar.”

Lan Zhan assentiu e, depois de uma curva, se retirou. Xichen olhou para o tio.

“Acha que é uma boa idéia deixar que Wangji se case tão cedo?”

“Não temos muita escolha, afinal, o que foi feito já está feito.”

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Wei Ying ainda conversava com Huaisang quando viu Lan Zhan pelos corredores. Largando o amigo, correu até seu amado. Jogou-se sobre ele. Lan Zhan o pegou, abraçando-o no processo. Compartilharam um breve beijo.

“Correr é proibido.”

“Senti saudade.”

“Estive fora por menos de uma hora.”

“Mas estou com saudade. Como foi?”

“Tio falará com líder da seita Jiang sobre nosso casamento.”

“Bom. Não quero ficar muito mais sem chamá-lo de marido.”

“Nem eu.”

Beijaram-se novamente. Os presentes desviaram o olhar, envergonhados e não acostumados com o novo casal. Começaram a andar, Wei Ying puxando o lan pela mão.

“Lan Zhaan... eu estou com fome. O que acha de irmos até a cidade de Caiyi?”

“É tarde.”

“Mas seu filho quer a comida de Caiyi! Não a comida sem graça dos recessos das nuvens.”

“Muito recente para Wei ying ter desejos.”

“Mas eu estou. Vamos, vamos! Voltaremos antes do toque de recolher.”

“Mn.” Lan Zhan sabia que não poderia negar nada a Wei Ying. Tudo que poderia fazer era concordar com tudo que o outro lhe pedisse.

Wei arrastou o Lan até a cidade de Caiyi. Ele foi de barraca em barraca, experimentando todas as comidas que lhe eram apresentadas. Lan Zhan sempre pagava por tudo, feliz por simplesmente fazer as vontades do amado.

Pararam em uma barranca que vendia pentes. Wei Ying examinou um por um, se agradando por um pente branco, com detalhes em jade e flores. Lan zhan pegou a bolsa para pagar, porém Wei Ying o impediu.

“Este eu pago. É um presente para alguém especial.”

A vendedora o entregou a Wei Ying, que o guardou em sua manga para mais tarde. Arrastou Lan Zhan para uma área mais afastada. Estavam os dois sozinhos, então roubou um beijo do amado. Ele sorriu.

“Tenho algo para você.” Tirou o pente da manga e entregou-lhe. “Para você. Por me fazer feliz e fazer todas as minhas vontades.”

“Não era necessário.”

“Mas eu queria te dar um presente.” Fez beicinho.

Lan Zhan tomou-lhe em um beijo acalorado e mordeu-lhe o lábio inferior.

Começava a escurecer, contudo, nenhum deles queria ir embora ainda. Decidiram por ficar em um quarto numa pensão. Era espaçoso e bem iluminado, com uma cama grande o suficiente para os dois. Wei Ying encarou o lan com um olhar malicioso assim que se encontraram sozinhos no quarto. Jogou seus braços ao redor do amado.

Voltaram a se beijar, desta vez mais acalorado. As vestes logo saíam, a necessidade de estar juntos tomando conta dos dois. Lan Zhan deitou Wei Ying na cama, se juntando a ele. Logo se amavam, se ajustando um ao outro como na primeira vez.

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Wei Ying estava quase adormecido nos braços de Lan Zhan quando este teve um pensamento.

“Wei Ying.” Chamou. Este resmungou, mas abriu os olhos. “Isto... isto foi um encontro.”

Abriu o maior sorriso.

“Ayah, Lan Zhan! Achei que nunca fosse perceber! Não vamos nos casar sem nunca termos tido um encontro antes.”

“Mn. Foi bom?” Indagou.

Wei se aconchegou mais nos braços de Lan Zhan.

“Foi ótimo. Sinto-me como sempre quis. Você é o melhor. Mal posso esperar para dormir e acordar todos os dias assim com você.”

Lan Zhan beijou-lhe a testa.

“Já são 9 horas, durma.” E ele assim o fez.