Uma Sereia em Forks - Embry Call escrita por belovedfreedom


Capítulo 12
12| Um dia bom




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Drica estava se adaptando a nova vida em La Push. Emily a tratava como uma filha e Drica acabou se apegando ao jeito materno dela, embora não fosse admitir.

Ela acabou se aproximando bastante de Kim e Leah, eram as únicas que a garota deixou se aproximar. No colégio ela tentava não chamar atenção pra si, mas nem sempre conseguia por ser novata. E ser branca, loira e de olhos azuis também não ajudava. Já os garotos ela começou a acostumar com eles por causa de Kim. E nesse tempo ela acabou reparando a maneira como Jared olhava Kim. Talvez ele realmente a amasse, e não acabaria sendo um idiota que partiria o coração de sua amiga igual partiram o seu e de Leah.

Já de Embry ela se aproximou mais do que os outros garotos pelo fato de fazerem algumas aulas de dupla, fora que ele a levava e buscava na lanchonete de Sue. Ela não entendia o porquê dele sempre estar a ajudando e se preocupando com ela, fora o fato dele sempre estar atrás dela. Era irritante, mas ela até que estava se acostumando.

Drica estava ansiosa pelo fim de semana, já que Embry disse que a ensinaria a andar de moto. Ela queria ter a liberdade de ir aonde queria sem ter de pedir alguém para levá-la. Quando era só na reserva ela ia aonde queria, mas como trabalhava em Forks precisava aprender, afinal não queria depender de ninguém.

♤♡◇♧

Aquela sexta quando Embry chegou pra buscá-la, Drica não estava com uma cara muito boa. 

— O que foi que aconteceu? Aquela Dra. apareceu de novo?

Embry perguntou vendo o jeito que Drica saiu da lanchonete. Sempre que a tal Denman aparecia ela ficava de mal humor, não que ela tinha um bom humor, longe disso. Mas sempre que ela aparecia, ela conseguia piorar bastante o humor da loira.

— Sue acabou de me demitir.

Ela soltou incrédula. 

— Por quê? Ela não tinha gostado de você?

Embry perguntou confuso.

— Ela disse que os clientes estavam reclamando de mim, que eu não tinha educação e tinha um humor muito ácido. Disseram algo sobre ter colocado uma versão loira da Leah.

Drica fala e Embry não consegue segurar a risada, e ela o fuzila com o olhar.

— Desculpa, parei. — Ele diz levantando as mãos em rendição. — Mas você estava indo bem, o que aconteceu? Me mostra como estava atendendo as pessoas.

Drica levanta as mãos como se tivesse anotando alguma coisa no bloquinho imaginário com a cara de tédio.

— O que você quer? — Ela fala forçando um sorriso que daria medo em qualquer um.

— Hm... — Ele força pra esconder o susto que levou — Tá explicado o motivo.

— O que você quer dizer com isso?

— Talvez, só talvez... o sorriso sinistro tenha assustado algumas pessoas.

Embry fala meio receoso dela ficar brava com ele.

— Eu não sei fingir, tá legal. Sue me obrigou a sorrir. Eu gosto dela, mas eu não tenho paciência pra aturar aqueles amigos da Bella, eles são uns idiotas. — Ela diz pegando o capacete e percebe Embry tenso. — O que foi? Tá tudo bem?

— Eles tentaram alguma coisa?

— Ei, eu não sou nenhuma garotinha indefesa, não. Eu sei me defender. E eles só são alguns idiotas, nada que eu não consiga lidar. Vamos embora daqui.

Drica diz já colocando o capacete e montando na garupa da moto, assim que ela passa o braço na cintura dele Drica percebe o corpo de Embry relaxar e eles saem em direção a reserva.

— Então eu acho que agora você não vai querer mais as aulas de moto.

Embry diz enquanto Drica desce e entrega o capacete.

— Nada mudou...  A não ser que você não queira me ensinar mais.

— Não por mim, tudo bem. Te vejo amanhã então?

— Certo. Até amanhã Embry.

Drica despede e entra a procura de Emily.

— Emily... cheguei.

— Aqui na cozinha Drica. E aí vai ver o lobo hoje?

Emily pergunta assim que Drica entra na cozinha sentando na cadeira na sua frente.

— Vou sim, aqueles esfomeados deixaram bolinhos aí?

— Eu tirei uns pra você levar. Não sabia se ia hoje ou não.

Emily diz pegando uma vasilha e entregando a Drica.

— Eu não ia não. Mas Sue acabou de me demitir e o lobo me acalma então vou ver se ele aparece.

— Tudo bem, mas volte antes de escurecer.

Drica apenas afirma com a cabeça e sai em direção ao riacho. Ela chega lá e o lobo não estava, mas ela sentou ali para esperar, talvez ele viesse.

Quando ela já estava quase indo embora o lobo aparece.

— Oi bola de pêlos. Eu trouxe bolinhos.

O lobo deita ao lado dela que faz carinho nele enquanto dá os bolinhos.

— Sabe garoto, talvez Embry não seja tão idiota quanto pareceu quando o conheci. Às vezes ele é bem intrometido, mas ele até que tem me ajudado bastante esses dias e eu nem sei o porquê.

Drica acaba deitando no chão com a cabeça em cima do lobo, olhando as árvores balançar com o vento.

— Eu sei que eu não sou uma pessoa fácil de lidar. E é isso que me intriga, sabe?! Eu queria entender o porquê dele ficar atrás de mim pronto pra me ajudar em tudo.... Às vezes ele me lembra o idiota do Leo... Ai droga!

Drica levanta num pulo e começa a andar de um lado pro outro.

— Não. Não. Não!... Isso não pode ser verdade! Como isso foi acontecer. Que merda!

O lobo começou a acompanhar ela com o olhar andando de um lado pro outro.

— Como eu não percebi? Ele fica igual o Leo ficava atrás da Cléo..., mas isso porque o Leo... Droga!

Drica aproxima do lobo segurando a cabeça dele para olha-la.

— Ele não pode tá apaixonado por mim. Pode?!

Drica senta ao lado do lobo que fica estático e ela começa a fazer carinho nele.

— Seria muito falta de sorte dele, bola de pêlos. Eu não sou uma garota que alguém escolheria amar. É melhor eu manter distância dele. Depois de amanhã eu vou me afastar dele.

O lobo a olha com um olhar triste.

— Não me olha assim... É pro bem dele. Eu não sei agir bem quando as pessoas gostam de mim... Eu tenho que ir, já começou a escurecer e Emily pode ficar preocupada.

Drica levanta e pega a vasilha e despede do lobo e vai embora. Ela precisava descansar, amanhã seria um dia e tanto.

♤♡◇♧

Drica levantou animada naquela manhã de sábado se arrumou e desceu.

— Bom dia! — Drica disse sorrindo.

— Parece que alguém acordou de bom humor. — Sam diz olhando a garota loira animada a sua frente.

— Verdade, achei que estaria triste por ter sido demitida ontem. Por quê está tão feliz? — Emily pergunta acabando de colocar a mesa do café.

— Embry ficou de me ensinar a dirigir hoje, lembra?! E por falar nele, cadê ele e os garotos? Geralmente é só você colocar a mesa que eles aparecem. — Drica pergunta olhando a porta.

— Já já eles aparecem. Devem ter dormido tarde. —Emily responde dando de ombros e os três vão tomar café.

Depois de um tempo os garotos entram tentando animar Embry que parecia bem pra baixo.

— Bom dia meninos... Drica está bastante animada para as aulas, Embry. — Emily fala atraindo a atenção de Embry que depois olha pra Drica.

— Foi mal, Drica. Acabei esquecendo que tinha que arrumar umas coisas hoje na oficina. — Embry diz meio sem graça e triste. 

— Você disse que me ensinaria hoje. 

— Desculpe. — Embry fala e todos ficam sem entender bem o porquê disso, já que ele estava tão animado pra ensina-la a andar de moto.

— Eu vou com você pra oficina e te ajudo, aí depois você me ensina. Já que eu não tenho mais que trabalhar.

Embry na mesma hora olha pra Jake.

— Tudo bem. Por mim você pode ir com Embry. — Jacob fala e Drica agradece sorrindo, e um sorriso verdadeiro que Embry não deixa de notar. Eles acabam de tomar café e levantam pra sair.

— Embry você e a Drica podem ir na frente pra oficina. Quil e eu vamos ficar, Sam disse que queria falar conosco, depois vamos. — Jacob fala e quando vai se despedir de Embry sussurra um "aproveita o tempo sozinho com ela". E ali ele entendeu que não tinha nenhuma conversa com Sam. E apesar de estar triste, ele gostou de poder passar um tempo sozinho com ela.

Embry colocou o capacete me Drica como sempre fazia, ele adorava poder cuidar dela nem seja em pouca coisa. Eles subiram na moto e foram pra oficina.

— Chegamos. — Embry fala abrindo a oficina. Ele só observava Drica, ela olhava cada coisa ali.

— É uma XT250?

— É sim. Parece que entende de motos? 

— Um pouco. Que ano é? — Drica pergunta analisando e mexendo na moto, enquanto Embry a olhava curioso.

— Não sei, acho que 70 ou 80. Jacob que montou com Bella um tempo atrás.

— Bella gosta de motos? Ela não tem cara de que curti muito.

— Acho que não. Acho que foi mais uma fase, pós-término. Na época o namorado dela tinha deixado a cidade e terminou com ela. Ela ficou mal, só quando Charlie ameaçou manda-la pra mãe que ela começou a sair de novo. Ela apareceu aqui com duas motos que tinha pego no ferro velho pro Jake consertar.

Embry conta a história entre Jacob, Bella e namorado ocultando a parte do sobrenatural, é claro.

— Ele parece ser um babaca. Nunca ouviu falar em telefone não... Ela tá precisando de manutenção. Trocar óleo e filtros, as correias precisam de graxa. — Drica fala ainda mexendo na moto.

— Você entende mesmo de motos. Foi por isso que tinha que vir aqui.

— Meu pai me ensinou algumas coisas. Ele gostava de mexer com motos e eu sempre o ajudava. E essa oficina precisa de arrumação urgente. Como conseguem achar alguma coisa aqui.

— Drica oficina é assim mesmo. Muitas peças e ferramentas por todo lado.

— A do meu pai tinha tudo isso, mas estava sempre arrumada. Eu vou fazer a manutenção da moto do Jacob e você vai arrumar essas ferramentas espalhadas.

— Tem certeza? Você vai se sujar, eu posso fazer isso.

— Não tem nada que a água não tire.

Drica começa a trocar óleo e os filtros da moto, enquanto Embry começa a ajeitar as coisas. Drica se lembra de quando fazia isso com seu pai. Eles podiam não se dar bem muitas das vezes, mas eles tinham isso em comum: o gosto pelas motos. Ela lembrou de quando era pequena e seu pai lhe explicava sobre as chaves, ferramentas e peças pra consertar a moto que ele ficou anos trabalhando nela.

— Senti falta disso!

— Do quê? Se sujar de graxa?

Embry pergunta rindo e curioso a olhando com graxa no rosto. Ela finalmente estava se abrindo aos poucos pra eles, sem nem ao menos notar.

— Não. De mexer com motos. Sinto como se meu pai estivesse aqui comigo.

— Sente falta dele?

— Nem imagina o quanto!

Embry para de guardar as ferramentas e senta ao lado dela.

— Por que não vai visita-lo? Ou ele poderia vir pra cá. — Embry pergunta e Drica fica tensa.

— Desculpa, não quis me intrometer. — Embry diz e depois de terminar de colocar o filtro ela o olha.

— Não se intrometeu. Talvez um pouco, mas... Eu não posso mais vê-lo. Ele morreu. — Drica fala depois vira pra olhar a floresta a sua frente.

— Eu sinto muito, tem muito tempo? — Embry diz e a passa um braço sobre ela lhe dando um abraço.

— Eu não quero que sinta pena de mim. — Drica fala se soltando dele e o olha.

— E por que eu teria pena? Você é uma garota forte, determinada e independente. Você perdeu seu pai, largou tudo pra trás pra recomeçar em um lugar novo onde não conhece ninguém. Tem que ter força e coragem pra isso... Nada vai apagar a falta dele, mas também sempre terá lembranças boas que pode se apegar. A dor um dia vai embora e só vai restar saudades.

Drica apenas afirma voltando a olhar a floresta, depois de um tempo em silêncio ela o responde.

— Tem quatro meses. Assim que ele morreu eu sai de lá e depois de três meses perdida eu acabei aqui.

Os dois ficam em silêncio um pouco só olhando o vento soprando sobre as arvores.

— Sabe mesmo que ninguém perceba quando você não está bem, eu consigo ver quando não está. E desde que você chegou foram poucas as vezes que te vi com um sorriso verdadeiro no rosto. E um deles foi aqui com o rosto todo sujo de graxa. Fico feliz por poder vê-lo e por me falar mais sobre você. Quero que saiba que sempre pode contar comigo.

— Obrigada Embry. Vem, vamos arrumar... vou te mostrar como isso aqui pode ficar organizado sem perder o ar de oficina.

Drica se levantou puxando Embry pra perto das prateleiras. Ela explicou que as peças era pra ficar nas prateleiras da direita. Óleos lubrificantes, filtros, graxas, e tudo de manutenção era na prateleira da esquerda. E por fim as ferramentas todas era pra ficar no carrinho ao lado da prateleira de peças.

— Se formos arrumar isso tudo, não vai dar tempo de te ensinar a andar de moto hoje. — Embry fala encarando a loira que sorri.

— Tudo bem, podemos deixar a moto pra amanhã. Eu gostei de ficar aqui, me traz recordações boas.

— Então vamos ao trabalho senhorita mandona. — Embry fala e ela o olha indignada, mas logo solta uma gargalhada com a cara que ele faz, e acaba rindo junto.

Eles começam a organizar as coisas de acordo com que Drica havia falado.

—Achei que não estariam mais aqui. E o que estão fazendo, eu tinha pedido só pra fazer a manutenção da moto. — Jacob fala assustando os dois.

— Ela tá pronta, pode dá uma olhada. Drica resolveu organizar a oficina, disse que estava muito bagunçada. — Embry fala terminando que colocar as últimas ferramentas no carrinho.

— Hm... ficou boa. Dessa vez você caprichou, até colocou graxa nas correias. — Jacob fala examinando a moto

— Não fui eu que fez a manutenção. — Embry diz e Jacob o olha confuso.

— Não? E quem foi?

— Fui eu. — Drica diz aparecendo por detrás das prateleiras e Jacob a olha surpreso.

— Não sabia que entendia disso.

—Tem muitas coisas que vocês não sabem sobre mim. — Drica fala e Jacob apenas afirma.

— Jake, eu sei que não é sempre que tem muito serviço, mas talvez Drica podia trabalhar aqui com a gente. Ela entende bastante, além de gostar do desse tipo de serviço. — Embry fala deixando os dois surpresos.

— Olha... eu gostei o que ela fez com a moto, e com a oficina. Por mim tudo bem, mas não é sempre que temos serviço. Então não vai precisar vim todo dia. E eu não tenho como pagar muito. Se tiver interessada, pode trabalhar aqui.

Jacob fala olhando a loira a sua frente, que abriu um sorriso no mesmo instante.

— Tá brincando? — Ela pergunta e ele acena negativamente — Eu vou adorar trabalhar aqui.

Ela fala olhando em volta onde agora ia ser seu novo serviço, e ela não podia estar mais feliz com isso. E Embry a olhava encantado com um sorriso bobo no rosto. Jake que observava os dois ficou feliz pelo amigo que finalmente fez algo certo com Drica.

— Onde tem um banheiro por aqui? Preciso tirar essa graxa de mim.

Ela pergunta apontando para o rosto sujo.

— Pode usar o lá de casa, meu pai está lá.

Jake fala apontando a casa ao lado e ela sai deixando os dois sozinhos.

— Parece que estão se entendo. — Jake fala ao amigo

— É, ela finalmente tá se abrindo pra mim. Ela sempre ajudava o pai na oficina. Ele morreu... e ela acabou saindo sem rumo por aí. Ela ficou bastante feliz aqui, disse que fazia lembrar dele. Por isso sugeri que ela trabalhasse aqui. E também é uma maneira de ficar perto dela.

— Entendi... por isso que ela é bem fechada. Mas me conta... por que você estava pra baixo mais cedo?

— Depois eu te falo, ela tá vindo aí. — Embry diz e Jake olha vendo Drica voltar, ele apenas fala um "OK" ao amigo.

— Se quiser ir eu te levo, daqui a pouco vai escurecer. Ficamos o dia todo aqui. — Embry fala e Drica concorda.

Eles despedem de Jake e vão embora. Quando chegam na Emily eles notam um taxi parado ali.

Eles entram alegres e sorrindo pelo dia bom que tiveram, até escutarem as vozes alteradas de Leah, Sam e outra pessoa que Embry não reconheceu a voz.


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