You And Me escrita por DinhaBleach


Capítulo 6
Capítulo 6 - Conversas


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: http://www.youtube.com/results?search_query=Linkin+Park+-+Waiting+For+The+End&aq=f
(Linkin Park - Waiting For The End)



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Esse não é o fim

Esse não é o começo

É só uma voz como uma revolta

 Balançando cada melhoria

 Mas você ouve o tom

 E o ritmo violento

 Embora as palavras pareçam firmes

 Tem algo vazio dentro delas

 

 

Sabe, eu nunca pensei como seria estar de cara a cara com a morte. Ironicamente a vida  fez com que nem ao menos imaginasse, ela facilmente acabou me colocando diretamente na situação. Ruim? Talvez... Na primeira instância chorei e quase me desesperei, mas agora estou mais calma, provavelmente conformada seja a palavra certa.

Ou talvez ainda não... Poxa, que confusão psicológica. Foi todo muito repentino, acredito que ainda estou “processando as ideias”.

 

Pela previsão de Isshin-san eu teria alta amanhã, saindo do hospital para dar início então a um tratamento a base de remédios, dependendo da reação de meu organismo, se negativa, o tratamento seria mais agressivo, ou seja, quimioterapia e uma possível cirurgia. E isso me provocava medo, muito medo....

 

Na tarde daquele dia Kaien veio me visitar, aquele chato era sempre um remédio natural, apesar de ele sempre procurar perturbar o meu juízo...

 

- E aí!  Finalmente eu posso falar com minha Kuchiki preferida! – entrou sorridente, mas logo parou e colocou sua mão no queixo aparentemente pensativo – Se bem que você é a única pessoa que eu gosto na tua família, porque seu irmão... – Antes que ele pudesse falar alguma calúnia sobre o meu querido irmão eu arremessei um livro que estava lendo certeiramente naquela cabeça acéfala.

 

- Aiiii, Sua telefonista de formiga! – senti meu sangue esquentar ainda mais – Essa doeu! Você está doente, mas o seu gênio não muda hen?!

 

- Ora, quem manda falar mal do meu nii-sama! – cruzei os meus braços e lancei um olhar mortal a ele – E se você me chamar mais uma vez de telefonista de formiga eu jogo algo muito mais pesado que este livro nessa sua coisa que você tem acima do seu pescoço que você chama de cabeça! – terminei a ameaça quase sem ar e ele, por sua vez, fez uma irritante careta para mim. Chato! Mil vezes chato!

 

- Psicopata. – suspirou debochadamente e sentou-se na cadeira ao lado de minha cama. Era impressionante como ele podia ser irritante, tão irritante quanto o... Deixa para lá.

 

[Ele insistia em querer aparecer em meus pensamentos. Como combater isso?]

 

- Rukia – chamou Kaien, fazendo minha atenção voltar a ele – Como você está se sentido? – indagou-me sério.

 

- Eu... – abaixei a cabeça recordando-me a amarga notícia dada por Isshin-san. – Eu não sei... Eu não sei o que pensar, Kaien. Eu não sei o que faço...

 

- Entendo – ele levou sua mão a minha – Eu posso imaginar como você está se sentido, infelizmente eu não sou médico e não posso fazer muita coisa. – suas palavras eram doces e sinceras. Ele apertou um pouco a minha mão e mostrou um belo sorriso – Mas eu vou estar sempre contigo, Rukia. Você terá sempre o meu apoio. E eu sei que você vai sair dessa, pensa que vai se livrar de mim tão fácil?!

 

- Baka –. Sorri junto com ele – Obrigada. – A amizade de Kaien não tem preço.

 

- Agora me diz, como foi a sua conversa com o Kurosaki? Fiquei sabendo que ele lhe trouxe para cá. – Senti um certo frio na barriga ao tocar no assunto.

 

- Nem me fale... – suspirei.

 

Contei a ele toda a situação que ocorrera antes do desmaio. Ele permaneceu sério e atento, Kaien tinha noção do dilema em que eu estava.

 

- E você já falou com ele depois de tudo?

 

- Não – lamentei. – Mas ele esteve aqui durante todo o tempo em que estava desacordada.

 

- Com certeza ele já deve saber da sua doença, acredito que ele logo virá te visitar.

 

- É... Eu sei. – Respondi insegura, sentindo um nó em minha garganta. 

 

 

~~•••~~

 

 

O dia seguinte chegou e finalmente eu pude me levantar daquela cama. Nunca pensei que eu fosse querer tanto um alongamento, pois parecia que todos os meus músculos estavam travados.

 

Depois que o Isshin-san veio me dar a minha “carta de alforria” coloquei-me a arrumar a mim e as minhas coisas (que não era pouco, pois o meu irmão trouxe quase a “casa inteira” para cá), esse ato simples me deu uma nova energia. Depois de praticamente uma semana internada, nada melhor do que andar e poder respirar um ar que não seja o hospitalar, sem bem que não foi de todo ruim ficar no hospital, esses dias que passei me fizeram admirar ainda mais a área da saúde. Seria uma honra se eu pudesse participar desse grupo, poder ajudar e cuidar de pessoas... Mas por enquanto eu tinha que me preocupar em cuidar de mim mesma e combater esse mal que havia em mim...

 

Toc Toc Toc.

 

- Entre – Respondi e a porta se abriu revelando novamente o meu irmão.

 

- Bom dia, Rukia – Cumprimentou-me educadamente e se aproximou depositando um fraterno beijo em minha testa. Era interessante como nii-sama havia se mostrado tão carinhoso e compreensível, e cada ação dessas mostrava o quão grande coração ele sempre teve... Pena que ele nunca deixava transparecer para todos.

 

- Ohayo, nii-sama.

 

- Como você está hoje?

 

- Bem, sem dor de cabeça ou tontura... Por enquanto bem. – Falei em um tom mais leve, mais ainda pesaroso.

 

- Ainda bem... – Respondeu parecendo aliviado – Já terminou de arrumar as suas coisas?

 

- Ainda não, mas logo eu termino.

 

- Está certo. Quando terminar vá até a sala do Kurosaki, eu estarei lá – Dialogava enquanto se dirigia a porta.

 

- Hi, nii-sama! – Ele mostrou um raro e tímido sorriso para mim e se retirou.

 

Voltei a minha atenção novamente para os meus objetos pegando o pente para terminar de me arrumar, abri um pequeno espelho de bolso para me ajudar, no entanto, no mesmo instante reparei em uma imagem além do meu rosto. Havia algo caído no chão atrás de mim. Nii-sama tinha deixado cair a sua carteira.

 

Recolhi o objeto e fui atrás do dono, porém, ao sair do quarto deparei-me com uma cena bastante peculiar no final do corredor.

 

- Ops. – Murmurei para mim mesma debochadamente.

 

Nii-sama estava conversando animadoramente com a doutora Unohana. Sinceramente eu nunca o vi tão natural na frente de uma mulher, tirando eu, claro. Era uma imagem inédita, pelo menos para mim.

 

Voltei silenciosamente e sorridente aos meus aposentos, particularmente era muito bom ver o meu querido ‘mano’ dando mais uma chance ao seu coração, pois desde o falecimento da minha irmã, ele havia se fechado totalmente a relacionamentos.

 

Olhei para a carteira em minhas mãos, deixei em cima de mesinha que se encontrava meio afastada da cama e mais uma vez voltei a me concentrar em finalizar os meus afazeres, descontraidamente... Alguns minutos depois ouvi a porta bater novamente.

 

- Deve ser o nii-sama atrás da carteira – pensei

 

- Pode entrar. – Senti a porta se abrir e fechar atrás de mim, ainda sim, permaneci organizando a mala sem me virar. – Eu achei a sua carteira, está ali em cima. Mas eu acho que tem alguém aqui que tem alguma coisa para me contar. – brinquei.

 

- É, eu também acho que sim, mas eu não perdi a minha carteira. – Aquela voz, definitivamente não era o nii-sama. Virei-me e me deparei com a minha maior surpresa do dia.

 

- Ichigo?!

 

- Yo. – Mostrou um leve e belo sorriso, o que fez o meu coração bate a mil.

 

- O-o que faz aqui?

 

- O que eu vim fazer aqui? Ah, eu vim te ver oras. – coçou a cabeça meio sem jeito para logo após voltar-se a mim seriamente – Fiquei sabendo da sua situação – ele se aproximou e repousou as suas mãos em meus ombros – Eu quero que saiba que eu estou contigo e sempre estarei – senti as minhas bochechas levemente aquecerem.

 

- A-arygatou, Ichigo. – agradeci deixando um leve sorriso escapar – E-eu... – não consegui nem ao menos formular a frase, pois minha voz foi se perdendo diante daquele meigo olhar. Todos os sons se esvaíram, deixando apenas as batidas descompassadas de nossos corações. Permanecemos assim naquela sublime visão. Segundos? Minutos? Horas? Não sei, sabia apenas que estava completamente perdida naquele profundo “mar castanho”.

 

 

Nós dizemos, yeah 

 

 

- Rukia – com uma entonação suave ele quebrou o silêncio – Você não sabe o quanto me doeu receber essa notícia, você não sabe o quanto me afetou vê-la desfalecida em meus braços e não poder fazer nada – perdi totalmente a noção de como reagir, estava absorta perante tais palavras.

 

Com os braços no alto

 Como se estivéssemos nos segurando a algo

Que é invisível

 Pois estamos vivendo à mercê

Da dor e do medo

Até morrermos

Esquecermos

Deixarmos tudo desaparecer

 

 

- Ichigo, eu... – balbuciei.

 

- Rukia, eu... – sorriu levemente e levou uma de suas mãos as maças levemente rosadas de meu rosto, aquele gentil toque causou-me um suave e ao mesmo tempo intenso arrepio – Eu nunca fui muito bom com as palavras, você sabe isso melhor do que ninguém – realmente o Ichigo sempre foi muito tímido e o seu comportamento era corriqueiramente o “na dele...” – Mas eu quero que saiba que eu desejo estar do seu lado, Rukia. – abaixou um pouco a cabeça – E não importa o que eu tenha que deixar...

 

- Inoue! – meu cérebro acusou e eu indaguei:

 

- C-como assim, Ichigo? – tomei um pouco de distancia dele, desfazendo o toque.

 

- O que você ouviu, Rukia. – respirou profundamente – Eu terminarei com Inoue, não adianta continuar com isso.

 

- Terminar com a Inoue? – uma imensa sensação de culpa me invadiu – E ela? Como ela vai ficar?

 

- Eu não sei, Rukia, mas eu não posso mais ficar com ela.

 

- E os sentimentos dela onde ficam?

 

- Eu não posso mais me importar com isso.

 

- Mas eu me importo! – eu não podia ser a causa disso. Inoue sempre o amou.

 

 

Esperando o fim chegar

Desejando que eu tivesse força para suportar

Não é isso que eu tinha planejado

Isto saiu do meu controle

 

 

- Rukia, o-o que você está querendo? – perecia espantado com a minha reação.

 

- Eu não sou egoísta, Ichigo. – encarei-o degustando uma amargo na boca – Desde quando você se tornou assim? Onde está o Ichigo que sempre quis proteger a todos?

 

- Há algo mais importante que eu tenho que proteger. – gelei ao escutar tal afirmação

 

- Eu não quero ser a causa de tudo isso.

 

- Não me diga isso, Rukia! – resvalou meio exaltado – Você está doente, e eu quero e devo estar ao seu lado! – então era isso? Eu estava sendo vista como uma paciente carente de cuidados, é isso?

 

- Muito obrigado sr. Kurosaki Ichigo, mas eu não preciso da sua pena!

 

- Rukia, eu não...

 

- Eu não estou moribumda ainda Ichigo...

 

- Ruk...

 

- Não se sinta obrigado a ter que cuidar de mim.

 

- Rukia me escuta, droga! – segurou-me firmemente pelos meus braços –  Eu não quero ficar com você por pena, isso nunca... – parou e olhou-me profundamente em meus olhos e fez a pergunta que eu mais temia naquele momento. – Rukia, me responda, por favor... O que você sente por mim?

 

Como eu queria dizer que o amo, que o amo como nunca poderia amar outro homem, que ele exercia sobre mim a mais profunda atração, uma atração de almas, de espírito.. Muito além de uma simples paixão... Mas eu não podia falar, simplesmente não podia...

 

- Amizade. – respondi seca. Mentira, mentira, a maior mentira que poderia contar na vida...

 

Ele notoriamente pareceu não acreditar, seus olhos demonstrava sua desolação.

 

- Rukia, por favor, não minta para mim! – implorou e eu desviei a minha face do seu campo visual para que ele não enchergasse a ausência da verdade em mim.

 

- Eu não estou mentindo Ichigo, o que sinto por você é apenas amizade. – um doloroso tiro em meu peito, um suicídio. Ele calou-se, e eu permaneci inerte. Impassível por fora, mas com um melancólico e torturante dilúvio por dentro.

 

A porta hospitalar se fechou, denunciando a sua saída. Estaria ele partindo agora da minha vida de vez?

 

Tudo o que eu menos queria, tudo o que mais me feria...

 

Lágrimas... Talvez a única resposta que eu poderia dar ao meu ser que gritava pela sua volta, gritava aquele nome, que meu corpo permitiu apenas invocá-lo em murmúrio.

 

Voando à velocidade da luz

Pensamentos giravam na minha cabeça

Tantas coisas que não foram ditas

É difícil deixar você partir

 

- Ichigo.

 

Eu sei o que é preciso para seguir em frente

 Sei qual é a sensação de mentir

Tudo que eu quero fazer

É trocar essa vida por algo novo

 Tomando posse do que eu não tive

 

~~•••~~

 

Uma semana se passara desde aquela triste discussão, era mais uma manhã... Estava agora em um outro quarto, mais especificamente nos aposentos da mansão da família Kuchiki. Não tinha voltado para a escola ainda, estava desmotivada, não teria coragem de encará-lo e, sem contar que algumas tonturas vinham-me de vez em quando, dificultando a minha liberdade. Céus, como eu fui chegar nesse estado? Parecia que pouco a pouco a minha vida está se esvaindo...

 

 

Sentando em um quarto vazio

Tentando esquecer o passado

Isso nunca foi feito para durar

Eu queria que não fosse assim

 

 

- Ohayo, Rukia-san! – Uma voz gentil interrompeu a minha querela mental. Era o Hanatarou, filho da governanta da casa, um amor de menino, sempre eu podia contar com ele.

 

- Ohayo, Hanatarou.

 

- Como você está se sentindo hoje, Rukia-san?

 

- Estou bem, arygatou. – respondi com um leve sorriso e ele retribuiu.

 

- Que bom... Seu café da manhã já está pronto, ah e se depois quiser dar uma volta no jardim, hoje o tempo está adorável.

 

- Arygatou, Hanatarou-chan.

 

~~•••~~

 

Depois de um tranqüilo desjejum com nii-sama, eu segui a sugestão do Hanatarou. Fui para aquele magnífico ambiente. Era um lugar lindo, em tudo, as flores, os pequenos animais e até o clima, este na última semana teimava em permanecer nublado, contudo ele finalmente e felizmente havia dado uma trégua.

 

Era o meu local preferido de toda aquela mansão, para falar a verdade a grandeza de tal domicílio nunca foi um fator preponderante para mim, eu nunca liguei muito para riquezas, na minha concepção aquelas singelas ‘plantas’ já valiam mais do que todo concreto.

 

Aquela sensação era maravilhosa, simplesmente pelo o fato de poder estar casa e receber aquele vento fresco que soprava em meu rosto e que também trazia o doce aroma das flores. No entanto, por mais que estivesse feliz naquele momento, meu coração ainda não deixara de se martirizar pelas lembranças dos últimos acontecimentos... Para tentar repelir novamente tais pensamentos caminhei para um pequeno riacho que pertencia a propriedade, sentei-me na beira e deixei aquela límpida água correr pelos meus pés.

 

- Rukia-san?! – Era o Hanatarou mais uma vez.

 

- Sim?!

 

- Tem uma moça que quer falar com Rukia-san.

 

- Moça? Quem Hanatarou? – Estranhei, a única visita que eu tive durante todos esses dias era a de Kaien, se bem que a Rangiku-san me ligou várias vezes e disse que em “qualquer” hora viria me visitar, ela não tinha vindo até agora, pois estava atolada de deveres (ela nunca foi uma das alunas mais “exemplares”, sempre deixava acumular os afazeres e agora tinha que correr para não ficar reprovada). – Deve ser ela – pensei.

 

- Sou eu Kuchiki-san. – Mas aquela voz conhecida derrubou a minha suposição...

 

Não podia ser... Olhei para trás e a para a minha surpresa e espanto era nada mais, nada menos que a...

 

- I-Inoue?

 

- Ohayo, Kuchiki-san.

 

 

Esse não é o fim

Esse não é o começo

É só uma voz como uma revolta

Balançando cada melhoria

Mas você ouve o tom

E o ritmo violento

Embora as palavras pareçam firmes

Algo se esvazia dentro delas

 

~~~~•••~~~~

 

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Olá galera querida, finalmente consegui postar mais uma cap.

Bom, as coisas ficaram meio "esquisitas" ente Ichigo e a Rukia, e ela não em uma de suas melhores fases... =/

A música do cap.(Waiting for the end) é a que eu mais estou escutando atualmente, além de ter combinado com o cap., tbm foi um pequeno ato egoísta meu, pois hj Deus me concede mais um ano de vida. xD

Espero do fundo do meu coração q vcs gostem... E agradeço a todos(as) q continuam fazendo parte desse singelo romance, ou seja, vcs queridos leitores(as).


p.s: Acredito q o próximo cap. só sairá depois de 7 de Novembro (após o Enem), esse mês vai ser apertado...


bjuxx