You And Me escrita por DinhaBleach
Notas iniciais do capítulo
Música do capítulo: http://www.youtube.com/watch?v=spF9Jp1eEVA (Creed - Don't Stop Dancing)
Macio, quentinho, confortável... Não sinto mais dor. Onde eu estou?
A luminosidade do local atrevidamente invadia os meus olhos, fazendo-me despertar sonolentamente. Minha vista meio embaçada se deparou com um quarto de paredes levemente azuladas e com uma voz, digamos que bem simpática, ecoando pelo local.
- Ahh que bom! Rukia-chan acordou! – Uma voz bem familiar...
- Isshin-sama? – indaguei meio tonta.
- Rukia-chan, já te falei que você não precisa de tanto formalismo. Afinal você é a minha terceira filha! – Terceira filha... Era sempre cômico escutar essa denominação proferida pelo o extrovertido e excêntrico Kurosaki Isshin... Sim, Kurosaki... Ele é o pai do meu “tormento” laranja e amigo de longa data do meu irmão.
- Rukia, você está bem? – falando nele. Meu nii-sama acabara de adentrar ao recinto. Estava refinado como sempre, com suas roupas elegantes de grife e sua postura impecável, no entanto, algo em seu olhar não mostrava a calma que ele sempre transparecera. E isso me intrigava.
- Estou sim, Nii-sama. – ele me observou com uma feição meio séria – Acho que isso deve ter sido por causa das minhas costumeiras enxaquecas. Nada demais – Espero... – Mas... Como vim parar aqui?
- Aquele garoto, Kurosaki, lhe trouxe. Filho desse desmiolado aqui e seu amigo. – Então foi ele mesmo, então eu não estava sonhando ou imaginando na hora. Era de fato a sua voz chamando o meu nome antes de perder a consciência.
- Oh, meu filho ingrato finalmente fez algo correto – declarou o médico dramaticamente.
- E onde ele está? – perguntei procurando disfarçar ao máximo a minha curiosidade.
- Depois de muita insistência, eu consegui convencer a ele em ir para casa. Ele não queria sair daqui enquanto você não acordasse Rukia-chan. – E mais uma vez aquele ruivo conseguiu me deixar com “um ponto de interrogação”. O que ele estaria pensando depois de tudo? Estaria arrependido? Será que ele realmente queria conversar comigo?
Como eu queria falar com ele, mas, infelizmente, não é tão simples.
Balancei a minha cabeça tentando afastá-lo um pouco de minha consciência, embora que fosse difícil, ao menos tinha que tentar. Mudei então o assunto da conversa.
- Humm... É... Quanto tempo eu fiquei desacordada? – minha simples e inocente pergunta fez a atmosfera do local mudar.
- Err.. Por quase três dias Rukia-chan. – respondeu o Sr. Isshin, voltando a sua postura profissional.
- Três dias? – indaguei incrédula. Afinal o que estava acontecendo comigo? Aquilo já estava passando da normalidade. Olhei para as duas faces presentes no lugar, e elas ainda que não falasse nada, pareciam seguir a minha linha de pensamento.
- Isshin-san... – respirei fundo – Seja sincero comigo. O que eu tenho? – vi meu irmão virar o seu olhar para o lado. Talvez fosse uma pergunta ainda precoce, mas diante dos fatos, eu não podia negar que algo estava implícito ali. – Por favor...
- Rukia-chan, a doutora Unohana e eu fizemos vários exames em você e... – sua expressão era muito séria e profissional. – E em alguns deles acusavam negativo para qualquer doença.
- Então eu não tenho nada? E todas essas dores que eu tive? E o sangramento? – algo nesses dados me dizia que isso não era tudo.
- Rukia-chan, você é uma pessoa que tenho um grande carinho – Ele observou um pouco o meu irmão que continuava absorto e retornou para mim. – Realmente a considero uma terceira filha e seu irmão como o meu. Você sabe que faria de tudo para que eu pudesse garantir a sua saúde, mas nem tudo está ao meu alcance... – hesitou um pouco, deixado-me mais nervosa – Como eu falei, fizemos vários exames, e muitos não deram em nada. Estanhamos a ausência de dados, afinal os sintomas não saíram do nada. Encaminhamos então o seu caso ao um dos nossos melhores médicos, Ulquiorra Schiffer. Ele fez exames mais profundos em você, de alta tecnologia e... – ele parou e me encarou seriamente.
A essa altura os meus olhos vidrados e confusos deixavam uma lágrima temerosa cair. A verdade estava estampada, no entanto por mais dolorosa que fosse, eu precisava saber.
- Isshin-san, por favor. – abaixei a cabeça, como se fosse receber uma sentença
- Rukia-chan – ouvi-o suspirar pesadamente – Você infelizmente está com um tumor cerebral.
Um tumor? Um câncer?
O mundo parou a minha volta, não sabia o que pensar. A única coisa que me veio a mente era a provável conseqüência da presente moléstia. Uma nova cratera parecia abrir debaixo de meus pés.
Às vezes a vida é má e eu não consigo ver a luz
Um forro de prata às vezes não é suficiente
Para fazer alguns erros parecerem certos
O que quer que a vida traga
Eu já passei por tudo
E agora caio de joelhos novamente
- Esse... Tumor é maligno ou benigno? – perguntei ainda estática, com a voz trêmula.
- Infelizmente é maligno Rukia-chan. - fechei meus olhos em uma tentativa ilusória de tudo aquilo ser um pesadelo, alguma brincadeira de mau-gosto ou uma produção cinematográfica, mas não era. Por mais que quisesse fingir ou imaginar, a realidade nua e crua estava ali, face a face comigo.
Incapaz de proferir algo mais, as lágrimas responderam por mim. Então era isso... Todos os meus sonhos, toda a minha vida seriam triturados por uma doença. Todos os meus anseios... Tudo por água abaixo.
Às vezes a vida é injusta
E você sabe que é claro entender
Ei Deus, eu sei que sou só um ponto neste mundo
Você se esqueceu de mim?
O que quer que a vida traga
Eu já passei por tudo
E agora, estou de joelhos de novo
Diante do iminente desespero, senti braços reconfortantes me acolher. E para minha surpresa era o meu nii-sama, mostrando um “estou contigo” naquele simples gesto. O “insensível” Kuchiki Byakuya estava ali mostrando todo o seu carinho a doente irmã casula. Isso me tranqüilizou e muito. O Sr. Isshin também veio ao meio encontro, segurou na minha mão e resvalou com determinação, olhando nos meus orbes marejados.
- Rukia-chan, eu prometo que eu não deixarei essa doença levar você. Isso não é o fim, existe tratamentos para o câncer. Você pede estar cansada de escutar, mas a medicina realmente evoluiu muito. – ele estendeu um longo sorriso, enxugou as minhas lágrimas e faz um sinal de positivo. Naquele momento quem falava não era somente Kurosaki Isshin, o médico, mas sim Kurosaki Isshin, o pai. E eu realmente me senti sua filha, tendo pela primeira vez aquele sentimento aconchegante e tranqüilo, que somente uma figura paterna poderia proporcionar – Nós vamos conseguir Rukia-chan. E só confiar na gente e olha... Nunca perca a esperança, viu mocinha?! – Encerrou beijando-me a testa. Diante dessas belas palavras, o meu coração se aquietou mais, possibilitando que eu desse um leve sorriso e agradecendo sinceramente.
Mas eu sei que devo seguir em frente
Embora doa, eu devo ser forte
Porque dentro de mim, eu sei que muitos se sentem desse jeito
- Obrigada, Sr. Isshin.
Crianças não parem de dançar
Acredite! Você pode voar
Para longe... bem longe
Continua...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom pessoas, está aí mais um capítulo. Meio trágico não?! Mas como eu falei antes, nossa amiga Kia é forte.
Desculpa pela demora.
Como falei antes, meu tempo está minúsculo, e ñ poderei postar logo o próximo... Mas me esforçarei p/ postar o quanto antes.
Muuuuuito obrigada por todos os reviews e pelo apoio. Vcs são demais!!!!
Fiquem com Deus.
bjsssss