Drica acordou bem disposta aquela manhã. Fazia muito tempo que não dormia em uma cama e ela percebeu o quanto sentiu falta. Ela resolver descer e vem se Emily havia acordado. Ela acaba encontrando Emily na cozinha.

— Bom dia, Emily.

— Bom dia Drica. Dormiu bem?

— Primeira vez que durmo bem durante muito tempo.

— Que bom fico feliz com isso. Vem tomar café da manhã antes que os garotos cheguem, eles são uns esfomeados.

— Eles ficam muito aqui?

— Ficam, talvez até mais do na própria casa deles. E o que você está achando daqui?

— Eu não vi muita coisa, mas eu sinto que estou onde deveria estar. 

— Que bom que sinta assim. Quero que sinta em casa aqui. E a propósito você é menor devia estar na escola. Quando vai trazer os papeis de sua transferência?

— Não sei. Acho que não vou terminar esse ano, aliás eu já reprovei mesmo. 

— Porque diz isso?

— Tem três meses que não vou a escola, dois se não contar as férias de fim de ano e digamos que minhas notas nunca foram das melhores. Eu me matriculo no próximo ano letivo.

— Eu acho se eu conversar com o pessoal da escola, talvez eu consiga que eles façam uma prova com você pra não perder o ano. Então não se esqueça de pedir sua amiga pra mandar os papéis da transferência, assim eu fico mais tranquila. E se precisar de um responsável Sam e eu podemos nos responsabilizar por você, se você quiser é claro.

— Tudo bem então. Não é preciso. Meu pai, hm... me emancipou antes de...

— Antes de?

 Emily a questionou e Drica ficou atordoada, ela não queria falar sobre isso com essas pessoas. Ela tinha acabado de conhecê-los, não tinha que expor toda sua vida pra eles. Mesmos eles tendo a acolhido, coisa que ela ainda estava meio receosa. Quem chama uma completa estranha pra sua casa?

— Hm — Drica forçou a garganta pra sua voz parecer um tanto normal — Antes de vir pra cá.

Ela começou a tomar seu café, quando passou um bando de rapazes correndo em direção a mesa.

— Bom dia. — disseram todos juntos.

— Bom dia — Drica responde um pouco baixo.

— Bom dia rapazes. — Emily responde

— Hã, Emily? Será que eu posso usar seu telefone?

— Claro que sim. Não esqueça de pedir sua amiga pra mandar sua transferência.

Drica afirma com a cabeça e dá uma olhada em todos ali, parando o olhar em um. "Embry" que a olha sorrindo. Ela então vai em direção a sala onde o telefone ficava e ligou pra Cléo.

"Alô?"

— Cléo, sou eu... eu vou precisar de um favor.

"Drica, claro. Mas você podia me falar o que aconteceu entre você e o Igor que fez você sumir."

— Eu prefiro não falar disso agora. Eu quero que você vai até minha casa e arrume algumas coisas minhas. E tem uns documentos na mesinha na sala, pega eles também e me manda pelos correios. Assim que eu comprar um celular eu te ligo mais vezes.

"Tá, mas você vai me explicar depois direitinho o que está acontecendo. Qual o endereço?"

— Hã, espera eu vou perguntar.

Quando Drica se vira pra procurar por alguém... ela o encontra... "Embry". Ela franze o cenho o encarando. Será que esse garoto vai ficar indo atrás dela onde quer que fosse? 

— Hm, Emily me pediu pra te passar o endereço daqui. Disse que você ia pedir sua amiga pra mandar suas coisas.

Drica se sentiu uma imbecil na mesma hora, ela ali julgando o rapaz que só o que tem feito é lhe ajudar. Ela apenas balança a cabeça enquanto pega o papel com o endereço e virando de costas ela diz o endereço pra Cleo. Que começa a surtar por ela estar tão longe.

— Hm, Cléo preciso desligar. Assim que arrumar um celular eu te ligo. Não posso ficar fazendo chamadas internacional toda hora. Eu não quero abusar da hospitalidade de Emily.

"Tudo bem Drica. Mas assim que comprar seu celular me mande notícias. Nós estamos morrendo de saudades. Os garotos estão mandando um abraço. Se cuida."

— Também estou com saudades. Tchau pessoal. 

Drica volta a sala de jantar e a encontra vazia, quando os rapazes voltam a entrar seguido de Emily e Sam. Logo atrás vem Jacob com uma garota branca de cabelos castanhos e rosto tímido.

— Bella essa é a Drica vai ficar um tempo com a gente. Drica esta é Bella uma amiga.

Jacob lhes apresenta e as duas se encaram.

— Oi... hm eu já estava de saída. — Drica dá um aceno para Bella e vira para Emily. — Emily... hã... eu hm... vou dar uma volta. Preciso tomar um ar.

Então ela começa sair da casa quando sente alguém a seguir. Ela vira e vê Embry vindo em sua direção.

— Só pode ser brincadeira... — ela sussurra — Olha "Embry" eu quero ficar sozinha. E não... você não pode vir comigo.

— Eu só quero ter certeza que você está bem. — Embry diz e solta um suspiro.

— Olha eu vou ficar bem, tá legal. Eu só... só preciso ficar um pouco sozinha.

Drica se vira e sai em direção à praia.

— Tá o que aconteceu aqui? Quem é essa garota?

Bella pergunta alternando o olhar entre Embry e Jacob. Jacob olha todos e volta o olhar para Bella antes de responder.

— Não sabemos quem é ela, a encontramos ontem na praia e Embry teve um imprinting por ela. A única coisa que sabemos é que ela é de outro país e tem três meses que está viajando sem rumo.

— Imprinting? Eu vou querer saber o que é isso?

— Vem Bella, vamos dar uma volta que eu te explico.

Jacob olha Sam que dá um breve aceno e eles saem caminhando.

— É uma das coisas estranhas com que tenho de lidar. Não acontece com todo mundo. Na verdade, é uma exceção rara, não a regra. Sam teve muito mais dificuldade do que nós quando se transformou. Porque ele foi o primeiro, estava sozinho e não tinha ninguém para explicar o que estava acontecendo.

"O avô de Sam morreu antes dele nascer e o pai nunca esteve com ele. Não havia ninguém ali para reconhecer os sinais. Na primeira vez que aconteceu... a primeira transformação... ele pensou que tivesse enlouquecido. Precisou de duas semanas para se acalmar e conseguir voltar à forma humana. A mãe do Sam e Leah colocaram o guarda-florestal e a polícia, procurando por ele."

— Leah? - Bella perguntou 

— Leah e Sam eram namorados na escola. Ela ficou louca quando ele desapareceu. Quando Sam voltou, não falou com ninguém o que tinha acontecido. E aí surgiram os boatos... que ele não estava aprontando nada de bom.

"Quando Sam apareceu na casa do velho Quil, ele teve quase um infarto quando aperto a mão de Sam. Então o Sr. Ateara convocou uma reunião com os anciãos, eles o contaram as lendas e explicou o que estava acontecendo. Sam não podia contar a Leah. Não devemos contar pra ninguém que não precise saber. E não era seguro que ele ficasse perto dela... Eles brigavam porque ela queria respostas, mas ele não podia contar. Eles estavam tentando. Eles se amam de verdade."

— Ela descobriu foi isso?

— Não. Sam amava Leah. Àquela altura Sam já conhecia todas as histórias, as histórias que todos achávamos que era lenda. Tinha ouvido falar do imprinting, mas nunca tinha imaginado..., mas quando a prima de Leah, Emily Young, veio da reserva de Makah para visitá-la Sam viu Emily, e nada importava mais. Às vezes... não sabemos bem por quê... encontramos nossa parceira assim. Quer dizer... nossa alma gêmea.

— De que jeito? Amor à primeira vista? - Bella zombou

— É um pouco mais forte do que isso. Mais incontrolável.

— Desculpe — Bella disse — Está falando sério, não é?

— É estou. Não é fácil de explicar. É algo intenso que não está no nosso controle.

— Isso aconteceu com você? - Bella pergunta

— Não. Só Sam, Jared e agora Embry.

— Como foi com Jared?

— Não houve drama. Era só uma garota que estava apaixonada por ele e ele nunca havia notado. Então depois que ele se transformou, ele a viu de novo e nunca mais tirou os olhos dela.

— Acho que Embry vai ter trabalho com a Drica. Ela parece destruída por dentro.

— É espero pelo bem de Embry, que eles se resolvam e ela não resolva ir embora. Um lobo não consegue ficar longe do seu imprinting.