Depois de alguns dias, Beatriz saiu do hospital. Sua gravidez era de risco, então ela teria que ficar na cama. Armando cuidava dela o tempo todo. Como não podia ir trabalhar, Rosa mandava-lhe o trabalho por email e Betty fazia tudo no notebook que Armando lhe tinha comprado.

  Armando também avisara Catalina sobre o estado de Betty e a amiga ficou muito feloiz e prometeu visitá-la quando fosse à Cartagena. Michel era o único próximo que Betty tinha na cidade e tentou apoiar o amigo, tanto quanto possível, diante do olhar ciumento de Armando.

—Eu sei que você me odeia e eu não tiro a sua razão, nem você é o santo da minha devoção. Eu me apaixonei por Betty e até acreditei que eu era o melhor para ela.

Ah, e você diz isso na minha cara?

—Eu tinha a intenção de que ela um dia ela visse isso, já que eu estiva ao seu lado e a amava. – A cara de Armando é um poema de ciúmes. -Mas ela escolheu você, a única coisa que pensava durante todo o tempo foi em você, e como sei que ela está esperando um filho seu, não tenho mais esperança em ter mais nada com ela. Eu quero que  você possa fazê-la feliz e que você pare de ter essas suspeitas que fazem tão mal a ela, pois ela te ama tanto.

—Obrigado Michel.

  A partir desse dia, Armando e Michel começaram a se tratar com respeito, ajudando Betty a se sentir melhor.

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  Catalina veio visitá-la e ficou muito feliz ao ver que sua amiga estava melhor e saudável.

—Sou bem cuidada por Seu Armando! Ojo

— Eu entendo. E quando vai deixar de chamá-lo como se fosse seu chefe?

—ai, dona Catalina!  Ojojo! Que vergonha! Mas é difícil.  Se... Armando vive me dizendo. É que não estou acostumada à felicidade, que é meu noivo!

—Pois se acostume, Betty! Pois como ele disse, em breve serão mais que noivos!

—Ai, dona Catalina! –disse, ficando ruborizada.

—E quanto à Rosa, como está fazendo?

—Estou fazendo o trabalho aqui no computador que o doutor me deu, mas acho melhor que Dona Rosa providencie outra pessoa para fazer o trabalho, porque não poderei mais...

—Shiu, não pense nisso, Betty.

—Ela precisa de alguém para viajar.

—Vamos pensar nisso depois!

—Se precisar, Betty, vamos ver se consigo uma enfermeira.

—Sim, seria importante.

—Não! Já conversamos sobre isto! De você e de meu bebê cuido eu! No máximo a enfermeira pode me ajudar, mas da minha Betty e do bebê, cuido eu!

—Está vendo, dona Catalina? Ele não me deixa fazer nada!

—Está assim por minha causa que não me cuidei e que bom que não... –beijo.

—Mas Armando, enquanto está aqui, quem vai cuidar da presidência da Ecomoda?

Armando sorriu, já tinha tudo planejado.

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Armando havia chamado Nicolás para vir a Cartagena com urgência, levando-lhe alguns documentos. O amigo, claro, ficou encantado com a notícia de que teria um sobrinho ou sobrinha.

—Espero que se for menina tenha sua teimosia e inteligência, Betty, porque se for como era quando pequena vai ser muito feia.

  Betty riu de seu jeito, mas Armando ficou realmente furioso, detestava que fizessem piada com a antiga aparência de Betty, que com sua doçura o havia encantado.

—Ora, não fique nervoso, cabeção!   É só uma brincadeira!  A verdade é que Betty era muito bonita, mas Seu Hermes não deixava que ninguém soubesse. Mas você chefe (socando-o nas costas) você foi o primeiro a saber! 

—Pare, antes que eu me arrependa do que decidi!

—Está bem! Mas não se irrite! Eu quero que você pegue esta procuração e reconheça a firma no cartório que fica perto da empresa. Com isso, ninguém poderá interferir no que decidi!

—Mas chefe, aqui está você me permitindo assumir temporariamente a presidência da Ecomoda!

—Sim. Isto mesmo, Nicolás!  Neste tempo em que temos trabalhado, o conheci e aprendi a confiar em você tanto quanto minha Betty confia!

—Grato, doutor!  Mas porque eu? A Ecomoda tem outros executivos como Gutiérrez, Mário Caldeirón e até Marcela Valencia que poderiam assumir e são acionistas.

—Sabemos que os dois primeiros jamais conseguiriam cuidar da empresa. E a Marcela leva as coisas para o lado pessoal e não poderia assumir um cargo na empresa, ela não é formada em Administração ou Economia.

—Estou surpreso, sabe?

—Eu posso entender quando Betty me disse que ela era confiável e sabemos que se não fosse por você, eu não seria capaz de administrar a empresa sozinho quando Betty veio para cá. Não seja modesto, Nicolas. Ele merece isso, sim?

—Presidente, eu sou o presidente!

—Ojojo! Não deixe que te suba à cabeça, Nicolás! Siga sendo o mesmo de sempre!

—Mas lembre-se, temporariamente e por estatuto eu ainda sou o chefe e você tem que me dar relatórios detalhados sobre tudo.

—Eu não vou te decepcionar, cabeção! Mas sou o presidente agora!

—Ojojo!

De posse da procuração e depois de receber as recomendações de Armando e Betty e de alisar a barriga de Betty sob olhar de Armando, Nicolás pegou um avião de volta para Bogotá.

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  Betty estava encantada. Confiar a empresa a Nicolás era a prova de que Armando havia superado o ciúme e a desconfiança que o perturbava.

—Foi lindo o que você fez! O amo!

—Seu irmão mereceu! É seu irmão, não?

—Sim, a vida toda!

—Tenho que honrar o que você me disse, há muito tempo, sou neurótico, mas justo.

—É divino. E se pudesse, faria amor neste momento e nada doce!

—É por isso que não pode, espertona! Porque fez muito! E sem controlarmos! –disse invadindo sua boa. –Te amo sabia?  Depois destes cuidados, se a médica liberar, voltaremos à nossa rotina, ah? -disse, piscando o olho. beijo- Ah! Mas mesmo assim, continuará na cama, só para descansar, sem esforço algum.

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