—O que está acontecendo?

—Isso tudo é uma farsa!Um palhaçada!

—Não sei do que você está falando, Danielzinho!

—Estou falando que com a ajuda de sua "linda" assistente, ele se superou! Se antes ele só conseguia enganar jovens de mente fraca, agora ele é tão perfeito que conseguiu enganar até um empresário experiente como Roberto.

—Mas do que você está falando, Daniel?    -perguntou Margarida.

—Explique, Daniel! - ordenou Marcela

—Danielzinho, você está tentando interromper a reunião? Não pode aceitar minha vitória?

—Verá!

  Beatriz respirou fundo, pois Daniel havia lhe perguntado  sobre Terramoda e Nicolás e temia que o Valencia, era muito astuto e não desistiria tão facilmente.

  Beatriz escreveu um bilhete para Armando pedindo que se acalmasse e deixasse com ela, pois Daniel sabia de alguma coisa.

Assim que Olarte entrou na sala de conferências, as coisas pioraram.

—O que esse tipo está fazendo aqui?

—Boa tarde senhores!  -disse Olarte, cutucando o nariz.

—O que você está fazendo aqui depois de ser expulso por negócios ilícitos?

—É de um negócio ilícito que vim falar. Sente-se, Armando! –disse Daniel.

—Não quero!

—Pode ficar de pé. Estou apenas avisando, você vai se cansar! Nada do que foi apresentado hoje é real!

—Como assim?

—Os números, os saldos, as projeções são tudo mentira!

—Do que está falando?

—Explique-se, Daniel!   -perguntou Roberto.

—ISSO É UMA MENTIRA! AQUI ESTÁ A VERDADE! – disse Armando olhando os números que Daniel lhe ensinou.

— O ÚNICO MENTIROSO É VOCÊ! NÃO ESTOU INVENTO NADA E NÃO ESTOU ERRADO AQUI! NÃO SEI ATÉ QUANTO VOCÊ MENTIU NESSES NÚMEROS APRESENTADOS, MAS ECOMODA É A PIADA DA CIDADE. E A PROVA É QUE TEM UMA DÍVIDA ENORME E POR ISSO ESTÁ EMBARGADA!

—O quê?

—Mas como?

—MANTENHAM A CALMA, MANTENHAM A CALMA! EXPLICO: ESTA RESPONSABILIDADE DE 97 BILHÕES DE PESOS POR QUASE CINQUENTA MILHÕES DE DÓLARES E ISSO NÃO É MAIS QUE UMA OBRIGAÇÃO QUE A ECOMODA CONTRATOU COM OUTRA EMPRESA!

—Outra empresa?

—Como outra empresa? Do que estão falando?   -perguntou Margarida.

—Mas como? Que outra empresa? Não temos só Ecomoda? - disse Marcela - DIGA A ELE, ARMANDO, DIGA QUE DANIEL ESTÁ ERRADO!

—O que ele diz é verdade?

—Não! Claro que não!    -disse Armando.

Armando se volta para Betty, que está paralisada e perturbada. Então, ela se volta para Roberto.

—É verdade o que diz Daniel, Dra. Beatriz?  -pergunta Roberta.

— Sim, está embargada!

—Ah, que bom que resolveu falar, doutora Beatriz! Então, pode me explicar por que lhe demos uma empresa com 90 milhões para cuidar e mesmo com sua inteligência e capacidade financeira você permitiu que Armando a liquidasse?

—DEIXE A BEATRIZ FORA DE TUDO ISSO. TUDO QUE VOCÊ FEZ FOI SOB MINHA ORDEM!   -gritou Armando.

—Colocou uma arma na cabeça dela e a coagiu? - perguntou Daniel, cinicamente

—Não...

—Ah, então você não colocou uma arma, então...

—Eu a forcei a ser leal a mim! Olha, não é o que parece, pai!

—Armando, perdemos a empresa, já não é nossa?

— Isso não é assim, pai! Nós não o perdemos, eu a tenho protegido!

—ESTÁ EMBARGADA, ESTÚPIDO! PELAS DÍVIDAS COM BANCOS PARA EMPRÉSTIMOS!

—Perdemos Ecomoda para os bancos?

—Não, pai! Ninguém vai tirar a Ecomoda de nós, já que ela não pode ser tomada pelos bancos!

—Mas me diga o que está acontecendo. A empresa é nossa ou não?

—A empresa ainda é nossa, mãe, mas está com embargo preventivo pelas dívidas dos bancos, mas eles nunca vão tirar a empresa de nós!

—Como você pode ter tanta certeza?

— Porque eu a tenho protegida como disse. Não vai ser liquidado ou mesmo assumido pelos bancos porque outra empresa se encarregou de se apoderar primeiro, como disse Danielzinho e protegê-la dos bancos!

—Que outra empresa?

—É de um dos nossos amigos?

—Não, pai! Não posso dizer no momento, mas você pode acreditar que a empresa pertence a alguém em quem confio, alguém que seria incapaz de me trair!

— Por que tantos segredinhos, Armando? A empresa que apreendeu a Ecomoda não é outra senão a Terramoda!

—Terramoda? Empresa do namorado da Beatriz?

—Correção, maninha: A empresa Terramoda Investimentos é propriedade de Beatriz Pinzón Solano!

—QUÊ?

—Como você teve coragem de cair tão baixo e entregar nossa empresa àquela mulher? O que você fez com ele? -Marcela disse, sacudindo-a.

  Beatriz tentou se libertar de Marcela.

—Largue-a, Marcela!   -Armando ordenou.

—Deixe-a ir, filha. –disse Roberto  -Dra. Beatriz, acho que nos deve uma explicação.

—Seu Roberto, em primeiro lugar, gostaria de me desculpar por esses balancetes que apresentei antes, e embora, tenha sido sob ordens de seu Armando, o fiz porque era seu assistente, por ser seu braço direito e fiel a ele.

  Armando, apesar de tudo, sorriu, porque sentiu ternura naquelas palavras.

— A empresa está tão mal assim? –preocupava-se Roberto.

—Peço permissão para apresentar o balanço real e poder explicar-lhe a real situação da empresa!

— E onde estão esses dados?

—No meu escritório, eu só tenho que imprimi-los.

—Ok, faça isso! Até que a Dra. Beatriz retorne com o saldo real impresso - disse Roberto - a sessão está suspensa!

—Você não vê que ele pode fugir?- disse Marcela.

—Tenho dignidade suficiente para enfrentar e não fugir das minhas obrigações, senhora!

—Hmph!

—Que audácia!   -disse Margarida.

   Quando Betty saiu, Daniel continuou: Este é o Boletim de Registro da Junta Comercial! Aqui temos tudo, tudo explicado! Na verdade, a Ecomoda não foi só embarcada  pela empresa da Dra. Beatriz, como também tem o penhor do estabelecimento comercial da Ecomoda. –diz Daniel.

Enquanto isso, Beatriz correu para seu escritório e, com lágrimas nos olhos, imprimiu várias cópias do balanço.

— Betty! Desculpe fazer você passar por isso! - disse Armando, que foi atrás dela.

—Eu sabia, eu sabia que iria acontecer! Eu disse que o Dr. Daniel estava desconfiado e que iria atar os fios,  Agora, não temos outra maneira senão dizer a verdade!

—Ou negar até o fim e dizer que não passou de suspeitas de Daniel, como fazem os políticos.

—NÃO MAIS, SEU ARMANDO! Você não vê que isso foi longe demais?

—Tem razão, Beatriz! Eu sou um idiota covarde! Faça o que voce quiser!

—O que faz aqui?

—Conversando com Betty

— SOBRE O QUE MAIS VOCÊ PODE FALAR? AGORA VOLTE PARA A SALA DE REUNIÃO E ESTÚPIDO, QUEREMOS VER ESSES NÚMEROS REAIS AGORA!

—NÃO FALE COM ELE ASSIM, MARCELA! VOCÊ NÃO TEM ESSE DIREITO!

Betty termina de imprimir e volta para a sala de reuniões, onde querem comê-la viva.

—Bem, este é o verdadeiro balanço! A real situação da Ecomoda!

Neste momento chega María Beatriz.

—Bom Dia! A reunião começou?

—A verdadeira reunião vai começar agora!    -Daniel disse cinicamente.

—Estava me esperando para começar?

—Não exatamente. Sente-se!

—Uau! Mas que números legais! Parabéns Armando! - Elogiou María Beatriz, que entendia menos que Margarida.

  Betty começa a explicar detalhadamente a situação da empresa.  Terminado tudo, Betty contém as lágrimas e vai para a caverna. Sem esperar as eleições, Armando vai atrás dela novamente.

—Embora não tenha saído como imaginávamos, me sinto aliviado!

—Também!  Acabou tudo!

—Começou para nós! Para nós! - a abraçando com força.

—Você acha que posso apagar tudo tão facilmente, o plano, a carta? Tudo o que planejou com o seu

amigo?

— Perdoe-me, Betty! Eu te adoro!

—Acabou, seu Armando! Não adianta continuar com seu jogo! Como eu disse na reunião, eu dei a minha

carta de demissão e para você eu te dou isto: Terramoda. Você pode transferi-la para quem quiser!

—Não me importa esta empresa! O que eu quero é você!      -com lágrimas   -Isso tudo foi um erro!

abraço

—Se você não cuidar da empresa, o Dr. Valencia cuidará e cuidará de tudo!

—Eu sei mas...

—Mantenha esta certificado de propriedade da Terramoda em seu poder , não a deixe cair em  mãos erradas, enquanto você a tiver, a empresa estará em suas mãos, protegida.

Armando viu que Beatriz tinha algumas coisas nas mãos como um saco preto, além de coisas pessoais.

— O que é isso, Beatriz?

—São... minhas coisas. Ah, quer saber? Isso pertence a você!

—O que é?

—Não abra agora! Abra quando sentir minha falta se é verdade quando diz que me ama.

—Te amo! Será como quiser. –disse segurando o saco.

—Vai embora mesmo?

—Não se preocupe, estou indo longe o suficiente para não interferir no seu casamento!

—Que casamento? Eu vou terminar com ela!

—É a mulher para o senhor!  A mulher que seus pais querem para o senhor! O casal que a sociedade bogotenha quer!

—De que me adianta? A mulher que eu amo é você. - abraça-a e beija-a.

—É um beijo de despedida!

—Não! O que eu tenho que fazer para fazer você acreditar  que eu te amo?

—O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

—Marcela!

Betty dá um pulo.

—O QUE FAZEM ABRAÇADOS?  Me despedindo de Beatriz!

—Abracei?

—Sim, sim... É assim que os amigos se despedem!

—Você tem que voltar para a sala de reuniões agora! Sua presença é importante!

—Já vou!

—VAMOS AGORA! –disse empurrando-o

—Isso também é importante!

—AGORA!

—O que está acontecendo? Armando, por que você saiu da reunião?

—Mãe. Já vou!

—Todos estão esperando por você, vamos!

—Estou indo mãe! Preciso falar com Betty sobre uma coisa!

Armando deixa que as duas saiam da sala de Betty onde estavam.

—Beatriz... -disse ele suspirando

—Doutor! Sua mãe e sua futura esposa estão esperando.

—Não! - segura o rosto - Ao contrário do que eu pensava, não estou angustiado, eu me sinto livre, livre de um peso. Eu teria que esperar um ano até que tudo voltasse ao normal.  Danielito inadvertidamente, com o propósito de me humilhar perante a Diretoria, ele me libertou! Ele me liberou de um noivado. Não vou casar com ela!

—Doutor,  tem que ir, eles estão esperando por você! Não pode deixar que o Dr. Valencia assuma a presidência e dividir a empresa!

—Você sabe que ele e nenhum dos acionistas tem poder para fazer isso. Só você você pode fazer o que quiser com Ecomoda!

—Eu nunca faria nada contra a empresa!

—Eu sei! -Beijo, ele segura o rosto dela com as mãos -Por favor, espere por mim, já volto! Minha vida, eu te amo!

—Seu Armando, você sabe o que tem que fazer para eu acreditar no que diz!

Armando vai para a sala de reuniões.

Logo, Armando participa da reunião, mas seu coração está longe.

"Você sabe o que tem que fazer para eu acreditar" O que Betty quis dizer? –pensava Armando

Enquanto participava da reunião, sendo execrado, não para de pensar em Betty, em como sua querida ainda o abraçava com ternura, embora estivesse tão brava com ele.

Terminada a reunião, Armando voltou à sala presidencial. para falar com ela.

Mas ela, como em seu pesadelo, não estava lá.

—Onde está minha Betty?

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