Uma Sereia em Forks - Embry Call escrita por belovedfreedom


Capítulo 5
5| Desabafos e quem sabe... uma amiga?!




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Os dias que seguiram, Drica sempre ajudava Emily com as coisas. Sai para nadar e gostava de ficar no penhasco olhando a vista sozinha. E toda vez que dava ela escondia alguns bolinhos para depois do lanche levar pro lobo cinzento que ela acabou chamando de "bola de pêlos" já que ela não era boa com nomes.

Suas coisas haviam acabado de chegar. Cléo havia coloca todos os documentos que ela havia pedido, suas roupas e pertences pessoais. Ela havia mandado seu celular, fotos dela com seus amigos e tinha uma carta. Carta cujo remetente era seu "Pai".

Drica ficou encarando a carta com os olhos cheios de lágrimas, lutando para não as deixar cair. Ela não sabe ao certo quanto tempo ficou assim, ela é desperta quando Emily bate na porta fazendo esconder a carta na gaveta do criado mudo.

— Drica está tudo bem? Hoje você não saiu do quarto?

Emily diz preocupada a analisando. 

— Está eu só... só estava pensando.

Drica fala secando os olhos discretamente.

— O jantar está pronto, desce você precisa se alimentar. Você não comeu nada hoje.

— Eu estou sem fome, Emily... eu vou dar uma volta, preciso tomar um ar.

Drica sai antes de Emily impedi-la. Passa por todos na sala correndo sem nem ao menos olhar pra eles, deixando todos confusos. Ela foi para o penhasco e ficou encarando o horizonte com uma certa fúria e dor no olhar.

— Sabe... eu conheço esse olhar!

Drica se vira em direção a voz e encontra Leah ali que se aproxima e senta ao seu lado.

— Eu quero ficar sozinha!

— Esse olhar de dor, ódio e revolta...

Leah continua a falar fingindo que não a ouviu.

— Eu não tenho esse olhar!

— Tem. E esse olhar... é o mesmo que o meu. Sabe eu era uma garota que tinha uma vida feliz, alegre por assim dizer. Tinha tudo que uma garota quer. Uma família completa e feliz que nos ama. Uma melhor amiga. E um namorado que tinha acabado de me pedir em casamento.

— E o que... aconteceu?

Drica a questionou ainda olhando o horizonte.

— Um dia, ele sumiu. Desapareceu por duas semanas. Eu fiquei louca a sua procura, não sabia o que havia acontecido. Mas da mesma forma que ele sumiu de repente, ele apareceu. Não contou pra ninguém o que tinha acontecido. Depois disso ele ficou distante, a gente brigava muito. Sempre o questionava sobre o que tinha acontecido com ele e nada de resposta. Mas tentávamos continuar juntos porque nos amávamos. Fizemos uma festa pequena de noivado, minha prima e melhor amiga veio. Ele terminou comigo uma semana após a festa. Depois de um mês eu descobri que os dois estavam juntos. Eles me contaram que foi amor à primeira vista. Que tentaram lutar contra o que sentiam, mas quando ele a machucou sem querer eles perceberam que não conseguia ficar um sem o outro. Depois de um tempo meu pai faleceu e isso acabou fazendo com que meu irmão e eu... mudasse. Eu não o amo mais, sabe. Mas é difícil perdoar vendo a felicidade deles todos os dias...  Sam e Emily, parecem mesmo feitos um para o outro.

— Sam e Emily?

Drica pergunta chocada pela revelação.

— É, ela é minha prima e ele... você sabe. Hoje eu entendo o que aconteceu. Não torna mais fácil as coisas, mais entendo. É difícil ficar em um lugar onde as pessoas não te querem por perto. Eu só queria achar um amor assim, e ser feliz. Deixar de ser a ex-namorada patética que ele não consegue se livrar.

— Que se dane, se eles não te querem por perto. Eu quero... e como não tenho nenhuma amiga aqui também... Eu tô passando por algo parecido.

— Então desabafa, talvez se sinta melhor. Me ajudou. Essa foi a primeira vez que falei sobre isso com alguém e parece que tirei um peso de mim.

— Meu pai... ele morreu. 

As duas ficaram em silêncio apenas observando as ondas quebrarem na praia, antes de Drica continuar.

— Ele era... um maldito, cretino e egoísta...

Leah se assustou com a raiva que ela falou dele, mas não disse nada só esperou ela continuar

— Ele sabia que estava morrendo e não me disse. Ele armou tudo pelas minhas costas o testamento e a emancipação. Se bem que a emancipação não foi de todo ruim. Me livrou de ficar cara a cara com pessoas indesejáveis.

— Quem?

— A mulher que me colocou no mundo... Eu não contei a ninguém sobre a morte do meu pai, nem pros meus amigos. Achei que se eu evitasse falar disso, tornaria menos real. Mais não adiantou muito, a dor ainda estava lá, a diferença é que eu estava sozinha. Então depois do enterro eu fui ver meu namorado lá no café, onde era dele. Estava tendo uma festa, me lembro que disseram que o Will, um amigo nosso e namorado de Bella ia competir mergulhando e o café estava o patrocinando. Provavelmente ele tinha ganho por causa da festa, enfim... quando cheguei eu acabei flagrando a Sophie, irmã do Will e gerente do café, o beijando. Mas ele não se afastou... pelo contrário ele a beijou. Enquanto eu estava enterrando meu pai, ele estava lá beijando outra. Então eu sai e quando a festa acabou eu voltei e terminei com ele. Sai de lá sem olhar pra trás. Sem nem falar com ninguém, nem com as meninas. Por isso que quando cheguei eles estavam preocupados... provavelmente pensaram que eu tivesse sido sequestrada ou morrido, sei lá.

— Eu entendo, se eu pudesse também teria ido embora...

— E porque não foi?

— Ainda tenho minha mãe e Seth aqui que precisam de mim.

Drica apenas assente e fica pensando se tivesse uma mãe ou um irmão, se ela teria ido embora. Provavelmente não, mas nunca saberia porque agora ela estava só no mundo.

— Hoje quando estava olhando as coisas que a Cléo me mandou, eu achei uma carta... que meu pai escreveu. Eu não sei o que fazer. Às vezes eu quero ler, outras quero queimar. E se eu queimar, tenho medo de me arrepender depois.

— Eu guardaria... no momento certo, eu a leria. Porque uma hora a raiva passa... e você vai querer saber o que ele queria-lhe dizer. Bom... eu vou indo. Só queria ver se estava bem...

— Leah... obrigada, por tudo. Só... não conta pra ninguém, eu não quero que sintam...

— Pena. Eu sei, também odeio isso.

Leah diz e Drica balança a cabeça afirmando, logo em seguida Leah vai embora.

Drica ficou lá a noite toda, ao romper da aurora ela finalmente voltou. Drica dormiu a manhã inteira e parte da tarde. Quando ela levantou eram duas da tarde, encontrou todos reunidos na sala de jantar com a mesa cheia de quitutes de lanches que Emily faz.

— Boa tarde, Drica. Está melhor?

Emily perguntou preocupada e receosa, não queria parecer intrometida demais.

— Sim, obrigada. Leah me ajudou muito ontem. 

Drica sorri pra Leah que retribui deixando todos chocados por Leah demostrar empatia por alguém, as duas na verdade, pois Drica também só demonstrava empatia por Emily.

— Hm... tudo bem. Eu fiquei de levá-la hoje na escola pra gente fazer sua matrícula. Então tome seu lanche, ou se quiser o almoço eu tirei um prato pra você como não desceu pra almoçar, está na geladeira.

— Ah vou só lanchar mesmo. Acabei de acordar, voltei quando o sol estava nascendo. Vou terminar aqui e já busco os papéis pra gente ir.

Eles comeram em silêncio e curiosos sobre as duas. Logo Emily e Drica estavam de volta, tinha feito a matricula e marcado a prova que ela iria fazer, para não perder o ano, para daqui uma semana.

— Drica, você pode estudar com Embry. Ele, Jacob e Quil estão na mesma turma que você.

— Ah, tudo bem... Eu peço ao Quil ou Jacob.

— Foi mal Drica, nós também vamos estudar com Embry. Quil e eu não fizemos essas aulas. Estávamos doentes. Nós três vamos fazer a prova.

Jacob diz e Quil concorda com ele.

— Ok. É bom você ter todas as anotações então, Embry.

— Bom, isso não é problema pra ele. Não é, Jake?!

Quil diz zombando do amigo.

— Oh, meu Deus... você é tipo aqueles nerds? 

Drica pergunta completamente surpresa, ele não tinha cara de ser nerd... tinha mais o tipo daqueles esportistas que se acham. Porte para isso ele tinha.

— Tipo não, ele é o nerd!

Jake diz zoando o amigo.

— Bom eu tinha que dar algum tipo de orgulho pra minha mãe.

Embry diz sem graça.

— Desculpa... eu não quis ofender. É só que... bem... você não faz muito o tipo de nerd esquisito.

Drica diz o olhando descaradamente de cima abaixo. Enquanto Jake e Quil soltava risinhos pelo fato de Drica quase comer Embry com os olhos.

— Quer dizer... hm... olha pra você... você mal parece com um garoto de 16 anos que dirá um nerd esquisito.

— Eu não sou bem um nerd, só sou inteligente. E eu me esforço na escola pra deixar minha mãe feliz. Somos só nós dois então eu tenho que cuidar dela, fazê-la feliz. Apesar... dela me achar um garoto problema.

Embry diz a olhando que apenas afirma. Mas Drica parou de escutar quando ele disse "fazê-la feliz" e muito menos prestou atenção nos olhares raivosos que Jake e Quil lançou ao amigo. Então ela começa a se lembrar da vida dela com seu pai, era só os dois e ela nunca se preocupou em fazê-lo feliz. Ao contrário, ela sempre tinha suas opiniões, era meio rebelde, ficava longe de casa pra não brigarem. Então a ficha caiu, ela era uma péssima filha.


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