Doutor Estranho no Multiverso da Loucura escrita por Maximoff


Capítulo 6
Cap 5: O Multiverso da Loucura


Notas iniciais do capítulo

Strange e América viajam pelo Multiverso, enquanto que Wanda decide ir em busca de sua felicidade.

Para este capítulo recomendo que ouçam Dark Horse de Katy Perry.

OBS: Diferente dos outros capítulos, onde cada personagem tinha o protagonismo, neste, o protagonismo é dividido para dar mais dinamismo a história



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Strange se sentia estranho e percebeu o quanto América sofria, quando realizava viagens multiversais. O mago sentia dores pelo corpo inteiro, principalmente na cabeça. Ele sentia pressões por todas partes, internamente, era como se seu sangue tentasse escapar de seu corpo, enquanto que externamente, sentia mil pontadas pela sua pele, como se alguma coisa quisesse entrar. O Doutor Estranho sentia muito enjoo, e enquanto atravessavam o portal, ele vomitou. Foi tanto vômito, mas tanto vômito, que Strange não somente eliminou tudo que havia comido, como também sua bile e sangue, inclusive. 

Quando Strange finalmente tinha terminado de se sentir como um lixo, ele tinha percebido que eles sobrevoavam o céu da capital dos EUA, precisamente a Casa Branca. Centenas de milhares de pessoas se aglomeravam, agitando milhares de pequenas bandeiras dos Estados Unidos. Em frente à Casa Branca, um homem grande, branco, loiro e forte, tomava posse como o novo presidente, Strange havia reconhecido Steve Rogers, o Capitão América. 

Então, novamente o portal se abriu e a sensação esquisita havia voltado, porém, desta vez, foi rápida. Agora, Strange e América estavam em um local completamente diferente todo destruído, que o mago não foi capaz de reconhecer, porém, novamente havia uma multidão, dessa vez, de soldados e em silêncio. Um homem esquisito, com formato de caveira e totalmente vermelho discursa. Por todos os lados, havia símbolos da organização Hydra. Enquanto a caveira vermelha discursava, Strange percebeu que um homem forte, loiro, com olhos azuis, estava ao seu lado, sendo exibido como um troféu, novamente Strange reconheceu Steve Rogers, porém, completamente diferente.  

Rapidamente, um novo portal se abriu e dessa vez, Strange sentiu seu corpo se diferenciando completamente. Ele não se sentia mais real, não foi capaz de sentir sua carne ou seu corpo. Agora, ele estava completamente diferente, tinha virado um desenho animado. Ele parecia estar num lugar completamente vazio, num grande deserto. Então, ele viu um homem negro gigante, careca e com uma cabeça enorme, lutando com um robô que se assemelhava muito a Ultron, porém, com todas as Joias do Infinito. 

Um novo portal se abriu e mais uma vez eles se modificaram, agora, ao invés de desenho animado, eles viraram páginas de quadrinhos. Novamente, Strange se sentiu completamente estranho. A sua cabeça dóia muito e sentia todo seu corpo formigar, como se não pudesse se mexer. Agora, Strange pode reconhecer Wanda Maximoff, também em formato de quadrinhos, chorando junto a um corpo, que Strange julgou ser de Pietro Maximoff. Por um momento, o mago pensou que fosse o momento em que os robôs de Ultron o mataram, mas ali era diferente, havia um homem mais velho ao lado de Wanda e então, a mulher proferiu as seguintes palavras. 

— Chega de mutantes! 

Então, novamente um portal se abriu e Strange e América se configuraram novamente, voltando ao estado normal. Agora, eles estavam na cidade de Nova York, porém, ela estava completamente destruída. Por todos os lados, a única coisa que o mago observou foram zumbis. Poucos ainda sobreviventes lutavam por suas vidas, mas muitos acabavam sucumbido. O medo que Strange sentiu foi descomunal. 

Depois, outro portal se abriu e agora eles passaram por uma dimensão ainda mais diferente. Havia muitas árvores, era uma floresta gigantesca. No meio da floresta, dinossauros reinavam absolutos. Strange viu todo tipo deles, velociraptor, T-Rex, pterossauro, triceratop e muitos outros. 

Outro portal se abriu e Strange e América voltaram a mudar de forma, dessa vez era uma dimensão cúbica. Então, seus corpos começaram a se moldar, tentando se ajustar aquela realidade. Strange sentia como se seu corpo estivesse sendo fatiado, a dor era insuportável, realmente se sentia sendo cortado. Sentia cada molécula do seu corpo se separando, e o mago havia percebido que ele e América estavam se tornando cubos. 

Então, mais um portal se abriu e novamente, Strange e América mudaram de forma, dessa vez, eles ficaram líquidos. A sensação foi tão bizarra, que Strange pensou que havia morrido. Ele mantinha consciência, porém não tinha controle algum sobre seu corpo. O enjoo era ainda mais forte e ele tinha certeza que tinha perdido controle do seu sistema digestivo e urinário. 

Por fim, mais um portal se abriu e os dois voltaram a cidade de Nova York. Seus corpos voltaram ao normal e eles caíram no chão. Quando Strange tentou se levantar, a dor de cabeça e o enjoo eram tão fortes, que o mago vomitou novamente instantaneamente. Aquela tinha sido a pior sensação de sua vida. O mago já tinha passado por muita coisa em sua vida, mas aquela havia sido a pior e de muito longe. Ele nem poderia imaginar que América Chavez passava por aquilo todas as vezes que viajava entre dimensões. 

— Pelos deuses! - Strange exclamou, enquanto usava um feitiço para que toda as suas roupas fossem trocadas, inclusive as íntimas, pois de fato o mago havia perdido o controle do seu sistema digestivo e urinário. - América, é por tudo isso que você passa? - O mago perguntou assustado. 

— Sim. - A menina confirmou. - Porém dessa vez foi muito pior, as dimensões que passamos foram horríveis. - América disse, tremendo de medo. 

— Aquilo foi uma loucura! - O mago constatou. 

— Sim, assim é o Multiverso, uma loucura sem fim. - América concordou, tentando se levantar e ficar de pé. 

Strange então percebeu que aquela Nova York estava completamente diferente. Ela estava melhor. O ar era mais puro, havia mais árvores e plantas, o que não significa que não havia prédios gigantescos e milhões de pessoas circulando pelas ruas. No entanto, essas pessoas não corriam, pelo contrário, brincavam. Pais e mães brincavam com seus filhos e cães, artistas se apresentavam nas ruas livremente, não havia moradores de rua, estresse e policiais fazendo rondas. Todos pareciam felizes. 

— Aonde estamos? - Strange perguntou. 

— Eu não sei! - América respondeu. 

Eles andaram pelas ruas e perceberam que tudo era extremamente tecnológico. Strange reconheceu que aquele universo, apesar de ser completamente diferente do dele, possuía semelhanças. Ele reconheceu a antiga Torre dos Vingadores e pensou que se os Vingadores existiam ali, talvez o Sanctum Santorum também e ele convenceu América a ir até lá, talvez, encontrando uma versão alternativa de si mesmo, Strange entendesse melhor o que estava acontecendo e até conseguisse ajuda contra Wanda. Todavia, ao chegar lá, havia uma estátua de Strange em frente ao palacete. 

— O que é isso? - América perguntou, espantada. Strange percebeu que havia um mural com alguns dizeres e decidiu ler.  

— “Em memória ao eterno Strange Supremo, herói de toda galáxia, eterno em nossos corações!” - Strange leu e se arrepiou ao perceber que se tratava de um memorial. 

— Então, você morreu aqui? - América perguntou. 

— Parece que sim. - O mago respondeu. 

— Então quem é o Mago Supremo? - A menina perguntou, olhando espantada o Sanctum Santorum. 

— Se tivermos sorte, alguém amigo. - Strange respondeu, entrando no templo. 

Em seu interior, o Sanctum estava mais cheio do que nunca. Ele tinha virado um museu em homenagem a Stephen Strange, contando toda a sua história, desde o seu nascimento até a sua morte. No momento em que Strange e América entraram, todos que ali estavam pararam o que estavam fazendo e olharam para eles, espantados. A reação era como se tivessem vendo um fantasma. Então os burburinhos começaram, até que uma voz na multidão disse: 

— Alguém chame o Mago Supremo! 

No exato instante, um homem negro, de altura media, traços fortes, cabelo negro com dreads e olhos castanhos, vestindo uma túnica verde em detalhes brancos surgiu e ficou aterrorizado, por alguns segundos, em ver Stephen Strange a sua frente. Apesar de estar com um visual completamente diferente, Strange reconheceu Barão Mordo. O mago então mudou seu semblante e com um largo sorriso, correu para abraçar o Doutor Estranho. 

— Strange, meu velho amigo, como é bom revê-lo! - Mordo disse, com um sorriso radiante em sua boca. Strange não poderia achar aquilo mais louco do que já era. - Venha por aqui, precisamos de um espaço sozinho, sei que você tem muito a me contar! - O Mago Supremo disse, os levando para um quarto fechado. 

Lá, Strange e América se sentaram em poltronas confortáveis e beberam um delicioso chá que foi oferecido por uma xícara flutuante. 

— Pois bem meu amigo, me conte tudo! Como é o seu universo? - Mordo perguntou, com uma grande curiosidade em seu semblante. 

Strange então lhe contou tudo, desde o seu sonho em que ele e Wong eram assassinados, até a chegada de América, passando pela luta com Wanda, mencionando o Darkhold e sem se esquecer da destruição do Kamar Taj. Mordo ouviu a tudo quieto, prestando atenção nos mínimos detalhes e em alguns momentos fazendo caretas. 

— Pelos deuses, isso tudo é loucura! - Mordo comentou, após ouvir toda a história. 

— Sim, eu sei. Mas, Mordo, precisamos de toda ajuda possível, Wanda não é uma ameaça apenas ao nosso universo, mas a todo Multiverso, eu não sou páreo para ela, nem o Kamar Taj foi, porém, se reunirmos um grupo, talvez tenhamos chances, eu vi a Torre dos Vingadores e pensei que... - Antes que o Doutor Estranho pudesse dizer alguma coisa, ele foi interrompido pelo Mago Supremo. 

— Strange, as coisas aqui funcionam de modo diferente. Os Vingadores não existem mais, desde a batalha contra Thanos. Você se sacrificou para que toda a nossa realidade pudesse viver, porém, Tony Stark ficou completamente desolado com isso, culpando-se. Ele entrou num estado profundo de depressão e por fim sucumbiu e se matou. Com a morte dele, os Vingadores ruíram. Cada um tomou um destino completamente diferente, espalhados pelo planeta e pela galáxia, reuni-los é impossível. - As palavras de Mordo foram como um balde de água fria em Strange e América. - Além disso, por tudo o que você me contou, você, Strange, é uma ameaça muito maior a minha realidade que Wanda Maximoff. Você realizou uma viagem multiversal, o que é extremamente proibido e perigoso e trouxe este mal a minha dimensão. Eu sinto muito Strange, mas a sua profanação a realidade, não passará impune! - Assim que Mordo terminou sua frase, América Chavez começou a ficar tonta. 

— Doutor Estranho, eu não me sinto bem! - Então ela desmaiou nos braços de Strange, foi então que o próprio caiu, desmaiando também. 

Ao acordar, Strange estava com duas algemas em seu punho. Estava numa cela, separado de América. Muitos robôs similares a Ultron circulavam e ele viu uma mulher ruiva, de jaleco perambulando. Apesar de ter um cabelo numa tonalidade diferente, Stephen Strange reconheceu Christine Palmer, o amor de sua vida. 

— CHRISTINE! - Ele gritou, batendo nas paredes de sua cela. A médica então se virou para ele e olhando com désdem disse: 

— É Doutra Palmer para o senhor, variante! - Então ela virou-se novamente e voltou a completar seus afazeres. 

— Pelo amor dos Deuses, Christine, você tem que me ajudar! O que está acontecendo é uma grande loucura, vocês têm que me soltar, a Wanda está vindo e... - Antes que Strange pudesse terminar, uma voz estranha o interrompeu. 

— Nem tente nada com ela esquisitão, a Regina George aí só sabe dar ordens e ignorar a nossa existência. - O homem que disse isso tinha estatura mediana, tinha seu rosto coberto por uma máscara e usava um uniforme preto e vermelho, com duas espadas em suas costas. 

— Senhor Deadpool, eu já falei com o senhor sobre se intrometer na conversa em que o senhor não é convidado, não é mesmo? - Palmer disse, repreendendo-o, como uma professora repreende um aluno que atrapalha sua aula. - E quanto ao senhor, é apenas uma questão de tempo até que eles decidam ouvi-lo e terá todo o tempo do mundo para se explicar. - Ela disse, voltando-se a Strange.  

— Christine por favor, me escute. A América é só uma criança, ela não deveria estar passando por nada disso. - Strange tentou apelar para a razão, mais uma vez. 

— Quanto a Senhorita Chavez, não se preocupe, estamos estudando a sua composição material e orgânica para entendermos melhor os seus poderes, para que possamos garantir que nunca mais alguém faça uma viagem multiversal novamente. - A frieza de Palmer estava assustando Strange, afinal, ela nunca fora assim, em seu universo. 

— Christine, o que houve aqui, neste universo? Você não é assim, você é uma pessoa doce, gentil, que se preocupava até com as formigas que roubavam nossas pedras de açúcar. O que houve? - Strange perguntou, apavorado.  

— Você foi o que houve Strange! - Naquele momento, por um momento, a máscara de Christine Palmer tinha caído. - A sua mania de grandeza e de controle foi o que houve, mas não se preocupe, eu consegui superar meus traumas e uma nova Christine Palmer nasceu e nada, e nem ninguém irá destruí-la novamente! - Palmer disse, deixando uma lágrima escorrer pelos seus olhos. Strange então, se sentiu completamente desolado. 

— É cara, parece que você fodeu com tudo hein? - Deadpool constatou, analisando a situação toda. 

— Quem é você? Como veio parar aqui? - Strange perguntou, curioso e irritado. 

— Eu sou o Deadopool, sou de outro universo e esses caras me pegaram por estar realizando “viagens proibidas”. - O homem disse em tom de sarcasmo, especialmente no tocante a viagens proibidas. 

Naquele momento, Mordo surgiu, escoltado de robôs do Ultron. 

— Stephen Strange, os Illuminatis irão vê-lo agora! - Mordo disse e naquele momento, as paredes da cela de Strange se abriram e os robôs o pegaram. 

— Boa sorte aí cara, vai dar tudo certo pra você! - Deadpool disse, acenando para Strange. - É caro leitor, ele se fodeu lindamente! - O homem deformado disse, voltando-se especificamente para você, lendo esta fanfic. - Espere! - Ele disse. - Deformado é a puta que te pariu seu filho da puta de merda! 

Enquanto isso, Strange era escoltado pelos robôs do Ultron por grandes escadarias que deram num grande salão com diversas estátuas que o Doutor Estranho não foi capaz de descobrir de quem eram. No salão, havia um segundo andar com diversas cadeiras preenchidas por pessoas que Strange nunca tinha visto em sua vida, a única pessoa que ele reconheceu foi Mordo. 

— Stephen Strange, você está na ilustre presença dos Illuminatis, os heróis mais poderosos desta realidade! Este grupo é composto por mim, Barão Mordo, Mago Supremo da Terra, pela Capitã Carter, a Primeira Vingadora! - Então Mordo apontou para uma mulher de cabelos longos, lisos e castanhos, pele branca, tronco forte, braços musculosos e com um uniforme com a bandeira do Reino Unido. - Por Maria Rambeau, a Capitã Marvel, Guardiã do Universo! - Diferente da mulher que Strange havia conhecido na batalha contra Thanos, aquela era negra, com cabelo curto e olhos castanhos escuros. Assim como a Capitã Carter, era extremamente forte. - Por Reed Richards, o Senhor Fantástico, líder do Quarteto Fantástico! - Aquele homem era um pouco mais alto e bem magro, tinha pele branca, barba crescida e vestia um uniforme azul, com tons de preto, com o número quatro em seu peito. - Por Namor, o Rei de Atlântida! - Aquele era um pouco mais baixo, tinha a pele morena, olhos castanhos claros e segurava um tridente em suas mãos. - Por Balder, o Bravo!  - Aquele era o mais forte e o maior de todos eles, tinha a pele branca, olhos azuis e cabelo loiro e tinha roupas muito parecidas com as de Thor. - E por fim, mas não menos importante, Charles Xavier, o líder dos X-Men e nosso líder, acompanhado de Jean Grey, a sua guardiã. - O homem já era bem velho e estava numa cadeira de rodas amarela que se mexia sozinha e a garota que o acompanhava era bonita, bem jovem, um pouco mais velha que América, de pele branca, olhos esverdeados e cabelo ruivo. 

— De quais crimes ele está sendo acusado? - Xavier perguntou e então uma televisão surgiu no lado esquerdo deles, ela se ligou sozinha e uma voz robotizada começou a falar. 

— Stephen Strange, formado em Medicina por Harvard, destacou-se como sendo o melhor estudante de sua turma e o melhor cirurgião de sua especialidade, oriundo da Terra seiscentos e dezesseis, perdeu o controle das mãos num acidente de carro, fato que o levou a se juntar ao Kamar Taj e aprender os segredos das artes místicas. No Kamar Taj, Strange se destacou pelo seu notório desejo de saber e por demonstrar aptidão em magia. Utilizando a Joia do Tempo, enganou a entidade cósmica Dormamu, tornando-se digno de se tornar Mago Supremo. Porém com o ataque de Thanos, entregou a Joia ao Titã Louco, o que fez com que metade do seu universo desaparecesse por cinco anos. - Quando a voz terminou de falar, quase todos começaram a espernear. 

— Você deu a Joia do Tempo a Thanos? - Balder perguntou, furioso. 

— Pior, ele enganou uma entidade cósmica, maculando a sua realidade. - Capitã Carter cuspiu de raiva. 

— Como você fez isso? - Reed Richards perguntou curioso. 

— Bem, como era uma criatura infinitamente mais poderosa do que eu, usando a Joia do Tempo, eu criei um loop temporal até que ele desistisse de destruir a minha realidade. - Strange explicou, deixando o Senhor Fantástico fascinado. - O Doutor Estranho de vocês não fez isso? - Strange perguntou intrigado. 

— Não! - Namor respondeu irritado. - O nosso Stephen Strange era bom, uma alma genuinamente boa, ele conseguiu convencer Kaecilius de que o seu plano era uma loucura. 

— Por que você deu a Joia do Tempo a Thanos? - Maria Rambeau perguntou, tentando compreender o homem a sua frente. 

— Eu vi o futuro, milhares de possibilidades e a única em que Thanos era derrotado era aquela, em que eu dava a Joia do Tempo a ele. - Strange explicou, causando um alvoroço em todos. 

— MENTIRA! - Balder bravou de raiva. 

— Isso não é verdade, havia muitas outras formas de derrotar Thanos, o nosso Strange se sacrificou para que o Titã Louco não vencesse e você, sacrificou metade do seu universo, de forma louca, egoísta e irresponsável. - Namor disse, com ódio. 

— Você não estava na minha situação, de todos os futuros que eu vi, aquele era o único em que vencíamos. Sim, metade do universo desapareceu, inclusive a mim, mas foi por um tempo limitado e depois todos voltaram e Thanos foi derrotado. - Strange sabia que a situação era muito mais complexa. Como a própria Feiticeira Escarlate e Wong tinham lhe dito, Strange não pensou bem nas consequências de seus atos e muitos sacrifícios foram feitos como os de Gamora, Natasha, Tony e Visão, além disso, apesar de ter visto milhares de alternativas, Strange parou de procurar por outras no momento em que havia encontrado uma em que eles venciam. Na época, o mago tinha ficado por muito tempo vasculhando milhares de possibilidade e em nenhuma delas eles prosperavam. Ele já estava cansado de ver tantos fracassos, mortes e decepções, no momento em que ele viu uma possibilidade em que eles venciam, Strange não pensou duas vezes em executá-la, sem pensar nos riscos e consequências, porém, obviamente, não diria isso a eles. 

— Senhores. - Mordo disse, chamando atenção de todos. - Estes não foram os piores crimes que ele cometeu. - Naquele momento, a televisão voltou a ligar e a voz robotizada voltou. 

— Recentemente, Stephen Strange se envolveu com o Multiverso, quando Peter Parker, o Homem Aranha de sua dimensão, lhe pediu ajuda para que realizasse um feitiço, fazendo com que todos se esquecessem que ele era o Homem Aranha, após a sua identidade ter sido revelada. Strange fez o feitiço, porém, após diversas interferências, o feitiço teve um erro, o que ocasionou numa ruptura da linha do tempo, fazendo com que várias pessoas de outras realidades, que odiassem o Homem Aranha, fossem parar no universo seiscentos e dezesseis. No fim, a pedido do próprio Peter Parker, Strange fez um feitiço que apagou da memória de todos a existência do rapaz, inclusive do próprio Stephen Strange. - Quando a voz terminou, a gritaria e confusão foi geral. Strange não sabia o que dizer. Ele estava sendo acusado de muitas coisas e a única coisa que ele conseguia pensar era como e quando tudo aquilo tinha acontecido, pois ele não se lembrava de nada. 

— Louco, inconsequente! - Capitã Carter bradava. 

— Você quebrou e violou dezenas de leis mágicas e multiversais a troco de quê? - Namor perguntou enfurecido. 

— Stephen, você tem ideia do perigo em que se meteu? - Reed Richards perguntou apavorado. - Você pôs em risco não somente a sua realidade, mas todo o Multiverso, por causa de um desejo de um adolescente! - O Senhor Fantástico disse estupefato e Stephen Strange não soube o que dizer para se defender. 

— Isso explica o porquê da Linha do Tempo Sagrada estar uma grande maluquice! - Capitã Marvel constatou. 

— MATEM-NO! - Balder gritou. 

— Chega! - Pela primeira vez, Charles Xavier se manifestou. - Devemos contar a ele a verdade! - Naquele momento, Strange se arrepiou e todos olharam para o ancião. 

— Professor, o senhor tem certeza? Ele não é confiável! - Jean Grey disse, com desdém. 

— Eu tenho! Vi algo nele diferente do nosso Strange, algo melhor! - Xavier disse. - A verdade Strange é que a Linha do Tempo Sagrada já estava destroçada muito antes do seu feitiço. Antigamente, antes das Leis do Multiverso, as pessoas viajavam entre dimensões sem controle algum, eram as chamadas Incursões. Com o tempo, as Incursões ficaram incontroláveis e a loucura se instalou no Multiverso, o que gerou a Grande Guerra Multiversal. O Multiverso quase foi destruído e dos escombros, um homem surgiu, corrigindo tudo. Ele isolou todos aqueles que eram uma ameaça a sua realidade e criou uma linha do tempo única, isolando todas as ameaças a mesma. Ele criou a AVT, Agência da Variância Temporal, que regulava e protegia a Linha do Tempo Sagrada, impedindo que algo fora da curva acontecesse, seu nome era Aquele-Que-Permanece. Além dele, cada universo pertencente a Linha do Tempo Sagrada tinha seu guardião, porém, eles vêm sendo eliminados, um a um, além disso, o próprio Aquele-Que-Permanece foi morto e com a sua morte, a loucura generalizada afetou o Multiverso, liberando todas as outras linhas aprisionadas e todos os perigos que elas possuem. Isso explica o porquê do seu feitiço com Peter Parker ter dado errado. A verdade é que tem alguém, muito poderoso, manipulando tudo e todos, com o intuito de forçar uma nova Guerra Multiversal, para dominar todas as realidades, ainda não sabemos quem é! - A explicação de Xavier deixou Strange boquiaberto. Foi como se a mente dele tivesse explodido. Ele tinha percebido que tudo que ele sabia era nada perto da imensa loucura chamada Multiverso. 

— Wanda, é ela! Ela está por detrás disso tudo, ela quer recuperar seus filhos e está atrás da América e... - Antes que Strange pudesse completar, Xavier o interrompeu. 

— Não Stephen, alguém ainda mais poderoso, agindo nas sombras, está manipulando Wanda também para que ela faça o seu trabalho sujo. Mas Wanda Maximoff não é o nosso maior problema no momento. - Xavier explicou. 

— Charles! - Uma voz rouca e grave surgiu das profundezas. Então um homem tão velho quanto Xavier apareceu, ele usava um capacete e uma capa vermelha. - O que tem a Wanda, o que tem a minha filha? - O homem perguntou, desesperado. 

— Erik, acalme-se! - Xavier disse, tentando controlar o velho. 

— Aonde está Wanda, aonde está a minha menina? - Ele parecia descontrolado e prestes a chorar. 

— Magneto, se controle! - Richards disse, tentando acalmá-lo. 

— Erik, não se preocupe, Wanda está em casa, bem, com o Visão, seus filhos e o Pietro. Estão todos bem! - No momento em que Xavier disse aquilo, as sirenes do local começaram a tocar e uma voz começou a dizer: 

— Atenção! Wanda Maximoff se aproxima, destruindo tudo o que vê, ela está descontrolada! Repito, Wanda Maximoff se aproxima e ela está descontrolada, precisamos de reforços e... - Antes que a voz pudesse terminar o sinal foi cortado, deixando todos ali completamente arrepiados. 

 

* * * * * * * * * * * * 

Wanda já tinha viajado pelo Multiverso antes, porém de forma breve e rápida, agora, ela ficaria por muito tempo, até conseguir capturar América Chavez. Ela tinha lançado um feitiço de rastreamento, para localizar Strange pelo Multiverso, passando por inúmeras realidades, cada uma mais louca que a outra. Por fim, Wanda parou em uma realidade utópica em que tudo era perfeito e o pano do manto de Strange indicava que ele estava naquela dimensão. 

A feiticeira então buscou encontrar uma versão sua daquele universo, pois, por estar em sua projeção astral, ela estava bem mais enfraquecida e precisaria de um corpo físico para poder capturar a garota. Maximoff encontrou uma versão sua vivendo nos subúrbios de Nova York e levitou até lá. 

Ao chegar, a bruxa percebeu que a casa inteira dormia, pois já era tarde da noite. Sua projeção então percebeu que naquela realidade, não somente a sua variante tinha seus filhos, mas também Visão e Pietro. A Feiticeira se emocionou ao perceber que pelo menos naquele universo, sua variante era feliz com sua família completa. Wanda então foi ao seu quarto e viu a sua variante dormindo ao lado de Visão e foi nesse momento, que ela a possuiu. 

— O que é isso? Quem é você? - A variante perguntou em seu consciente. 

— Minha irmã, não se preocupe, eu sou você em uma outra realidade. Eu vi que você tem tudo que deseja e é feliz aqui, mas eu não sou na minha dimensão. A chave para a minha felicidade está aqui e eu preciso alcançá-la, mas vou precisar do seu corpo emprestado. Espero que não me leve a mal e me perdoe, mas eu não tenho outra alternativa. - A Feiticeira Escarlate explicou, tomando controle do corpo de sua variante. 

Devagar, Wanda saiu da cama e seguiu rumo a saída da casa, porém, ao passar pelo quarto dos filhos, decidiu parar para vê-los. Billy e Tommy estavam mais radiantes do que nunca. Os dois dormiam tranquilamente, como anjos. Wanda não se conteve e deixou uma lágrima cair de seus olhos. Beijou a testa dos meninos e partiu para ir embora. 

— Tudo é por vocês, meninos! - Ela disse, enquanto beijava a testa deles. Quando Wanda estava quase saindo, uma voz infantil a chamou. 

— Mãe! - Billy a chamou sonolento. - Aonde a senhora vai? - Ele perguntou com os olhos semiabertos. 

— Billy, a mamãe só vai jogar o lixo fora e já volta, tudo bem? Volte a dormir meu filho. - Wanda disse cobrindo-o. Rapidamente, Billy fechou os olhos e voltou a dormir. 

Maximoff saiu da casa e voou até onde o seu feitiço de rastreamento indicava que Strange estava. A mulher não demorou nem trinta minutos e chegou num local mais afastado do centro urbano, numa espécie de fazenda. Ela caminhou tranquilamente até a entrada dos portões, guardados por robôs do Ultron. Somente aquela visão, fez com que Wanda sentisse ódio, pois a mera memória de Ultron a fez lembrar da morte de Pietro e todos os traumas que isso a trazia. 

— Senhora Maximoff, quer que eu a anuncie? - Um dos robôs perguntou. 

— Não, eu quero apenas que me deixe passar e pegar América Chavez. - Ela respondeu, com raiva e ódio. 

— Sinto motivações obscuras na senhora. Peço que retorne a sua casa, sem problemas! - O outro robô disse. 

Wanda então fez um movimento com as mãos e o robô se auto destruiu, enfiando suas duas mãos em sua cabeça. Quanto ao outro, ele até tentou escapar, mas a bruxa lançou uma rajada de energia e ele se desfez. Maximoff fez um movimento com as mãos e as grades do portão se abriram ela passou por eles. Não demorou para que mais robôs chegassem. 

— Senhora Wanda, por favor, eu peço que pare imediatamente, antes que a senhora se machuque! - Um deles disse. 

A primeira coisa que Maximoff fez foi lançar contra ele uma rajada de energia, o destruindo. Os outros responderam atirando nela, mas rapidamente, ela criou um escudo, se defendendo. Então, ela invocou duas bolas de fogo e incinerou os robôs. Ela então voou rumo a mansão e começou a atacar, atirando diversas rajadas de energia contra a construção. 

Então centenas de robôs do Ultron voaram rumo a sua direção, todos lançando foguetes. Wanda conseguiu desviar de todos sem dificuldades e revidava com grandes bolas de magia que causavam diversas explosões. Em questão de minutos, a Feiticeira Escarlate tinha destruído os robôs enviados para detê-la. Wanda então destruiu a fachada do prédio e entrou, camuflada pela poeira dos destroços. 

Quando a poeira baixou, milhares de robôs do Ultron estavam esperando-a. Apontando suas miras para sua direção. 

— Senhora Wanda, a senhora já causou destruição demais. Não hesitaremos em abrir fogo máximo contra a senhora. Pelo seu próprio bem, pare! - Um dos robôs ordenou. 

Toda aquela situação só deixava Wanda com mais raiva. Ela só conseguia se lembrar de seu irmão e de como Ultron o matou, ver aqueles robôs inflamava ainda mais o ódio da Feiticeira Escarlate. Wanda ergueu as mãos e um pedaço gigantesco do teto desabou, destruindo metade dos robôs, a outra metade disparou fogo, porém, a Feiticeira Escarlate lançou um feitiço defensivo que impedia que todos aqueles disparos a atingisse. Ela então invocou milhares de espíritos malignos do Darkhold e uma grande batalha no salão da mansão acontecia, com as criaturas duelando com os robôs.  

Wanda aproveitou aquela confusão para sair dali e encontrar a América. No entanto, assim que ela saiu e entrou em outra sala, um grupo de pessoas estava reunida. 

— Wanda, me escute, eu sei o que está se passando com você. O Darkhold está te manipulando, mas podemos te ajudar. - Um homem de cabelos pretos, com alguns fiapos grisalhos, barba por fazer, magro e com um uniforme azul com detalhes pretos e o número quatro como símbolo em seu peito disse. 

— Vocês querem me ajudar? Então, me entreguem América Chavez e eu irei sair, sem causar mais danos! - Wanda disse, sendo objetiva e direta. 

— Wanda, eu tenho uma filha e eu nem sei o que eu faria se a perdesse. Mas, você tem que entender que os seus filhos, do seu universo, não são reais, os filhos da Wanda que você está possuindo são e eles precisam muito da mãe deles, então, por favor, pare com isso, nós podemos te ajudar! - Dessa vez, uma mulher negra, musculosa e com cabelo curto disse. Wanda não pode deixar de notar a incrível semelhança dela com Mônica Rambeau. 

— Eu conheci a sua filha, Mônica. - Quando Wanda disse isso, ela percebeu que a mulher arregalou os olhos e todos ali ficaram impressionados e apavorados. - Ela testemunhou a minha gravidez e o nascimento dos meus filhos, ela estava lá, ao meu lado, quando eles vieram ao mundo. Em respeito a sua filha, eu te deixarei viva dessa vez, mas se você voltar a questionar a existência dos meus meninos, eu irei te desintegrar e apagar a sua memória de todo o Multiverso! - Wanda ameaçou e a raiva pode ser sentida em sua voz. Ela já estava cansada de ser taxada como louca e ter a sua vivência em Westview diminuída e ela estava disposta a matar quem quer fosse, se aquilo não parasse. 

— CHEGA! - Um home alto, ridiculamente forte, loiro, de olhos azuis e muito parecido com Thor gritou. - NÃO VAMOS AQUI FICAR OUVINDO AS SUAS AMEAÇAS! NÓS SOMOS OS ILLUMINATIS, OS SERES MAIS PODEROSOS DESTA REALIDADE E PODEMOS TE DESTRUIR EM UM SEGUNDO. EU MESMO, SE QUISESSE JÁ TINHA TE MATADO HÁ MUITO TEMPO, POIS QUANDO VOCÊ NASCEU, EU JÁ EXISTIA HÁ MILHARES DE ANOS. A QUANTIDADE DE PESSOAS QUE EU MATEI É MAIOR DO QUE A QUANTIDADE DE FIOS DE CABELO QUE VOCÊ POSSUÍ. EU SOU O INCRÍVEL, O DESTEMIDO E PODEROSO BALDER, O BRAVO E NÃO É VOCÊ, UMA FEDELHA, QUE VAI ME INTIMIDAR! - O homem gritou a plenos pulmões. 

Wanda esperou que ele desse o seu show, para então estalar seus dedos. Uma gigantesca viga de metal surgiu e rapidamente o atingiu, empalando-o. Não teve quem não gritasse de susto. O sangue jorrou por todas as partes, inclusive, no rosto de Wanda. Ele agonizou por alguns segundos, cuspindo e vomitando sangue. Seus amigos tentaram ajudá-lo, mas foi em vão. 

— E morreu! - A Feiticeira Escarlate disse, em tom de deboche. 

Wanda pode ver a expressão de ódio e raiva no rosto de cada um deles e então eles partiram para atacá-la. Uma mulher de cabelos longos, lisos e castanhos, com um uniforme que tinha a bandeira do Reino Unido lançou um escudo de vibranium contra Wanda, que rapidamente o segurou no ar, no entanto, um homem baixo, com pele marro, segurando um tridente, lançou água contra a bruxa, jogando-a para longe. 

Enquanto se recuperava, a feiticeira foi atingida por um soco. Ela buscou identificar quem a tinha atingido, mas então foi atingida por outro soco em sua barriga. Então, ela foi envolvida por algo, braços, mais especificamente. O homem com barba estava se esticando, como se fosse feito de elástico e utilizando seus braços para prendê-la. Então, a mulher cuja roupa estampava a bandeira do Reino Unido começou a desferir uma série de socos e chutes no rosto de Maximoff. A dor que Wanda sentia era insuportável.  

Ela recebeu os golpes por alguns segundos que duraram uma eternidade. Até que ela aumentou o calor do seu corpo a temperaturas elevadíssimas, o que instantaneamente derreteu os braços do homem que a segurava, fazendo com que ele soltasse estrondosos gritos de dor. Quando a mulher ia lhe acertar um soco, Wanda a impediu e, utilizando magia, fez com a mulher começasse a se socar. 

O homem com os braços derretidos acertou um chute em Wanda, arremessando-a para longe. A feiticeira se levantou e olhou seu reflexo numa poça d’água. Wanda Maximoff estava deformada. Seu rosto possuía uma cicatriz que ia da ponta da testa, atravessava seu rosto, passando por meio dos olhos, do nariz, pela boca e ia até o queixo. Muito sangue escorria da ferida e ela sentia uma dor incomensurável por toda a extensão de sua face. 

Antes que pudesse se recuperar, Wanda foi atacada por uma grande corrente de água, que a envolveu, deixando-a presa numa grande bola d’água. Maximoff não conseguia respirar e se debatia em busca de ar. Então, todos os Illuminatis apareceram, inclusive a mulher que estava se debatendo, agora, livre dos poderes de Wanda. 

— Eu confesso que você é bem mais poderosa do que imaginava. - O homem que Wanda tinha derretido os braços disse. - Estávamos dispostos a te ajudar, porém agora estamos nos controlando para não te matar, pois não queremos matar a nossa Wanda no processo. 

— Você está presa na minha correnteza, pode ficar sossegada, pois daí, você não sairá nem tão cedo. - O homem segurando o tridente falou. 

Wanda se concentrou bem e imaginou uma grande ventania envolvendo-a e foi então que a bola d’água que ela estava presa se desfez e um grande vendaval jogou os Illuminatis para longe. O homem com tridente foi o primeiro a se levantar e correu na direção da Feiticeira Escarlate e jogou seu tridente contra ela. Rapidamente, a bruxa ergueu suas mãos e o tridente interrompeu seu trajeto, voltou-se contra seu dono e seguiu rumo a sua direção, acertando-o bem em seus olhos. O sangue jorrava para todos os lados e novamente todos gritaram de desespero. 

A mãe de Mônica Rambeau e a mulher com a bandeira do Reino Unido então partiram para atacá-la. Uma ia lhe acertar um chute na cabeça e a outra um soco no estômago. Rapidamente, Wanda segurou seus golpes no ar e fez com que uma acertasse a outra, fazendo com que ambas se jogassem para longe. Apesar de ter escapado das mulheres, Wanda recebeu um chute do homem que conseguia se esticar, quando ela ia receber outro, estalou os dedos e as pernas do homem se desintegraram. A única coisa que havia sobrado dele era sua cabeça e o seu tronco e, por incrível que parecesse, ele ainda tinha vida. 

Wanda então fez um movimento com as mãos e ele se transformou numa barata. Quando o animal ia escapar, Wanda o pisou, esmagando-o. 

— REED! - A mãe de Mônica Rambeau gritou. 

Então, no fim, só as mulheres haviam restado. As duas decidiram atacar Wanda ao mesmo tempo, obrigando a feiticeira a lutar com as duas de forma simultânea. A mulher com o escudo o lançou contra Wanda, acertando-a na cabeça. Por uns instantes, a feiticeira achou que tivesse morrido, de tão forte que o impacto tinha sido.  

Antes que pudesse se recuperar, a mãe de Mônica Rambeau pegou Wanda pelos cabelos e a arrastou pela mansão, fazendo com que ela batesse em paredes, vidro e estátuas, deformando ainda mais seu rosto. Maximoff então alterou a realidade e fez com que seus cabelos se transformassem em najas, fazendo com que a mulher a soltasse. Então, a mãe de Mônica Rambeau lançou uma poderosa rajada de energia contra Wanda. Nos primeiros momentos, a rajada tinha sido forte demais, até para a feiticeira, porém, Maximoff tinha conseguido se estabilizar e, tal qual Agatha Harkness, começou a sugar os poderes de sua adversária. Wanda sugou cada gota não somente dos poderes da mulher, mas também de sua vitalidade. Além de mais fraca, a mãe de Mônica Rambeau foi envelhecendo até o ponto que ficou cadavérica. Seu corpo tombou no chão e pereceu sem vida. 

— Não se preocupe! - Wanda disse ao cadáver. - Eu direi à Mônica que eu conheci a mãe dela e ela foi uma guerreira até o fim. 

De repente, Wanda foi atingida pelo escudo de vibranium pelas costas. 

— Eu ainda estou aqui! - A mulher disse com ódio e correu na direção de Wanda. Então, ela deu um grande salto e antes que pudesse acertar a feiticeira, Maximoff deu uma grande batida em suas mãos e a mulher instantaneamente virou uma estátua de gelo e assim que caiu no chão, se espatifou e estilhaçou, voando pedaços para todos os lados. Assim, a Feiticeira Escarlate tinha conseguido eliminar seus inimigos e marchou rumo ao encontro de América Chavez. 

Quando ela estava prestes a partir, uma voz estranha a chamou. 

— Wanda, minha filha! - Um homem bem velho, com um capacete na cabeça, acompanhado de uma menina ruiva a chamou. - Wanda, minha filha, pare com isso! - Ele pediu, em tom de súplica. 

— Quem é você? - Wanda perguntou com raiva, afinal, eram muitas distrações que a impediam de alcançar seu grande objetivo. 

— Sou eu Wanda, seu pai, Erik, o Magneto! Não se lembra de mim? - O homem perguntou, com ternura em sua voz. 

— Eu nem sei quem você é! - A Feiticeira Escarlate respondeu. 

— Senhor Magneto, me deixe resolver isso por você, farei com que ela se lembre em questão de minutos! - A mulher ruiva exclamou. 

— Não Jean, isso é entre mim e ela. Entre um pai e uma filha! - Magneto vociferou. - Wanda, minha filha me escute, eu sei que você passou por muita coisa, mas você precisa ser forte e se libertar das garras desse demônio! Se lembre dos bons momentos que passamos juntos. Eu, você, Pietro, você como Visão e com as crianças. Enfim, se lembre, lute, resista! - O homem disse, achando que faria com que a consciência da variante da Wanda fosse despertar. 

— Seja lá quem você seja, ou que quer que esteja fazendo, não irá funcionar. Me entregue América Chavez e este banho de sangue irá parar! - A Feiticeira Escarlate avisou. 

— Senhor Magneto, seja lá quem este monstro seja, não é a sua filha, precisamos derrotá-la imediatamente, pois o Multiverso depende disso! - Jean Grey exclamou. 

Naquele momento, Wanda já tinha se irritado e lançou um feitiço, jogando os dois para longe dela. Então, a bruxa começou a caminhar em direção a uma outra sala, mas foi impedida pois, diversos objetos criaram uma barreira bem em sua frente, a impedindo de progredir. Então, contra a sua vontade, Wanda começou a levitar. Seus braços e pernas estavam imobilizados por uma espécie de força e quando ela percebeu, diversos objetos metálicos começaram a voar para sua direção. A mulher então fechou seus olhos, se concentrou e quando os abriu novamente, os objetos tinham se transformado em borboletas. 

 Ela tinha percebido que estava imobilizada por causa da garota chamada Jean Grey e que os poderes dela eram tão grandiosos quanto os seus, por isso, não conseguia se libertar da prisão. Ela tentou também entrar na mente da garota, mas assim que tentou, ela viu uma grande e poderosa fênix em seu interior e recuou. Seja lá quem fosse aquela menina, era extremamente poderosa. 

— Você pode ser lendária e extremamente forte no seu universo, mas aqui há outra criatura forte e lendária e sou eu, a Fênix Negra! - A garota disse, com seu semblante totalmente transformado. Ela estava se descamando e seus cabelos pareciam estar em chamas. 

Ela então voltou a jogar diversos objetos contra Wanda, porém, a Feiticeira Escarlate sempre alterava a realidade, transformando os objetos em coisas inofensivas como beija-flores, ursos de pelúcia, jujubas e coisas do tipo. Então, a Fênix Negra se cansou disso e começou a simplesmente jogar Wanda contra as paredes, controlando-a. Aquilo foi como uma tortura para a bruxa, pois ela não tinha controle do seu corpo e estava sendo arremessada por todos os cantos, como se fosse uma boneca. 

— Jean, pare com isso imediatamente, ela ainda é minha filha! Precisamos deixá-la imobilizada para que o Charles a liberte! - Nesse momento, o homem chamado Erik apareceu. Jean parecia relutante, mas ainda assim, parou de jogar o corpo de Wanda pelos cantos. Essa foi o instante em que a Feiticeira Escarlate contra-atacou. 

Como ela não conseguia controlar mentalmente a garota, decidiu manipular o velho que dizia ser seu pai. Quando Wanda entrou em sua mente, acessou toda a sua memória, tendo contato com todos as suas conquistas e glórias, mas também com seus medos, perdas, decepções e fracassos. Ela descobriu que ele não era humano, mas sim uma evolução da raça humana, chamada de mutantes e que ele julgava ser superior. Ele era um dos mais poderosos da raça mutante e um de seus líderes, tinha o poder de controlar todo tipo de metal e por isso, adotou o codinome de Magneto, além disso acreditava que os mutantes deveriam dominar a humanidade. Descobriu também, que, naquele universo, ele de fato era o pai de sua variante e de seu irmão Pietro, mas que a relação deles era bem complicada, o que o deixava repleto de culpa dos seus erros. Assim que Wanda acessou a sua mente, ela alterou todas as suas lembranças, fazendo-o acreditar que ele era um servo da Feiticeira Escarlate e que a garota Jean Grey era a sua grande inimiga.  

Magneto então se virou contra Jean e disse: 

— Deixe a minha filha em paz! - Ao dizer isso, Magneto lançou duas ligas metálicas contra a garota, jogando-a para o outro lado do salão. 

Quando Jean Grey foi arremessada, automaticamente, Wanda se viu livre dos poderes da garota e rapidamente partiu para a outra sala, em busca de seu verdadeiro objetivo, deixando os dois lutando até a morte. No entanto, ao chegar na outra sala, ela se deparou com um homem tão velho quanto Magneto, sentado numa cadeira de rodas. 

— Wanda, vejo que o ponto que você chegou já é irreversível! - Ele disse, como se fosse algum guru sábio. 

— Cala a boca e me entregue América Chavez! - A mulher disse, com ódio e raiva. Ela já estava cansada de tantos empecilhos e de tantos se intrometerem na sua jornada em busca da sua felicidade. 

— Eu sinto que isso não será possível. Agora, quanto a verdadeira Wanda, presa aí dentro, não se preocupe, eu irei te libertar! - No momento em que o velho disse isso, Wanda ficou paralisada e se sentiu invadida por alguma coisa. 

Naquele momento, o velho tentava invadir a sua mente. Apesar de ser poderoso e experiente, ele tinha dificuldades de avançar, pois a mente da feiticeira era bem complexa e repleta de criaturas. Todavia, o homem havia conseguido encontrar a consciência de sua Wanda, presa e reprimida. 

— Por favor, me ajude! - Ela suplicava, encolhida e fragilizada. 

Quando ele ia libertá-la, alguma coisa o impediu. 

— Charles Xavier, pare imediatamente! - Uma voz rouca e grave disse. O velho ficou com um medo inexplicável. Seja lá quem tivesse dito aquilo, não era humano. 

— Quem é você? - Xavier perguntou, apavorado. 

— Eu já tive muitos nomes, alguns você conhece inclusive. Asmodeus, Astaroth, Baphomet, Belzebu, Satã e Lucífer, mas o meu verdadeiro nome é Chthon. - Quando o demônio disse isso, Xavier se arrepiou dos pés à cabeça. 

— E o que você quer com a Wanda? Liberte-a! - Xavier ordenou, o que causou uma risada. 

— Para um velho aleijado, você tem coragem, mas com a Wanda eu não quero nada, quem eu desejo é a Feiticeira Escarlate. Ela me trará de volta a minha forma física e então, todo o Multiverso será meu, agora, saia daqui velho! - Chthon então expulsou Xavier da mente de Wanda, fazendo-o voltar ao seu corpo. 

Quando a Feiticeira Escarlate retornou, ela estava com tanta raiva, que ela levantou Xavier, fazendo o levitar. Então, ela apertou suas mãos e conforme ela apertava, os ossos de Charles Xavier eram triturados. O velho começou a chiar e agonizar, enquanto que seus ossos eram esmagados. Ele estava completamente vermelho e roxo, devido a hemorragia interna, porém o sangue era tanto, que começou a vazar pelos olhos, nariz, boca e ouvido. Por fim, o corpo de Xavier caiu sobre a sua cadeira, derramando sangue por todos os lados. Wanda então seguiu, atrás de Strange e América. 

 

* * * * * * * * * * * * 

Já tinha se passado bastante tempo desde que Xavier tinha mandado os Illuminatis deterem Wanda e, após a espera, o mutante constatou o óbvio. 

— Eles estão mortos! - O líder dos mutantes disse, com um pesar na voz. 

— Charles, me deixe falar com ela, eu posso convencê-la a parar, eu posso trazer a minha filha de volta! - Magneto pediu, em tom de súplica. 

— Tudo bem Erik, vá, mas leve a Jean com você. A Fênix Negra é tão poderosa quanto a Feiticeira Escarlate e conseguirá detê-la. - Xavier disse e assim os dois partiram. 

— Isso é inútil. - Strange disse com raiva, pelo mutante não perceber o óbvio. - Não importa o quão poderosa aquela garota seja, ela não se iguala a Feiticeira Escarlate! - O mago continuou a dizer. 

— Eu sei disso Stephen! - Xavier falou, assustando tanto Strange, quanto Mordo. - Jean e Magneto não serão suficientes para detê-la, mas nos darão tempo. Você tem uma nobre missão. Procure Christine Palmer e diga que você tem ordens minhas para libertar América Chavez  e sair daqui desta realidade. Strange, o nosso Doutor Estranho estava fascinado com o Olho de Argamoto e descobriu que ele guarda uma outra dimensão, a dimensão de Vishanti, protegendo o livro dos Vishanti. Este livro é um contraponto ao Darkhold e pode anular seus poderes. Você precisa encontrá-lo, esta é a chave para derrotar a Feiticeira Escarlate. - Xavier explicou, o que causou raiva em Mordo. 

— Professor Xavier, pelos deuses, este homem é um criminoso, como você pode confiar nele? - Mordo perguntou com raiva, quase gritando. 

— Mestre Mordo, você, como ninguém, deveria entender que não é porque alguém tropeça e sai fora do caminho, que está perdido para sempre! Aliás, eu peço que você ajude Strange nesta jornada, pois todo o Multiverso depende disso! - o Professor Xavier disse, irritando ainda mais Mordo. 

— E quanto a você? - Strange perguntou. 

— Eu ficarei aqui. A nossa Wanda também passou por momentos sombrios e eu a ajudei a encontrar a luz, sinto que devo não somente libertá-la, mas ajudar a sua Wanda também. - Professor Xavier disse e fez um gesto para que Mordo e Strange se retirassem. 

Assim que Mordo e Strange saíram, o Mago Supremo atacou o Doutor Estranho. 

— Você é louco? - Strange perguntou, usando as suas algemas para se defender dos golpes de Mordo. 

— Você é o culpado de toda essa desgraça! Você fez viagens multiversais, bagunçou a linha do tempo e trouxe esse demônio até nós. A culpa é sua! - Quando Mordo o atacou novamente, acabou quebrando as algemas que aprisionavam Stephen Strange. 

Livre, Strange usou o Olho de Argamoto e pôs Mordo numa ilusão, fazendo-o dormir profundamente. Rapidamente, Strange correu para encontrar Palmer e América no meio daquele caos e confusão. Ao encontrar a doutora, ele não tardou em explicar a ela tudo que tinha acontecido. 

— Christine, por favor, me escute, a Wanda está aqui, destruindo tudo e todos, nossa única esperança é libertando a América e escapando pelo Multiverso. - Strange disse e, por um momento, Palmer relutou, mas a realidade dos fatos fez com que ela obedecesse ao Doutor Estranho. 

Assim que ficou livre, América deu um grande, longo e apertado abraço em Stephen Strange. 

— Senhor Strange, eu pensei que fosse morrer aqui! - A garota disse, aos prantos. 

— E eu? - Deadpool perguntou, vendo que ainda estava preso. 

— Senhor Deadopool, não se preocupe, você é imortal. A Feiticeira Escarlate não irá te matar! - Palmer disse. 

— MAS AINDA ASSIM VAI DOER, ME TIRA DAQUI AGORA SUA RUIVA DE FARMÁCIA! - Ele gritou, desesperado, mas foi completamente ignorado pelos outros três, que escaparam correndo. - FILHOS DA PUTA! - Ele gritou, vendo-os desaparecer. 

— Christine, eu preciso abrir um portal para a Dimensão de Vishanti, lá teremos a arma necessária para impedir a Feiticeira Escarlate. - Strange disse. 

— Podemos ir pelos encanamentos, é o lugar mais seguro no momento. - Palmer explicou. Então, uma explosão aconteceu e uma figura cadavérica surgiu. Era Wanda Maximoff, com um grande corte em seu rosto, ferimentos por todo o corpo e completamente ensanguentada, parecendo um zumbi. 

— Gente, nós temos que ir agora, ela está aqui! - América disse, apontando para Wanda. 

Eles então correram o mais rápido que puderam e enquanto corriam, Strange invocava diversos feitiços para tentar impedir Wanda, mas era em vão, pois ela conseguia desviar de tudo. Quando eles chegaram nos encanamentos, Strange invocou dois leões para lutar contra Wanda, o que daria a eles alguns minutos para abrir o portal e escapar. 

Assim que invocou os leões, Strange fez um movimento com as mãos, e um portal se abriu e eles passaram. A Dimensão dos Vishanti era cósmica. O roxo imperava por todas as partes, havia pequenas pontes ligando ao centro, onde havia o Livro de Vishanti e as estrelas passavam ao lado deles. Eles ficaram tão impressionados, que por alguns milésimos de segundos, tinham se esquecido que estavam sendo perseguidos pela Feiticeira Escarlate. 

 - Strange, isso acaba aqui! - Wanda disse, chegando até eles. 

América então abriu um portal. 

— Senhor Strange, precisamos jogá-la neste portal e pegar o livro. - América disse, porém antes que Stephen Strange pudesse raciocinar, América Chavez começou a levitar e foi capturada por Wanda. 

— AMÉRICA! - Strange gritou, porém ele e Christine foram atingidos por uma rajada de energia de Wanda e caíram no portal aberto por América, sendo sugados pelo Multiverso. 

 

 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: O Castelo.



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