Uma Sereia em Forks - Embry Call escrita por belovedfreedom


Capítulo 25
25| Embry Call 2/2


Notas iniciais do capítulo

Continuação do Capitulo anterior



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Sentamos lado a lado encarando o mar. Estou tremendo por dentro e sentindo um incômodo no estômago, como se tivesse levado um soco ali. Minhas mãos estão suando frio de nervoso e sinto meu coração acelerado como se estivesse querendo sair pela boca, droga! Isso é mais difícil do que eu pensava.

— Eu queria me desculpar, por… aquilo. — começo ainda nervoso, sem graça e totalmente constrangido. — Eu fui um idiota, não devia ter a beijado, sem a sua permissão.

Me desculpo, mas não me arrependo hora nenhuma de beijá-la. Foi o melhor beijo da minha vida, não que eu tenha muitos para comparar. Na verdade, só um e foi quando tinha uns catorze anos num jogo de verdade ou desafio, então nem conta como um.

Tento ver se ainda continuaremos como antes, ela parece incomodada mais logo afirma que ainda somos amigos. Amigos sinto um aperto no peito só de ouvir isso, mas prefiro não forçar nada. Melhor esperar que ela me veja de forma diferente primeiro, do que só como amigo.

Ela me conta a história dela com o garoto e um pouco do passado dela. Dá para entender um pouco o jeito dela, ela nunca teve um amor paternal pleno. O pai a deixou emocionalmente sozinha, a tratando com indiferença uma garotinha de apenas sete anos. Ela me diz que não sabe como agir quando as pessoas gostam dela e que é difícil de explicar, e eu fico com uma raiva enorme do pai morto dela. Como um pai faz isso como uma criança que tinha apenas ele?!

— Tenta. Talvez eu acabe te entendendo. — insisto olhando fundo naqueles olhos azuis. Tento passar confiança para ela se sentir confortável em dizer.

— Eu me sinto como se… como se eu estivesse presa. E não sei lidar com isso. — ela fala um pouco hesitante e fazendo sinal de negação ela desvia o olhar.

— Não quero que se sinta presa. — pego em sua mão chamando sua atenção de volta para mim e começo me aproximar devagar. — Quero que se sinta livre. Igual no dia em que nos conhecemos quando você brincava na chuva com um lindo sorriso no rosto.

Levo minha mão livre em sua nuca e me aproximo colando nossas testas. Tento transmitir meu amor, carinho e respeito que tenho por ela, no meu olhar.

— Embry… por favor, não faz isso. — ela diz com a voz falha e escuto seu coração acelerar.

— Eu só quero que seja feliz. Me deixa te fazer feliz? — continuo a olhar esperando o menor sinal que fosse para poder beijá-la e tê-la em meus braços novamente.

— Drica nós já… — Ah! Não acredito, de novo?! Essas garotas tá de sacanagem comigo só pode. Respiro fundo para não me irritar e acabo concordando quando Drica diz que só estávamos conversando.

Digo que a levarei em casa e quando já ia rejeitar, eu a tranquilizo e falo que não tentarei nada. Percebo que ela ainda está machucada e tem medo de acabar ainda mais machucada. Por mais que eu a quero junto a mim, ela ainda continua fechada para si e com medo de se permitir ser feliz.

Minhas palavras foram um pouco duras, mas ela precisava escutar para perceber que o único empecilho para ela ser feliz é ela mesmo. Não que ela não possa ser feliz sozinha, claro que ela pode! Mas ela nem se permite. Posso estar enganado, mas acredito que ela possa estar se auto sabotando. Não sei se ela faz sem perceber ou se por escolha. Então prefiro esperar o tempo dela.

O clima ficou um pouco pesado e resolvo descontrair um pouco com brincadeira o que deu super certo e logo ela estava sorrindo de novo. Despedimos com muitos risos, brincadeira e reverências.

[…]

Chego no colégio e vejo Samantha saindo ensopada e furiosa do banheiro feminino. O que será que aconteceu para ela estar daquele jeito?

Escuto a voz de Drica vindo do banheiro e paro para escutar.

“Eu não estou apaixonada.”

 

“E aquele sorriso bobo no rosto quando cheguei? Aposto que estava se lembrando do beijo… Acertei não foi?!”

 

“Ah! Cala a boca. Eu não estou apaixonada por ele.”

Confesso que fiquei muito feliz de saber que ela está lembrando do nosso beijo. Talvez, ela também tenha gostado, tanto quanto eu.

 

“Ele nem me conhece, como pode estar apaixonado por mim?”

 

“Sabia que temos lendas sobre isso?”

Ah não! Kim por tudo que é mais sagrado, cala a boca!

“Sabia que temos uma magia muito forte e rara chamada imprinting?”

Droga, Kim!

Porque diabos o Jared falou do imprinting antes do Billy e o Velho Quil?! Eu vou matar aquele lobo linguarudo!

Agora não sei se vou atrás do Jared ou fico escutando, acho que vou ficar. Já que a Kim tá contando melhor escutar o que ela acha, não é?!

“Vocês têm umas lendas incríveis, sabia disso? Uma pena algumas delas não serem reais.”

Bom… pelo menos ela gostou!

 

“Se fossem reais, eu acho que Embry teria tido um imprinting por você.”

Agora sei porque os espíritos escolheram a Kim como alma gêmea do Jared. São dois fuxiqueiros e intrometidos, fala sério!

Resolvo ir atrás do Jared para falar o que a língua comprida dele causou.

Jake avisa que temos serviço hoje, então assim que as aulas acabam sigo com Drica para a oficina. Só de lembrar que ela sabe sobre o imprinting fico tenso.

Chego na oficina tento focar somente no serviço e esquecer a conversa das meninas, mas aquilo fica martelando em minha mente sem parar. Muitos questionamentos, possibilidades e medos me rondam.

— Está pensando em sair da casa da Emily?

A voz de Jake me desperta dos meus devaneios me fazendo levantar a cabeça rápido e acabo batendo no capô do carro, encaro os dois passando a mão onde havia batido.

Eu não estava acreditando que ela ia embora. Assim que ela me explica o alívio toma conta de mim. Fico muito feliz quando ela diz que não pensa em deixar Forks e que se sente em casa aqui. A alegria é tanta que penso em abraça-la, mas quando ela recua uns passos, acabo triste com isso. Ela sai assim que afirmo que consigo terminar o serviço sozinho.

Após terminar com o carro resolvo correr um pouco para espairecer. Mas minha mente fica repassando a conversa de ontem com Drica e o nosso beijo. Paul, Jared e Leah estavam na ronda, e os dois patetas não perdem a oportunidade de ficar me zoando. Ignoro eles da minha mente e quando vejo já estou chegando na clareira que sempre me encontro com Drica.

E eu simplesmente não acredito no que meus olhos veem.

Drica está fazendo a água flutuar no ar.

Paul e Jared, assim como eu, ficam sem reação. Já Leah ficou feliz e aliviada de ver que Drica faz parte do nosso mundo louco.

Acabo fazendo barulho chamando sua atenção a vejo ficar tensa, mas relaxa assim que me vê. Drica começa a dizer que ainda era ela e que não me machucaria.

Paul e Jared começaram um papo estranho que eu tinha que ficar longe dela até descobrir o que ela era, recebendo uma bronca de Leah e falando que eles pareciam dois maricas com medo de uma garota, o que me fez rir da discussão deles. Achei melhor acalmar os dois dizendo que Drica nunca me machucaria. Talvez no começo, sim quando ela não me suportava, mas mesmo assim não o fez. Então, porque agora que éramos amigos ela me machucaria?

— Vem, vou te mostrar algo, mas é segredo. Não pode contar para os outros lobos igual eu não posso contar para as pessoas. — ela fala me chamando e eu solto um suspiro. Tarde demais os outro já viram, e mesmo que eu quisesse não daria pra esconder muito tempo da matilha.

“Tá falando sério? Se não estivéssemos de ronda você não nos contaria?!” Paul questiona indignado.

“Não. Você escutou a parte que ela pede segredo, idiota!” resmungo, afinal eu faria qualquer coisa pelo meu imprinting.

“Anda logo seus idiotas! Temos ronda para fazer, parem de bisbilhotar o encontro de Embry.” Leah fala dando ordens aos dois lobos.

“Quem foi que colocou ela como líder da ronda?!”  Paul questiona o amigo recebendo um rosnado feroz de Leah, e chama Jared fazendo sinal com a cabeça pra eles irem pra bem longe da loba.

Agradeço Leah que simplesmente corre pra longe dali na tentativa de me dar “privacidade”. Volto a atenção para o que Drica está fazendo e vejo ela transformar a água em forma de lobo, em uma linda escultura de um lobo sentado uivando.

— Olha é você, gostou?

Logo bato a pata no chão e lambo a mão de Drica pra mostrar o quanto gostei. Eu daria um jeito de ficar com ela pra mim. Logo o celular dela toca, era os amigos dela a chamando pra nadar.

Esses gostam mesmo de nadar no mar, mesmo a água sendo tão fria aqui.

Drica foi embora e eu consegui ficar com o lobo de gelo.

Chego na casa da Emily e o pessoal já tá todo reunido, tirando Jake que ficou de ir com o pai procurar a casa pra Drica. Eles discutiam sobre Drica ser perigosa, e eu não acredito no que ouço. Eles estavam mesmo procurando algo pra fazer com ela, se ela ferisse alguém?

— Eu não acredito nisso! — solto incrédulo e agora que eles percebem minha presença. — Vocês não podem machucá-la sem me machucar. Que droga, Sam! Ela é meu imprinting.

— Eu sei Embry, por isso estou de mãos atadas. E se ela for perigosa? E se ela machucar alguém do nosso povo? — Sam questiona e todos ficam calados, já prevendo uma discussão.

— Você não pode machucá-la! E a lei que fala que não podemos ferir o alvo do imprinting de nossos irmãos? Esqueceu? Porque eu não esqueci! Eu não vou permitir que nenhum de vocês encostem um dedo nela, nem que pra isso eu tenha que lutar com vocês.

Falo e nem espero resposta de ninguém apenas saio o mais rápido de lá.

“Vai deixar ele falar assim com você?” a voz de Paul o questiona

 

“Ele está certo, não podemos feri-la. É nossa lei mais sagrada!” Sam responde e eu agradeço aos deuses, aos espíritos e aos anciãos. E claro, minha curiosidade de saber mais sobre imprinting.

Assim que aconteceu comigo, procurei Billy e o Velho Quil, para saber tudo o que eles sabiam sobre o imprinting, o que veio bem a calhar agora.

Eu ainda não acredito que eles queriam a machucar.

A semana passou rápido. Fiquei muito feliz que Emily e Leah não mudaram nada a forma que tratavam Drica.

Mas sempre que ela está com Emily, Sam sempre a olhava ameaçadoramente. Tive que ficar na frente dela várias e mostrar que se ele estava disposto a machuca-la, eu estava disposto a tudo para a proteger.

Os amigos de Drica foram embora hoje de madrugada. Queria ter passado um tempo com ela, mas minha mãe me pediu pra arrumar o telhado que o vento forte tinha derrubado.

Quando termino, Sam, aparece dizendo que tem uma sanguessuga em Forks. Passamos a noite tentando pegar aquela ruiva, Victória, ela está sempre atrás da Swan.

Passei toda a perseguição pensando que eu poderia chamar a Drica para sair, já que os amigos dela não estão mais aqui, ela tem bastante tempo livre. E eu gostaria de passar um pouco de tempo com ela. Vou usar a desculpa de ensinar a pilotar a moto e passar um tempo com ela.

Leah quando viu minhas intenções me passou o número dela.

Chego em casa exausto e resolvo mandar uma mensagem pra ela, quando ela acordar ela me responde, enquanto isso eu vou ficar ansioso esperando a resposta. Quando estou indo para o banheiro tomar um banho meu celular apita, e vejo ser uma mensagem dela. Droga, eu a acordei com a mensagem.

“Claro eu vou adorar! E antes que pense que me acordou, eu já estava acordada conversando com meus amigos para saber se chegaram bem.”

Digito rápido uma resposta e aproveito pra marcar já o horário do nosso encontro, porque é assim que eu penso. Eu finalmente vou ter um encontro com ela, mesmo que ela ainda não saiba disso.

“Ok, boa noite Embry!”

Guardo o celular sorrindo e tomo um banho. Estou muito animado e acabo imaginando o meu dia amanhã com Drica e resolvo fazer uns lanches e fazermos um piquenique.

Sai do banheiro com a toalha na cintura e coloco o celular para despertar as quinze pras seis para dar tempo de preparar tudo e caio na cama apagando na hora.

O barulho irritante do despertador do celular parecer que vai perfurar meus tímpanos e minha vontade era de pegar o aparelho e jogar na parede, mas me lembro do motivo dele despertar tão cedo e já levanto de bom humor.

Noto que dormi de toalha, coloco uma roupa e vou direto pra cozinha. Faço panquecas e waffles, mas fico com medo dela não gostar e acabo preparando outras coisas.

Minha mãe chega do plantão na hora que estou fazendo a massa da torta de maçã e olha bagunça que está a cozinha, com farinha, massa e vasilhas sujas pra todo lado.

— O que é isso tudo?

— Vou sair com a Drica, e resolvi fazer algo pra fazermos um piquenique. Será que minha amada mãe poderia me ajudar com o recheio? — pergunto a olhando de um jeito totalmente pidão, e acrescento. — O seu é melhor que o meu.

— Só porque é pra minha futura nora! E eu quero a conhecer em breve, mocinho.

Minha mãe me ajuda fazendo o recheio e eu começo a limpar minha bagunça, porque senão ela me mata. Faço o café forte e sem açúcar do jeito que ela gosta e começo a organizar tudo na cesta. Vou tomar um banho pra tirar a farinha de cima de mim, enquanto minha mãe olha a torta terminando de assar.

Visto uma roupa confortável e coloco uma camisa pra me deixar apresentável. Passo perfume, ajeito meu cabelo passando os dedos nele enquanto olho no espelho.

Pelos deuses, estou bastante nervoso. Pelos espíritos me ajudem com ela hoje!

Chego na cozinha e minha mãe me diz que torta está pronta e eu a coloco na cesta.

Merda! Como vou levar tudo de moto?

Ligo pro Jake e peço o rabbit emprestado e ele diz que já traz pra mim. Mando uma mensagem pra Emily pegar uma peça de roupa de Drica, caso resolvermos banhar no mar. Pego uma maletinha de primeiros socorros, vai que ela se machuca com a moto. Tiro o suco da geladeira e coloco na cesta. Corro no meu quarto e pego duas toalhas limpas e uma bermuda. Tudo pronto e já escuto o barulho do carro do Jake se aproximando, dou um beijo na minha mãe e digo que já estou indo.

— E aí, cara. Valeu por me emprestar o carro. — digo o cumprimentando — Será que você não poderia me fazer outro favor?

— Claro, senão for algo impossível.

— Não é não. É bem fácil, na verdade. É só levar minha moto na segunda praia perto do caminho pro penhasco, quero levar a Drica lá.

— Garoto esperto! A vista de lá é incrível.

— Tô contando com isso! — digo já colocando a cesta dentro do rabbit e me despeço de Jake indo buscar a Drica.

Me sinto um pouco ofendido com a surpresa dela ao perceber que eu tinha feito a comida. E até entendo ela queira carregar um bolinho de Emily, pois os bolinhos delas são simplesmente divinos. Aproveito sua distração com o bolinho e Emily me entrega a peça que escondo nas costas por dentro da camisa.

— É bom que esteja gostoso, eu fico de péssimo humor quando estou com fome! — Drica fala soltando o bolinho contrariada, enquanto Sam sussurra “Boa sorte” de maneira que só eu ouvisse.

— Acredito que consigo lidar com seu humor ácido. — Digo em tom de brincadeira um pouco menos tenso por ela resolver me dar um voto de confiança.

Escuto o comentário de Paul para eu dar um jeito na fome dela de um jeito nada respeitador, e ainda bem que Drica não pode o ouvir senão os dois acabaria discutindo como sempre.

Passamos por Paul enquanto nos olha de maneira maliciosa, bem insinuativa. O que a irrita instantaneamente. Começo a rir ao perceber como ela é parecida com ele. Os dois se irritam fácil.

— É melhor parar de rir, ou então, eu fico por aqui mesmo! — diz enquanto eu tento segurar o riso. Concordo levantando as mãos em sinal de rendição enquanto ela me olha bastante irritada.

Explico que Jake me emprestou e abro a porta enquanto ela está distraída olhando surpresa, provavelmente pelo tamanho da cesta. Ela entra e fecho a porta e logo entro também, aproveito que ela tá distraída e tiro a peça de roupa dela e coloco junto com as toalhas. O caminho foi silencioso e rápido. Abro a porta a fazendo acordar do mundo da lua em que estava.

Aproveito que ela está olhando a vista e estendo a manta xadrez de piquenique e organizo tudo. Drica se aproxima e conversamos, ela fica surpresa e me questiona como sei tudo aquilo sobre ela.

Eu queria dizer que escutei e que gravei tudo sobre ela. Que tudo nela me fascina, me encanta e que me desperta a curiosidade; E também que a amo, mas me contentei em dizer que “Apenas presto atenção nos detalhes”. O que não era mentira, mas também não era toda verdade.

Observo quando ela pega um brownie e leva à boca para experimentar. Fico um pouco tenso, mas relaxo assim que vejo seu rosto surpreso. Ela gostou.

Começamos a conversar e após o episódio constrangedor que digo que minha mãe vai adorar ela, resolvo questionar o problema que ela tem com o Paul e acabo contando um pouco da vida dele a ela.

Paul vai me matar quando ver que eu falei da vida dele para ela, mas espero que entenda. Os dois teve a infância um pouco parecida, não totalmente, mas mesmo assim parecidas. Os dois foram criados pelos pais e sem as mães, e os dois foram negligenciados por eles. Mesmo o caso de Paul sendo pior, por ser espancado pelo pai bêbado.

Talvez seja por isso que os dois são tão nervosos e explosivos.

— Por que está me contando isso?

— Porque eu quero que vocês se deem bem. Que sejam amigos! — digo olhando seu rosto confuso.

— Por que você quer isso? Aliás, por que é tão importante para você, que eu seja amiga dos seus amigos?

— Porque nós todos somos como irmãos, e bem... — fico um pouco tenso, mas continuo. — Eu gosto de você!

Chego mais perto e começo um carinho em seu rosto. Escuto seu coração disparar e logo ela fecha os olhos engolindo em seco.

— Embry... — seu tom de voz me faz recuar e meu lobo sentir a dor da rejeição.

— Estou indo rápido demais? Desculpe. Sei que disse que esperaria o seu tempo e esperarei. — digo rápido e desvio do seu olhar.

As coisas podem ficar difíceis, mas não posso e nem quero desistir dela. Porque tudo em mim, ama tudo nela.

— Não é isso, é que... — volto meu olhar nela, e meu lobo praticamente uiva de felicidade. —Eu tenho um segredo, Embry. Segredo este que me trouxe muitos problemas e confusões. E eu não posso te contar, sinto muito.

— Todos temos segredos, Drica. — digo e na verdade, eu queria dizer que sabia sobre os poderes dela, e dela ser um ser sobrenatural como nós. Eu queria saber o que ela era, mas primeiro eu teria que contar a ela sobre eu ser um lobo.

— Eu sei. Podemos começar com a moto? — percebo que ela não quer falar sobre e compreendo.

Vamos para a moto e explico as coisas, ela parece bastante ofendida por eu explicar os comandos básicos. Me sinto um idiota por esquecer que ela sabe muito bem quais são os comandos. Explico como ela precisa fazer para pilotar a moto ela até estava indo bem, até... ela tentar virar a moto quando ela estava freando na areia. Grito “não” para ela parar de frear a moto, mas não adiantou ela já estava no chão.

Vou depressa para a ajudar, a moto estava em cima da perna dela, tiro a moto e quando vejo sangue em seu braço a pego no colo pra levar até o local do piquenique onde eu trouxe a maleta de primeiros socorros.

Vejo um corte e começo a limpar o machucado, mas quando termino não há nada ali. Drica fica surpresa e tenta dizer que talvez o sangue não era dela. No entanto, eu acredito que ela possa ter cura acelerada e nem ao menos saiba disso.

Voltamos para a moto e ajudo Drica a fazer as curvas para não cair novamente. Ela está indo muito bem, devo admitir que ela pegou rápido.

O dia estava muito bom, me surpreendi com ela me beijando e confesso que fica cada vez melhor, cada beijo, cada toque; é único. Consegui transformar uma simples aula de pilotar moto para um encontro e um pedido de namoro. Resolvo contar a ela sobre mim, assim que voltarmos.

Mas quando tudo está bem sempre aparece algo pra estragar, aqui não foi diferente. Sam apareceu com uma cara nada boa, o que podia saber que algo não estava certo e tinha haver com vampiros.

Levo Drica de volta a casa de Emily, ela estava bastante confusa. Me despeço dela prometendo que assim que voltasse eu contaria tudo. Quando a vejo entrar, vou em direção a floresta, e assim que estou longe o suficiente tiro minhas roupas e amarro na minha perna me transformando no lobo cinza. Já sinto as mentes dos meus irmãos se conectarem a minha.

“O que está acontecendo, Sam?” questiono correndo em direção a divisa.

 

“O médico sanguessuga me ligou, disse que era urgente.” Responde.

Todos ficamos questionando o que era tão importante para o sanguessuga nos chamarem.

Chegamos e logo o Jake vai para perto da Swan, como um cachorrinho adestrado. O namorado sanguessuga não gostou muito, mas também não disse nada.

— Edward, traduz por favor. — Carlisle começa. — Obrigado por virem rápido! Minha filha, Alice, teve uma visão de um vampiro na casa de Bella. Nós não o conhecemos, por isso tiramos Bella de lá e Charlie está na delegacia.

— O que exatamente vocês querem de nós? — Edward repete a pergunta de Sam.

— Queremos a ajuda de vocês para fazer uma emboscada e o matar. — Carlisle responde.

“Não temos nada haver com seus problemas Cullen!” Sam fala e Jake o enfrenta.

“Não podemos deixar que machuquem a Bella!” Jacob fala.

“Ah, qual é Jake? A Swan escolheu isso. Ela escolheu esses mortos-vivos, agora que arque com as consequências.” Leah fala tirando um rosnado de Jake.

“Tenho que concordar com a Leah, Jake. Bella procurou isso quando se envolveu com vampiros, isso não é dá nossa conta agora.” Digo e Jake fica desesperando por ninguém querer se meter nisso.

“Sam, Bella é humana! Nós protegemos os humanos deles, não podemos simplesmente deixar um vampiro matar Bella.” Jake o enfrenta de novo. “Se você não querer ajudar, eu vou! Não posso deixar que eles a matem, eu a amo e você sabe disso, Sam.”

“Já conversamos sobre isso, Jacob, isso não passa de uma paixonite. Mas você tem razão, a Swan é humana e é nosso dever a protege-la.”

— E então? — O médico questiona o leitor de mentes, confuso com a possível briga que poderia ter.

— Eles vão ajudar! — Edward fala indo pra perto de Bella. — Qual é o plano?

— Alice vai lhes dizer a visão. Alice? — Carlisle a chama.

— Eu vi que ele passava por aqui perto, até a casa da Bella. Ele estava mexendo nas coisas dela e depois de cheirar uma blusa dela, ele a pega indo embora com ela. Não sei o que ele quer, mas precisa do cheiro dela. — Alice fala nos olhando. — Ele está vindo, espera... ele mudou o de rumo. Droga! Ele sumiu.

Ela e o leitor de mentes se olham confusos.

— Como assim, sumiu? Alice? — Carlisle questiona.

— Eu não sei, não vejo mais o futuro dele. Ele está aqui perto. — Ela diz e começamos a nos preocupar.

— Esme e Alice, leva Bella até nossa casa e fiquem com ela lá. O restante vamos procurar pelo vampiro. — Carlisle dá as ordens.

— Era só o que faltava! Arriscar minha vida por causa dessa humana e ainda ter que aguentar esses cachorros. — A sanguessuga loira diz irritada.

— Rose, já falamos sobre isso. Bella é da família e eles são amigos dela. Eles vão nos ajudar então, não seja rude. — o matriarca a repreende.

Jacob diz que vai ficar com Bella para a proteger. Sam estava discutindo com Carlisle, com ajuda do leitor de mentes, sobre qual era o plano quando um grito é ouvido e eu começo a ficar inquieto. Sinto uma dor no peito e me desespero.

Só me vem uma pessoa em mente, Drica.

Começo a correr em direção aos gritos que ficam cada vez mais alto e sofrido.

Os gritos cessam, ficando tudo silencioso.

E é aí que eu me desespero ainda mais.

— Não devia subestimar uma garota sozinha na floresta.

Escuto a voz de Drica seguida por gritos e o odor doce e enjoativo dos vampiros misturando com algo sendo queimado.

Fico paralisado.

Sem nenhuma reação.

Quando a vejo colocando fogo no vampiro, apenas mexendo as mãos.

— Ah! Agora vocês aparecem?! Não podiam ter chegado uns dez minutos antes?!

Sua voz soa magoada, mas assim como eu os outros também estão em choque com o que viram.

Ela tinha colocado fogo em um vampiro. Como isso era possível?

Volto a realidade, assim que o doutor presas diz que ela está ferida e que o veneno irá a transformar.

Droga! Como eu pude ser tão burro e irresponsável? Eu devia a proteger deles, e agora ela irá se transformar em uma.

E tudo por minha culpa!

Se eu não tivesse me encontrando com ela em forma de lobo, ela não iria ficar andando pela floresta a minha procura. Eu sou a droga de um irresponsável.

É tudo minha culpa!

Solto um grunido de dor, e começo a ir em sua direção.

— Embry?!

Mas paro, assim que escuto meu nome. Droga! Ela descobriu antes de eu contar. Ela vai me odiar! Não sei o que eu faço, preciso falar com ela. Ela está ferida, preciso de ajuda pra ela não se transformar.

— Leah?! Lee é você? — questiona a amiga que confirma que é ela mesma. Drica volta o olhar em mim carregado de ódio e raiva.

Um fogo intenso surgiu e espalhou atras de Drica, assustando a todos.

“E você disse que ela nunca o machucaria, hein?!” Paul não perde a oportunidade de me alfinetar.

O médico tenta a acalmar, que apenas o ignora.

Ela começa a gritar sobre eu a ter espionado e algo sobre aposta que eu não prestei atenção, se ela quisesse me matar que me matasse depois que o médico a ajudasse.

Eu não me importo com o que ela fizer comigo, só quero que ela esteja bem e fora de perigo. Quando me dou conta ela solta algo sobre eu não me aproximar dela pelo meu bem e que não se responsabilizaria do que me acontecesse, se vira e vai embora.

Solto um uivo de dor pela rejeição e preocupação. Preciso a alcançar e leva-la ao medico sanguessuga. Querendo ou não ele é a melhor opção pra ela.

Chegando próximo a casa de Emily, volto minha forma humana e visto apenas minha bermuda e corro atrás de Drica.

Eu devia ter escutado Sam e não ir vê-la na forma de lobo, mas eu não consegui parar.

— Drica! Drica, espera! — pego em seu braço fazendo a olhar pra mim. — Drica! Por favor, me deixe explicar... Não foi bem assim.

— Explicar o quê? Que esse tempo todo eu era algum tipo de jogo bizarro pra você? Me deixa em paz!

Ela puxa o braço com força pra virar pra entrar na casa, mas para. E começa e virar lentamente em direção a lua.

— Drica sei que está com raiva e com razão, mas depois explico direito. Agora preciso te levar ao Carlisle, para ele cuidar de você e tirar o veneno... — olho em seu pescoço, mas não havia nada ali. Nem ferida, sangue ou sinal de presas. — Mas... Como?!

Drica está estranha, como se estivesse em algum tipo de transe com o olhar fixo e perdido na lua.

— Drica? Drica, você está bem? — questiono tocando em seu braço, que chama sua atenção me encarando com um olhar distante e vago.

Sinto um vento forte em mim, me jogando longe e logo sinto um frio se espalhar sobre meu corpo e não vejo mais nada.


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