Doutor Estranho no Multiverso da Loucura escrita por Maximoff


Capítulo 7
Cap 6: O Castelo


Notas iniciais do capítulo

Não há força no Multiverso que impeça a Feiticeira Escarlate de ser feliz.

Para este capítulo, recomendo que ouçam Hear Attack de Demi Lovato



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Wong estava acorrentado há horas, apenas observando o corpo de Wanda Maximoff flutuando. Por ser o Mago Supremo e ter acesso a uma quantidade infinita de conhecimento mágico, a Feiticeira Escarlate tinha decidido que ele era perigoso demais para ficar livre, por isso o tinha aprisionado junto a isso, utilizando um feitiço que somente ela conseguiria desfazer. 

O Mago Supremo ficou ali, apenas observando Maximoff flutuar, enquanto que o Darkhold sussurrava coisas para ela na língua dos demônios. Foi então que, depois de horas, um portal em formato de estrela se abriu e Wong viu uma outra Wanda surgindo dele, com América Chavez inconsciente em seus braços. Essa Wanda estava completamente deformada. Seu rosto tinha um grande corte ao meio e havia muito sangue em sua face. Havia muito sangue também em sua blusa e calça, bem como óleo. Ela tinha dificuldades para andar e se assemelhava muito a um zumbi. A variante deixou a garota em frente a Feiticeira Escarlate, virou-se e entrou no portal, fechando-o. 

Neste momento, a Feiticeira Escarlate abriu os olhos e voltou ao chão. A mulher fez o corpo de América flutuar e saiu dali, sem dizer uma só palavra. O Mago Supremo estava sendo obrigado a ver a garota ali, paralisada, sendo torturada pelo livro dos condenados. De repente, Sebastian, um jovem mago recém ingresso no Kamar Taj e melhor amigo de Luka, havia chegado, sorrateiramente. 

— Sebastian, pelos deuses, o que está fazendo aqui? - Wong perguntou, sussurrando. 

— Senhor Wong, eu vim aqui para vingar o meu amigo e o Kamar Taj. Rintrah nos falou de uma maneira de destruir o Darkhold, utilizando dentes de dragão. Entramos em contato com Shang Chi e ele nos deu um dente e eu me voluntariei para destruir o livro maldito. - O rapaz disse, deixando Wong estupefato. 

— Pare com isso garoto, é suicídio! - O Mago Supremo tentou alertá-lo, em vão. 

— Eu não me importo senhor Wong, já perdi tudo que eu tinha! - O rapaz disse, fazendo com que Wong ficasse em completo silêncio. 

Ele então partiu correndo e deu um grande salto, pegando o livro, que flutuava no ar. Ele então caiu no chão, abriu o livro e o admirou por alguns segundos. 

— É lindo! - Exclamou, enquanto o admirava. - Mas não é real! - Então, como se libertando de um transe, ele cravou o dente nas páginas do livro. Uma gosma preta saiu do mesmo e gritos aterrorizadores puderam ser ouvidos. O rapaz e o livro começaram a se desfazer, como se fossem feitos de areia. 

— NÃO! - A Feiticeira Escarlate surgiu, gritando, transtornada. Ela viu que o Darkhold não existia mais e gritou de raiva e ódio. Quando terminou de gritar, lançou um olhar de fúria contra Wong e jogou nele uma rajada de energia, lançando-o para longe, para o pátio central do Kamar-Taj. 

O Mago Supremo foi arremessado, caindo sob os escombros e corpos de milhares de feiticeiros. Rapidamente, a magia do caos o envolveu e ele começou a sentir as piores dores que um ser humano era capaz de sentir. 

— MAGO SUPREMO, ME DIGA AGORA, COMO EU POSSO OBTER OUTRO DARKHOLD! - Wanda gritou, cheia de fúria e ódio. Seus olhos esverdeados estavam completamente vermelhos e sua pele descamava, como se fosse uma cobra. 

— Isso é impossível, não há outro Darkhold! - Wong mentiu. Então, as dores se intensificaram. Sentia uma grande pressão na cabeça, como se ela fosse explodir. Sentia também seus braços e pernas se comprimindo e sua garganta se apertando. 

— MENTIRA! - Ela gritou com raiva. Àquela altura, de tão poderosa que estava, Wanda poderia ter adquirido o poder da telepatia, em alguns níveis, pelo menos. - SE VOCÊ NÃO ME CONTAR, FAREI COM QUE SINTA AS PIORES DORES QUE UM SER HUMANO É CAPAZ DE SENTIR. DESTRUIREI SUA MENTE E MACULAREI A SUA ALMA, GARANTINDO QUE ELA VÁ PARA O MAIS PROFUNDO DOS INFERNOS! - A Feiticeira Escarlate gritou e sua voz estava diferente, como se não fosse sua, mas de alguma outra coisa maligna. Naquele momento, como se fosse possível, as dores de Wong se aprofundaram ainda mais. 

— Você pode me torturar o quanto quiser, eu nunca te direi a verdade! - O Mago Supremo afirmou. 

Naquele mesmo instante, as dores cessaram. Wong caiu no chão e ficou inerte. Não conseguia mexer uma célula de seu corpo. Então, a Feiticeira Escarlate flutuou e pairou nos céus e Wong teve a pior visão de toda sua vida. Todo o planeta Terra começou a arder num fogo infernal. Wong pode ouvir os gritos e lamentos de cada um dos sete bilhões de seres humanos, gritando de dor, clamando por socorro. Apesar de não estar sentindo dor física, aquilo machucou bem mais que a tortura que Wanda lhe atingiu. 

— Tudo bem, Mago Supremo, você pode mentir para mim o quanto quiser, mas se não me disser aonde eu posso achar outro Darkhold, eu cumprirei com a profecia das escrituras antigas e destruirei toda a humanidade, num fugo infernal! - A Feiticeira Escarlate flutuava, com seus olhos vermelhos e cabelo esvoaçante, como se fosse um demônio, anunciando o fim dos tempos. 

Os gritos de clemência da humanidade ecoavam na mente de Wong de forma estridente. O Mago Supremo queria resistir, ele queria ser forte, mas não conseguiria, pois ele sabia que, de fato, a Feiticeira Escarlate cumpriria com a sua promessa. Então, ele se entregou. 

— Tudo bem, tudo bem! Eu te digo como conseguir outro Darkhold, agora, pare com isso imediatamente! - Wong suplicou e a Feiticeira Escarlate parou com as torturas. O Mago Supremo suspirou aliviado, quando os gritos de socorro da humanidade pararam de ecoar em sua mente. - Há sim outro Darkhold, o verdadeiro. O que você tinha era apenas uma cópia, o verdadeiro está protegido no alto das montanhas de Wundagore, num castelo construído pelos adoradores do demônio Chthon.- Wong explicou, deixando a Feiticeira Escarlate impressionada. 

— Wundagore? Em Sokovia? - Ela perguntou, reflexiva. O Mago Supremo confirmou com um aceno de cabeça. - Certo, então você me levará até lá! 

Wanda reuniu Wong e América no pátio central do Kamar Taj e então, o Mago Supremo abriu um portal e eles atravessaram. Instantaneamente, Wong sentiu um frio absurdo. Eles estavam no alto da montanha, enquanto uma nevasca acontecia. O castelo estava ali, em estilo gótico, gigantesco e trancado. No portão, havia dizeres numa língua que Wong não conhecia. 

— O que está escrito? - Wong perguntou. 

— É sokoviano. Aqui diz: “Apenas a Feiticeira Escarlate pode abrir estas muralhas!” - Wanda leu, tocando no portão e abrindo-o, instantaneamente. 

Eles entraram no castelo e, conforme andavam, as velas se acendiam, iluminando todo o espaço. Wong pode perceber que havia uma estátua gigantesca de uma mulher muito parecida com Wanda e nas paredes do castelo, muitas coisas escritas, em línguas que Wong não dominava. Ao centro, havia uma tábua enorme. 

— É uma tumba! - O Mago Supremo constatou. 

— Não, não é uma tumba, mas sim um trono. Um trono para a Feiticeira Escarlate. Nas escrituras diz que a Feiticeira Escarlate deve governar esta realidade, libertando o caos, pelo mundo. - Wanda disse, fascinada com o que lia. - Mas não se preocupe Wong, eu não irei fazê-lo! Não desejo ser uma rainha ou coisa parecida, eu só quero ser feliz ao lado da minha família! - A mulher disse, levitando o corpo de América até o trono. - Agora está na hora do ritual começar! - Ela disse, enquanto um outro Darkhold surgiu em suas mãos. 

 

* * * * * * * * * * * *  

 

Strange e Palmer continuaram caindo no infinito do Multiverso, atravessando o portal de América Chavez. Novamente, Strange teve as piores sensações de sua vida. Sentia formigamentos pelo corpo inteiro, bem como uma dor de cabeça infernal. Queria gritar, mas não tinha forças, a única coisa que ainda conseguia fazer era cair e sentir seu corpo ser jogado entre dimensões. 

O Doutor Estranho não pode dimensionar por quanto tempo caiu, mas, finalmente, eles tinham parado. Chegaram a uma dimensão que o ar era frio e gélido e o silêncio imperava por todos os cantos. 

— Aonde estamos? - Strange perguntou, tentando se levantar, ainda tonto pela viagem. 

— Acho que estamos em Nova York. - Palmer respondeu assustada com o que via. 

Então, ao se levantar, Stephen Strange pode ver o mundo ao seu redor e como ele era horripilante. Aquele universo estava completamente destruído. Todos os prédios estavam se desfazendo, os carros flutuavam inertes pelo espaço, bem como infinitos objetos. Milhares de ossos e esqueletos humanos pairavam sob as ruas, enfeitando as calçadas. 

— O que aconteceu aqui? - Palmer perguntou horrorizada e Strange não soube o que responder. 

A única reação do mago foi correr até o lugar que ele julgava ser o mais seguro, o Sanctom Santorum. Strange e Palmer correram e assim que chegaram perceberam que o templo era o único lugar que ainda estava de pé, intacto e, pelo que Strange pode sentir, havia uma quantidade absurda de poder emanando dali. 

— Strange, parece que tem alguém aqui. - Palmer disse, apontando para uma silhueta humana no topo do templo. 

— Fique aqui Christine!  Eu irei entrar e buscar por respostas. - Strange disse, entrando nas portas do templo. 

Se por fora o Sanctum Santorum estava intacto, por dentro, estava em ruínas. Havia esqueletos por todos os lados e um cheiro terrível de morte. O lugar estava sombrio, frio e silencioso e Strange sentia um medo terrível, enquanto caminhava pelos corredores do palacete. O Mago subiu até o segundo andar, temendo o que pudesse estar lá, porém assim que chegou, se assustou com o que viu. Havia ali, de costas para ele, admirando aquele universo, uma cópia sua, um outro Stephen Strange. Todavia, aquele Strange era diferente, era mais sombrio. Ele usava apenas preto, inclusive seu manto da levitação era todo preto. Seu cabelo era maior e estava completamente despenteado e tinha uma barba por fazer. Enfim, estava completamente largado. 

— Eu sabia! Eu sempre soube! - O homem disse, como se adivinhasse que Strange estivesse ali. Ao se virar, Strange tomou um susto com o que viu. A sua variante possuía enormes olheiras, tinha arranhões por toda a face e manchas de sangue pelo rosto. - Eles disseram que eu estava louco, que eu era insano, mas aqui está você, uma versão minha de outro universo, de outra realidade! - Além de completamente desfigurada, a variante de Stephen Strange era completamente perturbada. 

— Eu sinto muito em incomodar, mas o que houve aqui? - Strange perguntou confuso. 

— Bem, meu amigo, as coisas saíram do controle! Depois da luta com Thanos, o garoto Peter Parker procurou a minha ajuda para que realizasse um feitiço que fizesse com que todos esquecessem que ele era o Homem Aranha, porém, o feitiço não deu exatamente certo e houve uma conexão com outros universos, o que gerou uma ruptura no Multiverso. Para consertar isso, eu realizei um feitiço que apagou da memória de todos a existência de Peter Parker, isso aconteceu no seu universo também? - A variante sinistra perguntou. 

— Parece que sim, mas eu não me lembro de nada disso. - Strange respondeu. 

— Pois bem, depois de um tempo, eu passei a ter pesadelos constantes e horripilantes que eu era assassinado por uma criatura maligna. Rapidamente, eu procurei ajuda com Wong e, acessando as minhas memórias, ele descobriu sobre o feitiço de Peter Parker e descobrimos juntos que ao realizar aquele feitiço, isso trouxe consequências para a minha alma. O Olho de Argamotto criou uma conexão com o Multiverso e eu estava tendo visões de outras dimensões. - Enquanto a variante explicava, Strange se arrepiava, pois tudo tinha acontecido com ele também, a diferença que ele não tinha procurado ajuda com Wong, havia decidido manter aquilo com ele. - Quando eu soube que o Olho de Argamotto era uma conexão com o Multiverso, eu fiquei obcecado. Eu pensei que assim, eu teria acesso a uma fonte de poder inimaginável. Afinal, eu poderia me conectar com outras versões minhas e, ou me aliar a elas, ou absorvê-las, me tornando assim ainda mais poderoso. Você consegue imaginar o tanto de poder que eu poderia ter? O Multiverso na palma da minha mão! - A variante falava e Strange teve a certeza que ele era completamente lunático, porém, ao mesmo tempo, Strange se reconheceu nele. O mago não poderia negar que essa ânsia por poder e conhecimento era algo que ele apreciava muito. Sempre desejava ter mais, saber mais e poder mais, nunca se sentia satisfeito com o que tinha, talvez por isso, a perda do título de Mago Supremo o despedaçou tanto. - Agora, você está aqui e isso é possível, podemos realizar juntos. Imagine quanto conhecimento podemos adquirir? E quanto poder? Juntos, dominando o Multiverso! - A proposta da variante sinistra era, no mínimo, tentadora e Strange se arrepiou ao perceber que, por um momento, ele cogitou essa possibilidade. 

— Bem, eu confesso que essa opção é bem tentadora, mas eu não vim aqui porque eu quis, ou em busca de poder, o futuro do Multiverso depende de mim! - Strange disse, rezando para que ainda houvesse algum pingo de bondade em sua outra versão. 

— Como assim ele depende de você? - A sua versão sinistra perguntou. 

Strange contou tudo que tinha acontecido a sua versão bizarra, no entanto emitiu a existência de América Chavez, pois caso o outro Stephen Strange não fosse confiável, não seria mais um ser maligno caçando a garota. A variante ficou em silêncio absoluto, pensativa e reflexiva. 

— Então, a Wanda do seu universo é a Feiticeira Escarlate e ela possuí o Darkhold? - A variante perguntou, refletindo sobre tudo que acabara de ouvir. - Bem isso é interessante, pois eu também possuo o Darkhold em meu universo. - No momento em que dissera isso, o Strange sinistro havia invocado o livro dos condenados, arrepiando o Strange do universo seiscentos e dezesseis. - Ele não é um livro ruim, pelo contrário, ele só diz a verdade. Eu o li inteiro, em busca de mais conhecimento e poder e após lê-lo, eu percebi que o meu destino era dominar o Multiverso completamente. - A forma como dizia isso, fez com que Strange constatasse que a sua variante era completamente lunática e estava corrompida também e que definitivamente ele era um inimigo e não amigo. - Pois bem, eu irei ajudá-lo! - A versão assustadora exclamou, assustando Strange. - Com uma condição: você irá me ajudar em meu propósito de dominar o Multiverso! 

Aquela proposta fez com que o Doutor Estranho sentisse raiva, afinal ele se livraria de um problema, apenas para conseguir outro. 

— Nem pensar! - Ele respondeu de forma grosseira e ríspida. - O Multiverso não existe para ser dominado!  

— Ora, então, não temos acordo algum! Além disso, eu sinto em lhe informar, que precisarei absorver você e seus poderes, assim com os poderes e conhecimentos de dois Stephen Strange, eu consiga meu objetivo! - No exato momento em que dissera isso, a variante de Strange lançou uma rajada de energia contra ele, porém o Doutor Estranho conseguiu se defender criando um espelho e refletiu os poderes de volta a sua outra versão. 

— Pare com isso! Dominar o Multiverso é uma loucura! - O Strange do universo seiscentos e dezesseis disse. 

— Você não entende? Essa é a nossa natureza! Nós só amamos três coisas: a Christine, o conhecimento e o poder! Essa é a grande verdade. Infelizmente, eu não posso ter a Christine, o que me resta o conhecimento e principalmente o poder. Eu amo o poder! Quanto mais poder eu tenho, mais vivo eu me sinto! - A voz da variante não estava mais normal, estava rouca e grave, como se estivesse possuída por algum demônio. Então, de forma horripilante e assustadora, um terceiro olho brotou na testa de sua variante. O olho tinha uma cor diferente dos olhos de Strange, eram castanhos claros, estavam semicerrados, como se estivessem com raiva e pareciam uma ferida, como se alguém tivesse aberto a testa de sua variante.  

Ao olhar sua outra versão, Stephen se viu nele e isso o assustou. De fato, aquelas três coisas eram as mais importantes em sua vida e ver como sua outra versão estava, fez com que Strange se sentisse um lixo completo. Foi então que, interrompendo a sua autocrítica, a sua variante fez um feitiço que fez com dezenas de mãos tentassem prender Strange e até enforcá-lo. 

Utilizando o Olho de Argamotto, o Doutor Estranho se desfez do feitiço e contra-atacou entrando na mente de sua variante, deixando-o paralisado. 

— LIBERTE-ME AGORA! - A sua versão sinistra gritava. 

Strange então fez com que elae levitasse e a jogou pela janela. Seu corpo voou e caiu nas grades do Sanctum Santorum, sendo completamente empalado. Do alto do templo, Strange pode ouvir os gritos de pavor e horror de Christine Palmer. O Doutor Estranho então caiu inerte no chão, chorando copiosamente. 

Em questão de minutos, Christine Palmer havia chegado e encontrado Strange naquela situação humilhante. 

— Stephen? O que aconteceu? - Ela perguntou assustada, olhando todo aquele caos. 

— Eu que aconteceu Christine, como sempre! - O homem respondeu, enquanto fungava e soluçava. - Eu sou um monstro! - O homem constatou, se agarrando nos braços do seu grande amor e chorando copiosamente. 

— Stephen, acalme-se, seja lá o que a sua variante tenha dito, não era verdade e... - A mulher foi interrompida, por uma pergunta do Doutor Estranho: 

— Christine, no seu universo, enquanto todos amavam a minha variante, você o odiava, por quê? O que ele te fez?  

Christine Palmer deu um longo suspiro antes de responder. 

— Bem Stephen, no meu universo, o oitocentos e trinta e oito, você era muito bom, bom até demais. Você amava o conhecimento, o amava demais. Ficava dias pesquisando e estudando, esquecendo de tudo e de todos. Era capaz de dar a sua vida pelo universo e bem foi o que você fez, mas, você me deixou, sozinha, grávida. - Aquela informação fez com que Stephen Strange tremesse de nervosismo. 

— Como? - Ele perguntou, para se certificar de que não tinha ouvido errado. 

— Isso mesmo Stephen, eu estava grávida durante a batalha contra Thanos e você sabia. Mesmo assim, não pensou duas vezes em se sacrificar pelo universo, me deixando sozinha. - Naquele momento, Christine Palmer não conseguia olhar nos olhos de Stephen Strange. Ela estava cabisbaixa e chorava muito. - Quando eu soube o que você tinha feito, que mesmo sabendo que eu estava grávida, você escolheu me abandonar sozinha e se sacrificar pelo universo, eu passei muito mal e tive um aborto espontâneo. 

Aquela informação havia destruído Stephen Strange completamente. Ele se sentia um lixo, um verme inútil. Inevitavelmente, as lágrimas rolaram de seu rosto e a sua única reação foi de abraçar Christine Palmer e dar a ela todo amor que ela merecia. 

— Você sempre escolhia os outros e nunca a mim. Durante toda a gravidez, eu fiquei completamente sozinha, ia às consultas sozinha, quando fui descobrir o sexo do nosso bebê e ouvir as batidas do seu coraçãozinho, eu estava completamente sozinha. Ou você estava estudando, ou salvando a galáxia de alguma ameaça sinistra. - Naquele momento, Christine chorava de soluçar e sentia muitas dificuldades em falar. 

— Christine, eu sinto muito, muito mesmo! Por favor, me perdoa! - Strange implorava com a voz embargada e os olhos inundados de lágrimas. 

— Eu não tenho que te perdoar Stephen, pois você não é o meu Stephen. Além disso, o Professor Xavier viu algo diferente em você, ele confiou em você, por algum motivo. Devemos honrar a sua memória e salvar o Multiverso! - Palmer afirmou, acalmando-se e tocando o rosto de Strange com ternura. 

— Mas como iremos fazer isso, se estamos numa realidade completamente diferente e nem temos como voltar? - Strange perguntou, enquanto secava as lágrimas. Nesse momento, ele vislumbrou o Darkhold flutuando e sussurrando coisas na língua dos demônios. 

Ele e Christine se entreolharam, com o mesmo pensamento. Strange pegou o livro e o mero toque fez com que sentisse algo diferente em seu corpo, como se alguém ou alguma coisa estivesse possuindo-o. 

— A Feiticeira Escarlate consegue transpor a sua posição astral e possuir corpos de suas variantes pelo Multiverso, talvez eu consiga fazer o mesmo. - Strange constatou, folheando o livro dos condenados. 

— Mas não há nenhuma variante sua no universo seiscentos e dezesseis, como você iria se transportar até lá? - Palmer perguntou. 

— Na verdade, há o corpo de uma variante minha lá e aqui diz que é possível sim possuir variantes mortas, há precedentes, porém... - Strange parou de dizer ao ler o que estava escrito. Deu um longo suspiro e continuou. - ... aqui diz que ao possuiu um corpo já morto, a minha alma seria corrompida e garantiria uma vaga certa no inferno, sendo atormentado por toda eternidade. - Ao ler aquilo, Strange se arrepiou dos pés à cabeça. 

— Pelos deuses! - Palmer exclamou, horrorizada. - Strange, você não pode fazer isso! Tem que ter outro jeito! - Ela disse, olhando perplexa o que estava escrito no livro dos condenados. 

— Não há outro jeito! Se quisermos salvar o Multiverso, temos de fazer isso, não há outra alternativa. - Strange disse, enquanto colocava o Darkhold no chão e invocava dezenas de velas acesas, formando um círculo, com ele e o livro no centro. 

— Mas Strange, se você fizer isso, sua alma será corrompida para sempre! - Christine disse, segurando as mãos de Stephen, como se fosse impedi-lo. 

— Um pequeno preço a se pagar em prol da segurança do Multiverso. - Strange respondeu, enquanto acariciava a pele macia de Palmer e se perdia em seus lindos olhos. - Não se preocupe comigo, apenas mantenha meu corpo em segurança. Além disso, se o meu Stephen não te disse, eu te digo, você foi a coisa mais preciosa que apareceu em minha vida e eu te amo em todos os universos! - Ao realizar aquela declaração de amor, Palmer e Strange se beijaram. Um beijo longo, delicado, apaixonado e molhado, devido as lágrimas dos dois rolarem pelos seus olhos. 

Strange então fechou os olhos e focou em realizar o feitiço. 

 

 

 

* * * * * * * * * * * * * 

 

O Darkhold havia convencido Wanda de que América não iria cooperar. A garota era rebelde demais, com muita personalidade e nunca iria ajudar Wanda a ser feliz e salvar seus filhos. Por isso, a Feiticeira Escarlate tinha decidido que iria transferir os poderes de América para o livro e, assim, conseguiria chegar a seus filhos. 

O ritual estava quase terminando e, quando terminasse, o livro teria todos os poderes de América Chavez e ajudaria Wanda a ser feliz. O único problema é que, dessa forma, a garota sucumbiria no final, mas não haveria problemas, a morte dela seria apenas um pequeno sacrifício necessário para um bem maior. 

Com o começo do ritual, Wanda havia expulsado Wong de seu castelo, justamente para que o Mago Supremo não atrapalhasse seus planos completamente. Enquanto observava o Darkhold sugando cada gota dos poderes e da vitalidade de América Chavez, Wanda refletiu o que faria depois que salvasse seus filhos. Poderia criar uma realidade em que eles vivessem felizes e que ninguém pudesse atrapalhá-los. Maximoff tinha aprendido em Westview que seu erro foi focar apenas naquela cidade e não no seu entorno completamente. Agora, a bruxa garantiria que ninguém, em canto algum do universo, atrapalhasse os seus planos, criando uma realidade que abrangesse toda a galáxia e cada um dos seus habitantes, assim ela poderia até governar os cosmos, como foi profetizado. 

— Wanda! - Uma voz conhecida a chamou. - Pelo amor dos deuses, pare com isso imediatamente! - Ao se virar, Maximoff se deparou com um pequeno exército de magos sobreviventes do Kamar Taj, liderados por Rintrah, Wong e uma versão zumbi de Stephen Strange. 

— Stephen, então quer dizer que agora está possuindo cadáveres? - Maximoff perguntou com desdém. - Algo bem do seu nível, baixíssimo!  

— Você não me deixou outra escolha, Feiticeira Escarlate. Pare com este ritual, ainda há tempo de se salvar e fazer a coisa certa! - O corpo putrefato disse. 

— Strange, eu não cheguei muito longe para desistir aqui. Eu irei salvar os meus filhos, quer você queira ou não e não há e nem ninguém, vivo ou morto, que me impeça de ser feliz novamente! - A Feiticeira Escarlate disse, enquanto estalou os dedos, transformando todos em pedra. 

Wanda poderia destruí-los e acabar com aquilo, mas julgou que não seria necessário, não havia nada que pudesse impedi-la naquele momento. Então, o livro abriu um portal e Wanda se preparou para o maior combate de sua vida. Lutaria contra um demônio lendário para salvar seus meninos e ser feliz para sempre. Estava decidida e confiante de que não havia força no Multiverso que fosse capaz de detê-la e que ela mataria qualquer coisa para ser feliz novamente. 

Todavia, ao passar o portal, Wanda não vislumbrou o inferno ou nenhuma dimensão amaldiçoada. Não ouvia gritos de almas perdidas, nem a língua dos demônios torturando as almas condenadas. Ela estava numa sala de estar, numa casa muito parecida com a sua de Westwiew. Na sala, Billy e Tommy pareciam se divertir, enquanto jogavam vídeo game.  

— Billy? Tommy? - Wanda os chamou, com a voz embargada de emoção. - Meus meninos, venham aqui, eu vim salvá-los! - Wanda os chamou com um sorriso de alegria de rever seus filhos e lágrimas de emoção e felicidade. 

Ao ver a mulher que surgira no meio da sala de estar, as crianças arregalaram seus olhos e começaram a tremer de medo e a gritar. 

— SOCORRO! SOCORRO! PAI! MÃE! TIO PIETRO! SOCORRO! - As crianças gritavam e choravam de medo e pavor, enquanto que se escondiam nas grades das escadas. 

Wanda sentiu uma forte pontada no peito. Não entendia nada do que se passava, afinal, eles estavam em perigo e deveriam estar felizes ao vê-la ali, para resgatá-los. Então, na velocidade da luz, Pietro Maximoff surgiu, o que fez com que o coração de Wanda quase parasse de bater ao rever seu irmão gêmeo. Diferente do “Fietro” de Westview, aquele tinha a mesma aparência do seu irmão que amava e conhecia. 

 - Pietro, meu irmão, sou eu, a sua Wandinha, eu vim salvá-los! - Wanda disse, tentando esboçar um sorriso, enquanto as lágrimas rolavam. Pietro a olhava apavorado, como se visse uma bruxa ou coisa pior. 

— Saia daqui! - Ele disse, com seu sotaque do leste europeu tão característico. - Vá embora, sua bruxa! Ao dizer aquilo, Pietro cuspiu em cima de Wanda. Novamente, Maximoff sentiu uma forte pontada em seu peito. 

Então, uma forte rajada de energia acertou Wanda e a jogou do outro lado da sala. O sintozóide Visão havia chegado. Ao vê-lo, a Feiticeira Escarlate começou a chorar de emoção. 

— Vis, meu amor, você está vivo! - Wanda disse, rindo de felicidade, enquanto mais lágrimas rolavam de seu rosto. Assim como Pietro, Visão a olhava assustado, porém, também com desprezo. 

— Eu não sou seu amor, demônio! - As palavras de Visão provocaram as dores mais fortes que Wanda já sentiu algum dia. - Vá embora, deixe a minha família em paz! - O sintozóide ordenou, se colocando entre a Feiticeira Escarlate e os meninos, junto de Pietro. 

— Vis, sou eu, a Wanda, o seu grande amor! Eu vim aqui para salvá-los, eu... - Wanda não teve a oportunidade de terminar. 

— Você não é a minha esposa, você é uma bruxa maligna! Um demônio! - As palavras de Visão machucaram Wanda como flechas, atingindo diretamente o seu coração. 

— Vá embora, ninguém te quer aqui! - Pietro vociferou, com ódio. 

— Vá embora! Vá embora bruxa! - Os meninos diziam aos prantos. 

Aquela cena estava causando em Wanda a pior dor que já havia sentido em sua vida. Era como se todos os seus momentos de dor estivessem voltando, juntos ao mesmo tempo. Como se estivesse revisitando a morte de seus pais, de Pietro, Visão e dos meninos, naquele momento. 

— Vocês não entendem, eu só quero ajudar! Eu vim salvá-los! - Wanda tentava dizer com o rosto molhado de lágrimas. 

— Não queremos a sua ajuda, não precisamos de você! - Visão disse, com raiva. 

— Você destruiu as nossas vidas, matou nossos amigos, assassinou meu pai, você é um monstro, uma assassina! - Pietro disse com raiva e com lágrimas caindo de seus olhos. 

A única coisa que Wanda conseguia fazer era chorar. Havia sonhado com aquele exato momento tantas vezes e agora estava ali, sendo humilhada e rejeitada pelas pessoas que mais amava em sua vida. 

— Chega! - Uma voz ordenou do alto das escadas. 

Wanda então viu uma versão sua, porém com uma enorme cicatriz em seu rosto, descendo as escadas com muitas dificuldades, sendo ajudada por Pietro e Visão. 

— Meu amor, fique no quarto, você precisa descansar! - Visão disse, enquanto servia de apoio para sua esposa. 

— Não! - A variante disse. - Eu precisava vir e falar com ela eu mesma! - Maximoff disse, tentando ficar em pé sozinha. 

Naquele momento, Wanda pode perceber melhor a sua variante. Além da cicatriz, a variante tinha marcas de arranhões e ferimentos pelo corpo e diferente da Feiticeira Escarlate, essa era morena, com o cabelo totalmente negro. Então, com ajuda Visão e Pietro, elas ficaram frente a frente, Wanda e a Feiticeira Escarlate. 

— Você destruiu a minha vida! - Wanda começou dizendo e lágrimas rolaram de seus olhos. - Você invadiu a minha casa, invadiu meu corpo, dominou a minha mente e me obrigou a assistir a sua tormenta, as suas perdas, as suas dores e os seus fracassos. - A mulher disse pausadamente, pois tinha dificuldades ao falar, devido aos ferimentos. - Você me fez matar os meus amigos, o meu pai... - Naquele momento, Wanda parou de falar, suspirou fundo e continuou. - Você causou ferimentos em mim que serão incuráveis, ferimentos tanto físicos, quanto mentais. Traumas, para mim e minha família, que serão eternos. - As palavras de Wanda causavam na Feiticeira Escarlate uma dor incomensurável, ela só conseguia chorar e chorava de soluçar. - Eu deveria matar você, aqui e agora, por tudo que você fez a mim, a minha família e ao meu universo. Eu tenho certeza que faria um bem a todo Multiverso. - Ao ouvir aquelas palavras de sua variante, a Feiticeira Escarlate caiu no chão, atordoada, todo seu corpo doía e ela chorava como nunca chorou em sua vida. Wanda caminhou lentamente rumo a Feiticeira Escarlate e ao chegar perto dela, ergueu sua mão. A bruxa já estava esperando para ser morta enforcada, ou até por algum feitiço, enfim, já tinha aceitado que aquele era seu fim. A Feiticeira Escarlate fechou os olhos, esperando pelo pior, porém, recebeu um carinho em seu rosto, ao abrir os olhos Wanda estava acariciando a sua face. - Mas eu não consigo! Eu não consigo odiar você! Eu vi tudo que você passou, tudo que você perdeu e você teve uma vida terrível e o seu amor pelos nossos filhos é tão real e tão poderoso. Além disso, você estava sendo enganada pelo Darkhold. Nossos filhos não estão em perigo, eles não são prisioneiros de demônio algum, eles estão bem, muito bem, em segurança e repletos de amor e carinho. Eles serão muito amados, pode ter certeza disso! - As palavras de Wanda destruíram a Feiticeira Escarlate completamente, ela não imaginava que justamente a única pessoa que teria compaixão dela, seria ela mesma. 

— Por favor, me perdoa, por favor! - A Feiticeira Escarlate suplicava com o rosto encharcado de lágrimas. 

— Eu te perdoo! - Wanda disse, enquanto acariciava o rosto da bruxa. - Mas você tem uma missão a cumprir em seu universo. O Darkhold já me tentou também e eu imagino que muitas de nós, é sua missão impedi-lo! Impeça-o, desfaça o feitiço, salve o Multiverso e garanta que nenhuma de nós seja tentada pelo Darkhold outra vez! - Wanda pediu e a Feiticeira Escarlate aceitou a missão. - Billy, Tommy, venham aqui! - Wanda chamou e os meninos atenderam, apesar de relutantes. - Abracem a mãe de vocês! - Wanda ordenou e aquele gesto encheu o coração da bruxa de alegria. 

— Meus meninos! - A Feiticeira Escarlate exclamou de alegria e emoção ao ver os meninos em seus braços novamente. - Eu sei que eu causei muita dor e sofrimento a vocês, mas eu só quero que saibam que eu nunca quis nada disso, eu vou consertar tudo, eu juro, obedeçam aos seus pais e sejam bons garotos. Eu amo muito vocês, mas do que a minha própria vida! - Maximoff disse e os abraçou profundamente, por um bom tempo. Pode relembrar o cheiro deles e matar a saudade que estava do calor de seus corpos.  

Assim, após o abraço, a Feiticeira Escarlate deixou aquele universo e voltou para o seu, deparando-se com o Darkhold quase matando América Chavez. Então, antes que fosse tarde, Wanda rompeu a conexão entre os dois. Chavez caiu no chão, desmaiada. 

— Wanda, o que está fazendo? - Uma voz aveludada, arrastada e horripilante perguntou, mas Maximoff simplesmente ignorou. 

A Feiticeira Escarlate então desfez o feitiço e os feiticeiros do Kamar Taj deixaram de ser pedra. Ela então fez o corpo de América flutuar até eles. 

— Strange, eu sei que não há nada que eu diga que alivie todo o mal que eu causei a vocês, eu sei que eu sou um monstro, uma assassina e que vocês todo o direito de me odiarem, eu só peço que cuidem da América e que não deixem nenhum mal pegá-la! - Wanda suplicou, deixando todos extremamente confusos. Então ela fez com que todos flutuassem e os retirou do castelo, deixando apenas Wanda e o Darkhold. 

— Wanda, o que você fez? - A voz aveludada perguntou outra vez. - Agora não poderá ter os seus filhos, a sua felicidade! - Ele continuou a dizer. 

— Chega! - Wanda disse com raiva. Ela estava se tremendo de ódio, ao perceber tudo que o Darkhold tinha feito com ela ao longo dos anos. Todas as mentiras, todas as mortes, toda a destruição. -Você mentiu para mim! Você me disse que meus filhos estavam aprisionados em outra dimensão, me fez acreditar que eles estavam em perigo, você me fez cometer as piores atrocidades que alguém pode cometer, você me transformou num monstro! - A Feiticeira Escarlate disse com raiva e ódio. 

— Ora Wanda, eu não fiz nada disso. Eu apenas te disse o que você queria ouvir, o resto você fez por si mesma. Em nenhum momento eu te obriguei a acreditar em minhas mentiras, nem te obriguei a matar todas aquelas pessoas. Eu não te transformei em um monstro, você já era um monstro. Essa é você, sempre foi e sempre será! - As palavras do Darkhold ecoaram na mente da Feiticeira Escarlate. - As pessoas são engraçadas, culpam o demônio pelos seus próprios pecados, mas se esquecem que são elas quem escolhem cair na tentação! 

— Você tem razão! - Wanda disse, após uma breve reflexão. - Eu sou um monstro, uma assassina. Mas, agora já está na hora de dar um basta nisso já! Chega de mentiras! Chega de manipulações! Chega de dor! Chega de sofrimento! Chega de mortes! Chega de ilusões! Sem mais Magia do Caos! Sem mais Feiticeira Escarlate! - Wanda ia conjurando o feitiço, enquanto o Darkhold tentava resistir, criando ilusões de uma vida perfeita dela com sua família. - SEM MAIS DARKHOLD! – Naquele momento um grito horripilante ecoou, eram os últimos momentos do Darkhold, antes de ser destruído. Wanda então fez um movimento com as mãos e o castelo começou a ruir, fazendo com que as pedras caíssem sobre ela. 

 

 

* * * * * * * * * * * * * 

 

Strange assistiu a destruição do castelo apavorado. A construção começou a ruir e ele não viu nenhum sinal de que Wanda tinha conseguido escapar. 

— Ela fez a coisa certa, no final. - Rintrah constatou ao ver a destruição do templo. 

América acordou pouco depois e tudo lhe foi devidamente explicado, nos mínimos detalhes. A menina havia ficado feliz, pois a ameaça havia sido eliminada, porém triste que Wanda havia morrido. Ao fim da jornada, a garota tinha um controle um pouco maior de seus poderes e conseguiu abrir um portão para o universo em que Strange estava, junto de Palmer. 

Strange desfez a possessão do corpo de sua variante e percebeu que o Darkhold havia desaparecido. 

— Ele se desfez, como se fosse areia. - Palmer explicou. 

— Então ela destruiu o Darkhold não só nosso o universo, mas em todos os universos. - Strange percebeu. 

Palmer então precisou retornar ao seu universo, evidente que as coisas lá estavam uma bagunça e ela seria um pilar central para a reconstrução da sua realidade. Enquanto isso, os feiticeiros restantes haviam decidido que iriam reconstruir o Kamar Taj, recriando o Templo Sagrado. América estava sob cuidados de Wong e Strange e pouco a pouco conseguia mais aprendizado e controle. Quanto ao Doutor Estranho, este havia reconhecido Wong como seu Mago Supremo e o auxiliava a proteger o Sanctum Santorum. 

Por fim, tudo estava bem. Por enquanto.


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Notas finais do capítulo

A história em si terminou, porém, ainda restam 3 epílogos.



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