To call home escrita por anneliese


Capítulo 3
Os Cullens


Notas iniciais do capítulo

Oie, espero que estejam bem.
Eu comecei a fazer algumas edit para a fanfic e no começo de cada capítulo irei coloca-las para vocês verem



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A corrida até a casa dos Cullen foi extremamente silenciosa mas em compensação muito rápida. O grande imóvel se parecia com o de Forks, mas sem tantas janelas de vidro como na casa favorita da família. Era grande e espaçosa. Sempre muito bem iluminada e cheia de decorações.

Carlisle abriu a porta gentilmente para a esposa e a filha entrarem e ficou aguardando os visitantes. Assim que chegaram nas escadas externas começaram a andar numa velocidade humana, para tentar serem tão educados quanto era possível. Era um campo minado e os gêmeos ainda se sentiam muito vulneráveis.

Assim que eles entraram Carlisle os levou até seu escritório. A ideia era fazer parecer o mais formal possível. Como eles não sabiam que as reuniões normalmente eram feitas na sala de jantar, então isso não foi um problema. Para eles, pareceu o mais correto a ser feito.

O cômodo era grande e com pouca iluminação por conta das diversas paredes enfeitadas por livros e quadros. Em um dos quadros, ganhado por Carlisle de um amigo, estava ele, Esme, Edward e Rosalie, logo no início da vida imortal de Rose, quando Esme ainda tinha esperanças dela ser o par romântico de Edward. Da última vez que os Cullen moraram naquele país ainda eram apenas os quatro.

Carlisle indicou para Alec e Jane se sentarem nas duas poltronas que haviam de frente para a mesa, enquanto ele se sentava em sua cadeira. Aos poucos todos foram chegando e se posicionando. Renesmee foi a última, preferindo ficar no canto da sala, um pouco atrás de Alec.

Jasper conseguia sentir a tensão da sobrinha e resolveu ficar ao seu lado, assim poderia acalmá-la. Seus batimentos foram desacelerando no exato minuto em que o vampiro louro chegou perto dela, fazendo seu fluxo sanguíneo voltar ao normal e automaticamente Renesmee se sentiu calma. Mas isso não passou despercebido pelos gêmeos. O coração da garota batia forte pela adrenalina que ela estava sentindo de ter dois vampiros, até então assassinos, tão perto de sua família, e um coração humano batendo cheio de adrenalina não passava despercebido por pessoas com boa audição, principalmente por esse ser o único som dentro da sala. Jane percebeu a mudança nos batimentos assim como Alec, que olhou pelo canto do olho na direção onde Renesmee estava. Um movimento tão breve que quase foi imperceptível. Estar tão perto de um humano, mesmo que metade dele, sem ser para uma alimentação, ainda era estranho para Alec, que era muito curioso sobre tudo.

Ele fazia o tipo mais aventureiro enquanto Jane era o tipo mais centrada. Sempre muito diferentes um do outro, em questão de personalidade, mas do tipo que se completavam, como yin e yang. Enquanto Jane pensava em Renesmee como uma resposta Alec imaginava que ela era uma pergunta. Não só ela mas como todos os híbridos que eles só tomaram conhecimento no dia da quase batalha.

— Bom, fiquem à vontade. — Esme sussurrou para os gêmeos com uma doçura sem igual em sua voz. O sorriso que exibiu em seguida fez Jane se sentir confortável em estar perto dela. — Acho que aqui é um bom lugar para uma conversa.

— Não é um castelo mas dá para o gasto — Brincou Emmett mas sem muito humor.

Jasper percebeu que iria precisar se esforçar mais se queria que aquilo fosse uma conversa realmente descontraída pois a tensão era evidente em todos, até um pouco em Esme. Automaticamente expandiu seu dom para os outros que estavam na sala para se sentirem tão tranquilos quanto ele e Renesmee estavam. Foi perceptível como todos relaxaram seus corpos e suas mentes. Edward o agradeceu mentalmente por isso.

— Bem mais confortável que no castelo, admito. — Alec respondeu ao comentário de Emmett, arrancando finalmente um sorriso do grandalhão. Alice sorriu também. Ela olhou para Jasper com ternura.

— Temos a mesma opinião então — Foi a vez de Carlisle responder. Esme, se sentindo mais confortável com a situação, se sentou no colo do marido, como se aquela reunião fosse em família. Isso fez Jane relaxar ainda mais ao ponto de esboçar um mero sorriso. Alec olhou para ela discretamente, também sorrindo, aliviado pela irmã estar se sentindo bem, aparentemente. — Se puderem nos contar como tudo aconteceu — Sugeriu ele.

Os gêmeos respiraram fundo. Brevemente Jane repassou as cenas em sua mente, todas fora de ordem e desconexas, mas o suficiente para Edward já compreender o que havia acontecido. De certa forma ele ficou frustrado por saber que Demetri continuava vivo.

— Chelsea está morta. — Disse ela sem rodeios.

Carlisle foi pego de surpresa, a expressão em seu rosto demonstrou claramente isso.  

— Como? — Perguntou confuso.

— Ninguém sabe. Simplesmente foi morta, sem qualquer pista de quem quer que tenha feito isso.

Alec então passou a descrever cada detalhe do dia em que descobriram a morte de Chelsea. Edward conseguia vislumbrar cada cena na mente do vampiro enquanto ele relatava o acontecimento, e conseguiu ver ainda mais claro quando a imagem do “presente” foi visualizada tão viva quanto um letreiro neon na mente de Jane.

— Espera — Interrompeu Renesmee. Alec olhou para ela com tranquilidade. O coração dela dessa vez não se acelerou. Ela guardou uma nota mental para agradecer ao tio depois. — Quem é Chelsea?

Foi a primeira vez que ele viu Renesmee tão de perto. Seus olhos cor-de-chocolate estavam bem escuros no momento por conta da iluminação fraca; o cabelo um pouco bagunçado e úmido por conta do vento frio que estava lá fora; as bochechas e o nariz vermelhos.

Edward se movimentou levemente no sofá que estava sentado, atento à observação de Alec em sua filha.

— Era um membro da guarda. Ela... — Alec tentou encontrar as palavras corretas que se encaixariam para descrever a vampira da forma mais fácil para Renesmee entender — era ela que nos mantinha na guarda. Com seu dom.

— Mantinham vocês na guarda? Como assim? Vocês eram obrigados a ficarem lá? — Questionou a garota.

Nesse momento Edward sorriu de lado, como sempre fazia. Sua filha estava agindo igual a mãe. Tantas perguntas, tanta curiosidade. Ele segurou a mão da esposa e afagou carinhosamente enquanto olhava rapidamente para ela. Provavelmente conversariam sobre isso mais tarde.

— Basicamente — Respondeu Jane, mas sem olhar para a garota. Seu foco estava aleatoriamente na mesa à sua frente, os pensamentos longe daquele lugar.

Renesmee não desviou seu olhar de Alec. Era como se esperasse uma resposta dele.

— Ela tem o poder de manipular sentimentos. Foi a base do grande império de Aro. — Explicou.

­— Manipular os sentimentos como você? — Perguntou Renesmee à Jasper.

— Ahn, não... creio que Jasper manipula as emoções. — Alec respondeu no lugar do outro. — Com Chelsea é diferente. Ela sempre fez parte do clã, foi praticamente a primeira que Aro encontrou. Sempre foi muito útil quando ele queria manter alguém em seu clã ou roubar de outro.

Renesmee ainda parecia confusa. Alec sorriu. Era a primeira vez que se sentia contente em contar essa história para alguém, já que todos os vampiros conheciam Chelsea.

— Se lembra do dia em que nos conhecemos? — Perguntou

— Claramente.

— Naquele dia Aro queria cumprir a lei mas acima de tudo ele queria a Alice. — O olhar de Alec acompanhou o de Jasper, focando na pequena vampira. Não era uma surpresa para os Cullen aquela informação. Nem para Renesmee. — O plano dele era provar que você era uma criança imortal, tendo motivos para assassinar toda sua família, menos Alice, como prova de sua compaixão. — Alice vislumbrou a cena, que também havia visto em uma das suas visões da época. — É aí que entra a Chelsea. Ela faria Alice esquecer qualquer memória e sentimento que ela tinha pela família e criaria novos vínculos pelo Aro e o restante.

Alec esperou até que Renesmee processasse a informação. A garota estava imaginando a cena, como se fosse algo impossível. Ela não conseguia visualizar sua tia favorita vestindo um casaco preto e venerando um vampiro diplomático e sádico. Ela queria estar perto da sua mãe para poder tocar em seu rosto e expressar tudo o que estava pensando, mas ficou imóvel.

— Então vocês são tirados das suas vidas e esquecem completamente de todas as pessoas que amam? — Ela perguntou, tentando juntar uma peça na outra. Não que ela não tivesse entendido, mas era cruel demais pensar que alguém poderia fazer isso, considerando que Renesmee só conhecia vampiros bons.

— Nem todos. Nós, por exemplo, já fomos criados por Aro, ele só deixou a coisa toda mais dramática — Alec respondeu. — Alguns foi ele que criou e outros ele pegou de outro clã, como o Demetri.

— Só notamos o que havia de errado quando Demetri disse que se lembrava da vida dele com Amun — Comentou Jane. — Nós sentimos o impacto mas ainda erámos gratos ao Aro por ter salvo nossas vida, mas Demetri foi literalmente arrancado de seu criador.

— Amun? — Bella sussurrou para Edward. — O Amun que conhecemos?

— Sim. Amun transformou Demetri. Eles eram muito próximos e Amun estava ajudando ele a entender melhor seu dom. Até os Volturi ficarem sabendo dele e gentilmente lhe ofereceram um lugar na guarda. — Edward explicou.

— E graças a Chelsea, Demetri nem pensou duas vezes, simplesmente abandonou sua antiga vida para servir ao Aro. — Jane continuou.

— Aro sempre tinha o que ele queria — Comentou Carlisle.

— Corin era a cereja do bolo. O dom dela é fazer com que qualquer pessoa se sinta satisfeito com a vida que tem. Então Chelsea manipulava nossos sentimentos para que tivéssemos um apego aos Volturi e Corin fazia com que nos sentíssemos felizes e satisfeitos em estar naquele lugar. — Explicou Jane.

— E quando Chelsea morreu o efeito de Corin também se foi, já que não existia mais apego então não existia mais satisfação — Completou Alec.

Um silencio pairou na sala. Todos estavam tentando entender todas aquelas informações. Isso tinha um significado enorme para todos, incluindo outros clãs. Renesmee não sabia muito bem a dimensão daquelas respostas mas tinha suas próprias perguntas, que estava ansiosa para fazer aos pais no final daquela conversa, mas acima de tudo se via com algumas perguntas para fazer aos gêmeos, mais especificamente à Alec, que parecia ter simpatizado muito mais com ela do que sua irmã.

— Quantos deles saíram? — Perguntou Emmett, um pouco alegre demais já imaginando uma boa luta para derrotar os Volturi.

— Afton foi embora logo após a morte de Chelsea. Bianca, Gianna, Demetri, Santiago, e mais uns 15 membros da guarda.

— Nossa! — Murmurou Bella.

— Perder 23 membros importantes, para um clã como esse, é quase entrar em extinção. — Concluiu Jasper.

— Por que Aro deixaram vocês partirem sem contestar? — Esme perguntou curiosa.

— Bom, comigo e com Alec sendo os primeiros a decidirem partir, ele não tinha muito o que fazer. — Explicou Jane.

Em sua mente ela repassou a conversa que havia tido com Aro, sabendo que Edward estava atento à sua mente. Aro sempre demonstrando estar muito calmo, Caius discutindo e aumentando o tom de voz inúmeras vezes, querendo obriga-los a continuar em suas posições, e Marcus apenas quieto, como sempre. Ele também estava sentindo os efeitos da morte de Chelsea. Uma enorme discussão começou, Caius mandou que pegassem Jane e Alec e os matassem mas Aro ordenou que ninguém encostassem neles, brigando com Caius logo em seguida. Todos os outros da guarda que também desejavam sair acabaram se juntando aos gêmeos, sabendo que teriam a proteção deles caso precisassem. Demetri foi o primeiro a se juntar, pedindo que Felix também o acompanhasse, mas o vampiro preferiu continuar servindo aos Volturi. Uma conversa calma aconteceu entre os gêmeos e Aro, e Alec o ameaçou caso tentasse procurar qualquer um que tivesse tomado essa atitude. “Você não é nada sem nós, sempre matamos por você, nada nos impede de matarmos você. Vamos embora e se você for esperto o suficiente ficará longe e cuidará para que nenhum inimigo queira sua cabeça, agora que sua guarda está desfalcada”. Aro, sendo inteligente, não argumentou, e disse que os deixariam ir de bom grado, agradecendo pelo ótimo trabalho que realizaram por séculos e dizendo um “até breve”. Desde então, eles nunca foram incomodados e nunca mais ouviram falar dos Volturi.

— Mas imagino que vocês tenham muitos inimigos — Rosalie falou pela primeira vez. Apensar do dom de Jasper ainda estar fazendo efeito em todos, sua voz era áspera. — Deve ser um rastro muito grande de estragos, já que vocês eram enviados para matar todos os clãs. Ninguém descobriu o que aconteceu?

— Ah, sim, claro que descobriram. — Jane se manteve firme para falar no mesmo tom. — Mas nenhum deles tem Bella para protege-los com seu escudo. — Ela olhou por alguns instantes para a vampira, que sustentou seu olhar. A rixa entre as duas era bem antiga. — Alguns vieram para ver se era verdade, outros tentaram nos matar, mas eram sempre grupos pequenos.

— Mataram outros vampiros?

— Quando você só tem duas escolhas, ou você mata ou você morre. — Concluiu Jane, sem animo nenhum na voz.

— Ótimo saber disso. — Bella aumentou um pouco o tom de voz, mas sem abandonar sua postura. Ela se levantou, fazendo Edward se levantar automaticamente, como uma resposta à reação da mulher. Jane, sem gostar nem um pouco da outra vampira, também se levantou. Mesmo sendo mais baixa, a postura da gêmea fez Renesmee estremecer. Transparecia um poder autoritário e mortal.

— Jane — Alec também se levantou, segurando levemente em seu braço. Não funcionou.

— Bella, não estão aqui pra isso. Não há motivos para iniciarmos algo que vamos nos arrepender.

— Por que eu me arrependeria de acabar com alguém que tentou me matar e matar minha família? — Ela se quer olhava para o marido. — Ninguém sentiria falta dela.

— Mãe... — Renesmee tentou protestar, mas ninguém na sala a olhou.

— Acha que eu tenho medo de você? Depois de tudo o que eu passei? Pode ter seu escudo mas só se defende atrás dele. — Jane respondeu ríspida.

Jasper estava recebendo tanta tensão que já não tinha mais efeito sob ninguém ali. Não sabia se protegia Renesmee, se iria para o lado de Alice ou se tentava fazer a tranquilidade reinar na sala. O tempo inteiro seus olhos estavam em Alice, observando cada reação da vampira, que estava terrivelmente tranquila com a situação. Era óbvio que ela já havia previsto tudo o que iria acontecer e a reação de Edward tentando afastar Bella só comprovava que ele também sabia.

— Você não sabe nada sobre mim. — Bella mantinha os olhos focados em Jane.

— E o que te faz pensar que sabe algo sobre mim? — Jane retrucou.

— Jane, chega. — Alec pediu, olhando para ela sério. Dessa vez ela olhou para o irmão por algum tempo e relaxou os músculos do corpo.

— Vamos embora — Disse Edward. Bella o olhou surpresa e confusa. Renesmee estava a ponto de protestar pois não queria perder o restante da conversa, mas preferiu não falar nada. Ele olhou para Carlisle, que estava com uma expressão de um pai que está começando a ficar decepcionado. — Desculpe. — Ele dirigiu-se ao pai mas também aos gêmeos, parados em sua frente.

— Vem, Renesmee. — Bella esticou os braços para ela, e a filha calmamente andou em sua direção.

Antes de sair pela porta deu uma última olhada em sua família e, um pouco decepcionada, deu um sorriso fraco.

— Até amanhã.

— Tchau, querida. — Rosalie respondeu, um pouco mais aliviada pela menina estar indo para longe daquela confusão toda.

Jasper voltou a ter controle sobre as emoções de todos na sala, fazendo com que relaxassem novamente.

— Me desculpem por isso. Ainda é muito difícil para eles. — Carlisle sussurrou. Apesar do tom baixo, a família, no andar de baixo, ainda podia ouvi-lo.

— Não estamos aqui pra isso mas assim como querem proteger a família de vocês, também vou proteger minha irmã. — Rebateu Alec na mesma educação.

— Sabemos que sim e não tiramos sua razão e seus motivos para fazer o que for necessário para defenderem um ao outro — Comentou Esme. — Faríamos o mesmo.

Enquanto isso, Renesmee já não conseguia mais ouvir a conversa deles, e entrou no carro como se estivesse voltando de um passeio de escola frustrado. Ela e os pais foram o caminho todo em silencio. O único som era de um CD de piano antigo que o pai havia colocado para tocar, que ele sabia que sempre acalmava Bella e também deixava sua filha mais relaxada. A única coisa que passava em sua cabeça é que desejava falar com Jacob mais do que tudo. Péssima hora para ele ter ido viajar à Forks para ver a família.


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Notas finais do capítulo

Espero que até agora esteja fazendo uma escrita boa para vocês lerem, apesar de 3° pessoa não ser o que estou acostumada, mas estou me esforçando.
Obrigada a todos que estão lendo e sintam-se a vontade para fazerem comentários, ficarei muito feliz em falar com vocês



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