Armando enlouquece e invade o hotel.

—Onde estão?

—Desculpe?

—Uma garota assim, de óculos, capul, roupa escura com um cara de óculos também, baixinho, de óculos, e um cara também de óculos e... feio?

—Não posso dar essa informação, senhor!

—Ah não? –Tira umas notas dacarteira -Diga-me em que quarto eles estão!

Mas enquanto Armando sobe, os dois descem as escadas, entram no carro e vão embora.

—E onde eles estão?

—Quem, senhor?

—Os dois caras assim, que usam óculos, uma menina... Eu já perguntei! Você sabe muito bem do que estou falando! Já te perguntei antes!

—Acabaram de sair.

—Já? Tão rápido?

—Senhor, você é o marido dela?

—Er sim, por quê?

—Porque sendo tão bonito, como ele poderia ter se casado com uma mulher assim?

Armando franze a testa, neste momento aparece o gerente.

—Seu Armando, a quem devo a honra da sua visita?

—Olavo. Só de passagem por aqui

—E onde ela está?

—Onde está quem?

—A modelo do dia. Sempre está acompanhado das mais belas modelos!

—Não há! Tchau!

E sai.

—E agora, onde foram estes dois

Nicolás estava dirigindo, Betty não aguenta mais e começa a rir.

—Oj oj ojo Eu daria tudo para ver a cara de Don Armando agora!

Você está louca Betty? Como o provoca assim?

—Eu daria tudo para ver seu rosto quando entrarmos no motel!

—Betty, Betty, você está brincando com fogo! O homem está ficando louco.

—Quero saber até onde vai!

—Se ele nos pegasse, ele me matava!

—Por quê? Paguei o quarto com meu dinheiro, mesmo sem usá-lo como deveria! Com o dinheiro eu posso pagar.

—Ele não vê dessa forma. Saiba disso para ele, tudo que ele faz é com dinheiro da Terramoda e claro da Ecomoda. E agora para onde vamos?

—Para casa! Estou cansada!

—Ufa! Achei que ia ter mais uma daquelas ideias malucas!

—Bem, não me tente, ou eu vou fazer você me levar para dançar e em um bom lugar onde todos possam nos ver!

—Ah não, não Betty!

—Ah, que bobo você é! Vamos para casa!

A essa altura, Armando está com dor de cabeça (uma dor na testona) porque acha que sua doce e inocente assistente foi festejar no motel com Nicolás. E naquele motel que tinha convênio com o Ecomoda, aquele que levava as modelos de turno nos bons tempos, porque agora só pensava na empresa e na Betty. Durante o trajeto, Armando não parou de segui-la assim que os localizou, andando acima da velocidade.

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  Nicolás havia deixado Betty na porta da casa. Vendo-a sozinha, ele se aproxima dela.

—Você acha que tudo o que viu foi um sinal de amizade? As carícias no restaurante?

— Que carícias? Foi carinho, amigos também sentem carinho.

—QUE AMIGOS TÃO FOFOS, NÃO? E ABRAÇOS E BEIJOS?

— Abraços dos amigos. E os beijos foram na bochecha!

—DE ONDE EU ESTAVA, NÃO CONSEGUIA VER ONDE ELES FORAM!

—Você nunca teve amigas com os quais se abraçou?

 -As amigas que tenho, bem...

—Desnecessário dizer, doutor, eu conheço bem as "amigas" que tem!

—NÃO MUDE DE ASSUNTO! E O MOTEL EM QUE ENTRARAM?

—O senhor nos seguiu em todos os lugares?

—DIZ-ME O QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO NESTE LUGAR COM ESSE TIPO?

—Nós não fizemos nada que você está pensando! Percebeu quanto tempo ficamos lá?

—Na verdade achei muito rápido, mas quem sabe né?

—Normalmente demora muito mais, certo? - Ela olha para ele, maliciosamente.

Depois de uma pequena discussão, ele tenta beijá-la.

—Por favor me beije. -sussurro- Estou morrendo de vontade de beijar seus lábios.

—Não!

—Sim, Betty, sim. Isso está me deixando louco, Betty! Por favor! Por que você faz isso comigo? Eu não estive com nenhuma mulher depois de você!

—NÃO ACREDITO!

—Juro-te pela coisa mais sagrada (faz o gesto) que é você! Depois que fizemos amor, eu não estava com mais ninguém. Se você fizer amor comigo de novo, saberá!

  Ela solta, ele grita, ela grita, Seu Hermes aparece. Ele ordena que Armando pare de gritar com a garota.

  No dia seguinte, a preparação para o grande lançamento continua. Enquanto também, Armando prepara a reunião e Marcela o casamento.