A Vida de Odisseu escrita por ImperatrizPersefone, Princess of Roses


Capítulo 2
Minha Real Identidade




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Odisseu

Depois do dia que conversei com o grande mestre continuei treinando normalmente e ouvindo cavaleiros e aprendizes rindo de mim por não ter recebido nenhuma armadura enquanto algumas crianças novas já foram aceitas como futuros cavaleiros de ouro. Tento manter a calma, sei que não adianta ficar com raiva e eles não falam nada além da verdade, então o melhor que posso fazer é ignorar todos.

Estou no alojamento dos aprendizes deitado na minha cama pensando na vida quando recebo uma mensagem telepática do grande mestre, imediatamente levanto e vou em direção ao salão do mestre. Após subir as imensas escadarias sem nenhuma interrupção já que ainda não existe nenhum cavaleiro de ouro, chego ao salão do mestre e recebo ordem para entrar em uma sala que é usada como escritório.

Assim que entro na sala, meu olhar vai direto para uma urna de ouro, é a mais bela que todas as doze armaduras de ouro, em volta dela tem desenhos de serpentes e em cima um livro muito grosso, não entendo o motivo mas sinto como se a urna me chamasse e isso deixa-me assustado.

— Não precisa ter medo, a armadura está te chamando pois ela te reconhece como o seu legítimo portador. E esse livro estava sobre a urna, ele é muito antigo e valioso, mas acredito que será muito útil pra você.

— Eu nunca senti tanto poder emanar de uma armadura, sinto o seu chamado, mas também tem uma enorme tristeza junto com ela e isso me assusta.

— Ela é realmente a armadura mais poderosa, mas você ainda não está pronto para a vestir pois o seu cosmo ainda precisa evoluir mais. Também sinto essa enorme tristeza dela, acredito que ela sofreu demais quando o seu portador foi cruelmente assassinado por inveja do seu poder e da sua grande sabedoria e bondade.

— Eu treinarei diariamente até poder assumir essa armadura, mas posso abrir a urna? Quero muito ver essa armadura, já que a única que desconheço e acredito que estava em um lugar secreto e com algum tipo de selo.

— Você pode sim e essa armadura já é sua. Ela foi escondida por Atena em Star Hill e passou todo esse tempo escondida em uma sala secreta que estava selada.

Sage

Depois que digo aquelas palavras me afasto da urna para que Odisseu possa a abrir. Sei que essa armadura não fará nenhum mal a ele pois já o reconheceu como o seu legítimo dono.

Odisseu

Depois que ouço as palavras do mestre, aproximo mais da urna e uso o meu cosmo para a abrir, fico deslumbrando quando fica na minha frente em forma de uma cobra, possui um bastão que a parte de cima é vermelha parecendo ser uma pedra preciosa, apesar de ser muito linda, não tento a vestir, sei que no momento não tenho suficiente para a controlar, mas estou muito feliz por possuir uma armadura e ninguém poderá mais falar mal de mim já que ela é a mais poderosa de todas.

Sage

Fico sem reação ao ver a lendária armadura de serpentário, ela é simplesmente majestosa e emana uma energia muito poderosa. Nesse momento sinto que a tristeza dela desaparece e ver o sorriso determinado de Odisseu me deixa mais tranquilo. Depois que ela volta para a urna, entrego o livro para Odisseu e vejo o seu sorriso aumentar ainda mais. Ver a armadura deu a ele uma enorme motivação e agora mais ninguém poderá o desprezar.

Como ele ainda está treinando e aprendendo mais sobre medicina, decido não falar nada sobre os jovens dourados, ele já tem bastante coisa para se preocupar e não quero que se sinta sobrecarregado. Converso mais um pouco com ele e depois o deixo voltar para a sua pequena casa, sei que ele está ansioso para ler o antigo livro que dei para ele. Depois terei que pensar em uma forma de reconstruir a casa de serpentário pois não é justo que ele continue morando naquela vila.

Odisseu

Pego esse livro pesado e me despeço do grande mestre, após descer toda a escadaria chego no alojamento dos aprendizes, sento na cama e pela primeira vez olho direito a capa do livro. Tem o desenho de uma árvore de maçã na capa, abro o livro e vejo que ele está em ordem alfabética e fala de plantas medicinais. Assim que começo ler sobre a primeira planta sinto uma forte dor de cabeça e deixo o livro cair no chão.

Acordo no chão, minha cabeça dói muito e mesmo parecendo muito estranho começo a lembrar de lugares onde nunca estive já que nasci perto do santuário. Estou ao lado de um homem de cabelos ruivos, ele parece me olhar com carinho, possui expressão serena no rosto e fala com muita calma. Estamos em uma cidade que possui um grande templo e também estatuas de deuses, não entendo porque tenho essas visões e acabo dormindo.

Na manhã do dia seguinte...

Sage

Enquanto fico observando o treinamento dos aprendizes percebo que o Odisseu não aparece para treinar e isso me deixa preocupado. Como ele nunca falta nos treinos decido o procurar na sua casa e assim que entro nela sinto uma enorme preocupação ao ver o rapaz desmaiado no chão e imediatamente vou até ele e o coloco na cama.

Percebo que ele não está com febre e parece ter apenas dormido no chão, mas acho muito estranho ver o antigo livro caído e decido o colocar sobre a mesa. Em seguida molho um pequeno pano com água e aos poucos Odisseu começa a reagir e isso me deixa um pouco mais tranquilo. Assim que ele abre os olhos percebo que fica confuso ao me ver, nunca o tinha visto nesse estado e parece ter acordado de um pesadelo.

— Fique tranquilo, eu te encontrei caído no chão e te coloquei na cama. Mas como está se sentindo?

Odisseu

Sinto alguém tocando no meu rosto e com um pouco de dificuldade abro os olhos, vejo que estou deitado na minha cama e o mestre está cuidando de mim.

— Mestre, eu estou bem, apenas exausto mentalmente. Comecei a ler esse livro e comecei a lembrar da minha vida passada. Fui eu que escrevi esse livro quando vivia na terra como Asclépio.

— É melhor você descansar por hoje. Nunca imaginei que você pudesse ser reencarnação do deus da medicina, mas agora o seu enorme cosmo e dom médico começam a fazer mais sentido.

— Também nunca imaginei isso, mas tive muitas lembranças juntas, inclusive da minha injusta punição. Zeus matou por pura inveja e egoísta, apenas revivi uma pessoa que merecia isso.

— Aquela punição foi realmente muito injusta e Zeus nunca prestou. Mas agora você está tendo uma nova chance de viver aqui na terra.

— Eu não sei qual é a minha missão nessa época e ainda estou muito confuso com essas memórias.

— Fique tranquilo e descanse por agora, é normal que esteja confuso. Com o tempo as respostas vão aparecer. Vou buscar algo para você comer.

Sage

Depois que digo aquelas palavras uso os meus poderes para ir até o templo principal e vou para a cozinha onde coloco alguns pedaços e frutas e pão em uma bandeja e depois encho um copo com suco de laranja. Ainda estou em choque por saber que o menino que cuidei como se fosse o meu filho é na verdade a reencarnação do deus da medicina.

Nos poucos registros sobre o cavaleiro de serpentário não é falado o nome dele, mas as menções sobre as suas habilidades deixam claro que na verdade ele era o deus da medicina e por isso aquela armadura é tão poderosa.

Quando já está tudo pronto volto para a casa do Odisseu com os alimentos e felizmente ele se alimenta bem e depois volta a dormir. É normal que esteja com a mente muito cansado e esse descanso fará bem a ele. Por enquanto é melhor isso ficar em segredo para ninguém o incomodar, acho melhor só revelar isso quando ele receber a armadura pois acredito que já estará mais acostumado com essa realidade.

Felizmente no dia seguinte Odisseu acorda se sentindo melhor e deixo que passe mais tempo ajudando os doentes, sei que isso faz bem a ele e ajudará a desenvolver os seus dons médicos. Já a reconstrução da casa de serpentário está indo muito bem e acredito que logo estará pronta.

Odisseu

Descanso bastante enquanto tento assimilar a minha verdadeira natureza, mas não é algo fácil e ainda estou com a mente confusa. No dia seguinte volto para o vilarejo onde cuido de uma criança doente, agora que tenho algumas memórias consigo utilizar o meu cosmo para lhe devolver a saúde e isso acontece em poucos minutos.

Quando volto para o santuário sento debaixo de uma árvore frutífera e fico observando alguns dos pequenos futuros dourados brincando, eles parecem tão despreocupados, como se fossem crianças normais e não destinados a serem guerreiros, mas infelizmente nunca consegui ser parecido com eles.


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