Bons Momentos - ShinoKiba (Vol. 02) escrita por Kaline Bogard


Capítulo 7
Bons Momentos - Fada Pequenina


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores!

Tenho a honra de apresentar a imagem que tem sido meu "soft confort" nos últimos tempos!

Espero que gostem ♥



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Masako mostrou grande afinidade com o basquete. Seu desempenho no fundamental foi excelente a ponto de garantir a bolsa no Colegial. Em seu primeiro ano já era titular do time. No segundo ano tornou-se capitã, repetindo o ótimo resultado do Fundamental. E garantiu a bolsa integral para o sonhado curso de Direito.

Kaoru encontrou-se no judô. Assim como o pai Ômega, participou de vários campeonatos, chegando mesmo a ganhar uma medalha de prata no Fundamental, o que lhe valeu uma boa vaga no Colégio. Repetiu o desempenho pouco mais que mediano e, ainda que não mostrasse a excelência da irmã mais velha, conseguiu encher os pais de orgulho pelo espírito esportivo e pela garra em cada competição.

E Hikaru foi a grande surpresa ao se apaixonar por algo que não era exatamente um esporte em essência, mas arte em todos os seus aspectos. O balé. A caçula Inuzuka amou dança clássica e mergulhou de cabeça naquela atividade.

Desde o Jardim de Infância, quando Kiba se ofereceu para levá-la em um curso extraclasse e ter aulas com uma professora que se aposentou do balé após alcançar grandes conquistas. Pessoa que foi conquistada pelo carisma e jeito carinhoso de Hikaru, assim como pela determinação da Beta pequenina em ensaiar os movimentos exaustivos sem nunca desanimar.

Então a acompanhou em aulas aos sábados, às vezes até durante a semana, porque a menina tinha muito talento! Parecia desperdício não ajudá-la a exibir todo seu potencial.

Mesmo assim, na competição do Ensino Fundamental que viria marcar um bom momento da família, Aburame Hikaru estava uma pilhinha de nervos. Ela tinha apenas seis anos e representaria a escola na categoria Ensino Fundamental, tendo se saído melhor nas preliminares até mesmo do que bailarinas mais velhas.

Kiba estava com a filha nos bastidores, ajudando-a a se trocar e se arrumar. Outras pessoas também estavam ali com as competidoras, era um concurso fora do ambiente escolar, por isso tinham permissão de entrar, não apenas professores. E isso justificava o nervosismo da menina.

Ela já estava com a roupinha: uma saia cor de rosa de tecido esvoaçante que vinha até os joelhos ossudos cobertos com uma meia-calça branca. Um collant em tom de rosa mais escuro terminava o conjunto bem simplório, embora fosse elegante e mimoso em sua humildade. Por fim os cabelos (antigamente, rebeldes. Agora de uma aprumação invejável) estavam presos em um coque severo, com boas camadas de gel para ficar ainda mais assentado. Era a visão de uma bailarina profissional em miniatura.

O nervosismo ficava claro nas mãos pequenas que se remexiam enquanto ela andava sem rumo, os olhos escuros indo de um lado para o outro, analisando as pessoas que dividiam os bastidores.

Kiba estava sentado no chão, juntando as coisas que usaram e guardando de volta na velha mochila. Pensava em algo para dizer, que não desanimasse a filha, conquanto temesse falar algum incentivo e colocar um peso sobre os ombros dela. Queria ter a sabedoria de Shino ao escolher as palavras, que mesmo usando um tom pouco afetivo e sendo direto, conseguia um bom resultado pelo teor adequado. E Shino era um Alpha!

Ser Ômega foi fator decisivo para estar ali naquele instante. Sentia o nervosismo infantil minando em ondas através do vínculo paterno, de modo que o lado animal quis estar ali junto a ela. E a frustração o pegava em igual proporção, queria ter palavras boas pra dizer e...

Hikaru parou de andar em círculos e foi até o pai, abraçando-o por trás e se agarrando ao pescoço num agarre firme. Ela era a menina dos abraços, nunca restringia carinho.

— Papai, não fica nervoso!

Kiba quase acertou um tapa na própria testa. Estava ali para apoiar e ajudar a tranquilizar! Não pra deixar a filha ainda mais preocupada, pobrezinha.

— Hikaru... — Resolveu dizer o que viesse à cabeça. — Você também está nervosa. Não fique assim, sabe que é só diversão não é? Ganhar ou perder é consequência, o importante é você ficar feliz enquanto dança.

— Quero ganhar! — A menina exclamou com convicção. Kiba surpreendeu-se e a custo não riu.

— Eu quero que você ganhe! Mas... Pra mim você sempre será uma ganhadora. É a melhor bailarina do mundo. Nossa princesinha. — Afirmou com seriedade, transmitindo muita confiança através do vínculo.

O abraço ao redor do seu pescoço ficou um pouco mais firme, antes de afrouxar. Em seguida ela esgueirava-se à frente, requisitando o abraço do jeito usual. Colo de pai era bom, mas do pai Ômega era o melhor!

Por segundos ficaram ali, naquela entrega alheia a todos os demais.

— Boa sorte, nanica. Apenas faça o seu melhor, isso já é uma vitória!

— Hum. — A Beta fez um biquinho.

Daquela vez Kiba riu, segurando nas duas bochechas e puxando com carinho. Que competitiva!! Era muito “sangue Inuzuka”.

— Está na hora de começar. — Uma staff surgiu para organizar tudo. — Formem fila conforme eu for chamando os nomes.  Demais pessoas, pedimos que se retirem. Obrigada.

— Boa sorte, praguinha. — Kiba sussurrou cheio de amor, antes levantar-se e ofertar um último afago nos cabelos castanhos. Sorriu largo, ganhando um sorriso imenso com presinhas de volta. — Destrói tudo!!

— Sim!!

Kiba estufou o peito e saiu dos bastidores, cada passo deixando uma nuvem de orgulho atrás de si, a ponto de atrair olhares curiosos. Em poucos minutos alcançou a plateia, onde os outros membros da família Inuzuka-Aburame estavam.

— Ufa! Ela ainda está nervosa. — Kiba informou enquanto se sentava ao lado do Alpha. — Não tanto quanto eu, claro. Mas a veia competitiva berrou lá atrás! Hikaru tá sangue no olho pra ganhar!

— Parece o Kaoru. — Masako debochou. Pensava no irmão, que gostaria de estar ali, mas que precisou resolver um outro assunto urgente. Ao lado dela, sentavam-se Shinta e sua irmã Reiko, um apoio extra na torcida.

— Nervoso e doido pra ganhar. Ele se afobava, colocava os carros na frente dos bois e... lamentava o resultado! — Kiba suspirou.

O clima que ameaçou pesar se dissipou quando as cortinas antiquadas do palco se abriram, revelando a apresentadora da competição. Enquanto ela fazia as honras da noite, uma abertura muito profissional, Shino segurou na mão de Kiba, um segundo antes que o Ômega conseguisse levar o dedo aos lábios para mordiscar o cantinho. Quando a ansiedade passava dos limites, ele recorria a esse recurso adquirido há pouco tempo.

As apresentações seguiram a ordem decrescente de idade. Os expectadores assistiram jovens talentosas exibirem danças de alto nível, notando logo que seria uma competição acirrada. Kiba estava tão ansioso quanto os outros membros da família, embora seu lado animal conseguisse mexer até com pessoas sentadas perto que não tinham laços sanguíneos. O poder de influência de um Ômega ainda era algo inexplicável para a ciência.

Pouco a pouco a idade das competidoras foi diminuindo, diminuindo... Até que Aburame Hikaru foi convidada ao palco, uma das mais novinhas a se apresentar àquela noite. A jovem Beta avançou com passos característicos de bailarinas, o queixinho muito erguido, um sorriso enorme de dentinhos salientes e um brilho comovente no olhar.

Parou no centro exato do palco e respirou fundo, com uma presença tão forte que atraiu a atenção imediata da plateia. De repente estavam todos olhando para a jovenzinha, em expectativa curiosa. Era uma Beta baixinha e graciosa! Com marcas vermelhas no rosto, que no passado estavam apenas associadas a peraltice e que, a partir daquela noite, carregariam um novo significado.

Elegância, desenvoltura, graciosidade e habilidade, seriam alguns desses maravilhosos significados. Pois foi apenas isso que Hikaru entregou de si aquela noite: em um sincronismo absurdo com o soar das primeiras notas da música clássica, a menina se transformou diante dos olhos de todos, dançando com a leveza de uma fada, exibindo movimentos amplos e aprumados, espontâneos e ritmados.

Kiba sentiu o baque no peito. Sempre soube que seu companheiro era um homem de garbo, que testemunhava, naquele palco, ter sido ofertada à Hikaru, pois a nobreza digna de uma fada primaveril só podia ter sido transmitida pelo sangue Aburame.

Mas Hikaru não era apenas isso. Cada passo, cada gesto de mão e movimento de braços, cada rodopio sobre um pé ou sobre as pontinhas dos dedos trazia consigo energia e força, um grande poder prestes a explodir, contido pelo corpo delicado de criança.

Quando a música acabou, pontuou-se com uma derradeira reverência, que trouxe a mente de quem assistia a imagem de um admirável e cativante cisne. Sensação que durou muito tempo depois de acabar a exorbitante salva de palmas que a jovenzinha ganhou. Manifestação efusiva e muito bem vinda, pois um orgulhoso Ômega ergueu-se na poltrona e liberou um repertório tão curioso de palavrões que teria desclassificado qualquer candidata! Conquanto ficasse abafado pela animação da plateia.

— Essa pirralha vai ser grande, marido!! — Berrou ao acomodar-se de novo, enquanto as cortinas se fechavam para receber a próxima concorrente. — Vai fazer muito sucesso como bailarina!!

A voz cheia de certeza contagiou Shino, igualmente emocionado.  

A apresentação foi reconhecida por todos os jurados como a melhor da noite e Hikaru deu um passo rumo ao futuro que Kiba imaginou. Além disso, ganhou um prêmio em dinheiro e uma viagem para todos se divertirem em um parque aquático. Bom momento que talvez apareça em breve nesse livro-álbum.


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Notas finais do capítulo

Até sexta!

O "Bons Momentos" do parque tem dois capítulos: o sábado e o domingo. Já tenho o sábado digitado e foi bem divertido de escrever! Estou ansiosa pra postar! O domingo ainda não digitei, mas vem!!



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