O lado “B“ de Betty Pinzón (Betty a Feia) escrita por MItch Mckenna


Capítulo 30
Capítulo 27 -Atrás de Betty




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 Na casa dos Pinzón, Beatriz havia falado com seus pais e Nicolás que teria que ir à Cartagena naquele dia e que dona Catalina já a esperava no aeroporto. Logicamente, seu Hermes não gostou nada daquela história, começou a falar um monte de coisas, o que ela justificou que era trabalho, uma oportunidade, mas o antiquado homem continuou a falar...

—O diabo é porco e no mar também ronda!

Depois de muita conversa, Beatriz com ajuda de sua mãe termina de arrumar as malas.

 -Filha, tenho que te contar uma coisa, ai, Betty,  não fica brava comigo!

—O quê, mãe?

—Aquele senhor, doutor Mendoza ligou, ficou me perguntando um monte e coisas... queria falar contigo.

—E disse que não tinha chegado ainda?

—Ai, filhinha, já havia dito antes. Sabe que não gosto de mentir. Não entendo porque não fala com ele.

—Se eu falar com ele, ele vai lograr convencer-me a ficar na empresa e em Bogotá! Não conhece ele!  O que foi?  Não me diga que disse a ele que já tinha chegado!

—Ai, minha filha! Este homem começou a perguntar e sem querer disse que você entraria em contato quando voltasse!

—Ai, mãe, por que foi falar isso? Ele vai vir para cá! Eu o conheço! E se o papai souber...

—Saber o quê? O que tem para saber? Não são só chefe e assistente? Ou tem algo mais que não saiba?

—Ai, mamãe, sou só sua assistente. –disse, mentindo-lhe. –Mas o papai não vai gostar nada que ele venha atrás de mim em casa!

—Isto é! Temos que sair agora!

—Ai, filhinha…   mas seu pai...

—Não importa, mamãe, se  não irmos agora, será pior!

—______________

Mas...

—A senhorita pensa o quê? Que se manda sozinha? Que é só vir aqui e dizer que vai com aquela senhora e já está?

—Papai!

— De modo nenhum! Não pode sair como se tivesse fugindo!

—Ai, papai! Dona Catalina me está esperando, me comprometi com ela.

Betty ainda conversava quando Armando tocou a campainha.

—Boa tarde, dona Júlia!

—Ai, meu fiho! Por que tinha que vir aqui?

—Preciso falar com sua filha, dona Júlia!

—Ai, a menina vai brigar comigo, melhor ir embora, doutor!

—Quem está aí, Júlia? É o tubo digestivo do Microlax? Oi, boa tarde, doutor Mendoza!

—Boa tarde, Seu Hermes! Posso falar com sua filha?

—Sim, claro. Mas rapidinho sim, pois a menina está de saída.

—Sim, eu sei.

—Ai, papai!

—Vai falar com este senhor, minha filha!

—Eu tentei, mas…

—Tudo bem, mãe!

 Ao sair,  Betty sai contrariada para Armando. Já ele tem os olhos brilhantes. Não esperava encontrá-la mais.

—Betty…

—Deseja algo de mim, seu Armando?

—Sabe que sim! Você!

—Bem, como meus pais falaram não tenho tempo para falar.

—Betty, por favor. Entre no carro apra conversarmos!

—Está bem, tem 10 minutos. –Betty estava tremendo de emoção por ter-lo ali, mas precisava agir friamente,  ou não conseguiria se afastar dele.

Os dois se dirigem ao carro.

—Betty, onde pensa em ir? Sua mãe disse que vai viajar!

—Sim, é verdade! -olhava para fora

—Não vá, Betty! Não vá, por favor! Não sei fazer nada sem você!

—Isto já está decidido! Disse que iria embora de Ecomoda e longe de Bogotá! Aliás, isto é como você e seu amigo queriam, não?

—Sabe que não é bem assim!

—Sei o que ouvi!

—AS coisas não assim! Tive que concordar com Mário para que me deixasse em paz com meus sentimentos. Sabe que nada é o que parece!

—Só sei do plano e das mentiras de alcova que disse a mim e a todas as mulheres!

—Betty, não se compare com as outras! Você é diferente de todas!

Ele tenta beijá-la, mas ela desvia.

—Meus pais estão aí!

Sem opção, ele dá marcha ré.

—O que está fazendo?

—Verá!

Param algumas ruas mais atrás, onde costumavam parar para se beijar.

—Aqui podemos conversar! Preciso te falar como se deram as coisas, não é como pensa!

—Está bem. Mas não agora, estou atrasada, preciso sair!

—Betty, não pode ir!  - a abraça forte -Não pode!

—Doutor! Não piore as coisas. O senhor está para se casar!

—Não vou me casar, não posso me casar porque não amo Marcela, amo você! Só você!

—Mesmo que fosse verdade, teria que me esquecer, precisa se casar com dona Marcela!

—Não preciso, depois do que fizeram hoje, não adianta me casar! Estamos expostos, Betty! Humilhados e desgraçadamente expostos, maldita seja!

—Doutor, preciso ir!

—Não vai ter entrega de presentes    -beijo     -Nem casamento nem nada!    -beijos.

—Ai, doutor, não!

 

Mas Armando não dá atenção aos pedidos dela, e a aperta contra si e começa a beijá-la com paixão. Betty quer resistir, mas o amor é mais forte e se abandona em seus lábios.

—Não vá, Betty! Não vá!

—Não posso, já dei minha palavra!

—Deu a palavra que jamais me largaria.

—Isto foi antes de você e seu amigo bolarem este plano e quererem me mandar para longe. Estou apenas cumprindo o que querem!

—Agora, acabou! Nos descobriram! Não tenho mais a presidência de Ecomoda e de verdade, é o que menos me importa!  Me importa mais ter que arruinar minha vida me casando para manter algo, pois já não me importava antes, agora muito menos.  Vou desmarcar meu casamento com Marcela como te disse!

—Ah, então, ainda não o fez? -disse Betty, com ironia.

—Betty! Assim que percebi que tinha ido embora, deixei tudo para vir atrás de você!

—Não precisa dar desculpas, doutor! Não precisa arruinar sua vida por esta feia!

—Arruinaria minha vida estando longe de você! Diga-me o que preciso fazer para acreditar em mim que te amo, que quero passar os dias de minha vida ao seu lado!

—De verdade? De verdade quer saber, doutor? Não basta vir com palavras bonitas. Está há meses prometendo que terminará seu compromisso com dona Marcela e eu como tonta, acreditei, pois o amava e acreditava no sonho até o dia em que descobri aquela carta e comecei a ouvir suas conversas com seu amigo!

—Betty… irei terminar meu compromisso com Marcela, te juro! E hoje!

—Não estou pedindo para fazer, não quero arruinar sua vida!

—Jamais arruinará minha vida! Melhoraste minha vida! -tomou seu rosto com ternura -Te amo!

—Não posso ser sua amante!

—E não será! Te prometo! Não será! -beijo -Rompo com ela, mas preciso de tempo.

—Terá seu tempo. Irei viajar.

—Se não pode deixar de viajar, me diga ao menos para onde irá!

—Isto não posso fazer!

—Por que  não, Betty?

—Para que quer saber, doutor?

—Para te encontrar.

—Duvido que vá!

—Irei! Irei recuperá-la! -beijo -Acreditará em mim e no meu amor!

 

Assim, depois de mais algumas palavras, Betty e Armando se beijaram com ternura e Armando a deixou em casa. Não conseguiu nem sequer descobrir para onde iria.

 

Armando voltou para Ecomoda. Não encontrou Marcela, nem seus pais. 

Nem mesmo a sacola com os presentes.

 

—Mas quê?

—_________

Depois de alguns minutos

Mesmo contrariado, pois não entende porque a filha tem que sair correndo, Seu Hermes se ofereceu para levá-la. No começo parece que o carro não ia pegar, mas acaba pegando.  E assim a família Pinzón-Solano parte para o aeroporto. Betty olhava para o lado de fora, querendo segurar as lágrimas. Sua vontade era mandar parar aquele carro e ir atrás de Armando e dizer que aceita seu amor,  sua visita com direito a beijos e abraços no carro haviam deixado-a muito frágil e apaixonada. Mas não podia fazer isso, não podia ir atrás dele. Aquele homem havia jogado com seus sentimentos e embora parecesse sincero em alguns momentos, achava que o máximo que poderia sentir por ela era desejo. Isto estava na vista.

—Jamais cancelará o casamento por você, Betty! -dizia entre dentes, olhando o infinito peça janela do avião.

Betty havia embarcado para Cartagena em companhia de Catalina. Apesar de estar ansiosa para iniciar o trabalho também estava triste por deixar seus pais, amigos e Armando.

Estava em Ecomoda, deitado no sofá, quando o celular tocou.

—Onde está, Armando? -perguntou Margarita.

—Como, onde estou? Na empresa!

—É que Marcela está  te procurando como louca!

—Para variar, mamãe, Marcela sempre foi doida!

—Não diga isso de sua futura esposa, Armando!

—Que cruz! Mam]ae, vou terminar umas coisas!  À noite nos falamos!

—Só peço,Armando que não misture os assuntos da empresa com os do casamento!

—Não pretendo misturá-los, quem sempre fala de outros assuntos que não convém nas reuniões são os Valência e Hugo!

—Não começa, Armando!

—Não vou começar com nada. Pelo contrário, -   pensou – “vou terminar”.     Beijos, mamá!

Logo depois de desligar, Marcela liga para ele, que apenas vira os olhos.

—Que cruz! Alô?

—Onde estava?

—Boa tarde também!

—Onde estava?

—Estou em Ecomoda!

—Mas antes não estava! Saiu para ir atrás dela, não é verdade?

—Não sei de quem fala!

—Da sua amante!

—Vai começar Marcela?

—Ai, meu amor!    Falsa   Não quero brigar contigo, hoje não!  Está vindo aqui?

—Sim, Marcela.

Quando Armando chegou no apartamento, Marcela apesar de estar alterada, não lembrava a mesma Marcela daquela tarde no escritório quando soube que a empresa estava embargada e nas mãos de Beatriz. Estava carinhosa e doce de um jeito como nunca havia estado nestes quatro anos.

Mas lógico que Armando a estas alturas não senti mais nada, nem mesmo desejo por ela.

—Aqui está seu whisky! -beijo. -Vai vestido assim na entrega de presentes?

—Marcela, precisamos conversar.

—Não pode ser depois da entrega dos presentes? Poderíamos fazer outras coisas para nos relaxarmos da tensão do dia. -disse sorridente, acariciando sua gravata.

—Marcela, não quero fazer amor nem hoje, nem outro dia! Precisamos falar!

 

—_____________________

 

Marcela não queria discutir com Armando ou colocar tudo a perder.  Depois de tudo que aconteceu naquele dia, com a descoberta de seu irmão sobre a situação da empresa, a renúncia de Beatriz e a saída misteriosa de Armando por horas da empresa, estava tensa. Havia aberto o saco de lixo e se deparado com aqueles cartões com declarações de amor. Algumas com a letra de Màrio, o que estranhou. Todos endereçados a uma “Betty”.  Não podia ser quem pensava. Mesmo não estando acostumada, pegou a garrafa de whisky de Armando e começou a beber, depois continuou em sua casa, estava chocada com tudo que descobriu de Armando, mas havia resolvido deixar para lá. Para depois do casamento, quando já seria  uma senhora de Mendoza e ele fosse obrigado a aguentar a ladainha.

Flashback

—Quando ele chegar, vou servir seu whisky, vou beijá-lo e fazer amor.  Não pode perdê-lo, Marcela!  Não pode ser ela! Não pode estar falando de Betty, sua assistente!  Com certeza, isto foi pela empresa.. mas que nojo!    NÂO!  Não pode ser  aquela nojenta!  Que seja uma modelo! Uma modelo!   De qualquer forma, não posso perturbá-lo com isso hoje, devo deixar tudo para depois do casamento. Se segura, Marcela. Não cobre Armando por isso! Deixe para depois da noite de núpcias para reclamar o que é seu!

Fim do Flashback

 

—Mas meu amor, logo, estaremos casados!   -disse roçando seus lábios.

—Estou falando sério, Marcela! Nâo podemos nos casar!  -disse, afastando-a, tentandoparecer o mais delicado possível, o que lhe era quase impossível.

Mas ao ver a atitude nada amistosa dele, já passada de tragos, Marcela se encheu de raiva.

E pegou uns cartões de dentro de um saco e jogou em Armando.

—O que significa isso?

Sabe muito bem o que significa!

—Por que foi xeretar no meu saco?   (Quê? Ojojo) Disse que eram coisas pessoais!

—EU SOU SUA PROMETIDA, SEREI SUA ESPOSA, TENHO QUE SABER TUDO O QUE ACONTECE CONTIGO!  

Armando recolhe os cartões que ela jogou na cara dele.

—Diga-me! Diga! O que são estas coisas?

 

—Marcela… Você não tinha nada que mexer nisso! -diz Armando juntando tudo.

—Ah? Não queria que eu soubesse!  Sabia que tinha uma amante e esta é a prova!

—As coisas não são assim!

—Está tudo escrito aqui, li uma por uma!   Só não entendo porque algumas tem a letra de Mário. O que tem ele com isso?

—…

—Não precisa me dizer. Você nunca foi bom nestas coisas de escrever cartas e poemas. Mas depois passou a escrever. Para quem as escreveu?

—Isto são coisas particulares, Marcela!

—Quem é Betty?

Armando fica calado.

—Diga-me quem é!

—Não me diga, não me diga!  -ri, debochada.  -que que escreveu estas coisas para    -ri, debochadamente-    para sua assistente?   Não, não me diga.  -ri   -Que coisa ridícula!        -Armando vira a cara para outro lado para que não o veja, não quer magoá-la mais.

DIGA-ME! - o obriga a se virar -DIGA-ME QUE NÃO É ELA! -e a olhar para ela, golpeando-no no peito   -NÃO PODE SER A HORROROSA DE BEATRIZ! É UMA MODELO NÃO É? BETTY MORENO, BETTY SANCHÉZ, BETTY ABELLO QUALQUER COISA ASSIM, NÃO É? 

 

Ele faz a negativa com a cabeça.

—Não são estas? Qual modelo, então?

—Não é uma modelo, Marcela!

—Não, não pode ser… -ri – É para sua assistente?

—Sim, Marcela!

—ESTÁ ZOANDO COM MINHA CARA.  NÃO PODE SER PARA BEATRIZ, SUA ASSISTENTE!    NÃO SE APAIXONARIA POR UMA PESSOA ASSIM!

—Sim, Marcela. Estou apaixonado, não por uma modelo ou uma empresária, mas sim, por uma economista, minha assistente.

—Ai não!         -Dá -lhe um tapa no meio da cara.

—Não vai me dizer que foi ela que, não! Não dormiu com ela, não é?

—Isto é uma coisa que só pertence a nós dois!

—Você é meu noivo! Exijo respeito!_ Não pode ter se deitado com esta vagabunda feia!

—NÃO FALE ASSIM DELA!

—EU FALO COMO QUISER!   ELA TE SEDUZIU PARA FICAR COM A EMPRESA, FOI ISSO?

—Não.

—FOI ELA, FOI ELA QUE ME TIROU VOCÊ? NÃO PODE SER, ARMANDO!  NÃO ELA! -chorando

—Há muito tempo o nosso acabou, Marcela. Muito antes de eu conhecer Betty,


Armando tenta explicar à Marcela que, foi bom o tempo que viveram, até que começou a virar compromisso e que ela começou a contar as intimidades para sua mãe e segui-lo para todos os lugares fazendo escândalos.

—Está querendo dizer que quer terminar comigo?

—Entenda que é melhor, Marcela!

—NÃO, ISTO NÃO! POSSO PERDOAR O QUE FEZ COM A EMPRESA, POSSO PERDOAR SUAS INFIDELIDADES E QUE TENHA DEITADO COM BEATRIZ, POIS CREIO QUE FOI PELA EMPRESA, NÃO É ISSO? PARA QUE ELA SE MANTIVESSE FIEL E FIZESSE O QUE QUERIA!

—NÃO, MARCELA. NÃO FOI PELA EMPRESA. (Não ia lhe contar que tudo começou com o plano, não para Marcela)   AMO BETTY!

Ela lhe dá outro tapa e depois cai rendida abraçada às suas pernas

—Não podemos nos unir apenas por compromisso e pela empresa, Marcela!  Tentei te amar, mas não consegui te amar como merece!   -tira o anel e deixa em cima da mesa.

—Eu aceito. Posso amar por nós dois! -limpa as lágrimas  -Eu  o perdoo!  Está encaprichado por Beatriz, mas vai acordar e estarei ali, como sua esposa.

—Isso não pode ser, Marcela!

—E a cerimônia dos presentes de hoje?

—Não vai ter casamento, Marcela.!

—Não! Eu dou o tempo que precisa. Adiamos, isso, adiamos!

—Não, não!

—Vou ligar para sua mãe e dizer que não nos casaremos agora. O faremos em outra oportunidade.

—Não, Marcela. Não entende?

 

Armando sai, mesmo sob ameaça de Marcela de que sair por esta porta estaria tudo acabado entre eles, pois não entendeu que era isso o que ele queria. Mesmo assim, acha que a ex-noiva não estendeu nada que lhe disse.

 

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Notas finais do capítulo

Acham que Marcela entendeu que Armando estava terminando com ela?
OU ainda mantém esperança?



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