Nem Mário e tampouco, Marcela Valencia, estavam gostando da licença de Armando da empresa, muito menos depois de saberem, através de comunicado oficial que ele  havia confiado em Nicolás Mora e não em algum deles para tomar conta da empresas, em sua ausência. Nem mesmo por telefone ou vídeo-conferência Armando não deu mais explicações. Ele estava cuidando de sua mulher de se bebê a caminho e nada poderia ser mais importante do que isso.

  Três meses haviam passado, a placenta não estava mais em risco de descolamento, então o médico anunciou que Betty e Armando poderiam ter uma vida normal de casados (embora ainda não fossem), mas Armando ainda estava com muito medo e preferiu não arriscar, mesmo louco para voltar a fazer amor.

— Não, Beatriz! Eu não quero machucar nossa filha, nossa gravidez é arriscada.

—Nossa gravidez?

—Sim, é assim que me sinto!

—Nunca pensei que ele gostaria tanto de ser pai!

—Eu nunca quis ser pai, mas ter um filho com você, ter uma família... é tudo! -Beijo.

  Betty, no entanto, por conta dos hormônios estava bem mais louca de desejo que sempre e subia pelas paredes, então decidiu que tentaria de tudo para seduzi-lo, mas no máximo conseguiu que ele a acariciasse e lhe fizesse sexo oral de um modo que só ele saberia fazer e que a enlouquecia ainda mais por este homem.

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 Mais um lançamento se aproximava e com Betty bem e fora de perigo, Armando não tinha mais desculpas, teria que ir a Bogotá para representar a empresa e apresentar o desfile, já que ninguém sabia que não estava oficialmente no comando, embora nunca tenha deixado de cuidá-la, pois se colocava sempre em contato com Nicolás. Assim, mesmo contrariado, deixou Betty aos cuidados de uma enfermeira e Michel, pois apesar de não confiar totalmente nele, confiava em sua esposa.

  Quando chegou à empresa, foi recebido com reprovação por Marcela, Daniel e principalmente seus pais, que não entenderam o motivo de sua saída. Só Mario parecia entender.

—Olha, deixando o Ecomoda assim, só pode ser por um bom par de pernas! –disse Mário com cara de safado - É por isso que esse rosto calmo e feliz.

Armando riu maliciosamente.

—Mas quê?  Só pelas mulheres mais lindas, as mulheres da minha vida!

— Estamos assim? Mulheres? Não é só uma? Esqueceu-se do seu monstrete?

—CALE-SE IDIOTA!

—Acalme o ogro, sim? Estava de farra por aí e tenho culpa se teve que voltar!

—Você é mesmo um imbecil! A mulher da minha vida não é outra senão a minha Betty! Entenda de uma vez por todas!

—Você esteve com ela todos esses meses?

Sim, bem juntinhos!

—Olha, eu não quero estragar sua felicidade, mas seus pais não gostaram nada disso!

—E não vejo porquê!

—É óbvio, não? Deixou a empresa abandonada!

—Abandonada? Não. A cuidei o tempo todo, só não estava aqui, mas sei  pelos relatórios que Nicolás cuidou bem!

—E deixou justo Nicolás Mora cuidando de tudo!

—Nicolás  é uma pessoa de total confiança minha, assim como é de Betty!

—Agora faz tudo o que esta mulher quer?

—Esta mulher, é a minha mulher! E Nicolás é como se fosse meu cunhado e sim confio nele.  Acaso ele fez algo errado? Roubou a empresa?

—Pelo contrário, obtemos lucro, a próxima coleção está quase toda vendida. Ele administra quase tão bem que seu monstrinho!

—Olha, idiota! Para de falar besteira!

—Onde vai?

—Conversar com meus pais!

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   Armando foi à Mansão Mendoza para conversar com seus pais, mas infelizmente, eles reprovaram sua atitude.

—Não entendo porquê estão assim!

—Como você não entende? Você ainda é irresponsável! Deixou a empresa nas mãos de um estranho e desapareceu por meses!

—Não foi assim, papai!

— Por que você fez isso, Armando?     -sua mãe perguntou.

—Não importa o quanto você tente explicar, não adianta! Como vou entender que largou a empresa e foi por aí, não sei onde! E como não bastasse, deixou a empresa nas mãos de um estranho, ao invés de deixar nas mãos Mário e Marcela, ou até Daniel, para ir trás daquela mulher? perguntou Roberto.

—Essa mulher, como você diz, é a mulher da minha vida!

—Achei que isso tinha acabado! Que era só um capricho! -disse Margarida, lamentando.

—Isso nunca vai acabar, eu sou louco por Betty e agora mais ainda que...

—Mais ainda quê?

—Mamãe, papai, a Beatriz está esperando um bebê, vocês vão ser avós!

—Quê?

  Armando sorriu, estava animado, pensando que eles gostariam da notícia, mas como sempre se decepcionou. E ao invés de palavras de apoio e beijos de celebração, o que recebeu foi uma série de recriminações, às quais apenas se resignou a ouvir prostrado, encolhido no canto do sofá. Estavam indignados por ter largado a empresa, não ter voltado para Marcela e ter tido um filho com uma ``plebeia``.

—Terminaram?

—Ouviu o que te falamos?

—Ouvi cada palavra e não sei porque ainda estou surpreso depois de tudo que fizeram com Camila. Bem, já está na hora de ir!

—Onde você está indo?

—Estou aqui há muito tempo, agora é hora de voltar para minha esposa.

—Você está dizendo que vai deixar a empresa novamente?

—Eu nunca deixei a empresa! Estou em contato permanente com o Nicolás, ele me mantém informado por telefone, e-mail, videoconferência, é um ótimo gestor financeiro, tem um ótimo relacionamento com os bancos e até as ações da empresa estão indo bem.

—Esse doutor Nicolás Mora parece um espantalho! Se eu ainda fosse o Mário...

—Cala a boca, não fale mal do meu amigo e cunhado. É tudo culpa de vocês!

—Nossa?     -eles vão perguntar.

— Não foi ela que decidiu ir para outra cidade?   -perguntou Margarida.

—Eu não teria ido se tivessem feito o que tanto pedi a vocês: apoiá-la a assumir a presidência. Ela é uma excelente profissional e se tivesse sido proposto, teria ficado aqui ao meu lado e não procuraria mais nada!

  Os três discutem.

—Já sabe! Se você deixar esta presidência novamente, esquece que é presidente!

—Se você acha que pode me fazer desistir de minha esposa e filha, esqueça, pai!Nem Ecomoda nem nada é mais importante do que ela!

  Então Armando sai pela sua porta. Claro, ele não achou que eles estivessem falando sério, então deixou Nicolás no comando de tudo.

Antes, passou na casa de Dona Julia para dar a notícia.

—Ah, meu filho! De verdade? Eu realmente vou ser avó?

—Sim, Dona Júlia!

—Ah, estou tão feliz! Meu filho, não quero repreendê-lo, mas...

—Sim, dona Júlia, foi muito precipitado, fora o fato da gravidez ser arriscada, mas vou me casar com ela!

  E Dona Júlia não pode vir a Bogotá e não levá-la a Cartagena. Eu quero que você testemunhe o meu pedido.

  Assim, aproveitando que Hermes estava em Bucaramanga onde foi ver as tias Pinzón, Dona Júlia fez uma mala. Ela não perderia a oportunidade de estar com Betty e sua neta em seu ventre.

  Mas antes de ir para Cartagena, Armando passou na mansão Mendoza, não para ver seus pais, mas Carmencita, a mulher que o criou e Camila. Foi difícil convencer Carmencita, até porque tinha que dizer aos Mendoza que iria visitar u sobrinho e sentia-se mal, pois não gostava de mentiras.

—Eu sei, Carmencita,  mas não se preocupe? Você não mentiu, sou mais que um sobrinho pra você, né? Cita, esta é Dona Julia, minha querida sogra.

  A princípio, Carmencita ficou com ciúmes da atenção que seu  Armandinho dava àquela senhora, mas depois de horas viajando e conversando, as duas começaram a se dar bem.

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